Ciência
28/04/2014 às 06:39•5 min de leitura
Hora de fazer as malas e embarcar para uma viagem um pouco diferente das que você está acostumado a fazer. O destino de hoje é o Egito, e a tal diferença está no fato de que quem vai para o Egito acaba também fazendo uma expedição histórica – ou você acha que não é uma verdadeira viagem no tempo poder ficar diante das pirâmides de Gizé ou da Grande Esfinge?
O país árabe, que também é considerado um Estado transcontinental devido aos territórios na África e na Ásia, é um dos mais antigos espaços povoados do mundo. Só para você ter ideia, o Egito é habitado desde o 10º milênio a. C.
A capital é a cidade do Cairo, a mais populosa de todo o continente africano; o idioma oficial é o árabe e a moeda utilizada no país é a Libra egípcia. As temperaturas são altas, principalmente no verão, podendo ultrapassar os 40º C. No inverno os termômetros registram temperaturas mais amenas, mas não chega a ser muito frio. Como é uma região desértica, chove muito pouco.
Não tem como falar do Egito Moderno sem relembrar de pelo menos alguns aspectos importantes das civilizações antigas que habitaram o país, cujos costumes culturais nos encantam até os dias de hoje.
Você sabia, por exemplo, que a maioria das pirâmides do Antigo Egito foram construídas para servir como túmulos aos faraós e suas famílias? Detalhe: ao todo, existem 130 pirâmides. Aliás, a vida após a morte era de extrema importância aos egípcios.
As técnicas de mumificação foram desenvolvidas porque os povos do Antigo Egito acreditavam que as almas dos corpos preservados viveriam eternamente. Quando esticadas, as faixas que cobriam uma múmia podem chegar a 1,6 km.
Ainda não se sabe ao certo como as pirâmides eram construídas, principalmente devido à perfeição de suas formas e à imensidão de cada uma delas. A pirâmide de Khufu, por exemplo, é a maior de todas e seu peso é o equivalente a 16 Empire State Buildings, o arranha-céu com mais de 100 andares localizado em Nova York.
Muitas pessoas acreditam que as pirâmides foram erguidas por escravos, mas isso não é totalmente verdade. Há evidências de que os serviços eram feitos por trabalhadores pagos. Os responsáveis pelas construções dos monumentos eram artesãos e trabalhadores temporários. Os escravos faziam parte do Egito Antigo, mas acredita-se que eles eram utilizados em serviços mais domésticos.
Antigamente, no Egito, tanto homens quanto mulheres usavam maquiagem. Os olhos eram geralmente delineados com cobre ou chumbo. As pinturas eram feitas porque os egípcios acreditavam que isso causava proteção contra o Sol e, de quebra, oferecia poderes mágicos de cura.
Se tem uma coisa que marca a cultura egípcia é a fartura: o alfabeto, por exemplo, tinha mais de 700 hieróglifos! E quando o assunto era religião, saiba que os egípcios acreditavam em pelo menos 2 mil divindades diferentes. Eles tinham deuses para tudo, e cada um deles tinha sua própria função. Todos deveriam ser adorados, para que cada cidadão pudesse ter uma vida equilibrada.
Gatos eram considerados animais sagrados – acredita-se que cada família tinha um gatinho de estimação. A crença era a de que o animal traria boa sorte à casa. Para passar o tempo, eles gostavam de alguns jogos. Um deles era chamado de “Senet” e a ideia era jogar palitinhos – quase como fazemos com os dados hoje – e ver quantas casas deveriam ser andadas em um tabuleiro com 30 quadradinhos. Era uma espécie de Jogo da Vida Antiga.
Aliás, você precisa saber que muitos dos itens utilizados pela humanidade até hoje foram inventados pelos cidadãos da terra de Cleópatra. Alguns desses itens são: papel, caneta, vidro, fechaduras, chaves e, inclusive, pasta de dente!
Falando em Cleópatra, vale frisar que uma das mulheres mais conhecidas de todo o mundo e que leva o título eterno de Rainha do Egito, na verdade, não era egípcia. Nascida em Alexandria, Cléo era, na verdade, parte de uma linha de macedônios gregos, descendentes de Ptolomeu I, um dos tenentes de maior confiança de Alexandre, o Grande. Cleópatra foi uma das primeiras pessoas da Dinastia Ptolemaica a falar o idioma dos egípcios.
As mulheres egípcias eram à frente de seu tempo e tinham, inclusive, reconhecimento social. Embora fossem vistas como inferiores aos homens, era comum que elas alcançassem independência financeira, pudessem comprar e vender propriedades e, inclusive, quando trabalhavam, recebiam o mesmo que os homens. As mulheres do Antigo Egito poderiam até mesmo se divorciar e casar de novo.
A alimentação dos egípcios, principalmente dos mais ricos, era à base de cerveja, vinho, pão e mel e, por isso, muitos faraós eram acima do peso e, inclusive, sofriam de diabetes. Alguns historiadores e pesquisadores acreditam que a Rainha Hatchepsut, por exemplo, era obesa e careca.
Um dos maiores países do mundo, além de ser um verdadeiro paraíso histórico, é também uma ótima opção de turismo. Se você procura um lugar calmo, com uma praia de águas, o Sharm el-Sheikh, na Riviera do Mar Vermelho, é mais do que indicado. O lugar está entre os queridinhos de várias celebridades, e agora conta com instalações modernas. Se você tem dinheiro para fazer uma viagem luxuosa, fica a dica.
Falando em Mar Vermelho, vale frisar que é a região é uma das mais bem cotadas por mergulhadores. As águas cristalinas permitem amplo acesso ao incrível cenário submerso, com corais tropicais e diversas espécimes de animais marinhos, que circulam enquanto você faz o seu mergulho.
Outro esporte bastante comum entre os egípcios é o golfe e, por isso, não se surpreenda ao encontrar campos verdinhos em meio a paisagens desérticas. Esses campos ficam situados, na maioria dos casos, em resorts luxuosos, então é preciso ter um pouco mais de dinheiro no bolso para se juntar aos jogadores.
Agora se você não tem dinheiro de sobra e, portanto, não poderá jogar golfe ou se hospedar na região do Sharm el-Sheikh, fique tranquilo, pois um dos melhores atrativos para quem é mais econômico é justamente fazer compras. Pode ser meio paradoxal querer que uma pessoa sem muita grana vá às compras, mas o motivo é que o Egito é a terra da pechincha e, mesmo que você esteja com o orçamento apertado, certamente vai poder voltar de sua viagem com algumas sacolinhas.
Nesse sentido mais consumista da coisa, a dica é o bazar Khan el-Khalili, que fica no Cairo. Os preços marcados nos produtos podem ser facilmente negociados com os comerciantes – um ótimo lugar, portanto, para comprar souvenirs, até porque lá tem de tudo: de tapetes a chaveiros. Depois, a dica é experimentar o tradicional café árabe – a região é cheia de estabelecimentos que vendem a bebida revigorante.
Uma vez que você tenha se instalado no Cairo, saiba que chegar às pirâmides não é tarefa difícil. Elas ficam, na verdade, pertinho do centro urbano do Cairo e há, inclusive, quem se decepcione com isso por acreditar que teria que se debandar para o meio do deserto para encontra-las. Não é bem assim.
É indicado também que você conheça o Museu do Cairo, cheio de exposições interessantes e, dizem, não muito bem organizadas. Ali você vai poder ver de perto algumas múmias milenares e, claro, as estátuas de faraós como o Amenhotep III, Ramsés II e Akhenaton. Sem falar nos famosos tesouros de Tutankhamon.
Quando você decidir que é para o Cairo que vai, escolha, preferencialmente, algum hotel no centro da cidade. Tem de tudo e para todos os bolsos. Por que é melhor ficar no centro? Porque essa área é mais bem servida para quem precisa de transporte público, bancos, supermercados, casas de câmbios e afins.
Uma vez que você já esteja acomodado, lembre-se de que o Cairo é uma cidade gigante e tumultuada. Você estará dependendo de um trânsito caótico e vai ouvir buzinas a todo o momento. Se você está sem guia turístico ou foi totalmente por conta própria, o ideal é que você escolha táxis e metrôs como forma de locomoção.
Para comer, você vai contar com restaurantes de todos os tipos, mas fique de olho nos pratos típicos, para depois não sair reclamando. Além das kaftas, há também o hamam, que você deve comer apenas se quiser saber qual é o gosto de um pombo. Na dúvida, sempre pergunte quais ingredientes estão no prato que você escolher.
O lugar é o que o próprio nome diz: um cemitério imenso que acabou virando moradia também para gente viva. A falta de habitações é um problema que afeta o país inteiro e, por isso, muita gente acabou indo morar em cemitérios. Por “muita gente”, entenda: dois milhões de pessoas.
Famílias inteiras vivem em túmulos antigos As crianças costumam brincar entre os mortos e, quando o tempo está quente – quase sempre –, o cheiro é bastante incômodo. Essas pessoas acabam morando em jazigos abandonados, sem energia elétrica ou água potável.
Há muitos turistas que visitam a Cidade dos Mortos e, se você quiser fazer o mesmo, é bom lembrar que o lugar é considerado perigoso por abrigar também alguns criminosos foragidos e traficantes de drogas.
Os moradores da Cidade dos Mortos vivem alheios ao que acontece no país. Estão ali esquecidos por um governo que não lhes dá oportunidades. Alguns cemitérios contam, inclusive, com comércios próprios, como padarias e mercearias.