Artes/cultura
25/07/2014 às 12:09•5 min de leitura
Hoje é sexta-feira e, como muitos de vocês já sabem, é dia do nosso quadro especial Próxima Parada aqui no Mega Curioso! Então arrume as suas malas imaginárias (pelo menos por enquanto) e prepare-se para viajar virtualmente para a Islândia, um dos países nórdicos mais impressionantes que existem no mundo. Localizada no Oceano Atlântico Norte, ao sul do Círculo Polar Ártico, essa é a décima oitava maior ilha do mundo – e que possui diversos vulcões em seu território (são mais de 100!).
A língua oficial é o islandês, considerada como uma das línguas nórdicas mais antigas e conservadores do mundo. A Islândia zela pela preservação do seu idioma, que conseguiu se manter praticamente inalterado devido à isolação geográfica do país e ao fato de que palavras estrangeiras não são admitidas no vocabulário nacional. Por exemplo, se um conceito novo é inventado, existe um departamento na Universidade de Reykjavík que é encarregado de desenvolver essas novas palavras gramaticalmente. Além disso, os islandeses só podem registrar nomes nórdicos em seus filhos para preservar o idioma.
Por falar em Reykjavík, essa é capital do país – e que possui mais de um terço da população do país concentrada em seus limites, aproximadamente 120 mil islandeses. Com seus típicos telhados coloridos para contrastar com o branco constante da paisagem, essa é a capital mais ao norte do mundo. A Islândia como conhecemos hoje, politicamente falando, é um país relativamente recente, visto que proclamou independência da Dinamarca no início do século 20 e só se tornou república em 17 de junho de 1944.
Por outro lado, ela já foi habitada por séculos por diferentes povos que desembarcaram em suas terras geladas, como vikings, celtas e nórdicos em geral em meados dos nos 800. A Islândia está entre os países mais desenvolvidos do mundo em termos de IDH e, apesar das últimas crises financeiras passadas em 2008 (que quase quebraram os cofres do país e afastaram investimentos), é considerado rica e atualmente estável.
A Islândia, apesar de estar localizada na Europa, não possui nenhum traço geológico europeu, possuindo formações bem próprias e específicas. O relevo do país é bastante acidentado, com montanhas que ficam na média dos 500 metros. O monte Hvannadalshnúkur (tente falar isso rápido três vezes) é o maior do país, com 2119 metros.
Além das montanhas e vulcões, o território islandês está repleto de glaciares (que cobrem 11% do território) – o mais conhecido deles é o Vatnajökull. Devido ao aquecimento global, o tamanho de muitos desses glaciares têm diminuído significativamente com o passar dos anos. As cataratas de Dettifoss também são parte da paisagem única da Islândia, com 44 metros de altura.
Quanto aos vulcões, o mais famoso deles é Eyjafjallajökull (tente falar isso rápido três vezes também), que causou muitos estragos e o fechamento de aeroportos pela Europa com suas erupções de 2010. Devido à atividade vulcânica, também existem vários gêiseres (dois dos maios famosos são o Geysir e Strokkur) e fontes termais em que as pessoas podem nadar mesmo em temperaturas negativas, como a chamada Lagoa Azul.
Infelizmente, várias erupções de vulcões já prejudicaram a vida os islandeses, como a do vulcão de Laki, em 1783, que dizimou um quarto da população do país e prejudicou a agricultura por anos. Para conferir alguns dos locais citados e outras imagens do país, veja as fotos abaixo:
Por incrível que isso possa parecer, a Islândia não é um país terrivelmente frio, principalmente se o compararmos com as temperaturas que estão ao seu redor. É claro que para os padrões brasileiros o local é extremamente gelado, porém não se o equipararmos à Groenlândia, por exemplo, que está logo ali ao lado. Mesmo assim, como podemos observar nas imagens de satélite, o país praticamente fica todo congelado no inverno.
Com clima oceânico subpolar, os verões são frescos e curtos e os invernos mais suaves, com temperaturas que (normalmente) não passam dos -3°, principalmente na capital. A corrente marítima do golfo, um fluxo de água quente que sai da América Central, permite que o litoral do país não seja excessivamente castigado pelo inverno nórdico (algo que não ocorre no centro da ilha).
Na Islândia é possível observar fenômenos naturais como a Aurora Boreal e o Sol da Meia-Noite. Esse último consiste no fato de o Sol permanecer 24 horas visível por dias das datas próximas ao solstício de verão, algo que ocorre devido à inclinação da Terra. O mesmo ocorre no inverno, quando as noites são mais longas e o período de escuridão é maior.
As raízes da cultura islandesa estão ligadas à tradição nórdica, principalmente na literatura, com sagas que foram escritas na Idade Média. A literatura islandesa medieval inclui as poesias chamadas de Eddas, que relatam os feitos heroicos de humanos e deuses nórdicos, obras clássicas escritas por antigos autores desconhecidos. O país foi influenciado pela cultura escandinava também em termos arquitetônicos e, como não existiam muitas árvores nos tempos de colonização, muitas casas possuíam turfas em seus telhados.
Em termos musicais, a Islândia possui um forte costume de corais, principalmente devido à Igreja Protestante. Por isso, grande parte das composições eram folclóricas ou religiosas. Isso mudou com a cantora Björk, que concebeu um estilo musical peculiar (músicas que apresentam diversos tipos de instrumentos e batidas eletrônicas misturadas).
Outro exemplo de banda famosa da Islândia é o Sigur Rós, que segue, em partes, o estilo musical iniciado por Björk. O país possui um grande foco cinematográfico hoje, principalmente por que diversos filmes de Hollywood foram e são filmados em seu território, como “Die Another Day” e “Batman Begins”. No quesito dos esportes, os mais comuns do país são o futebol, handebol e golfe – sendo o futebol o mais popular entre os islandeses.
Quanto à religião, a maioria dos islandeses é protestante – a principal instituição do país é a Igreja Nacional da Islândia. Apesar de a Igreja possuir ligação com o estado, existe total liberdade religiosa no país. De acordo com o estudo publicado em 2001, 23% dos habitantes da Islândia se consideram ateus.