Ciência
08/08/2014 às 11:52•6 min de leitura
Quando um de nossos leitores nos sugeriu que preparássemos um “Próxima Parada” sobre a Estônia, nós aqui do Mega Curioso nos fizemos a mesma pergunta que você provavelmente também se fez: “Estônia”? No entanto, é claro que fomos pesquisar, e não é que encontramos um monte de informações interessantes sobre o país?
Bem, a verdade é que todos os lugares do mundo têm seus encantos, e com a Estônia não podia ser diferente, não é mesmo? Assim, caro leitor, que tal se juntar a nós nessa viagem para descobrir os atrativos dessa terra surpreendente?
A Estônia está localizada no leste europeu e faz fronteira com a Rússia ao leste e a Letônia ao sul. Seu litoral — ou seja, uma extensão de quase 3,9 mil quilômetros — é banhado pelo Mar Báltico, e um total de 1.520 ilhas também faz parte de seu território que, no total, soma pouco mais de apenas 45 mil quilômetros quadrados, dos quais quase 42,4 mil se encontram no continente.
O país tem uma população total de 1.257.921 habitantes (segundo dados de julho de 2014), e quase 70% se encontra em áreas urbanas. Além disso, etnicamente falando, 67,8% da população são de origem estoniana, 24,8% de origem russa, 1,7% ucraniana, 1% de origem bielorrussa, 0,6% finlandesa e o restante de origem não especificada, portanto, além do idioma oficial estoniano, um bocado de gente também fala russo e ucraniano.
Com respeito ao clima, como você já deve ter imaginado, os invernos de lá não são para os fracos, com temperaturas médias que rondam os – 10 °C. Na primavera e no outono as temperaturas são mais amenas e ocorrem poucas chuvas, e no verão os termômetros sobem um pouco, marcando, em média, 16 °C. Ao longo do ano a temperatura média fica entre 4,3 °C e 6,5 °C, ou seja, o clima não é lá muito cálido, assim, caso você vá para lá, não se esqueça dos agasalhos.
Contudo, existem dois recordes interessantes relacionados com a temperatura: em agosto de 1992, ocorreu o dia mais quente da história do país na cidade de Võru, cujos termômetros marcaram 36,5 °C, enquanto o mais frio aconteceu em janeiro de 1940, quando a temperatura registrada em Jõgeva foi de – 43,5 °C. Bem, com essas informações, fica mais fácil planejar durante quais meses você deve visitar o país!
Depois de sete séculos de ocupação russa, alemã, sueca, polonesa e dinamarquesa — sem falar das invasões dos vikings antes do século 13 —, a Estônia primeiro se tornou independente em 1918 e, depois de ser anexada à União Soviética em 1940, reconquistou sua independência em 1991, após uma revolução não violenta que derrubou uma ocupação inicialmente agressiva.
Porto de Tallinn por Aleksey Bogolyubov, de 1853
Em 2004, o país se tornou membro da União Europeia e da OTAN e, desde então, uma das nações “ex-comunistas” mais prósperas da Europa, sendo governada através de um sistema liberal e transparente. E, voltando ao passado, evidentemente, todos esses séculos de ocupação contribuíram para enriquecer a cultura e moldar a arquitetura estoniana.
A capital Tallinn, por exemplo, foi construída por cruzados alemães no final da Idade Média, e, apesar de ter crescido bastante ao longo do tempo, as muralhas e torres da antiga cidade continuam praticamente intactas, tornando essa localidade um dos melhores exemplos atuais de cidade medieval na Europa. Além disso, também é possível encontrar muitos vestígios da Era Soviética pelo país, como é o caso da base militar abandonada de Paldiski.
Tallinn, além de ser a capital e a cidade mais populosa do país — com 400 mil habitantes —, graças ao seu famoso centro antigo, figura entre os sítios listados pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade. Nessa área da cidade, os turistas podem passear por ruelas estreitas de pedra enquanto contemplam residências, armazéns, celeiros, igrejas e outros edifícios medievais, sendo que muitos deles foram construídos no século 11.
O mais incrível é que a maioria dessas construções foi mantida em sua forma original. Isso porque, com o objetivo de defender a cidade ao longo da História, boa parte das estruturas foi edificada com o uso de pedras em vez de madeira, o que contribuiu para evitar danos por meio de incêndios e outros incidentes. Além disso, a cidade nunca passou por grandes reformas nem foi reconstruída, portanto, não é à toa que ela é conhecida como “Pérola Medieval da Europa”.
Região onde se encontra o centro antigo de Tallinn
Entre os pontos turísticos imperdíveis de Tallinn estão o edifício gótico da antiga prefeitura — localizado na agitada praça Raekoja, com seus 7 séculos de história —, as 26 torres de observação espalhadas pelas muralhas que envolvem a cidade e algumas igrejas famosas, como a de São Nicolau (ou Niguliste), construída originalmente no século 13, e a de São Olavo (ou Oleviste), edificada entre os séculos 15 e 16, cuja torre mede 159 metros de altura.
Moderno centro financeiro da capital
Além disso, outros locais de interesse são a Catedral Aleksand Nevsky, a maior igreja ortodoxa de Tallinn, e o Castelo Toompea — que hoje funciona como sede do parlamento e oferece vistas incríveis da cidade graças aos seus dois mirantes públicos. E, para que ninguém se canse de tanta coisa antiga, a cidade também conta com um centro pra lá de moderno que oferece inúmeras opções de divertimento, como restaurantes, bares e baladas agitadas.
Galeria 1
Para quem prefere fugir do agito da capital, a pitoresca cidade de Kuressaare, localizada na ilha de Saaremaa — a maior da Estônia —, é uma boa pedida. Além de contar com ruazinhas arborizadas, hotéis charmosos e vários cafés, nela se encontra um extraordinário castelo do século 13. A construção serviu de fortaleza no passado e hoje abriga um museu onde, entre outras coisas, é possível explorar as masmorras e conferir antigos instrumentos de tortura.
Castelo de Kuressaare
Já os amantes da natureza vão curtir uma passada pelo Lahemaa “rahvuspark” (ou parque nacional), o maior do país. Localizado em uma região rural da Estônia, o parque fica a cerca de 70 quilômetros de Tallinn e conta com 475 quilômetros quadrados de área vegetada, além de outros 250 quilômetros quadrados de área marinha. O Laheema abriga 14 lagos, oitos rios e quatro cachoeiras e oferece vistas bem interessantes.
Além do Parque Nacional de Lahemaa, outro muito famoso é o de Mastsalu, localizado na baía de mesmo nome, indicado para quem adora observar pássaros. Confira algumas imagens dos dois parques na galeria a seguir:
Galeria 2
E é claro que não podiam faltar algumas dicas sobre o que comer e beber na Estônia, afinal, “saco vazio não fica em pé”, não é mesmo? O passado conturbado do país também influenciou sua culinária, que incorpora aspectos da cozinha alemã, escandinava e russa. Assim, espere encontrar pão de centeio, carnes e peixes defumados — incluindo embutidos como presuntos e salames — e muitos laticínios, como queijos, iogurte e pudins.
Entre os pratos mais populares estão o sauerkraut — repolho azedo também conhecido como chucrute — e o black pudding, uma espécie de chouriço feito com sangue de porco e cereais. Para quem curte doces, além do marzipã, feito à base de amêndoas, o quitute tradicional estoniano se chama kama e é feito com centeio cozido, cevada e ervilhas, sendo normalmente servido com leite fermentado. Eles também têm por lá uma barrinha chamada kohuke, que consiste em coalhada coberta com chocolate.
Com respeito às bebidas, além da vodka — que é bem popular por lá —, os estonianos e visitantes costumam se empolgar bastante com o forte Vana Tallinn, um licor adocicado com sabor de rum aromatizado com diversas especiarias e teor alcóolico que varia entre os 40 e 50%. Outra bebida local é o Kännu Kukk (ou “galo bêbado”), feito a partir de zimbros e cominho. Seu teor alcóolico? Por volta de 40%.
Castelo Toompea