Ciência
11/02/2020 às 10:00•2 min de leitura
Uma equipe de astrônomos descobriu, com a colaboração do telescópio canadense CHIME (Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment), localizado na Columbia Britânica, Canadá, uma nova série de sinais de rádio, também conhecida como FRB (fast radio bursts), vinda do espaço. A emissão, detectada nas profundezas do mar de estrelas, também caracteriza a primeira vez que um grupo de cientistas consegue identificar um efeito de som periódico, recorrente em um ciclo temporal.
Os sinais espaciais, conhecidos por sua dificuldade de identificação por possuiur aspectos irregulares e, até então, desconhecidos, foram encontrados algumas vezes pelos cientistas desde 2007, quando detectada inicialmente. Dessa vez, a observação sobre sua periodicidade foi uma conclusão obtida após a análise da frequência sonora durante um período de 409 dias e detectou que o sinal se propaga a cada 16,35 dias, quando, a cada duas horas durante quatro dias, emite explosões de rádio, e silencia pelos próximos doze dias. Assim, o ciclo se repete constantemente.
“Saber que existe mais uma [série de sinais] sugere que muitos outros podem existir”, disse Ingrid Stair, astrofísica da Universidade da Columbia Britânica. "Com mais repetidores e mais fontes disponíveis para estudo, nós talvez possamos compreender estes quebra-cabeças cósmicos — de onde eles vêm e o que os causa".
A série de sinais de rádio cíclica, conhecida tecnicamente por FRB 180916.J0158+65, é um avanço para a detecção da origem e das causas da existência de um dos maiores misterios referentes ao contato espacial, que ainda são estudados por diversos grupos de astrônomos que tentam arriscar uma explicação para o evento. A descoberta de uma periodicidade de 16,35 dias em uma fonte recorrente FRB é uma importante pista para a natureza desse objeto", dizem os pesquisadores, em um artigo publicado no Arxiv.
Para os cientistas, o surgimento de objetos de sinal de rádio vindo do espaço pode ser indicativo para os chamados sistemas binários, caracterizados por possuir baixas frequências sonoras e alta liberação de energia, sendo os casos de buracos negros, supernovas ou explosões estelares os mais comuns. Porém, pela distância da identificação dos sinais, a ideia de um buraco negro é praticamente inviável.
Os estudos sobre as periodicidades de FRB vindos do espaço continuam, à procura de conhecer o fenômeno.