Artes/cultura
23/06/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 23/06/2024 às 16:00
O gângster John Gotti foi um dos criminosos mais violentos e temidos de Nova York. Em um golpe contra outras figuras do submundo da cidade, ele virou o chefe de uma tradicional família da região e foi um dos mais respeitados mafiosos de todo o país.
Além disso, ele se diferenciava por ter uma personalidade amigável — o que até virou um dos clichês de mafiosos no cinema. Gotti também gostava de atrair a atenção da imprensa para conquistar espaço nos jornais e até se tornou amigo de várias celebridades.
Entretanto, a sua morte nada teve a ver com as disputas por território e nem os muitos desafetos que ele deixou pelos Estados Unidos na década de 1980.
John Gotti começou a atuar como um criminoso de pequenos delitos na região do Bronx, mas foi subindo na hierarquia da região. Sua primeira condenação foi em 1968 por roubo de mercadorias, mas ele passou poucos anos preso e voltou ainda mais respeitado.
Aos poucos, o gângster começou a se envolver com a família Gambino, uma das cinco mais influentes na máfia de Nova York. Ele é o responsável por encomendar a morte do chefe do grupo, Paul Castellano, em dezembro de 1985.
A resiliência, mesmo sendo detido inúmeras vezes, e a eficiência em não produzir provas contra si mesmo, assim como as formas de escapar ou vencer julgamentos, garantiram a Gotti o apelido de "Teflon Don". Essa é uma referência ao material antiaderente e escorregadio, normalmente usado em panelas.
O mafioso teve cinco anos de reinado em Nova York no lugar de Castellano até ser preso em definitivo em 1990. A detenção ocorreu após uma grande operação policial e múltiplas acusações, incluindo extorsão, homicídio e fraudes fiscais.
Fazendo justiça ao apelido, Gotti chegou a ser inocentado em três julgamentos. Porém, fitas gravadas durante uma ação de vigilância do FBI mostraram o seu lado cruel e autoritário, auxiliando na condenação.
John Gotti foi condenado à prisão perpétua em 1992 e cumpriu boa parte da pena na United States Penitentiary, em Illinois. Ele ficava em uma ala de segurança máxima, com frequência na solitária.
Em 1998, ele foi diagnosticado com câncer na garganta. No mesmo ano, Gotti foi operado na região do pescoço para retirada do tumor, em uma cirurgia inicialmente bem sucedida.
Porém, ele foi internado mais algumas vezes nos anos seguintes, com o câncer retornando e rapidamente fazendo a sua saúde decair. Gotti faleceu por complicações da doença em 10 de junho de 2002, aos 61 anos. Ele morreu no Centro Médico dos Estados Unidos para Prisioneiros Federais, uma unidade de recuperação em Springfield, no estado do Missouri.
O gângster foi retratado nos cinemas em um longa-metragem de 2018, estrelado por John Travolta, e que foi detonado pela crítica. Além disso, ele virou tema de uma série documental em 2023 na Netflix.