Estilo de vida
18/04/2014 às 04:59•3 min de leitura
Muitas conspirações realmente afetaram a História mundial, pois foram bem-sucedidas, tanto para o bem quanto para o mal. Entretanto, existiram conspirações que falharam e nem por isso deixam de ser tão interessantes quando aquelas que tiveram sucesso. Saiba quais foram logo abaixo.
É de conhecimento histórico que o próprio chefe de inteligência de Hitler, Wilhelm Canaris, planejava prendê-lo no momento em que o Führer emitiu a ordem para ocupar a Tchecoslováquia em 1938.
Ao mesmo tempo, o segundo no comando, Hans Oster, também conspirou com vários outros líderes militares e civis para deter e assassinar Hitler, porque eles temiam que a guerra que se seguiu significaria derrota total da Alemanha. Acredita-se que essa trama, que foi a mais extensa conspiração que já eclodiu no país antes da Operação Valquíria, envolveu o envio de um esquadrão de soldados para a sede Reich em Berlim para prender Hitler.
Porém, nem todos queriam o líder do partido nazista morto. Alguns dos conspiradores queriam o Führer vivo para colocá-lo sob julgamento ou trancafiá-lo em um asilo de loucos. Hans Oster, no entanto, acreditava que mantê-lo vivo não adiantaria, então ele planejou uma conspiração dentro de uma conspiração.
Depois que os soldados tinham apreendido Hitler, eles tinham a intenção de encenar um tiroteio, durante o qual Hitler seria atingido por uma bala perdida. A conspiração nunca decolou, principalmente por causa do Acordo de Munique, em que os aliados permitiram que Hitler essencialmente se retirasse da Tchecoslováquia sem derramamento de sangue.
Napoleão também escapou de uma morte conspiratória em uma véspera de Natal, durante seu período como primeiro cônsul da França. Ele quase foi vítima de uma bomba que explodiu perto de sua carruagem, na noite de 24 de dezembro de 1800, em Paris.
Os conspiradores — monarquistas e membros da nobreza — haviam colocado o artefato explosivo escondido ao longo do percurso que a carruagem de Napoleão faria a caminho de uma ópera.
Para a sorte de Napoleão, a combinação de um estopim lento e a condução em alta velocidade de seu cocheiro bêbado permitiu que a sua carruagem passasse pela bomba antes dela explodir. Um segundo veículo que levava sua esposa, Josephine, também evitou a explosão porque se movia muito devagar.
Apesar de ambos os conseguirem chegar à ópera ilesos, a explosão feriu cerca de 52 pessoas, sendo que algumas morreram. Após a ocorrência, as autoridades conseguiram prender alguns dos conspiradores, que mais tarde foram condenados à guilhotina. O resto escapou com sucesso para a Inglaterra, onde eles continuaram a conspirar contra Napoleão.
Força, lutas, disciplina e línguas afiadas nunca foram problemas para os espartanos. Eles tinham essas qualidades que fizeram a sua história, mas, em se tratando de seus escravos, eles não sabiam como lidar. Regularmente, os espartanos agiam com extrema violência e assassinavam muitos de seus servos, gerando muito medo nesses trabalhadores.
Essa brutalização sistemática acarretava crescentes tensões entre os espartanos e seus escravos, resultando até mesmo em uma série de conspirações para derrubar os antigos guerreiros do poder. Em um desses casos, um jovem espartano chamado Cinadon conspirou para unir as classes mais baixas e fazer uma revolta contra seus governantes no quarto século a.C.
Embora fosse tecnicamente um cidadão, Cinadon pertencia à classe dos espartanos inferiores, que eram muito pobres para pagar suas dívidas e perderam os seus privilégios políticos e sociais. Aproveitando o descontentamento das classes mais baixas, Cinadon secretamente recrutou milhares para sua causa e até mesmo se gabou de que seus homens “comeriam” a matéria-classe dominante.
Infelizmente, um recruta dedurou a trama para os éforos (líderes), que prenderam Cinadon, o torturaram e o condenaram à morte. Quando perguntado por que ele queria se revoltar, Cinadon deixou-os com uma resposta na forma verdadeira de um espartano: "Para ser inferior a ninguém na Lacedemônia (Esparta)”.
Uma das figuras mais icônicas dos Estados Unidos, Abraham Lincoln pode ter sido secretamente um terrível presidente. Desesperado para acabar com a Guerra Civil, Lincoln teria forças autorizadas da União para realizar um ataque relâmpago em Richmond, Virginia, e assassinar o presidente confederado Jefferson Davis e seus ministros.
No entanto, o ataque foi malsucedido, resultando na morte de vários homens, incluindo o Coronel Ulric Dahlgren, de quem os confederados encontraram documentos com as ordens criminosas. A mídia sulista denunciou a trama, enquanto a União descartou publicamente os arquivos como meras falsificações.
Após a investigação privada, no entanto, o general da União, George Meade, concluiu que as assinaturas eram de fato genuínas. Jefferson Davis escreveu mais tarde em seu diário que ele acreditava que a ordem se originou do próprio Lincoln. Independentemente disso, os documentos conspiratórios só serviram para gerar mais ódio entre os confederados e a União.
Se essa conspiração tivesse sido bem-sucedida, é bastante provável que ainda existisse a Guerra Fria. Temendo que as reformas democráticas do presidente soviético Mikhail Gorbachev fosse desmembrar a União Soviética, a linha dura do Partido Comunista lançou um golpe final, em 19 de agosto de 1991.
Liderada por comunistas conhecidos coletivamente como "A Gangue dos Oito", os conspiradores detiveram Gorbachev e sua família na casa de férias na Crimeia, ordenando que as forças leais tomassem o poder em Moscou e que prendessem o presidente da Rússia, Boris Yeltsin.
Contudo, Yeltsin desafiou seus esforços para prendê-lo, ficando dentro do edifício do Parlamento e convidando o público a apoiá-lo. Milhares de manifestantes tomaram as ruas e enfrentaram tanques e tropas, que eles conseguiram convencer a mudar de lado. Sem mais nenhum apoio, os líderes abandonaram a trama depois de três dias. Após esta crise e a falha do golpe, a União Soviética efetivamente chegou ao fim.