Ciência
13/09/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 13/09/2024 às 09:00
Quase todo brasileiro, durante a infância, já foi assustado pela história da loira do banheiro. Há várias versões dessa lenda urbana, mas normalmente ela repete algumas etapas. Algumas das mais comuns dizem que a loira do banheiro seria um espírito que pode ser evocado ao repetir seu nome no espelho, batendo na porta do banheiro três vezes, puxando a descarga ou dizendo palavrões.
O que nem todo mundo sabe é que essa lenda nacionalmente conhecida pode ter origem a partir de uma história real, ocorrida em São Paulo durante o século XIX.
Supõe-se que a história original envolva a morte de uma jovem mulher chamada Maria Augusta de Oliveira Borges, aos 26 anos. Ela teria morado em uma mansão em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, localizada no terreno onde hoje fica a Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves. De acordo com a lenda, foi nessa escola que surgiu originalmente a primeira aparição do espírito.
Maria Augusta era filha do Visconde de Guaratinguetá, que forçou a filha a se casar em 1880, quando tinha apenas 14 anos. A decisão por um casamento arranjado, com um homem 21 anos mais velho, tinha interesses políticos.
Depois de casar, a garota, incomodada com a situação, teria roubado as joias do marido para tentar juntar dinheiro para fugir para Paris, o que fez quando tinha 18 anos. Só que, poucos anos depois, Maria Augusta morreu na Europa, e seu corpo foi trazido para o Brasil de navio.
Durante o translado, ladrões teriam violado o caixão para roubar as joias, o que fez com que seu atestado de óbito sumisse. Por isso, não se sabe até hoje do que Maria Augusta morreu. Há narrativas que dizem que ela pode ter morrido de raiva, doença que acometia a Europa na época.
Poucos anos depois, a mansão onde Maria Augusta vivia foi devastada por um incêndio criminoso, ocorrido em 1916. Nesta época, a casa já havia se tornado uma escola, que foi reconstruída.
Desde então, pessoas começaram a relatar que ouviam sons estranhos, com um piano que toca sem que não haja ninguém para tocá-lo. Este piano era tocado por Maria Augusta, e está guardado até hoje na Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves.
Nas diferentes narrativas sobre a lenda da loira do banheiro, há também alguns rituais que são associados a formas de evocá-la. Verdade ou não, o fato é que a mera lembrança da triste jovem continua assustando muita gente nas escolas por todo o Brasil.