Estilo de vida
14/03/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 14/03/2024 às 09:00
Imagine só ter um Quociente de Inteligência (QI) mais alto do que grandes cientistas como Albert Einstein e Stephen Hawking, os quais se pensava terem um QI de cerca de 160. Essa era a realidade de William James Sidis, um indivíduo muito menos conhecido na cultura popular, mas que, segundo algumas estimativas, pode ter tido um QI entre 210 e 250.
Os testes de QI tendem a ser uma forma controversa de se medir inteligência, embora amplamente utilizados — apresentando uma pontuação média de 100. Então, se Sidis era tão inteligente, por que ele muitas pessoas nunca ouviram falar dele? Para isso, é preciso conhecer sua história.
Nascido em Nova York no dia 1º de abril de 1898 e filho de imigrantes russos, Sidis podia ler facilmente o jornal quando tinha apenas 18 meses. Seus pais, por sua vez, também não eram conhecidos por serem pessoas comuns. Sua mãe Sarah Mandelbaum Sidis era uma médica que se formou na Escola de Medicina da Universidade de Boston, enquanto seu pai Boris Sidis era um psicólogo renomado que fez contribuições notáveis para o seu campo de atuação.
Na biografia de William The Prodigy (1986), a autora Amy Wallace revela que os pais do garoto eram extremamente agressivos, pois queriam desesperadamente que seu filho fosse em busca do conhecimento. Por esse motivo, eles gastaram quantias absurdas na compra de livros, mapas e outros materiais para incentivar seu comportamento de aprendizagem.
No entanto, segundo a escritora, Sidis nunca gostou desse tratamento especial. Aos 8 anos, ele já era conhecido por falar oito idiomas e até mesmo criar uma língua própria chamada "Vendergood" — sendo um grande prodígio. No ano seguinte, acabou sendo aceito na Universidade de Harvard, mas com a condição de ter que esperar até os 11 anos para ser oficialmente matriculado.
Seus dias em Harvard, no entanto, não foram cheios de memórias felizes. "Ele foi motivo de chacota após ter admitido nunca ter beijado uma garota e sempre foi perseguido", disse Wallace. Assim, tudo que ele passou a desejar foi ficar longe do meio acadêmico e viver uma vida normal.
Depois de um breve período como professor de matemática após sua formatura, Sidis passou a se esconder da atenção popular, mudando de cidade em cidade, de emprego em emprego e até mesmo adotando pseudônimos. Ao mesmo tempo, ele escreveu vários livros que nunca foram amplamente publicados.
Recentemente, uma cópia com inscrição de um livro que ele escreveu em 1925 chamado O Animado e o Inanimado foi vendida em Londres a um colecionados anônimo por cerca de US$ 8 mil. Sidis viveu com sucesso fora dos holofotes até 1937, quando a revista New Yorker enviou uma repórter para fazer amizade e reunir informações para um artigo sobre o menino prodígio.
Porém, segundo Wallace, Sidis achou a descrição dele no artigo "humilhante e o fez parecer louco". Anos mais tarde, ele venceu um processo contra a revista por calúnia. Em 1944, por fim, acabou falecendo com uma hemorragia cerebral, deixando para trás uma infância infeliz marcada pelas expectativas ilusórias de seus pais e o mero desejo de ser uma pessoa comum.