Saúde/bem-estar
06/02/2023 às 02:00•3 min de leitura
A obsessão por um corpo "perfeito" e "padrão" está na cabeça de muitas pessoas, mas o que realmente importa não é somente a forma física, e sim a alimentação e os hábitos diários. Há uma grande preocupação sobre a obesidade, porque segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta doença é um dos maiores problemas de saúde que enfrentaremos — e até 2025 teremos 2,3 bilhões de pessoas no mundo com sobrepeso e obesidade. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2003 a 2019 a população obesa feminina subiu de 14,5% para 30,2% e a masculina de 9,6% para 22,8%.
Assim, as pessoas tentam criar alternativas para perder peso de maneira mais fácil e uma delas é a semaglutida, medicamento que já foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O que você deve saber sobre ele?
A semaglutida é um medicamento inicialmente usado para diabetes tipo 2 que ganhou muito espaço para o tratamento da obesidade, tendo uma substância análoga ao GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon) e tem como estratégia e função a redução do apetite.
Como nutricionista, acredito que o medicamento foi liberado devido ao crescimento do número de obesos no país, mas ainda assim, esta decisão deve andar concomitantemente com políticas públicas para saúde, hábitos saudáveis e perda de peso.
Aplicação de semaglutida. (Fonte: Getty Images)
Trata-se de uma injeção em caneta que deve ser aplicada de forma subcutânea no abdômen, coxa ou braço 1 vez por semana. Seu mecanismo de ação, de acordo com a bula, é por meio do peptídeo análogo ao GLP-1, que tem diversas funções sobre o apetite e a glicose.
Assim, há a sinalização cerebral que indica a saciedade, a redução da glicose, maior liberação da insulina e também atraso do esvaziamento gástrico — por isso, muitas vezes, um dos efeitos colaterais é a sensação de estufamento. Deste modo, essa substância faz com que haja a perda de peso, de gordura e também reduz a preferência por alimentos gordurosos.
De acordo com o site da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), a semaglutida faz com que os pacientes percam em média 15% do peso em uma faixa de tempo de mais ou menos 1 ano.
Náusea e desconforto gastrointestinal: efeitos colaterais causados pela semaglutida. (Fonte: Shutterstock)
Os efeitos colaterais são diversos, por isso tome muito cuidado ao usar essa medicação e tome apenas com prescrição médica. Alguns deles são: tonturas, náuseas, diarreia e distúrbios gastrointestinais, vômitos, etc.
Com a medicação, você deve escolher ter uma vida de hábitos saudáveis, uma alimentação equilibrada e sem exageros, tomar uma boa quantidade de água, dormir bem e praticar exercícios físicos com uma frequência regular. São estes hábitos que realmente vão ajudar no seu resultado depois do término do tratamento com a semaglutida e para isso o paciente precisa de comprometimento e conscientização.
A semaglutida é vendida livremente nas farmácias. (Fonte: Shutterstock)
Uma caneta de semaglutida pode custar de R$ 500 a mais de R$ 1 mil — o valor varia devido à dosagem. A semaglutida pode ser vendida para consumo de maneira injetável e também oral. Somente o médico pode prescrevê-la, mas como foi liberada no Brasil, está na farmácia livremente à venda e não precisa de prescrição médica, mas o ideal é que este tratamento seja feito com acompanhamento multidisciplinar de médicos e nutricionistas.
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Marcela Andrade Lopes, colunista semanal do Mega Curioso, é bacharel em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas, bacharel em Nutrição, perita judicial na área da Nutrição e pós-graduanda em Saúde Pública com ênfase em Estratégia Saúde da Família. Ela pode ser encontrada em seu Instagram: @nutrimahandrade.