Estilo de vida
10/09/2023 às 02:00•2 min de leitura
A cada ano que passa, torna-se mais comum encontrar matérias nos meios de comunicação a respeito das ondas de calor que atingem o mundo. A escalada da temperatura global tem virado uma ameaça cada vez mais constante para a nossa existência, sobretudo em regiões onde o verão já é bem destacado.
Contudo, até que ponto o calor extremo é perigoso para nós? Uma péssima notícia para a nossa existência é que o chamado "calor mortal" já existe ao nosso redor e deve se tornar um problema muito maior do que é agora em quase todas as partes do mundo em relativamente pouco tempo.
(Fonte: GettyImages)
O calor é um assassino silencioso na Terra, sendo responsável por mais mortes do que qualquer outro desastre natural. Para se ter ideia, várias ondas de calor severas atingiram a Europa nas últimas décadas, incluindo no último verão do Hemisfério Norte. Esses fenômenos causaram dezenas de milhares de mortes em excesso.
Para piorar a situação, o número de mortos em países em desenvolvimento não é contabilizado corretamente, o que indica que provavelmente muito mais pessoas morreram por conta do calor extremo sem que nós saibamos disso. Mas tudo não está tão ruim que não possa piorar. Pesquisadores acreditam que o pior ainda está por vir e precisamos nos preparar para isso.
A temperatura média na superfície da Terra está agora no seu nível mais alto desde o início dos registros históricos e provavelmente o mais alto antes da última era glacial. As recentes ondas de calor mostram marcas claras do aquecimento global, mais do que qualquer outro impacto das alterações climáticas, como inundações ou secas. E a tendência é que o aquecimento global continuará pelo menos até a humanidade zeras as emissões líquidas.
(Fonte: GettyImages)
Um método científico para medirmos ondas de calor é avaliarmos a temperatura de bulbo úmido, que mede a capacidade de resfriamento por evaporação — igual a temperatura normal se a umidade relativa do ar for 100%. Na maioria dos casos, 35 °C já é considerado algo extremo, visto que a quase todas as partes do mundo nunca apresenta bulbos úmidos acima dos 30 °C.
Contudo, no passo que o aquecimento global tem escalado, as ondas de calor em muitas áreas poderão ultrapassar bulbos úmidos de 35 °C. Isso derruba a teoria de que os humanos poderiam se adaptar a qualquer quantidade de aumento de calor. Esse tipo de medida é usada por meteorologistas para quantificar o estresse térmico sofrido pelo nosso corpo.
Um novo estudo feito nos Estados Unidos descobriu que indivíduos jovens e saudáveis expostos a condições muito quentes desse tipo começaram a entrar em hipertermia, que é a incapacidade de regular a temperatura corporal central. Em países tropicais, a tolerância fisiológica ao calor é maior, mas mesmo assim o calor extremo é algo preocupante.
Na visão dos pesquisadores, o calor nos forçará a mudar a forma como vivemos. Por exemplo atividades ao ar livre no verão terão que ser feitas no período da noite ou simplesmente evitadas. Moradores de rua, por sua vez, correm um risco de vida gigantesco. Sendo assim, nós teremos que desenvolver métodos para nos adaptarmos ao calor extremo até que consigamos reverter o processo de aumento contínuo do calor.