Arremesso de raposa: o cruel esporte do século XVII

16/05/2021 às 09:002 min de leitura

Há séculos que os animais têm sido usados como entretenimento, sendo submetidos a todo o tipo de crueldade humana. Na Roma Antiga, por exemplo, os leões e elefantes eram usados como exibições no Circo Máximo. Na Inglaterra do século XVIII, fazer de isca os ursos era uma prática muito popular, acorrentando-o a um poste e o forçando a se defender de cães ou humanos o quanto pudesse.

Brigas de galo, cães, escaldamento de gatos e outros tipos de “brincadeiras” foram criadas também ao longo dos anos. Por isso o arremesso de raposa, que surgiu na Alemanha no final do século XVII, é mais uma das práticas que conseguiu combinar inutilidade e crueldade ao mesmo tempo. 

Diversão macabra

(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Jogado em sua maioria apenas por membros da aristocracia alemã, o "esporte" sangrento normalmente acontecia em um terreno fechado ou no pátio de um castelo, que poderia ser delimitado com alguns tapumes para impedir que a raposa fugisse ou corresse demais pelo espaço.

O arremesso de raposa era jogado em vários times de duplas que ficavam lado a lado, a aproximadamente 6 metros de distância uma das outras e segurando uma espécie de rede ou malha fina pelas extremidades. A raposa era libertada de sua gaiola e forçada a caminhar ou correr através da arena e, assim que passasse por cima de uma das redes, os competidores a catapultavam com força para o alto, lançando-a a até 8 metros de altura. A queda era doentia e quase sempre fatal, mas nenhum dos competidores se importava com o banho de sangue.

Em Dresden, Augusto II, o rei da Polônia e eleito da Saxônia, realizou o famoso esporte no qual 647 raposas, 533 lebres, 34 texugos e 21 gatos selvagens foram arremessados e mortos em suas quedas ao longo das partidas.

(Fonte: Wikipedia/Reprodução)(Fonte: Wikipedia/Reprodução)

Em março de 1672, o sueco Esaias Pufendor descreveu em seu diário o "esporte" durante sua estadia em Viena, revelando surpresa ao ver o sacro imperador romano Leopoldo I se juntar com entusiasmo às crianças da corte para espancar até à morte os animais feridos.

A atividade também se tornava perigosa para os próprios competidores, que muitas vezes eram atacados pelos animais aterrorizados. Os gatos selvagens costumavam voar no rosto das pessoas com suas garras e não soltavam até que fossem espancados. Muitas pessoas saiam feridas, o que era o mínimo que poderia acontecer depois de tanta crueldade sem razão.

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