Mistérios
08/06/2023 às 06:30•2 min de leitura
O filho da rainha Vitória foi um problema desde cedo. A monarca esperava que ele puxasse mais ao pai, o príncipe Albert, um homem de moral firme, mas não foi o que aconteceu.
Tal qual Luís XIV e Nero, o rei Eduardo VII foi um homem conhecido por seu apetite sexual descontrolado, mas não conseguiu chegar aos pés de Afonso XIII da Espanha, o rei mais pornográfico de todos os tempos — e o único com um catálogo de filmes pornôs associado ao seu nome.
Afonso XIII da Espanha. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Nenhum rei foi mais pervertido que Afonso XIII da Espanha, que se tornou a primeira pessoa da realeza a ser indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Muito diferente de Eduardo VII da Inglaterra, que atravessava o país até Paris apenas para se saciar sexualmente, Afonso fazia tudo isso onde estivesse, sem pudor e medo algum.
Membro da Casa de Bourbon, ele teve uma infância considerada incomum, pois seu pai morreu logo após sua concepção e ele ainda fazia parte de uma infame linhagem consanguínea. Além disso, o rei gerou seu primeiro filho ilegítimo aos 19 anos, fruto de um relacionamento com Mélanie Gaufridy de Dortan.
Rainha Vitória. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Isso aconteceu quando Afonso planejava seu casamento com Victoria Eugenie de Battenberg, neta da rainha Vitória da Inglaterra. Maria Cristina da Áustria, sua mãe, não aprovava muito a união porque Battenberg vinha de uma família de hemofílicos. Ou seja, havia 50% de chance de ela transmitir a doença genética aos filhos como sua avó havia feito de maneira indiscriminada por toda Europa. Ironicamente, o casamento foi interrompido por uma bomba lançada contra um salão do palácio, matando 30 civis.
Entre 1907 e 1914, Afonso teve sete filhos legítimos com sua esposa e pelo menos outros cinco fora do casamento com companheiras diversas. Dois de seus filhos legítimos herdaram a doença temida por sua mãe.
(Fonte: GettyImageas/Reprodução)
Séculos antes de revistas ou vídeos de conteúdo adulto serem populares, para se saciar, o rei Afonso encomendava pornografia para consumo privado. Ele fez isso mesmo sabendo que a associação com esse tipo de conteúdo poderia prejudicar sua imagem. Sendo assim, para não ser pego, usou o Conde de Romanones como seu bode expiatório.
Romanones era o responsável por negociar com a produtora de filmes Barcelona Royal Films, criada em 1915 especificamente para fornecer de maneira discreta os filmes pornográficos a membros da corte e da realeza. Afonso sugeria ideias para enredos dos filmes e chegava a descrever cenas inteiras de como queria.
Os filmes foram exibidos a ele e, às vezes, a grupos de amigos. Foram feitos pelo menos 70 filmes, muitos dos quais foram destruídos ou se perderam no tempo. Apenas três longas sobreviveram: O Confessor, O Escritório das Damas e O Ministro. Mantidos na Filmoteca de Valência, todos filmes se baseiam nas relações de poder entre homens e mulheres – o maior fetiche do rei.