Artes/cultura
14/08/2021 às 05:00•2 min de leitura
Se você já acordou assustado com a sensação de que estava caindo, saiba que você não é o único. A maioria das pessoas têm "sonhos típicos" durante a vida. Esses sonhos são aqueles em que achamos que estamos voando, caindo ou sendo perseguidos e acordamos bem na hora que o pior aconteceria.
Mas se temos vivências, rotinas e culturas diferentes, como os sonhos são tão parecidos? O que faz o cérebro criar as mesmas sensações e situações? Tirando as explicações psicológicas e o significado do sonho que cada um tenta encontrar, há uma explicação neurocientífica para isso.
Primeiramente, para entender como o cérebro cria os sonhos, é necessário entender os estágios do sono. O sono REM, do inglês rapid eye movement ou "movimento rápido dos olhos" em tradução livre, é uma fase que se caracteriza pelos movimentos oculares rápidos, sonhos vívidos e movimentos involuntários com uma atividade cerebral intensa. Essa fase é muito importante para o processamento de memória e conhecimento.
Entramos no estado do sono REM cerca de 90 minutos depois de adormecer. Entramos e saímos dele diversas vezes durante a noite. (Fonte: Pixabay/Reprodução)
Nem todos os sonhos são resultados de impulsos subconscientes que estão na superfície. Durante o sono REM, também chamado sono paradoxal, o cérebro fica mais alerta do que quando você está acordado, mas, ao mesmo tempo, paralisa o corpo do pescoço para baixo e os movimentos ocorrem apenas nos olhos. Quando o cérebro está alerta em sono REM, os "sonhos típicos" podem surgir.
A diferença entre sonho ou pesadelo depende do seu estado de espírito na hora que vai para a cama. Preocupação, estresse ou insegurança podem contribuir para cenários ruins. (Fonte: Pixabay/Reprodução)
Há uma "ponte" que conecta o corpo e o cérebro, uma parte intermediária do tronco cerebral que contém feixes de células ou neurônios que ajudam você a dormir e acordar. É também nessa área que estão os agrupamentos de neurônios que recebem sinais do ouvido interno, que ajudam no senso de equilíbrio e nos guiam na direção que estamos olhando.
É nessa área, chamada formação reticular, que o processo de despertar ocorre. Assim, quando os neurônios responsáveis pelo despertar começam a ser ativados, o mesmo ocorre com as células do ouvido interno, que trazem o equilíbrio, criando uma sensação de não ter peso ou gravidade. Durante esses segundos, o corpo entende que está voando ou caindo, como se fosse uma cabeça sem corpo e projeta a ideia nos sonhos.
Conforme você vai despertando, a situação acelera a sensação de flutuação e você acorda antes de atingir o solo. O mesmo ocorre quando você sonha que está paralisado ou preso, pois há uma desconexão entre o cérebro e corpo.