Ciência
17/05/2016 às 12:56•3 min de leitura
O esporte paralímpico surgiu em Stoke Mandeville, na Inglaterra, onde ocorreram as primeiras competições esportivas para deficientes físicos, como forma de reabilitar militares feridos na Segunda Guerra Mundial. Algumas modalidades surgiram da adaptação das versões olímpicas convencionais para garantir a inclusão de deficientes, como a natação, atletismo, rugby e muitas outras. A única modalidade de origem paralímpica é o goalball (para deficientes visuais).
O esporte paralímpico está em constante desenvolvimento e, cada vez mais, diversos atletas alcançam o nível de alto rendimento e passam a disputar competições oficiais e a representar o Brasil no cenário mundial.
Basquete em cadeira de rodas
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) nasceu em 1995, seguindo uma tendência internacional de criação de comitês nacionais após o surgimento do IPC (Internacional Paralympic Comittee). A ideia era reunir as entidades que representassem o esporte para pessoas com deficiência no âmbito nacional e, assim, garantir força e unidade para os atletas.
Hoje, o CPB é responsável por reger o desporto paralímpico no Brasil, organizar a participação do país em competições continentais, mundiais e em Jogos Paralímpicos, além de promover eventos em prol do desenvolvimento do esporte.
O comitê coordena diretamente cinco modalidades paralímpicas: atletismo, natação, halterofilismo, esgrima em cadeira de rodas e tiro esportivo. As outras 17 são de responsabilidade de organizações representativas de cada esporte – essa atuação ocorre com a consultoria e repasse financeiro do CPB.
Halterofilismo
O Comitê recebe recursos da lei Agnelo/Piva, que determina que 2,7% da arrecadação bruta das loterias federais seja repassada ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e ao CPB na porcentagem de 62,96% e 37,04%, respectivamente. Além desse benefício, o CPB possui diversas parcerias e convênios com o Ministério do Esporte, a Caixa Loterias, o Governo do Estado de SP e a Prefeitura do RJ. A empresa Braskem também patrocina o atletismo. Esses investimentos são revertidos para atletas, eventos, treinamentos, cursos e etc.
Remo
Ao todo, 22 modalidades fazem parte do programa dos Jogos Paralímpicos. Elas são muito parecidas com a versão tradicional, exceto por algumas adaptações e pela classificação funcional específica. São elas: triatlo, canoagem, atletismo, goalball, natação, tênis em cadeira de rodas, voleibol sentado, basquete em cadeira de rodas, halterofilismo, remo, tiro com arco, bocha, futebol de 5, futebol de 7, hipismo, ciclismo, rugby em cadeira de rodas, tiro esportivo, esgrima em cadeira de rodas, judô, tênis de mesa e vela.
Cada esporte determina o próprio sistema de classificação funcional, baseado nas habilidades funcionais, identificando as áreas chaves que afetam o desempenho para a performance básica do esporte escolhido.
Tiro esportivo
Em relação à colocação no quadro geral de medalhas, a melhor participação do Brasil foi em Londres/2012. A delegação brasileira terminou os Jogos em 7º lugar no ranking geral, com 43 medalhas, sendo 21 delas de ouro, 14 de prata e 8 de bronze.
Porém, em Pequim/2008, o Brasil conseguiu o maior número de medalhas no total: 47, sendo 16 de ouro, 14 de prata e 17 de bronze. Em território chinês, a delegação brasileira ocupou o 9º lugar no quadro geral de medalhas. Nossa meta para os Jogos do Rio 2016 é ficar em 5º no quadro geral.
Atletismo
O nadador Daniel Dias é dono de 15 medalhas, sendo 10 de ouro, 4 de prata e 1 de bronze. Em Pequim, Daniel terminou os jogos com 4 medalhas de ouro, 4 de prata e 1 de bronze. Em Londres, o nadador conquistou mais 6 medalhas de ouro paralímpicas em sua carreira. Ele também já ganhou 3 prêmios Laureus, equivalente ao Oscar para o mundo do esporte.
Daniel Dias com um de seus prêmios Laureus
Os Jogos Paralímpicos do Rio 2016 acontecerão após os Jogos Olímpicos, de 7 a 18 de setembro, na cidade do Rio de Janeiro. O Brasil terá por volta de 270 atletas, representando o país nas 22 modalidades – a maior delegação desses Jogos. Vale destacar a nossa estreia no tiro com arco, uma modalidade que já existia, mas que nunca havíamos participado.
Tênis em cadeira de rodas
A confusão é bastante frequente, já que o termo mais comum era “Paraolímpico”; porém, convencionou-se junto ao IPC (Comitê Paralímpico Internacional) o uso de “Paralímpico” devido à tradução de Paralympic do inglês.
Desfile da tocha olímpica e paralímpica
Matéria feita com a colaboração do Comitê Paralímpico Brasileiro
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