Ciência
19/10/2022 às 09:00•2 min de leitura
Quando se fala em deficiência visual, muitas pessoas associam com a perda completa de visão. Porém, mesmo pessoas cegas muitas vezes conseguem enxergar parcialmente. Segundo o Royal National Institute of Blind People (RNIB), 93% das pessoas cegas ou com deficiência visual podem ver alguma coisa.
Isso significa que existe um amplo espectro dentro do que chamamos de deficiência visual. Além das condições menos graves — que podem ser corrigidas com o uso de óculos ou cirurgias —, é possível encontrar pessoas cegas com diferentes sensibilidades às suas deficiências. E mesmo em caso de pessoas com a mesma condição, elas podem ter graus diferentes, tornando esse espectro ainda mais amplo.
(Fonte: SolStock/Getty Images)
Para tentar padronizar essa variedade, foi criada a acuidade visual, uma medida usada para saber a distância que o olho é capaz de enxergar. Ela tem como base uma fração que considera o que uma pessoa consegue enxergar a uma distância de 20 pés (cerca de seis metros).
Quando uma pessoa tem acuidade visual normal, utiliza-se termo "visão 20/20". Ou seja, em uma distância de seis metros, a pessoa consegue enxergar bem. Algumas pessoas podem ter uma vista melhor (visão 20/10). Já para as demais deficiências visuais, o segundo valor sobe conforme a dificuldade para enxergar.
A OMS utiliza os seguintes dados para classificar os diferentes níveis de visão:
(Fonte: Shutterstock)
Além da cegueira total e parcial, medida pela escala da acuidade visual, existem três tipos adicionais de cegueira. A primeira delas é o daltonismo, que também possui um amplo espectro e pode variar entre a dificuldade de distinguir algumas cores, até não conseguir ver qualquer cor.
A segunda é a cegueira noturna, que é quando a pessoa tem dificuldade de enxergar à noite ou em áreas mal iluminadas. De maneira geral, pessoas com cegueira noturna podem enxergar bem durante o dia ou em áreas bem iluminadas.
Finalmente, a terceira é a cegueira da neve, referindo-se a uma perda de visão pela exposição intensiva à luz ultravioleta. A pessoa ainda pode ver formas e movimentos, mas sua visão é permanentemente reduzida. Usar óculos de sol ao ar livre pode evitar essa condição.
Algumas doenças podem levar à cegueira e podem se manifestar de diferentes maneiras, além de ter origens distintas. A retinopatia, por exemplo, pode ser uma consequência da diabetes, hipertensão arterial, prematuridade do recém-nascido, anemia falciforme, entre outras.
(Fonte: Shutterstock)
Na maioria dos casos, quando diagnosticada precocemente, ela pode ser tratada e os pacientes terão pouca ou nenhuma sequela. Porém, quando não tratada, ela pode variar de uma dificuldade para enxergar detalhes — a pessoa consegue reconhecer mesas, cadeiras, armários, mas não consegue perceber expressões faciais — até a cegueira total.
O glaucoma é outra condição que pode levar à cegueira e, assim como a retinopatia, pode ser a consequência de várias doenças. Por ser progressiva, os sintomas do glaucoma são graduais e podem afetar os olhos de maneira distinta. Inicialmente, ocorre a perda da visão periférica e o campo visual se estreita cada vez mais. Muitos pacientes podem ficar completamente cegos de apenas um olho, enquanto o outro terá a visão parcialmente afetada.
Existem ainda outras doenças, como a retinite pigmentosa, que costuma ser hereditária e também é uma condição progressiva. Porém, neste caso, ela é irreversível, podendo apenas ser retardada. Ela costuma avançar até a cegueira total, e durante seu avanço, o paciente tem cegueira noturna, depois perde a visão periférica, que pode ou não evoluir.