Artes/cultura
30/04/2018 às 14:20•3 min de leitura
Hoje, 30 de abril, faz 73 anos que Adolf Hitler cometeu suicídio em seu Führerbunker, o imenso abrigo construído sob a Chancelaria do Reich para mantê-lo protegido e local para onde ele havia transferido sua residência meses antes. Segundo testemunhas, o Führer disparou um tiro contra a própria têmpora com uma Walther PPK de 7,65 mm, e o cadáver dele e o de sua esposa, Eva Braun — que também tirou a própria vida —, teriam sido cremados no dia seguinte, justamente para evitar o risco de que os corpos fossem capturados pelos soviéticos e expostos e atacados em praça pública como aconteceu com o de Benito Mussolini.
No entanto, como você deve saber, existe muita gente por aí que jura que toda essa história de suicídio e destruição de corpos não passa de papo furado e que tudo fez parte de uma armação orquestrada por Hitler e seus homens para que ele pudesse escapar da Alemanha — e terminar seus dias de boa em algum país da América do Sul. Você já deve ter ouvido esse rumor, não é mesmo? Aliás, sabia que existe mais de uma teoria (da conspiração, obviamente) sobre que fim levou o Führer?
A morte de Adolf Hitler foi anunciada através de uma transmissão de rádio no dia 1º de maio de 1945, pelo Grande Almirante Karl Dönitz — que disse que o Führer havia falecido de forma galante enquanto liderava seus homens em uma batalha contra o Exército Soviético. Na transmissão, Dönitz também disse que Hitler tinha nomeado seu sucessor em seu testamento, que a sede do governo alemão seria temporariamente transferida de Berlim para Flensburgo, no norte do país, e que tudo estava bem e a vida continuaria normalmente. Só que não...
Esta seria a última foto de Hitler (Rare Historical Photos)
É óbvio que não estava tudo bem! A Alemanha foi derrotada, dias depois do anúncio Dönitz foi capturado pelos aliados e reunido com outros grandalhões do regime nazista e, com ele, foi encontrado um telegrama enviado por Goebbles, o Ministro da Propaganda do Reich, avisando que Hitler estava morto — sem mencionar qualquer detalhe sobre a forma como o Führer havia partido desta para uma melhor.
Só que como não havia um corpo para comprovar que Hitler realmente havia morrido, não demorou até que começassem a circular boatos de que o Führer tinha sobrevivido e fugido da Alemanha em um submarino para a Argentina. O FBI e a CIA chegaram a investigar as alegações — e o envolvimento das duasagências governamentais serviu para dar ainda mais força aos rumores.
O Führerbunker destruído (Wikimedia Commons/Bundesarchiv/Otto Donath)
Um problema encontrado pelos norte-americanos foi que a (então) União Soviética era quem poderia ter acesso a informações mais “quentes” sobre o que poderia ter acontecido com o cadáver de Hitler e, como você sabe, os soviéticos não eram de sair revelando informações assim, sem mais nem menos, né?
Na realidade, eles meio que fizeram circular fake news — e a gente achando que esse era um fenômeno recente... — para confundir todo mundo, dizendo que tinham o corpo, depois que os britânicos tinham roubado o defunto Führer e, ainda, que eles tinham um fragmento do crânio de Hitler. Só que exames conduzidos no artefato revelaram que ele pertencia a uma mulher...
Logo após o fim da guerra, um general da SS chamado Walter Schellenberg que havia sido capturado pelos aliados disse que Hitler não tinha atirado contra a própria cabeça, mas sim sido envenenado por Himmler, um dos homens mais próximos ao Führer. Outra conversa que foi apurada na época foi a de uma mulher chamada Carmen Mory, que jurava ter informações em primeira-mão de que Hitler, sua esposa, Eva Braun, e vários de seus comparsas tinham adotado identidades falsas e estariam vivendo em algum lugar da Bavária.
Cartaz criado serviço secreto dos EUA mostrando a possível mudança de aparência de Hitler (Wikimedia Commons/United States Secret Service)
Teve ainda um piloto da Luftwaffe chamado Peter Baumgart que contou aos aliados que tinha transportado Hitler pessoalmente à Dinamarca no dia em que ele teria cometido suicídio. Outra testemunha que surgiu foi um cidadão argentino que, em setembro de 1945, falou para o pessoal do FBI que tinha visto Hitler e seus homens pessoalmente — e que essa turma do mal tinha estabelecido residência aos pés dos Andes, onde o clima era mais “europeu”.
Anos mais tarde, na década de 60, Phillip Citroen, um piloto veterano da SS, contou à CIA que manteve contato frequente com o Führer na Colômbia, antes de ele se mudar para a Argentina, e parece que esse cara inclusive teria fornecido uma foto dos dois juntos. O problema é que surgiram centenas de testemunhos como esses, sendo diversos deles de pessoas que tiveram envolvimento com crimes de guerra e, portanto, tinham interesse em receber o perdão por seus atos. Sendo assim, essas histórias podem ter sido fabricadas.
Sofá — com manchas de sangue — onde Hitler teria cometido suicídio (Time)
Ademais, apesar das muitas alegações apresentadas pelas supostas testemunhas, nenhuma das pessoas ouvidas conseguiu apresentar evidências concretas e irrefutáveis que comprovassem seus relatos. Com isso, a história do suicídio de Hitler continua sendo aceita como versão oficial dos fatos — mesmo que a ausência do corpo siga despertando o fascínio e surgimento de teorias sobre a possível fuga do Führer. E você, caro leitor, no que acredita?