Reto robótico vai ser uma mão na roda para médicos que estudam a próstata

08/07/2016 às 07:132 min de leitura

Um dos maiores tabus dos homens, principalmente entre os heterossexuais, é o exame de próstata, que é recomendado a partir dos 45 anos de idade – ou 5 anos mais cedo, se houver incidência de câncer na família. O medo de como ele é feito, através do toque retal, faz com que muitos homens o evitem ao máximo. Porém, uma nova tecnologia está chegando para capacitar ainda mais os médicos e deixar o exame mais rápido e menos desconfortável.

Claro que um dedinho no ânus nunca deixará de ser desconfortável para quem acha que isso é sinônimo de homossexualidade, mas um reto robótico promete tornar a experiência menos traumática. Com ele, os médicos e enfermeiros vão ter uma compreensão completa do reto masculino, inclusive com sensações do que é normal e do que está fora do padrão – no caso, a próstata dilatada.

Através da teconologia haptic, os médicos poderão visualizar numa tela de computador tudo aquilo que estiverem estudando no reto robótico, inclusive com gráficos em 3D dos órgãos analisados. É bom saber, por exemplo, que o aumento da próstata pode estar relacionado a outras doenças, e não apenas ao câncer. Diversos desses cenários poderão ser programados nesse robô.

Nova tecnologia permitirá que os médicos enxerguem os exames internos em um tela de computador durante aprendizado do toque retal

Sensação real da pele

A invenção é dos pesquisadores da universidade Imperial College London, do Reino Unido, e foi apresentada na conferência Eurohapitcs, que aconteceu entre 4 e 7 de julho de 2016 em Londres. A equipe agora prepara um modelo feminino do robô, para que exames ginecológicos também possam ser estudados com essa tecnologia.

Atualmente, existem modelos de plástico nos quais os médicos estudam os exames prostáticos, mas nenhum deles se assemelha tão bem à realidade quanto o robô apresentado na conferência. A novidade reproduz a sensação real da pele e dos outros tecidos vivos (externos e internos), por isso é muito mais fiel e confiável.

Claro que sempre existe a possibilidade de os médicos treinarem os exames de toque em voluntários. Mas onde encontrar pessoas que topem passar por essa experiência? Se é um tabu fazer o exame de verdade, que dirá fazer apenas para ensinar os médicos as técnicas corretas do toque retal...

Robô reproduz com mais fidelidade os tecidos vivos do homem

Luva com sensores

Para a elaboração do robô prostático, os pesquisadores se basearam em exames de ressonância magnética de voluntários para criar uma estrutura anatômica média dos órgãos  da região retal do homem. Além disso, especialistas em próstata e médicos-cirurgiões deram consultoria e testaram o robô para ele ficar o mais fiel possível à realidade.

“O tamanho e a forma do reto e da próstata podem variar muito de pessoa para pessoa, e essa tecnologia permite que os médicos pratiquem suas habilidades em muitos pacientes virtuais diferentes”, explicou Fernando Bello, um dos pesquisadores responsáveis pela inovação. “Experimentar uma sensação realista é crucial no aprendizado”, concluiu Bello.

A próxima etapa é desenvolver luvas com sensores que podem ser primeiramente testadas no reto robótico e depois aplicadas em pacientes para coletar dados ainda mais precisos sobre a saúde da próstata. Espera-se que, em um futuro próximo, exames de toque possam trazer muito mais informações do que atualmente.

Diversos cenários poderão ser simulados no robô prostático

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