Estilo de vida
03/02/2024 às 14:00•3 min de leitura
Há muito tempo, o Kama Sutra é uma referência e conhecido por seu guia de posições sexuais. Mas será que é só isso que existe dentro do antigo livro indiano?
Acredita-se que o Kama Sutra foi escrito entre os séculos II e III d.C. pelo filosófo Vatsyayana. Ele era um estudioso do hinduísmo, focando nos aspectos da vida humana relacionados ao prazer. Aspectos que vão além do sexo, aliás. O pouco que se sabe sobre a vida do autor, foi ele próprio que escreveu no final de sua obra mais famosa.
A questão é que o Kama Sutra é um dos livros mais conhecidos e comentados do mundo — embora não seja tão lido, na íntegra. Por isso, ele também é cercado de mitos e curiosidades desconhecidas. A seguir, nós listamos as sete mais interessantes.
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O idioma original do Kama Sutra é o sânscrito e seu título significa algo como "princípios do amor". Sendo assim, o livro é um guia sobre "a arte de viver bem", com foco no amor. A maioria dos textos fala sobre a filosofia do amor, como encontrar uma boa parceira, como cortejá-la, como manter um bom relacionamento, entre outras questões.
O sexo e as posições sexuais correspondem somente a cerca de 20% do conteúdo do Kama Sutra, enquanto os outros 80%, mais ou menos, estão relacionados a esses outros aspectos da vida humana.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Boa parte do Kama Sutra é escrita em versos: são 1.250, divididos em 36 capítulos, que formam as sete partes principais do livro. São elas:
(Fonte: Wikimedia Commons)
O Kama Sutra se tornou conhecido no Ocidente com a edição de 1883, feita pelo britânico Richard Burton. A tradução foi feita de forma colaborativa por dois indianos e um britânico, para depois ser editada conforme os ideais vitorianos da época.
Sendo assim, além de já ser um texto complicado para traduzir, ele passou por edições que comprometeram sua integridade. Somado ao clima de puritanismo da era vitoriana, temos os principais motivos para o Kama Sutra ser conhecido até hoje como um "livro sobre sexo".
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O guia de posições sexuais que tornou o Kama Sutra tão conhecido aqui no ocidente está na segunda parte do livro. De acordo com Vatsyayana, existem oito maneiras de fazer amor, com oito posições em cada uma.
Nem todas as formas são necessariamente sexuais, algumas são apenas formas de demonstrar carinho. Há até descrições de abraços e beijos. Além disso, o livro se preocupa bastante com o prazer dos dois parceiros, ao contrário da visão ultrapassada de dar prazer apenas ao homem.
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O Kama Sutra é baseado no conceito hindu dos Purusharthas, ou os quatro objetivos principais da vida. O Kama — que expressa o desejo, paixão e amor, seja de forma sexual ou não — é um desses quatro objetivos.
Os outros são o Dharma (algo como viver com virtude e moral), Artha (as atividades e recursos necessários para viver) e Moksha (associado à liberação, emancipação e autoconhecimento).
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Outro aspecto do Kama Sutra que provavelmente chocou a sociedade vitoriana da época da primeira tradução é a descrição de relações entre pessoas do mesmo sexo. O livro não deixa de explicar como homens podem fazer sexo oral em homens, ou como duas mulheres podem ter prazer juntas, de várias formas.
Então, como você pode notar, o Kama Sutra vai muito além da descrição de posições sexuais "acrobáticas" e super criativas. Até porque muitas das posições descritas no livro são bastante simples de realizar — mas essas descrições podem ficar para outro artigo.