Estilo de vida
23/10/2020 às 04:00•2 min de leitura
Uma entrevista publicada recente no site russo Khoroshaya Storona (O Lado Bom) causou espanto e preocupação em muitas pessoas: uma mulher chamada Lena Ash falou sobre uma condição que sofre, a prosopagnosia, também chamada de “cegueira para feições” que lhe impede de reconhecer rostos, inclusive o seu próprio.
Somente no ano passado, Lena descobriu sua doença. Antes disso, ela pensava que tinha um tipo de percepção mais lenta do que as outras pessoas. Mesmo quando criança, ela tinha muita dificuldade para reconhecer rostos, mas seus pais nunca conseguiram ajudá-la, até mesmo porque não tinham a menor ideia sobre a condição.
Nem mesmo os neurologistas, que Lena procurou por causa das constantes dores de cabeça, enxaqueca, pressão baixa e náuseas, conseguiram diagnosticar a causa dos seus constantes problemas de saúde, o que a deixava envergonhada e desorientada.
Quando Lena está conversando com alguma pessoa, ela consegue ver o rosto dela com muita clareza, mas tão logo seu interlocutor sai, ela se “esquece” imediatamente do seu rosto.
Enquanto a maioria dos cérebros são programados para criar uma memória das pessoas que encontramos, o dela não cria nenhuma memória para nenhum rosto, nem o dela.
Lena conta que foi até a escola do seu filho para buscá-lo e, ao ajeitar o seu short, viu que não era ele, mas o filho de uma pessoa estranha.
Na entrevista ao site, Lena explica que usa algumas pistas para reconhecer o próprio rosto: “Quando me olho no espelho ou em uma foto minha, entendo quem está na minha frente pela verruga acima da sobrancelha, o formato da linha do cabelo, pela cicatriz no queixo e pelo formato do nariz”.
Ela usa a mesma técnica para reconhecer outras pessoas, tentando se lembrar de certas “marcas” que observa como manchas de pele, cicatrizes, tatuagens ou narizes tortos. Mas nem sempre isso funciona. Ela diz que o seu marido com e sem barba parece duas pessoas totalmente diferentes.
Atualmente, já se sabe que a prosopagnosia não é uma condição tão rara como se imaginava, pois é provável que 2% da população mundial sofra da desordem em algum grau. De causa hereditária, a doença não tem cura e nem tratamento.