Ilha de Clipperton: o passado trágico da ilha mexicana disputada por vários países

11/02/2024 às 09:002 min de leitura

Localizado a mil km de distância da costa oeste do México, hoje propriedade da França, um pequeno atol abandonado no Oceano Pacífico já foi disputado por inúmeros colonos. Esse local se chama Ilha de Clipperton, um espaço super remoto e com uma história sinistra cheia de assassinatos, loucura e cocô de pássaros.

A região já foi conhecida como Ilha da Paixão depois que marinheiros franceses a encontraram no início do século XVIII, mas seu nome atual vem de um pirata inglês chamado John Clipperton, que lutou na Guerra da Sucessão Espanhola. Inclusive, ele usou os 2,3 km² de terra como esconderijo — e dizem que ele teria enterrado um tesouro por lá.

Colonização múltipla

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

A Ilha de Clipperton é uma ilha tropical que continha ricos depósitos de guano — fezes acumuladas de pássaros e morcegos que podem ser usadas como fertilizantes. Em 1856, os Estados Unidos reivindicou o terreno sob a Lei das Ilhas Guano, a qual determinava posse norte-americana para algumas propriedades na região.

Contudo, a França também reivindicou Clipperton tempos depois, e o México chegou a enviar um navio de guerra para anexar a ilha e construir uma colônia lá em 1897. Os britânicos, então, tomaram a sua vez em 1906, estabelecendo um assentamento de mineração de guano da Pacific Island Company em conjunto com o México, o que resultou na construção de um farol, uma ferrovia e quartéis.

A Grã-Bretanha acabou desistindo do terreno em 1908 devido à falência de sua empresa e, em 1914, havia pelo menos 100 pessoas vivendo na ilha, incluindo homens, mulheres e crianças. Por conta da Revolução Mexicana que acontecia naquele momento, o fornecimento de alimentos vitais à terra e seus habitantes foi cortado severamente, provocando a morte dos habitantes de escorbuto ou de fome.

Fim trágico

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Quando a Ilha de Clipperton já enfrentava uma situação crítica e muitos de seus habitantes já haviam morrido, um faroleiro recluso chamado Victoriano Álvarez e um punhado de mulheres e crianças eram os únicos sobreviventes. Completamente fora de si, Álvarez chegou a se declarar "rei da ilha" e iniciou um reinado maligno contra as mulheres, escravizando, matando e estruprando-as até que restassem apenas três delas e oito crianças.

Felizmente, seu terror foi posto fim por Tirza Rendón — supostamente sua vítima favorita —, que o matou. No dia 18 de julho de 1917, o navio Yorktown da marinha dos EUA resgatou as mulheres e as crianças dias após a morte do torturador. Os norte-americanos voltaram a ocupar Clipperton após o fim da Segunda Guerra Mundial, mas desde então ela é mais um território francês desabitado.

A região só é visitada ocasionalmente por cientistas, pescadores e, involuntariamente, por alguns náufragos. Nenhuma outra tentativa de colonizar o atol foi feita desde então e o passado violento da ilha permanece desconhecido para a maioria das pessoas, quase como uma maneira de apagar as inúmeras atrocidades cometidas ali.

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