Artes/cultura
12/04/2017 às 05:40•3 min de leitura
Você já ouviu falar a respeito das virgens vestais? Elas eram devotas da deusa romana Vesta, divindade do lar e símbolo da fidelidade cuja personificação era o fogo sagrado. Essas mulheres eram superimportantes e respeitadas na Roma Antiga e o culto a elas perdurou por mais de mil anos — e você pode descobrir um pouco mais sobre suas atividades na lista a seguir:
A virgindade das vestais era mais uma questão “técnica” do que mística, na verdade. Quando elas eram enviadas pelas famílias romanas — algumas das meninas tinham apenas 6 anos de idade — para servir a Vesta, elas se tornavam esposas da cidade.
As meninas eram selecionadas para servir como virgens vestais entre as idades de 6 e 10 anos
Assim, tendo Roma como sua guardiã, se as virgens se relacionassem com qualquer cidadão, elas estariam cometendo incesto e, portanto, um ato de traição punível com a morte. Se elas se envolvessem com forasteiros, isso também configurava infidelidade.
Conforme mencionamos acima, algumas meninas eram selecionadas para se tornarem vestais aos 6 anos de idade e o normal era que elas permanecessem na atividade por pelo menos 30 anos. Durante esse período, as virgens não podiam manter qualquer contato com suas famílias e só podiam retornar às suas casas depois de cumprir o tempo mínimo de serviço — se desejassem.
Atrium Vestae — ou "Residência das Vestais", em Roma
Apesar desse afastamento, as virgens vestais podiam ter propriedades e decidir o que fazer com elas — isso se não optassem por se casar depois de se “aposentar”, já que isso implicava na perda de suas posses. Ademais, outra dificuldade relacionada com o casamento com as ex-devotas era a crença de que as uniões com elas traziam azar. Sendo assim, o mais comum era que as vestais permanecessem solteiras durante toda a vida.
Apesar de Roma ser imensa e de o culto a Vesta ter sido pra lá de popular durante séculos, não pense que havia um exército de virgens vestais servindo à deusa. O normal é que houvesse seis delas em atividade por vez, e elas se dividiam para realizar tarefas como conduzir cerimônias oficiais, preparar alimentos para rituais, manter o fogo sagrado sempre queimando, redigir e preencher testamentos para os cidadãos de Roma e coisas do tipo.
Mesmo no caso de que as vestais cometessem um ato de traição e fossem condenadas à morte, era proibido derramar o seu sangue. Mas não pense que os romanos — sempre criativos — não encontraram formas de contornar esse detalhe técnico na hora de executar as pobres mulheres!
Pintura que mostra a "ordenação" de uma jovem vestal
Um dos métodos utilizados era verter chumbo derretido em suas bocas para que ele descesse por suas gargantas ou, ainda, enterrá-las vivas junto ao portão de entrada do templo de Vesta. Embora essa opção soe menos dolorosa, as vestais eram sepultadas com um pouco de comida e água com o propósito de prolongar seu sofrimento. Com relação aos seus parceiros de traição, como não havia uma regra que proibisse o derramamento de seu sangue, geralmente os amantes das virgens eram açoitados até a morte.
Contudo, nem todas as vestais eram condenadas à morte. Quando cometiam infrações menores — como não cumprir com as obrigações do templo corretamente e ser acusadas de ter pensamentos impuros —, as devotas podiam ser surradas. Mas não por qualquer pessoa! Elas respondiam apenas ao Pontifex, isto é, ao sacerdote supremo de Roma, e era ele quem ministrava os castigos. Aliás, as devotas tinham que ficar completamente nuas durante as punições, então os “corretivos” eram aplicados em salas escuras para que elas não pudessem ser vistas.
Preencher documentos, manter o templo em ordem, organizar cerimônias e rituais e garantir que o fogo sagrado nunca se apagasse não são tarefas impossíveis de serem realizadas, certo? O problema é que os romanos acreditavam que o sucesso de suas campanhas militares também dependia das virgens vestais — então, quando as tropas sofriam alguma derrota desastrosa, era muito mais fácil culpar as devotas do que admitir o fracasso!
Era tudo culpa das coitadas!
Pois é... em vez de os generais romanos assumirem seus erros, era mais fácil culpar as vestais pelos desastres nos campos de batalha, alegando que elas tinham traído Roma com alguém, sido desleixadas e deixado o fogo sagrado apagar ou tido pensamentos impuros — e as acusações frequentemente custavam as vidas das devotas. Portanto, se tinha alguém desesperado pelo sucesso das campanhas romanas, essas eram as virgens vestais!
As vestais começaram a perder sua influência conforme o cristianismo foi ganhando força em Roma. Então, o Templo de Vesta foi fechado no ano de 391, e as atividades das virgens chegaram ao fim completamente quando o Império Romano adotou o cristianismo como religião oficial e todas as demais crenças foram banidas, isso em 394.
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