Saúde/bem-estar
06/12/2017 às 04:00•2 min de leitura
Um dos estereótipos mais fortes do marxismo caracteriza-se em sua oposição e seu repúdio ao capitalismo. No entanto, a explicação de Marx sobre o comunismo não é uma simples rejeição ao modelo capitalista. Marx viu a história como uma progressão das sociedades tentando produzir o máximo de capital possível através da exploração de diferentes classes.
O comunismo era a sociedade idealizada de Marx, a compreensão definitiva do progresso humano: pessoas produzindo uma grande quantidade de capital, sem distinção de classes. Por essa razão, Marx viu o capitalismo como um aperfeiçoamento nos modos anteriores de produção, especialmente porque isso conduziria ao comunismo.
Karl Marx, o infame pai do comunismo moderno, não pode ser mencionado sem ser relacionado a certos estigmas em alguns países ocidentais. Junto a Friedrich Engels, Marx desenvolveu e popularizou o comunismo para um público moderno, dando início, no fim das contas, a numerosas revoluções e mudanças sociais, que podem ou não ter se desviado de seus preceitos.
Para muitos, Marx é visto como um grande inimigo do capitalismo — um dos princípios fundamentais de nações industrializadas como os Estados Unidos, por exemplo. No entanto, Marx odiava o feudalismo e tribalismo muito mais do que o capitalismo. Isso porque o capitalismo e o comunismo tinham um grande ponto em comum: a capacidade de produzir material em abundância.
Para Marx, toda História é o resultado de brigas entre classes e exploração a fim de produzir mais bens para uma classe dominante. Sociedades pré-históricas eram igualitárias, sem classes, mas eram sujeitas à escassez de material. Após evoluir, a humanidade passou a produzir mais material, mas foi divida em classes. O tribalismo levou a modos arcaicos de produção, que levaram ao feudalismo, que, por sua vez, levou ao capitalismo.
O capitalismo acabou com as complicadas fronteiras de classe do feudalismo e criou um modo econômico de produção extremamente bem sucedido baseado em apenas duas classes: a burguesia e o proletariado. A burguesia controla os meios de produção e, portanto, o lucro. O proletariado controla o trabalho.
Aparentemente, Marx adorava o materialismo e o consumismo, assim como a industrialização, em contraponto ao seu ódio à vida rural. Ele queria que toda a humanidade tivesse acesso à abundância material da burguesia. Por essa razão, há indícios de que ele gostava do capitalismo, que eliminou a inutilidade das classes medievais, criando um governo apenas para gerenciar os negócios da burguesia e produzir vastos montantes de capital para mais pessoas.
Somente com a existência do capitalismo é que o comunismo torna-se possível, pois apenas o capitalismo tem a capacidade de produzir material em abundância o suficiente para satisfazer as necessidades e vontades de todos.
O comunismo é o capitalismo controlado pelas massas, colocando um fim na exploração das classes. Uma vez que proletariado controla todos os aspectos do capitalismo, Marx acreditava que a humanidade poderia ser livre. Vendo assim, ambos os modelos sociais não são inteiramente opostos no fim das contas: o objetivo dos dois era produzir grandes quantidades de capital, em nome do materialismo e consumismo, através da industrialização.
*Publicado em 10/5/2014