Lecanemab: remédio contra Alzheimer pode revolucionar tratamento

19/12/2022 às 11:002 min de leitura

Você sabia que, apenas no Brasil, cerca de 2 milhões pessoas são diagnosticadas com a Alzheimer todos os anos? É um problema de saúde que traz intensas dificuldades tanto para o doente quanto para seus entes queridos. Além disso, é uma doença muito complexa, pois se desenvolve por décadas sem que haja sinais aparentes de que algo está errado.

Mas uma notícia divulgada nos últimos dias trouxe excelentes novidades para as pessoas que sofrem com essa condição e animou a comunidade médica: trata-se de um novo medicamento para o tratamento dessa condição médica.

Os especialistas responsáveis pelos testes médicos consideraram o Lecanemab (nome dado ao novo medicamento) como importante, visto que os ensaios clínicos apresentaram descobertas positivas para o composto.

Alguns deles até sugerem que estamos diante do “começo do fim” da difícil e intensa busca por tratamentos eficazes contra o mal de Alzheimer, após a nova droga ter se mostrado capaz de reduzir o declínio da memória entre os pacientes testados.

Resultados

(Fonte: Michal Jarmoluk/Pixabay/Reprodução)(Fonte: Michal Jarmoluk/Pixabay/Reprodução)

O avanço médico possibilitado por essa pesquisa é tido como de grande importância porque dá fim a décadas de fracasso na busca por um resultado positivo. Em outras palavras, podemos estar vendo o nascimento de uma nova era para as pessoas que sofrem com Alzheimer.

De acordo com as informações divulgadas pela imprensa especializada, os resultados referentes ao ensaio clínico de fase três sobre o Lecanemab foram relatados pela Eisai, uma companhia farmacêutica sediada em Tóquio que se uniu a empresa de biotecnologia, Biogen, dos EUA, para o desenvolvimento do medicamento.

Segundo a Eisai, os primeiros resultados obtidos no mês de setembro deste ano e que envolveu um estudo com 1.795 pacientes com Alzheimer precoce, apontaram que, após um período de 18 meses, o Lecanemab conseguiu impedir a progressão da doença em 27% dos casos em comparação aos pacientes que receberam o placebo.

Os resultados e demais detalhes dessa pesquisa foram divulgados no periódico médico-científico The New England Journal of Medicine.

O Lecanemab

(Fonte: Mircea - See my collections/Pixabay/Reprodução)(Fonte: Mircea - See my collections/Pixabay/Reprodução)

Conforme os cientistas por trás do desenvolvimento do novo medicamento, o Lecanemab atua atacando uma substância denominada beta-amiloide. Basicamente, ela um tipo de composto pegajoso que se junta em quantidades significativas no cérebro de indivíduos com Alzheimer.

Sendo assim, esse medicamento trabalha de maneira semelhante ao que o corpo humano faz naturalmente para se proteger e combater bactérias e vírus, já que funciona como um anticorpo desenvolvido para induzir o sistema imunológico para limpar o amiloide do cérebro.

Para fins de esclarecimento, o amiloide é uma proteína. No cérebro, ela se acumula nos espaços situados entre os neurônios, dando início a formação de placas específicas que, por sua vez, são uma marca característica do mal de Alzheimer.

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

Mas nem tudo são flores. Apesar dos resultados promissores, há riscos elevados envolvidos. Por exemplo, varreduras cerebrais apontaram para a possibilidade de inchaço no cérebro e hemorragia. Dos mais de 1.700 participantes, cerca de 7% tiveram que interromper o tratamento devido aos efeitos colaterais. Além disso, a droga em questão foca nos estágios iniciais do Alzheimer.

Porém, conforme comentou a pesquisadora Susan Kolhaas, do Alzheimer's Research UK, mesmo apresentando um efeito modesto, o Lecanemab lança um pouco luz e esperança, especialmente para a possibilidade de as próximas gerações de medicamentos para o Alzheimer serem muito mais eficientes. 

Há muito o que se comemorar, afinal, como apontamos no início desse artigo, é uma busca de décadas que só teve fracassos até agora.

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