Ciência
08/04/2016 às 08:56•3 min de leitura
Modelito vergonhoso
Quem nunca pagou mico — ou aprontou alguma bobagem — depois de beber um pouco demais? Pois, durante os séculos 16 e 17, surgiu na Europa um castigo bem inusitado para os beberrões baderneiros: a capa do bêbado. A punição consistia em ter que usar um barril com aberturas para cabeça, pernas e braços, além de pagar uma multa em dinheiro, e tinha como objetivo “ensinar” a importância de beber com responsabilidade.
Já pensou se esse castigo ainda fosse aplicado?
Na realidade, a pena não tinha como objetivo provocar ferimentos ou danos físicos ao infrator, a não ser que o “corretivo” fosse aplicado na Espanha! Ah, os espanhóis medievais e sua fixação pelo sofrimento alheio... Por lá, o castigo era conhecido como manto espanhol e consistia em prender o bêbado dentro do barril, deixando apenas sua cabeça de fora, e forçá-lo a ficar ajoelhado em seu interior — sobre seus próprios dejetos.
Era pior do que parece
O cangue surgiu na China por volta do século 17 e, basicamente, consistia em colocar uma placa de madeira ao redor do pescoço do castigado. Parece tranquilo, certo? Bem, nem tanto! O tamanho da placa não permitia que o punido se alimentasse sozinho e o obrigava a depender da boa vontade de sua comunidade para não morrer de fome e sede.
Versão para gangues
Além disso, o peso da placa variava conforme a gravidade do crime, e existem registros de infratores que tiveram que carregar peças com cerca de 90 quilos, e até de pessoas que morreram de exaustão. Outra curiosidade sobre o cangue é que havia variantes, como chapas de madeira que permitiam que mais de uma pessoa fosse punida ao mesmo tempo, assim como uma versão que, além da moldura do pescoço, contava com uma gaiola para o corpo.
Projeto verão livre!
Introduzida na Inglaterra na Era Vitoriana, a esteira não tinha como objetivo manter os prisioneiros em forma! Aliás, nem pense nela como aquelas máquinas que hoje em dia são disputadas nas academias. Os dispositivos do passado eram uma espécie de cilindro gigante e contavam com degraus — e os presos tinham que passar nada menos do que oito exaustivas horas por dia subindo o que parecia uma escada sem fim.
Todos em forma
Em algumas prisões — nas quais os diretores tinham mais visão para os negócios —, as esteiras inclusive serviam para acionar moinhos para a produção e venda de farinha, portanto, de certa forma, os presos “pagavam” por suas estadias. A punição, além de extenuante, era incrivelmente monótona e tinha como propósito convencer os infratores de que a vida do crime não compensava.
Entre o equilíbrio e a dor
Esse tipo de punição se tornou bastante popular na Europa entre os séculos 16 e 17 e consistia em suspender os infratores com uma corda e colocá-los com um dos pés descalços sobre uma estaca de madeira. Os acusados podiam ser presos pelos punhos ou até pelos dedões das mãos, e as estacas eram afiadas de forma que não perfurassem a pele, mas com a ponta estreita o suficiente para tornar a experiência muito dolorosa.
Pense no desconforto...
Então, o prisioneiro era puxado com a corda e obrigado a se apoiar sobre a estaca, e quando o desconforto era grande demais, ele podia aliviar um pouco o peso puxando o corpo para cima — o que também era bastante angustiante, já que a dor simplesmente era transferida para o punho.
Também conhecida como “Juízo de Deus”, a ordália surgiu há milênios, e o registro histórico mais antigo que existe dela se encontra no Velho Testamento. Mais do que uma punição propriamente dita, a ordália era aplicada quando não existiam provas conclusivas contra os acusados de cometer algum crime, e os pobres coitados eram submetidos a uma série de suplícios para provar sua inocência — o resultado dependia de um milagre de Deus.
Que vença o inocente!
Assim, os acusados eram, por exemplo, obrigados a duelar e, se sobrevivessem à luta, ficava provado que eles não haviam cometido nenhuma transgressão. Outros martírios envolviam ter que pegar uma pedra dentro de um recipiente cheio de água fervente e, se depois de três dias os braços do réu mostrassem sinais de queimadura, ficava provada a sua culpa, e caminhar com uma barra de ferro incandescente por determinada distância nas mãos sem soltá-la.
Ui...
No entanto, nem sempre os testes eram tão severos! Às vezes, os acusados tinham que ficar diante de uma cruz ao lado dos acusadores com os braços estirados, e perdia a causa quem abaixasse os membros primeiro, ou, ainda, comer uma torta inteira sem engasgar. Já os suspeitos de assassinato podiam ser forçados a ficar diante do cadáver e encará-lo por determinado período de tempo e, se o defunto voltasse a sangrar, então o suspeito se tornava culpado.
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