Mistérios
22/05/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 22/05/2024 às 12:00
A tecnologia tem se mostrado uma grande aliada da área da saúde no que diz respeito à detecção de doenças. Um estudo divulgado recentemente na revista JAMA Neurology, por exemplo, revelou que cientistas estão usando ferramentas 3D para detectar tipos de Alzheimer.
A descoberta foi feita pelos pesquisadores da Mayo Clinic utilizando uma ferramenta de índice corticolímbico, que recolhe dados 3D de várias áreas do cérebro afetadas pela doença. Isso permite que profissionais da saúde e pesquisadores obtenham uma melhor compreensão sobre as diferenças nas experiências das pessoas Alzheimer.
A ferramenta classifica os casos da doença de Alzheimer em três subtipos, segundo a localização das alterações cerebrais. Dessa forma, descobrir a patologia microscópica da doença pode ajudar os pesquisadores a identificar biomarcadores. Estes, por sua vez, podem impactar os futuros tratamentos e cuidados com os pacientes.
"Nossa equipe encontrou diferenças demográficas e clínicas notáveis entre sexo, idade no início dos sintomas e taxa de declínio cognitivo", diz a autora sênior Ph.D. Melissa E. Murray, neuropatologista translacional na Mayo Clinic da Flórida.
A equipe analisou amostras de tecido cerebral de um grupo multiétnico de quase 1.400 pacientes com doença de Alzheimer, doados entre 1991 e 2020. As amostras estão armazenadas no Banco de Cérebros da Mayo Clinic, derivado de uma parceria com a Iniciativa para a Doença de Alzheimer do estado da Flórida.
A população da amostra incluiu asiáticos, negros/afro-americanos, hispânicos/latino-americanos, nativos americanos e brancos não hispânicos. Eles receberam os cuidados em clínicas de distúrbios de memória na Flórida e doaram seus cérebros para a pesquisa.
Para verificar o valor clínico da ferramenta, os pesquisadores investigaram ainda mais os participantes submetidos a neuroimagem enquanto estavam vivos. Os pesquisadores descobriram que os resultados do índice corticolímbico eram condizentes às alterações detectadas pela ressonância magnética (RM), bem como as alterações no córtex detectadas pela tomografia por emissão de pósitrons Tau (Tau-PET).
"Ao combinar nossa experiência nas áreas de neuropatologia, bioestatística, neurociência, neuroimagem e neurologia para abordar a doença de Alzheimer de todos os ângulos, fizemos avanços significativos na compreensão de como ela afeta o cérebro", explica a Dra. Murray.
"O índice corticolímbico é um escore que pode incentivar uma mudança de paradigma em direção à compreensão da individualidade dessa doença complexa e ampliar nossa perspectiva. Este estudo marca um passo significativo em direção aos cuidados personalizados, oferecendo esperança para terapias futuras mais eficazes", conclui a pesquisadora.