Anticorpo derivado de lhamas pode tratar perda de visão

05/09/2023 às 13:002 min de leitura

Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia acredita ter descoberto um tratamento para casos de retinite pigmentosa (RP), um grupo de doenças oculares que afetam a retina na parte posterior do olho e pode causar perda da visão central, bem como visão noturna e colorida.

Esse é um problema causado pela morte de células que detectam sinais de luz, conhecidas como células fotorreceptoras. Até então, a doença não tem cura conhecida e novos tratamentos dependem de terapias celulares e genéticas. Contudo, a solução para tal quadro clínico pode ser bastante inesperada: lhamas.

Busca por tratamentos

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

De acordo com o novo estudo, os pesquisadores acreditam terem encontrado uma molécula específica capaz de fornecer o tratamento para casos de RP autossômica dominante associada à rodopsina (adRP). A rodopsina é uma molécula-chave sensível à luz na retina humana e mutações em seu gene são a principal causa de adRP.

“Mais de 150 mutações na rodopsina podem causar retinite pigmentosa, tornando um desafio o desenvolvimento de terapias genéticas direcionadas”, destacou o professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, Krzysztof Palczewski. Segundo o pesquisador, por conta da elevada prevalência de casos de PR, tem havido um investimento significativo em esforços de investigação e desenvolvimento de novos tratamentos.

Embora os pesquisadores tenham estudado a rodopsina há mais de um século, os principais detalhes de seu mecanismo de conversão de luz em sinal celular têm sido difíceis de abordar em experimentos. Para esse estudo, então, os cientistas usaram um tipo especial de anticorpo derivado de lhamas, conhecido como nanocorpo, o qual poderia interromper o processo de fotoativação da rodopsina e permitir que seja investigado em alta resolução. 

Soluções experimentais

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

“Nossa equipe desenvolveu nanocorpos que funcionam por meio de um novo mecanismo de ação. Esses nanocorpos têm alta especificidade e podem reconhecer a rodopsina alvo extracelularmente”, afirmou o pesquisador e cientista da Universidade da Califórnia, David Salom.

Os cientistas descobriram que esses nanocorpos têm como alvo um local inesperado na molécula da rodopsina. Também foi descoberto que o efeito estabilizador desses nanocorpos pode ser aplicado a mutações do gene da rodopsina que estão diretamente associados a doenças da retina — sugerindo o uso terapêutico.

"No futuro, esperamos envolver a evolução in vitro deste conjunto inicial de nanocorpos. Também avaliaremos a segurança e a eficácia de uma futura terapia genética de nanocorpos para RP", esclareceu Arum Wu em comunicado oficial emitido pela Universidade da Califórnia. Os investigadores esperam melhorar a capacidade dos nanocorpos em reconhecer a rodopsina de outras espécies, incluindo ratos.

Existe também um plano de usar esses nanocorpos para atingir um objetivo de longo prazo no campo da resolução estrutural dos principais estágios da rodopsina, desde seu estado inativo ao estado totalmente ativado. Com isso, novas estratégias poderiam ser traçadas no futuro para "atacar" doenças de visão relacionadas com esse tópico. 

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