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04/01/2024 às 13:00•3 min de leitura
O magnata estadunidense Jeffrey Epstein foi preso em 2019, acusado de tráfico sexual e abuso de menores contra dezenas de jovens por décadas. Esse caso chamou a atenção do mundo inteiro pela crueldade e também pelas conexões do criminoso, que era amigo de diversas figuras importantes da política e cultura.
Mais de quatro anos após a morte de Epstein, o caso volta às manchetes com a divulgação de uma nova lista de associados — sendo que alguns deles podem ter ligações com os crimes sexuais do magnata. Em meio aos mais de 150 nomes revelados no início de 2024, há personalidades como os ex-presidentes Donald Trump e Bill Clinton, o príncipe Andrew, irmão do rei Charles III, o cantor Michael Jackson e o aclamado físico Stephen Hawking.
(Fonte: Stephanie Keith/Getty Images)
A lista, revelada em janeiro de 2024, faz parte de um processo de difamação que uma das vítimas de Epstein, Virginia Giuffre, moveu contra Ghislaine Maxwell — uma das sócias do magnata, também presa por envolvimento no esquema de tráfico sexual.
Desde o início do processo, em 2015, a lista era mantida em segredo e os nomes só apareciam nos documentos como John ou Jane Doe — termos em inglês para "fulano", em tradução livre. Mas, em dezembro de 2023, a juíza Loretta Preska decidiu que era hora de liberar esses nomes ao público. É importante explicar que essas pessoas podem ter outras ligações com Epstein, que também era conhecido por seu trabalho no mercado financeiro.
O príncipe Andrew, irmão mais novo do rei Charles III, é citado nos documentos 67 vezes. Ainda que o nobre e a realeza britânica neguem todas as acusações, uma das vítimas afirmou que Andrew a tocou de forma inapropriada em uma visita ao apartamento de Epstein, em 2001. Já o ex-presidente Bill Clinton é citado 73 vezes, muitas vezes em relatos das vítimas, e acredita-se que Virginia Giuffre estava tentando fazer Clinton testemunhar contra Epstein.
Outro ex-presidente, Donald Trump, é citado quatro vezes — pois Jeffrey Epstein costumava frequentar seus cassinos. Como as vítimas não acusaram Trump de nenhum crime sexual, um dos filhos do ex-presidente comemorou a divulgação dos documentos, acusando "a esquerda" de tentar imputar crimes a seu pai.
O ex-presidente Donald Trump é citado várias vezes pelas vítimas de Jeffrey Epstein (Fonte: Getty Images)
Johanna Sjoberg, outra vítima que testemunhou no caso, afirmou ter conhecido o rei do pop, Michael Jackson, por Epstein — mas não o acusou de nenhum crime sexual. O mesmo acontece com o famoso mágico David Copperfield: ela conta que David lhe perguntou se ela sabia que as meninas estavam sendo recrutadas para encontrar outras vítimas para Epstein.
Também perguntaram a Sjoberg e Giuffre se elas tinham conhecido outras celebridades, como o ator Kevin Spacey ou o diretor George Lucas, mas elas negaram conhecê-los. Outros nomes citados no mesmo contexto incluem os atores Leonardo DiCaprio e Bruce Willis, as atrizes Cate Blanchett e Cameron Diaz, e o político Al Gore, e até mesmo a apresentadora Oprah.
Até mesmo o físico Stephen Hawking foi ligado a Jeffrey Epstein: ele foi fotografado na ilha do magnata, ao participar de um evento científico patrocinado por ele.
Celebridades do mundo da moda, como a estilista Vera Wang e a modelo Naomi Campbell, também foram citadas nos documentos: elas tinham negócios com Epstein e ele usava essa ligação com elas para enganar possíveis vítimas. O bilionário Bill Gates também fez negócios com o criminoso — e até foi chantageado por Epstein, por conta de um caso extra-conjugal de Gates com uma jogadora de bridge.
Mesmo com tantas pessoas importantes sendo citadas na lista de Jeffrey Epstein, a maioria delas não é acusada de nenhum crime sexual — motivo da prisão e morte do magnata. Apenas sua sócia, Ghislaine Maxwell, está presa por recrutar vítimas para ele.