Ciência
25/04/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 25/04/2024 às 09:00
A tatuagem é um arte corporal muito antiga que é realmente incrível. São várias as razões que levam uma pessoa a decidir ter uma: pode ser para registrar uma lembrança no corpo ou passar uma mensagem ao mundo. Por vezes, uma tattoo também é simplesmente uma má decisão tomada durante uma bebedeira.
Mas há as situações em que as tatuagens têm histórias fascinantes e ligadas a descobertas científicas. São tramas que envolvem questões que você nem imaginava – até ler esse texto.
Em 1991, cientistas descobriram nos Alpes os restos de um homem de 5.300 anos. Ele acabou sendo chamado de Ötzi, o Homem do Gelo, e trazia no corpo 61 marcas de carbono.
Os pesquisadores ficaram intrigados se aquelas seriam tatuagens primitivas, e levantaram várias teorias, como a de que Ötzi teria esfregado fuligens em cortes na pele. Até que, em 2022, uma equipe usou quatro técnicas diferentes para inscrever a mesma imagem na perna de Danny Riday, um tatuador da Nova Zelândia.
A ideia era recriar as marcas usando ferramentas que estivessem disponíveis na época do homem mumificado. Foram então usados instrumentos como ossos de animais, obsidiana e presas de javali, ao lado de técnicas como bater e cutucar com as mãos.
O experimento levou à conclusão de que as tatuagens de Ötzi pareciam ter sido feitas com uma ferramenta de ponta única. “Acabamos por propor que as tatuagens de Ötzi foram feitas por punção, provavelmente usando um osso ou um furador de cobre”, explicou o arqueólogo Aaron Deter-Wolf, em artigo da Listverse.
Pessoas que sofrem de doenças crônicas como diabetes ou doenças renais precisam acompanhar alguns marcadores internos, com os níveis de glicose e o pH. Pois saiba que, em 2019, cientistas alemães criaram uma forma bem interessante de fazer esse monitoramento: a partir de tatuagens que mudam de cor.
Até o momento, as tintas foram testadas em pele de porco, e tiveram ótimos resultados. Elas mudam o espectro da cor de acordo com os níveis de glicose. Essa nova técnica ainda não foi testada em humanos, mas já oferece um futuro uso promissor para o acompanhamento dessas doenças.
A atriz holandesa Stijn Fransen é pioneira em um aspecto: em 2021, ela se tornou a primeira pessoa do mundo a receber uma tatuagem feita por um robô. O desenho foi desenvolvido pelo artista Wes Thomas, que realizou a tatuagem remotamente no braço. Os movimentos do tatuador foram feitos, por meio de uma conexão 5G, por meio de um braço robótico.
O braço foi desenvolvido pelo cientista Noel Drew ao longo de seis semanas de testes. Foram usados também sensores na agulha para garantir que ela não perfurasse a pele com grande profundidade. A tatuagem gerada é bem simples, mas ninguém nega que essa foi uma inovação e tanto.
Os antigos egípcios tinham proximidade com a arte corporal. Cientistas encontraram vários indícios de tatuagens em múmias. Entre esses achados, estão duas mulheres com tatuagens na região lombar, uma que foi descoberta há cerca de 100 anos e a outra em 2019.
Os desenhos são curiosos: uma delas tinha um colar de diamantes desenhado acima das nádegas, enquanto a segunda carregava imagens de água e plantas. Para os pesquisadores, o simbolismo pode estar ligado à reprodução e à crença de que as tatuagens as ajudaria a conceber.