Artes/cultura
03/07/2013 às 10:43•2 min de leitura
Quando ocorre um terremoto, as áreas mais afetadas são as localizadas próximo ao epicentro, embora os tremores também sejam sentidos em outros locais e possam, inclusive, ser detectados em pontos muito distantes de sua origem. Isso ocorre porque a energia liberada durante esses eventos viaja através de toda a Terra, fazendo-a se comportar como se fosse um sino ressoando.
E claro, quanto mais poderoso o terremoto, maior será essa “vibração”, e o sismo que atingiu o Japão em 2011 foi bem poderoso, alcançando a magnitude 9.0 na Escala de Richter! Tanto que várias testemunhas presenciaram — e inclusive registraram em vídeo — ondas se formando nos fiordes noruegueses apenas 30 minutos após o grande sismo. E isso a mais de 8 mil quilômetros do local do epicentro!
Fonte da imagem: pixabay
De acordo com o site ars technica, foram registradas ondas de mais de 1,5 metro nessa região, conhecida pela beleza extrema e calmaria de suas águas. As formações observadas são conhecidas pelo nome de seichas, e normalmente ocorrem em águas confinadas como lagos e estuários, por exemplo. Geralmente essas ondas são provocadas pela ação do vento e, como foi o caso observado nos fiordes, pela energia liberada por um terremoto.
Essa energia pode viajar a partir do epicentro de forma radial — ou ondas de corpo — através da Terra ou lateralmente, ao longo da superfície. E apesar de as ondas radiais se propagarem mais rapidamente, as ondas superficiais são as que causam os tremores mais violentos, especialmente em regiões mais distantes do epicentro.
Fonte da imagem: pixabay
Para entender o que aconteceu na Noruega, uma equipe de pesquisadores replicou as mesmas condições durante algumas simulações por computador. Eles descobriram que as ondas detectadas nos fiordes foram provocadas, na verdade, pelas ondas de corpo — e não pelas superficiais —, que geraram ondas transversais com direção de deslocamento parecido ao movimento de um chicote.
Contudo, apesar de essas ondas provocarem tremores menores, as seichas foram formadas devido à baixa frequência com a qual as ondas foram se propagando pela região, combinado com o tempo que essas ondas demoraram em viajar através do fiorde e com a direção específica de onde as ondas partiram, ou seja, do Japão.
Assim, apesar da distância absurda entre os dois países, as ondas sísmicas provavelmente viajaram mais depressa do que as próprias notícias sobre o enorme terremoto que atingiu e causou tanta destruição no Japão.