Artes/cultura
04/09/2018 às 04:00•4 min de leitura
Os maias, incas, astecas e olmecas foram algumas das maiores civilizações antigas da História. Porém, muitas pessoas confundem a origem desses povos que dominaram por muito tempo algumas regiões da América do Norte, Central e do Sul.
Os olmecas, por exemplo, são frequentemente esquecidos, e as outras civilizações são muitas vezes agrupadas de forma confusa como se fossem do mesmo local e época, mas todas elas são completamente diferentes entre si.
Em suma, os maias vieram antes, estabelecendo-se onde hoje fica o México com influências ainda em outros países vizinhos. Essa civilização foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana notável por sua língua escrita, artes, arquitetura, matemática e sistemas astronômicos.
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Em seguida, vieram os olmecas, que também viveram nesse mesmo território e por um período similar. Os cientistas acreditam que os maias e olmecas se influenciaram mutuamente.
Os olmecas não construíram nenhuma das grandes cidades, mas foram organizados e prósperos. Já o império inca desenvolveu-se na região da Cordilheira dos Andes, com maior predominância no Peru, mas se estendendo à Bolívia, Chile e Equador até 1.533.
Finalmente, a civilização que durou menos tempo foi a asteca, que dominou de 1.325 até 1.521 em alguns territórios mexicanos. Conheça agora mais detalhes de cada uma delas abaixo.
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Os maias formaram uma das primeiras civilizações mesoamericanas da História (dividindo esse título com os olmecas), começando por volta de 2.600 antes de Cristo. Eles foram extremamente importantes por desenvolver um sistema de escrita eficiente com excelência.
Geralmente chamada de hieroglífica, por uma vaga semelhança com a escrita do antigo Egito, a escrita maia era uma combinação de símbolos fonéticos e ideogramas. Além disso, a arquitetura maia também se destacava.
Eles construíram a maior parte de suas grandes cidades entre os anos de 250 e 900 depois de Cristo, quando atingiram o seu mais elevado estado de desenvolvimento. As famosas cidades de Tikal, Palenque, Copán e Calakmul foram construídas por eles, ganhando ainda mais destaque pelos seus monumentos cheios de detalhes.
Os mais notáveis são as pirâmides feitas em seus centros religiosos, junto aos palácios de seus governantes. Outros restos arqueológicos muito importantes são as chamadas estelas (ou “tetun”), que são monólitos de proporções consideráveis que descrevem os governantes da época e eventos, que foram gravados em caracteres hieroglíficos.
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Em se tratando de território, a civilização maia abrangeu a região central do México, além de áreas da Guatemala, El Salvador, Belize e Honduras. Apesar de serem considerados como a primeira civilização, os maias realmente só ascenderam ao poder nos últimos anos após a adoção de grande parte de sua cultura pela civilização olmeca mais jovem.
A civilização maia sobreviveu por séculos, sendo governada por reis e sacerdotes, e não foi exterminada como algumas das outras culturas — nem na época do declínio no período clássico, nem com a chegada dos conquistadores espanhóis —, mas aos poucos se dissipou.
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Os olmecas surgiram pouco tempo depois dos maias — civilização que, apesar de mais antiga, foi influenciada por eles. Os olmecas estabeleceram-se por volta de 1.400 antes de Cristo e perduraram por cerca de mil anos, ocupando um território razoavelmente grande do México, próximo de onde hoje estão localizados os estados de Veracruz e Tabasco.
Não se sabe exatamente o que provocou a eventual extinção da cultura olmeca. Sabe-se que entre 400 e 350 antes de Cristo, a população decresceu fortemente, talvez devido a fatores ambientais. No entanto, eles deixaram muito conhecimento para as culturas futuras.
Assim como os maias, eles eram bons agricultores, artistas, matemáticos e astrônomos. Eles também escreviam em hieróglifos, como fez a maioria das culturas que os sucederam. Mesmo sendo uma civilização grande que existiu por bastante tempo, os olmecas nunca construíram quaisquer grandes cidades, apenas alguns monumentos que desapareceram com o tempo.
Seu mais famoso legado é o mistério das cabeças olmecas — conhecidas também como cabeças colossais —, que são imensas e feitas de pedra, tendo cerca de três metros de altura e se assemelhando com guerreiros africanos. Essas cabeças impressionantes têm sido temas de muita especulação e até hoje já foram encontradas 17 delas.
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Os incas viveram aproximadamente de 3.000 antes de Cristo a 1.533 depois de Cristo, com mais abrangência no Peru, além de influenciar territórios do norte do Chile, Bolívia e Equador, nas regiões dominadas pela Cordilheira dos Andes.
Apesar de ser antiga, a sociedade inca desenvolveu-se com mais força a partir do século XII, englobando uma série de povos no decorrer de um longo processo. No século XIV, em seu auge, encontravam-se sob o poder inca cerca de 20 milhões de pessoas nos territórios citados acima. Este poder era centralizado na figura de um soberano, denominado inca ("o filho do sol"), que era considerado quase um deus.
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Falando em religião, os incas eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses como o trovão, a chuva, a Lua e o Sol. Além disso, eles sacrificavam animais e humanos em honra aos deuses que cultuavam e para grandes ocasiões, como nas sucessões imperiais. A capital do império inca fica onde está a atual cidade de Cusco, onde havia o maior templo de culto ao deus Sol, o principal dessa civilização.
É do império inca um dos mais buscados destinos da América do Sul: Machu Picchu, no Peru, que foi construída no século XV sob as ordens de Pachacuti. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do império inca. Porém, vale ressaltar que apenas cerca de 30% da cidade é de construção original, o restante foi reconstruído.
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Esta é a mais “jovem” das civilizações descritas neste artigo e sua história durou um período bem mais curto. Tudo começou quando o controle político do populoso e fértil vale do México ficou confuso após 1.100 depois de Cristo. Gradualmente, os astecas, que eram uma tribo do norte, assumiram o poder depois de 1.200.
Eles eram um povo indígena pertencente ao grupo nahua e também eram chamados de mexicas (daí México). Os astecas fundaram sua maior cidade, Tenochtitlan, no ano de 1.325, sendo que ela foi construída em uma ilha em um lago mexicano chamado Texcoco. Eles gradualmente conquistaram o restante da área, até que em 1521 o território foi tomado por invasores espanhóis.
Os astecas atingiram um alto grau de desenvolvimento tecnológico e cultural, organizando-se em diversas classes sociais, tais como nobres, sacerdotes, guerreiros, comerciantes e escravos. Eles possuíam uma escrita pictográfica e dois calendários (astronômico e litúrgico). No entanto, embora eles não fossem tão avançados como os incas, eles tinham um calendário de 365 dias e também usavam hieróglifos.
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A história dessas civilizações ainda vai muito além com riquíssimos detalhes sobre as tradições, costumes, cidades, monumentos e muitos outros fatores. Porém, seria impossível contá-los todos em um só artigo.
De qualquer forma, nós do Mega Curioso quisemos esclarecer um pouquinho das trajetórias dessas culturas que contribuíram para o desenvolvimento das Américas. E, conte para nós, você gostaria de ter vivido em alguma delas?
*Publicado originalmente em 12/03/2014.
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