Ciência
14/04/2022 às 06:30•2 min de leitura
Recentemente, uma equipe de pesquisadores da Sorbonne Paris North University e da French Network for Nutrition and Cancer Research, descobriu uma ligação entre os adoçantes artificiais usados em alimentos diversos e bebidas diet e o câncer.
De acordo com a pesquisa que envolveu mais de 100 mil pessoas, quem consome regularmente esses produtos têm mais chances de desenvolver alguns tipos de câncer em comparação aos indivíduos que não fazem uso deles.
(Fonte: Shutterstock)
A pesquisa em questão considerou os dados de 102.865 participantes com uma idade média de 42 anos, sendo em sua maioria do sexo feminino. Os pesquisadores acompanharam essas pessoas durante quase uma década registrando o consumo de adoçantes artificiais para 36,9% delas.
Ao fazer o levantamento dos dados a equipe de cientistas observou que 3.358 cânceres incidentes se desenvolveram durante os anos de acompanhamento. O grupo que usava adoçantes artificiais tinha 13% mais chances de ter a doença.
(Fonte: Shutterstock)
Ainda segundo o estudo, os adoçantes acessulfame-K e aspartame foram os mais associados ao risco de câncer, principalmente os de mama e aqueles relacionados à obesidade. Esses resultados foram publicados no periódico científico Plos One
Segundo os autores, embora esse estudo não tenha estabelecido relações causais, com base nas descobertas observadas eles não apoiam o uso de adoçantes artificias como alternativa segura ao açúcar das bebidas e alimentos.
Ao longo das últimas décadas os fabricantes desenvolveram diversas alternativas ao açúcar. Entre os compostos mais usados está o aspartame, utilizado desde 1981 e que está presente em milhares de produtos.
Embora o aspartame tenha as mesmas quantidades de calorias do açúcar, ele é 200 vezes mais doce. Esse benefício de poder adocicar mais os alimentos ingerindo menos calorias ajudou a popularizar esse composto rapidamente.
(Fonte: Shutterstock)
No entanto, o potencial de carcinogenicidade dos adoçantes artificiais, a exemplo do citado acima, sempre foi algo controverso, especialmente devido à falta de pesquisas sólidas sobre o assunto.
Em 2014, por exemplo, uma ampla revisão constatou que as pesquisas realizadas durante a década de 1970 e que serviram de base para colocar o aspartame no mercado não forneciam suporte científico sólido adequado para classificar a substância como segura para o consumo.
Além disso, uma revisão feita no ano passado sobre o aspartame e sua relação com câncer vai ao encontro do estudo dos pesquisadores da Sorbonne Paris North University, confirmando que esse adoçante artificial é um carcinógeno químico em roedores.
A expectativa é que esses novos dados levem a pesquisas mais completas sobre o nível de segurança para a saúde humana oferecida pelas dezenas de adoçantes artificiais disponíveis no mercado.