Imagem de Próxima pandemia deve acontecer no setor da agricultura no megacurioso

O ritmo de produção, aquecimento global e alteração na uniformidade genética das culturas estão atraindo doenças em larga escala e prejuízos econômicos cada vez maiores

<head></head><body>Em 11 de março de 2020, Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou o mundo em estado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126996-como-a-pandemia-mudou-a-forma-que-percebemos-o-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia</a> devido à contaminação pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Em três anos, o flagelo da doença causou a morte de cerca de 15 milhões de pessoas pelo mundo, como divulgado no último balanço feito pelo órgão, até que o status de pandemia passasse após uma campanha massiva de imunização.Entre todos os aspectos ruins, a pandemia também promoveu avanços na ciência e saúde, acelerou a adoção à jornada de trabalho flexível e à educação online, conscientizou sobre saúde pública e sua importância, aumentou a digitalização da economia, trouxe inovações tecnológicas, e estabeleceu novos protocolos de saúde e higiene.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/20/20091112673043.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Só quem nem tudo mudou. Em 2020, um relatório divulgado pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) havia associado as atitudes que causam mudanças climáticas à propensão ao surgimento de novas doenças virais. Um artigo publicado na revista Estudos Avançados&nbsp;ressaltou a necessidade de mudanças profundas em relação ao desenvolvimento global sustentável e a maneira como o planeta lida com seus recursos naturais, pois os vírus são um componente da biodiversidade e se proliferam mais em países onde há desequilíbrios socioeconômicos e alteração do meio ambiente.Se os países adotassem um posicionamento adequado face ao aquecimento global e à aceleração constante dos meios de produção, é possível que freasse novas pandemias no panorama da crise de biodiversidade. Afinal, os especialistas já deixaram claro que a próxima pandemia deve acontecer no setor da agricultura.<h2>Produzindo demais</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/20/20091412677048.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Desde a segunda metade do século XX, quando aconteceram os surtos de doenças mais relevantes dos tempos modernos, já ficou claro que precisamos repensar nossas relações com os animais, como as epidemias estão relacionadas a sua criação e <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/126786-ultraprocessados-como-nos-tornamos-refens-de-uma-alimentacao-nociva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a indústria alimentícia</a>. De 1970 até então, surgiram cerca de 500 novas doenças zoonóticas, como a gripe aviária, ebola, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127598-nipah-o-virus-letal-que-assombra-a-india-pode-causar-uma-pandemia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nipah vírus</a>, HIV, zika e até mesmo a covid-19.Os humanos nunca estiveram tão próximo dos patógenos de outras espécies, e isso acontece porque também nunca criamos tantos animais de maneira tão intensiva. Em 2018, o centro de estudos Faunalytcs estimou que mais de 70 bilhões de animais terrestres são abatidos para a indústria da carne. A organização Global Agriculture aponta que 60% das terras agrícolas do mundo são utilizadas para a produção de carne, mesmo representando menos de 2% das calorias consumidas em todo o mundo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/20/20092207878056.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Para manter o nível de produção, a indústria precisa confinar milhares de animais, normalmente em condições de adversas, em locais superlotados e totalmente não naturais. Com isso, as fazendas industriais se tornaram verdadeiras fábricas de criação de doenças, incubando e aprimorando patógenos e permitindo que se cruzem e se proliferem nos bandos, alcançando os seres humanos em um estado hipervirulento. Assim nascem surtos que evoluem para epidemias e podem alcançar o status de pandemia. &nbsp;Esse comportamento da indústria que visa o alto rendimento é igual em toda a extensão da cadeia de produção alimentícia. A diferença é que na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121579-o-que-aconteceria-se-a-industria-da-carne-acabasse.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indústria pecuária&nbsp;</a>enxergamos os resultados disso por meio das consequências desastrosas em escala global, enquanto a agricultura sofre baixas preocupantes desde o século passado.<h2>O problema do milho</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/20/20091605498050.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Um relatório de 2019, emitido pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, diz que 40% da terra do planeta é coberta por fazendas. Atualmente, quase 50% dos sistemas são compostos por apenas quatro culturas: trigo, milho, arroz e soja. Já vimos que doenças são comuns, não é para menos que, globalmente, US$ 30 bilhões em alimentos são perdidos para patógenos todos os anos.Miguel Altieri, professor emérito da Universidade da Califórnia, em Berkeley, respondeu ao The&nbsp;Grist&nbsp;que temos todas as condições para que ocorra uma pandemia nos sistemas agrícolas, causando fome em escala global e dificuldades econômicas catastróficas. E as mudanças climáticas aumentam esse perigo porque abalam a distribuição de patógenos e os colocam em contato com novas espécies de plantas, potencialmente piorando muito as doenças nas plantações.&nbsp;Foi assim no verão de 1970 nos Estados Unidos, quando o fungo Bipolaris maydis causou uma doença chamada praga da folha do milho do sul, que faz com que os caules murchem e morram. O flagelo da doença devastou da região Sul ao Centro-Oeste americano, reduzindo a safra de milho em cerca de 15%, gerando um prejuízo de US$ 1 bilhão.&nbsp;O episódio fez a população norte-americana perder mais calorias em sua alimentação do que os irlandeses durante a Grande Fome de 1840, quando os campos de batatas foram dizimados por doenças.<h2>Um estrago sem precedentes</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/20/20091810704051.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Mas esse fungo só afetou as safras de milho dessa maneira porque a industrialização do sistema alimentar, iniciada na virada do século XX, fez os cientistas da década de 1930 desenvolverem uma variedade de milho com uma uniformidade genética alterada para gerar mais rendimentos. Essa variedade específica, conhecida como cms-T, constituiu a base genética para 90% do milho cultivado em todos os EUA, e se mostrou altamente suscetível à praga das folhas do milho. Sendo assim, quando aconteceu uma primavera excepcionalmente quente e úmida que favorecia o fungo, ele tinha uma quantidade imensa de produto para queimar.“Nunca mais uma grande espécie cultivada deve ser moldada em tal uniformidade que seja tão universalmente vulnerável ao ataque de um patógeno”, escreveu o patologista vegetal Arnold Jonh Ullstrup, em um artigo sobre o assunto, publicado em 1972.Apesar do estrago que essa uniformidade genética pode causar, hoje é uma das principais características da maioria dos sistemas agrícolas de grande escala. Conforme a máquina de produção acelera, mais alterações são feitas e mais suscetíveis a surtos de doenças as plantas ficam.Enquanto os sistemas forem baseados na monocultura, que só atrai prejuízos, e não for feita a incorporação da biodiversidade na agricultura em grande escala –, a crise tende a ficar cada vez maior, pois, como Altieri mesmo pontua: “criamos amplificação e não diluição”.</body>

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Próxima pandemia deve acontecer no setor da agricultura

Imagem de Dermatite de shiitake: a reação na pele causada por cogumelos malcozidos no megacurioso

A dermatite de shiitake é uma reação rara, mas bastante desagradável e dolorosa

<head></head><body>Recentemente, o caso de um homem de 72 anos que desenvolveu uma erupção cutânea dolorosa após uma refeição chamou a atenção médica. Essa reação rara ocorreu após o consumo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119521-as-6-especies-de-cogumelos-mais-bizarras-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cogumelos</a>, causando a chamada dermatite de shiitake, uma condição rara, mas intrigante, que pode acometer indivíduos após o consumo de cogumelos shiitake crus ou malcozidos.<h2>Sintomas da dermatite de shiitake</h2>O caso do homem que acabou no pronto-socorro com uma erupção cutânea nas costas após consumir cogumelos shiitake malcozidos é uma ilustração vívida dessa condição. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121319-6-alergias-de-pele-bem-comuns-em-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">erupção</a> dolorosa coçava intensamente e cobria suas costas, dando a aparência de ter sido chicoteado nessa região e afetando gravemente sua qualidade de vida.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/18/18210844822574.jpg" alt="Erupção causada pela dermatite de shiitake">Erupção causada pela dermatite de shiitake<h2>Causas da dermatite</h2>Os médicos, após considerarem diversos diagnósticos, chegaram à conclusão de que se tratava de dermatite de shiitake. Essa reação cutânea é uma resposta ao carboidrato chamado lentinan presente nesses fungos comestíveis.Esse carboidrato desencadeia a liberação de mensageiros químicos, causando inflamação e o desenvolvimento da erupção cutânea característica, que normalmente surge dois a três dias após o consumo. Importante notar que o lentinan é decomposto quando os cogumelos são devidamente cozidos a temperaturas acima de 145 °C, tornando-os seguros para consumo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/18/18211039725575.jpg" alt="O cozimento adequado antes do consumo pode evitar a erupção">O cozimento adequado antes do consumo pode evitar a erupção<h2>O alcance global de uma condição rara</h2>Inicialmente relatada no Japão em 1977, a dermatite de shiitake não é restrita à Ásia, onde os cogumelos são consumidos com frequência. Assim, embora a condição seja mais comum em regiões onde o consumo dessa iguaria é uma prática regular, alguns casos foram documentados em várias partes do mundo, incluindo Europa, América do Norte e América do Sul.&nbsp;<h2>Tratamento e prognóstico</h2>Geralmente, a dermatite de shiitake resolve-se por si mesma sem a necessidade de tratamento específico. No entanto, os pacientes podem receber <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/111090-existe-algum-problema-em-tomar-remedio-vencido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicamentos</a> anti-inflamatórios, como esteroides e anti-histamínicos, para aliviar os sintomas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/18/18211406005576.jpg" alt="É comum o uso de medicamentos para aliviar os sintomas">É comum o uso de medicamentos para aliviar os sintomasNo caso do homem de 72 anos, ele recebeu esteroides para aplicar nas costas e comprimidos anti-histamínicos para administração oral. Após duas semanas, sua coceira diminuiu, mas manchas escuras na pele persistiram, um fenômeno comum após a inflamação cutânea desaparecer.Este episódio serve como um lembrete dos potenciais perigos que podem surgir quando consumimos alimentos aparentemente inofensivos sem o devido preparo. Embora a condição desapareça geralmente por si só, ela pode ser bastante desconfortável e dolorosa. A preparação adequada dos cogumelos shiitake, com cozimento acima de 145 °C, é essencial para evitar essa reação. Portanto, ao desfrutar dessa iguaria, lembre-se de cozinhá-la corretamente para evitar uma experiência desagradável.</body>

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Dermatite de shiitake: a reação na pele causada por cogumelos malcozidos

Imagem de Novo estudo analisa caso brasileiro para entender melhor a "Doença da Vaca Louca" no megacurioso

Estudo analisou técnicas de diagnóstico e tratamento através de exames de neuroimagem

A Doen&ccedil;a de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) &eacute; uma doen&ccedil;a neurol&oacute;gica rara que afeta o c&eacute;rebro, principalmente o c&oacute;rtex cerebral e os g&acirc;nglios basais, e possui uma progress&atilde;o r&aacute;pida que leva a um decl&iacute;nio cognitivo e f&iacute;sico grave, causando sintomas como perda de mem&oacute;ria, dificuldades motoras, mudan&ccedil;as comportamentais e a completa incapacita&ccedil;&atilde;o do paciente.
A doen&ccedil;a, popularmente conhecida como a &ldquo;Doen&ccedil;a da Vaca Louca&rdquo;, pode se manifestar de duas formas diferentes, como Creutzfeldt-Jakob (DCJ) ou Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), que apesar de serem a mesma patologia, possuem causas diferentes, como gen&eacute;tica e consumo de carne bovina contaminada com a doen&ccedil;a.
No entanto, a doen&ccedil;a n&atilde;o tem cura, o que faz com que seu progn&oacute;stico seja fatal e bastante r&aacute;pido, por isso diversos estudos dedicam-se a identificar novas abordagens de diagn&oacute;stico, manejo e tratamento da condi&ccedil;&atilde;o para melhorar a sobrevida dos pacientes diagnosticados com a condi&ccedil;&atilde;o.
Por ter uma proximidade com esse tipo de caso &mdash; algo que j&aacute; ocorreu na minha fam&iacute;lia &mdash;, dediquei-me a estud&aacute;-lo e entend&ecirc;-lo melhor, por isso, realizei um estudo que, recentemente, foi finalizado e publicado na revista cient&iacute;fica Caderno pedag&oacute;gico. O estudo analisou o caso de um brasileiro de 46 anos diagnosticado com a doen&ccedil;a ap&oacute;s sentir dores nas pernas, o que logo evoluiu para problemas de fala, dores de cabe&ccedil;a, fraqueza muscular, entre outros.
No caso analisado, o paciente precisou realizar um teste gen&eacute;tico para determinar se a doen&ccedil;a se tratava de DCJ ou EEB, para direcionar melhor seu tratamento atrav&eacute;s da identifica&ccedil;&atilde;o de poss&iacute;veis muta&ccedil;&otilde;es gen&eacute;ticas e associa&ccedil;&otilde;es a outras causas. Al&eacute;m disso, foram utilizados exames de neuroimagem, como resson&acirc;ncia magn&eacute;tica e tomografia computadorizada, para analisar com mais precis&atilde;o a evolu&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a, identificar as melhores t&eacute;cnicas de diagn&oacute;stico para a condi&ccedil;&atilde;o e medicamentos utilizados no manejo da doen&ccedil;a.
Apesar de atualmente a Doen&ccedil;a de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) n&atilde;o ter cura, existem sim perspectivas favor&aacute;veis ao desenvolvimento de novos m&eacute;todos de tratamentos que possam melhorar a qualidade de vida dos pacientes por meio de novas &aacute;reas que tem sido bastante exploradas pela ci&ecirc;ncia, como a nanotecnologia e uso de Intelig&ecirc;ncia Artificial, por isso, s&atilde;o necess&aacute;rios cada vez mais estudos na &aacute;rea.
***
Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do&nbsp;Mega Curioso, &eacute; doutor e mestre em Ci&ecirc;ncias da Sa&uacute;de nas &aacute;reas de Psicologia e Neuroci&ecirc;ncias com o t&iacute;tulo reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neuroci&ecirc;ncia pela Logos University International/City University. &Eacute; tamb&eacute;m mestre em Psican&aacute;lise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neuroci&ecirc;ncia, Neuroci&ecirc;ncia Aplicada &agrave; Aprendizagem, Neuroci&ecirc;ncia em Comportamento, Neurolingu&iacute;stica e Antropologia pela Faveni do Brasil. Conta com especializa&ccedil;&otilde;es avan&ccedil;adas em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica pela TrainingHouse em Portugal, The Electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA). &Eacute; bacharel em Neuroci&ecirc;ncia e Psicologia pela Emil Brunner World University (EBWU) e licenciado em Biologia e Hist&oacute;ria pela Faveni do Brasil; tecn&oacute;logo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializa&ccedil;&otilde;es em Intelig&ecirc;ncia Artificial na IBM e Programa&ccedil;&atilde;o em Python na Universidade de S&atilde;o Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontif&iacute;cia Universidade Cat&oacute;lica (PUC).

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Novo estudo analisa caso brasileiro para entender melhor a 'Doença da Vaca Louca'

Imagem de Estudo aponta indicadores para saber quem vai alcançar os 100 anos  no megacurioso

Pesquisa, que durou 35 anos, mostra o que é preciso investigar para aumentar suas chances de se tornar um centenário

<head></head><body>Um dos maiores estudos já realizados com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119274-expectativa-de-vida-humana-poderia-chegar-a-130-anos-neste-seculo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">centenários</a>&nbsp;revelou alguns marcadores que podem indicar quem vai atingir os 100 anos. A pesquisa, realizada na Suécia, acompanhou milhares de pessoas por 35 anos, mais de 1.200 destas se tornaram centenárias. Com isso, os cientistas foram capazes de apontar alguns indicadores que sinalizam maiores chances de viver mais e compará-los com idosos que não alcançaram a marca.A pesquisa foi liderada por Shunsuke Murata e Karin Modig, do Karolinska Institutet, e publicada na Revista GeroScience.<h2>Metodologia da pesquisa</h2>A pesquisa analisou 44 mil pessoas que passaram por tratamentos de saúde entre os 64 e os 99 anos. Destas, 1.224 (2,7%) chegaram aos 100 anos, 85% dos quais eram mulheres. Nesses indivíduos, foram analisados 12 biomarcadores, testados por sangue, que foram identificados com padrões de mortalidade em estudos anteriores. Com esta base de dados, os cientistas foram capazes de identificar os padrões dos marcadores das pessoas que se tornaram centenárias.Entre os marcadores investigados havia aqueles que indicam inflamação, como o ácido úrico, os ligados ao funcionamento do metabolismo, como colesterol e glicose, além de marcadores de funções hepáticas e renais, como alanina aminotransferase (Alat), aspartato aminotransferase (Asat), albumina, gama-glutamil transferase (GGT), fosfatase alcalina (Alp) e lactato desidrogenase (LD).Os pesquisadores notaram que todos os centenários tendem a ter índices bem acima ou abaixo do indicado, muito provavelmente porque os valores padrões são tabelados para populações mais jovens e saudáveis. Apesar disso, várias conclusões puderam ser feitas e segundo a pesquisa, dos marcadores apenas a Alat e a albumina não mostraram correlação com <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/104005-japao-bate-recorde-com-numero-de-pessoas-acima-dos-100-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chegar aos 100 anos</a>.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/15/15193657593009.jpg" alt="Nutrição e estilo de vida prolongam a longeveidade. (Fonte: GettyImages/Reprodução)">Nutrição e estilo de vida prolongam a longeveidade. (Fonte: GettyImages/Reprodução)<h2>Conclusões do estudo de centenários</h2>Uma das descobertas foi que as pessoas com 100 anos tinham baixos índices de glicose, creatinina e ácido úrico já a partir dos 60. Poucos dos que se tornaram centenários tinham níveis de glicose acima dos 6,5 ou de creatinina acima dos 125 nas décadas anteriores.Os indivíduos testados foram divididos em 5 grupos de acordo com os resultados de cada exame. Os indicadores mostram que pessoas no grupo com os menores índices de colesterol total e de ferro tinham menos chances de chegar aos cem anos do que pessoas nos outros grupos. Outra correlação mostrou que pessoas com os maiores índices de glicose, creatinina e ácido úrico também diminuem as chances de atingir a marca.Mesmo as pequenas diferenças podem ter um peso na chance de viver mais. O grupo com a menor porcentagem de ácido úrico, por exemplo, tinha 4% de chances de chegar aos 100 anos, os indivíduos no grupo com os maiores índices diminuíam as chances para apenas 1,5%.Segundo os pesquisadores, o estudo não permite mostrar que alguns fatores genéticos possam influenciar nos biomarcadores. Porém, é possível notar que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/126735-qual-a-relacao-entre-a-longa-vida-dos-esquimos-e-o-omega-3.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nutrição&nbsp;</a>e o uso ou não de bebidas alcoólicas desempenham um fator na longevidade. Portanto, manter os exames de glicose e ácido úrico em dia, e tomar conta dos rins e do fígado pode ser um bom conselho para quem quer chegar aos 100 anos.</body>

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Estudo aponta indicadores para saber quem vai alcançar os 100 anos 

Imagem de Mastigar e cuspir: por que esse distúrbio desconhecido é perigoso? no megacurioso

O pouco conhecimento sobre o transtorno e a vergonha das pessoas em revelá-lo fazem do mastigar e cuspir um desafio para os médicos

<head></head><body><a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124524-6-alergias-alimentares-que-voce-nao-sabia-que-existem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Distúrbio alimentar pouco conhecido</a>, o mastigar e cuspir é um comportamento que envolve o ato de mastigar um alimento, geralmente delicioso e muito calórico, e cuspi-lo em seguida, em vez de engolir. A ideia parece ser apreciar ao máximo o sabor da comida sem ingerir as calorias.Mais comum do que imaginamos (porque as pessoas com o transtorno normalmente não o revelam por vergonha), o comportamento mais se parece com uma compulsão alimentar, porque <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127341-novo-tratamento-permite-que-voce-coma-livremente-sem-ganhar-peso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">envolve porções de alimento maiores do que as desejadas</a>, e geralmente de alto teor energético.&nbsp;Porém, ao contrário da bulimia, o mastigar e cuspir não adota qualquer tipo de purgação posterior, como induzir vômitos, abusar de laxantes, pular refeições ou praticar exercícios físicos compulsivamente. Por isso, pode ser definido como um comportamento restritivo, uma vez que os alimentos não são realmente consumidos.<h2>O difícil diagnóstico do mastigar e cuspir</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/11/11185415382361.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Como o alimento não chega a ser digerido, o mastigar e cuspir era considerado uma espécie de purgação branda, e o comportamento incluído do rol de sintomas do transtorno alimentar não especificado (TANE), em uma versão antiga do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). No entanto, o atual DSM-5, lançado em 2013, não cita diretamente o distúrbio,&nbsp;incluindo-o em "outros transtornos alimentares/da alimentação".&nbsp;Apesar de incluído em uma categoria com dados insuficientes para apoiar uma classificação própria no DSM, o mastigar e cuspir mostrou uma prevalência de 0,4% entre os adultos (com idade média de 39 anos) avaliados em uma pesquisa ampla realizada na Austrália em 2018. Outro estudo, publicado no ano seguinte, no Eating Disorders: The Journal of Treatment &amp; Prevention descobriu que o comportamento ocorre em até 12% dos adolescentes.A treinadora de recuperação de transtornos alimentares Heidi McLachlan, baseada em Saskatoon, no Canadá, afirmou, em entrevista ao site Vox, que a prática de mastigar e cuspir <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/126802-ditadura-da-barbie-como-a-boneca-deturpou-corpos-e-segregou-pessoas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tem origem em uma preocupação exagerada com a imagem corporal</a> combinada com um desejo de controle. Quando essa ansiedade se torna patológica, os pensamentos ficam desorientados e obsessivos, causando intenso sofrimento.<h2>Por que o transtorno de mastigar e cuspir é perigoso?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/11/11190459744368.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Embora pareça inofensiva, as consequências desse transtorno alimentar podem se tornar graves, pois, uma vez que o processo de digestão inicia na boca, o estômago começa a produzir suco gástrico (com ácido clorídrico) para quebrar proteínas de um alimento que não chega. O desencontro pode resultar em úlceras e refluxo gastroesofágico.&nbsp;Mas o efeito colateral mais impressionante é justamente o que esses indivíduos mais temem: o ganho de peso, pois <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124246-semaglutida-tudo-sobre-o-medicamento-que-trata-a-obesidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a restrição radical de alimentos</a> leva a uma fome terrível que faz com que, mais tarde, a pessoa ingira compulsivamente mais comida e calorias.Como indivíduos que lutam com o hábito de mastigar e cuspir se sentem únicos, explica McLachlan, é preciso haver mais consciência de que outros também lutam com o transtorno, para que mais pessoas busquem ajuda especializada.&nbsp;</body>

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Mastigar e cuspir: por que esse distúrbio desconhecido é perigoso?

Imagem de Olhou diretamente para o eclipse? Veja como saber se seus olhos estão bem no megacurioso

Saiba como identificar se a sua visão foi prejudicada ao olhar diretamente para o eclipse solar sem a proteção para os olhos necessária

<head></head><body>O eclipse solar deste último sábado (14) foi visível em diversas partes do Brasil por milhares de pessoas. Porém, mesmo com as inúmeras recomendações na internet que não se deveria olhar diretamente para o Sol durante o fenômeno, logicamente houve quem quisesse desafiar as regras e encarou a estrela sem qualquer tipo de proteção para os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127282-de-que-sao-feitos-os-nossos-olhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">olhos</a>.E agora? Como saber se você machucou sua visão? Se procurarmos bem, encontraremos diversos internautas pirando por aí com medo de terem estragado completamente suas vistas. Por esse motivo, precisamos esclarecer algumas coisas antes de determinar quem foi realmente afetado.<h2>Potência do Sol</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/16/16173422036404.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Você já deve ter visto em algum lugar aqueles truques de colocar fogo em um pedaço de papel somente usando uma lupa em um raio solar, não é mesmo? Isso acontece porque a luz do Sol é tão forte que se você concentrá-la com uma lente, isso realmente pode causar um incêndio.O que as pessoas esquecem, no entanto, é que nossos olhos também possuem lentes. Portanto, se você olhar diretamente para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123137-tomar-sol-la-onde-o-sol-nao-bate-faz-bem-ou-mal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sol</a>, essa lente concentrará um ponto de luz solar na sua retina — o que aumenta os riscos de queimá-la. Essa luz é tão intensa que tende a matar células da retina, algo que pode resultar na cegueira de um indivíduo.Como um eclipse solar "tapa" o Sol por alguns instantes, existe um grande entusiasmo em poder olhar para a estrela diretamente. Tendo em mente que eclipses solares são eventos bem raros, é comum que as pessoas queiram vê-los quando ocorrem. Porém, sem a proteção necessária para sua visão, é bem provável que você tenha se colocado para correr um risco desnecessário.<h2>Funcionamento do eclipse</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/16/16173437846406.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Em termos simplificados, precisamos entender que o Sol não causa mais danos aos olhos humanos durante um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127629-5-recomendacoes-para-assistir-ao-eclipse-solar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eclipse solar</a> do que causa em qualquer outro dia. Porém, durante o evento, a cobertura da Lua torna muito menos doloroso observá-lo por mais tempo. É por isso que as pessoas se sentem tão tentadas a encarar o astro diretamente na justificativa de que não estão sentido nenhuma dor inicial.Contudo, o problema costuma surgir várias horas depois. Os primeiros sintomas da retina queimada se manifestam um pouco mais tarde, numa altura em que o estrago já está feito. Além disso, as retinas não possuem fibras de dor — o que torna impossível alguém sentir algo — e elas também não se curam sozinhas, o que faz o possível dano ser permanente.O primeiro sinal de danos à retina surgem após um ou dois dias, quando a visão do indivíduo pode ficar embaçada. A área afetada, então, se inchará como uma gema de ovo, podendo levar até um ano para voltar ao normal. Uma forma de testar em casa se você machucou seus olhos é imprimir uma grade de Amsler, uma ferramenta usada para detectar problemas de visão por médicos.Fechando cada olho separadamente, concentre-se no ponto central da imagem e veja se a grade circundante parece ondulada, manchada ou distorcida. Caso esteja acontecendo, é bem possível que a sua visão tenha sofrido algum tipo de dano. Logicamente, um oftalmologista poderá diagnosticar corretamente qualquer tipo de problema.&nbsp;</body>

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Olhou diretamente para o eclipse? Veja como saber se seus olhos estão bem

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Segundo cientistas, excesso de peso populacional pode não estar apenas relacionado a hábitos como sedentarismo ou alimentações pouco saudáveis

<head></head><body>Quando pensamos em algo como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124246-semaglutida-tudo-sobre-o-medicamento-que-trata-a-obesidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">obesidade</a>, logo supomos que o indivíduo em questão provavelmente possui péssimos hábitos alimentares ou é muito sedentário — eventualmente, até mesmo uma combinação dos dois fatores. Porém, e se nós te dissermos que nem sempre esses são os únicos culpados? De acordo com pesquisadores, os obesogênicos também podem ser um problema.Estudos feitos nos últimos anos mostram que certos compostos químicos presentes no ambiente também podem desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento do excesso de peso da população em geral. Essas substâncias foram apelidadas de obesogênicos, os quais produzem aumento da massa gorda apenas pela exposição a eles por ingestão, por contato ou inalação do ar contaminado.<h2>Existência dos obesogênicos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02102708413063.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)De acordo com algumas pesquisas, os obesogênicos são produtos químicos encontrados no nosso dia a dia sem sequer notarmos. Por exemplo, eles estão presentes em utensílios domésticos de uso diário, como recipientes de alimentos, brinquedos, utensílios de cozinha, produtos de higiene pessoal, agentes de limpeza e até mesmo suprimentos médicos.Justamente por estarem presentes em uma ampla variedade de fontes, eles podem contaminar alimentos, água ou ar — o que aumenta ainda mais as probabilidades de exposição a eles. Quando esses produtos químicos entram no corpo humano, eles podem alterar a regulação do equilíbrio energético para favorecer o ganho de peso.Contudo, é também preciso ressaltar que as investigações feitas sobre os reais efeitos dos obesogênicos na saúde humana ainda são escassas e muitos dos seus supostos efeitos baseiam-se em estudos feitos com animais.&nbsp;<h2>Funcionamento dos obesogênicos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02102725386066.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Os obesogênicos são considerados produtos químicos desreguladores endócrinos (EDCs). Isso significa que eles são capazes de interferir no seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112266-parasitas-ajudaram-a-moldar-sistemas-nervoso-e-endocrino-de-animais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sistema endócrino</a> e, portanto, nos seus hormônios. Para a surpresa da grande maioria das pessoas, existem mais de 1 mil tipos de produtos químicos registrados no comércio que podem ser classificados como EDCs.Como os órgãos endócrinos e os hormônios ajudam a regular o metabolismo e o peso corporal, esse sistema desempenha um papel essencial no equilíbrio energético e no armazenamento de gordura. Sendo assim, os obesogênicos podem promover a obesidade por aumentar o número de células de gordura no corpo ou até mesmo alterar a taxa metabólica basal — a quantidade de calorias que seu corpo precisa para funcionar.Para piorar o cenário, estudos apontam que a exposição aos EDCs pode acontecer ainda dentro do útero da mãe. Amostras desses compostos químicos já foram achadas na placenta, no líquido amniótico e no sangue do cordão umbilical. A exposição aos obesogênicos em fases iniciais de desenvolvimento pode influenciar a obesidade mais tarde na vida.De maneira resumida, é evidente que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111910-sedentarismo-pode-ter-a-ver-com-um-gene-preguicoso-do-rato.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sedentarismo</a> e a má alimentação ainda exercem um papel importante no aumento da quantia de pessoas obesas no mundo. Contudo, precisamos continuar observando de perto como os obesogênicos têm afetado as nossas sociedades e qual impacto eles terão nas gerações futuras.</body>

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Conheça os obesogênicos, as substâncias químicas te fazem engordar mesmo com dietas

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Estudo mostra como o abuso verbal está presente em espaços que deveriam oferecer acolhimento, gerando impactos de longo prazo aos mais jovens

<head></head><body>Dentre os diferentes tipos de violência que podem ser direcionados a alguém, o abuso verbal figura como uma ameaça que gera impactos bastante expressivos. Isso vale mesmo para adultos, que são mais conscientes dos danos que as palavras podem gerar, quanto para <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124625-criancas-esquecem-a-primeira-infancia-por-volta-dos-7-anos-de-idade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crianças</a> e adolescentes.No entanto, é preciso enfatizar o quanto as palavras mais duras podem ser extremamente nocivas aos mais jovens, que estão em processo constante de amadurecimento e, portanto, são mais vulneráveis a elas.Isso porque, muitas vezes, a violência verbal se faz presente dentro do próprio lar ou da escola, locais estes que deveriam fornecer um espaço seguro para crianças e adolescentes se desenvolverem. Os danos, muitas vezes, se fazem presentes durante a vida adulta, aumentando o risco de depressão, obesidade e abuso de substâncias entre as vítimas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/05075504370006.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>Estudo mostra o quanto o abuso verbal está presente no dia a dia</h2>Um estudo conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos e do Reino Unido, publicado no periódico Child Abuse &amp; Neglect, sugere que o abuso verbal deve ser levado tão a sério como outras formas de violência, como o abuso físico, sexual e a negligência. O trabalho foi encomendado pela Words Matter, instituição de caridade.Para dimensionar o quão presente ele está, foi conduzida uma revisão de mais de 150 estudos anteriores que exploram os impactos dos diferentes tipos de abuso em crianças. Além de conscientizar, os dados levantados dão uma amostra do cenário bastante delicado.A violência verbal é destacada como o tipo de abuso que se faz mais presente no dia a dia dos mais jovens atualmente. O alarmante é que, segundo o estudo, em 76,5% dos casos, ele é cometido pelos próprios pais. <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123303-brasil-e-o-pais-mais-violento-contra-os-professores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Professores</a> e cuidadores respondem por 12,71% e 2,4% dos casos, respectivamente. Além de ofensas, gritos e críticas estão entre as formas de violência mais recorrentes.Apesar de ser nocivo, muitas vezes o abuso verbal é encarado como um dano de menor impacto na vida das pessoas, quando comparado com a violência física, por exemplo. Mas na prática, ele é cometido em larga escala, ou mesmo em combinação com outras formas de maus-tratos, e não raramente justificado pela necessidade de impor disciplina aos mais jovens.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09142008070223.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>Perspectivas do estudo</h2>O estudo ainda destaca outro ponto importante: segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o <a href="https://www.megacurioso.com.br/mulher/98479-3-casos-de-gaslighting-e-por-que-voce-nao-deve-chamar-uma-mulher-de-louca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">abuso verbal</a> é tão recorrente que até mesmo prevalece sobre as outras formas de abuso, aparecendo com 36,1%, sendo seguida pelo abuso físico, com 22%, e sexual, com 25%.Para a principal autora do estudo, Professora Shanta Dube, da Universidade de Wingate, "o abuso verbal na infância precisa desesperadamente ser reconhecido como um subtipo de abuso, devido às consequências negativas ao longo da vida".Abordar essa temática tão delicada, portanto, é uma forma de alertar, ampliar a compreensão sobre o assunto e destacar a importância de manter uma comunicação clara e que não agrida ao próximo. Afinal, o objetivo de qualquer tipo de interação deve ser assegurar que crianças e jovens se desenvolvam, tenham suas necessidades atendidas, sejam tratadas com respeito, e sejam felizes.</body>

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Por que o abuso verbal em crianças deve ser levado muito a sério?

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De acordo com estudo, alguns pacientes apresentam sintomas de gripe prolongados após uma infecção inicial

<head></head><body>Bem como pode acontecer em episódios de covid-19, pessoas gripadas podem acabar desenvolvendo a chamada "gripe longa", que acontece quando novos sintomas aparecem após a infecção inicial. Esses dados são provenientes de um novo estudo feito por pesquisadores do Reino Unido.Os principais sintomas da gripe prolongada incluem tosse, dor de estômago e diarreia. Ao todo, o estudo entrevistou 10.171 adultos para descobrir mais informações sobre o tema. No entanto, o assunto é tão recente que os médicos ao redor do mundo ainda trabalham para compreender quais os riscos dessa doença, o quão grave ela pode ser e como fazer para tratá-la.<h2>Sintomas persistentes</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/10/10190326037434.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Na literatura medicinal, o conceito de um vírus respiratório ou outras infecções virais causarem doenças duradores não é algo exatamente novo. Durante a pandemia, alguns casos de pacientes com <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127303-olhos-castanhos-de-bebe-ficam-azuis-apos-tratamento-contra-covid-19.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">covid-19</a> chamaram atenção para esse tema. Em entrevista à BBC, o pesquisador Adrian Martineau, da Universidade Queen Mary de Londres, afirmou que o novo trabalho fornece validação para pacientes que enfrentam problemas desse tipo.&nbsp;"As pessoas podem realmente se sentir muito deprimidas depois de um vírus", destacou. O estudo, publicado na revista The Lancet, pediu para que os participantes relatassem qualquer doença respiratória ou outros sintomas que tivessem sentido nos primeiros dois meses de 2021 — época em que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126996-como-a-pandemia-mudou-a-forma-que-percebemos-o-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia</a> de covid-19 ainda estava em uma situação delicada.Em geral, nenhum participante do estudo ainda havia recebido qualquer dose de vacina contra a doença. Dos 10.171 participantes, 1.343 afirmaram ter sido infectados pela covid-19 recentemente e 472 disseram ter sido infectados por outro vírus respiratório, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125591-qual-e-a-diferenca-entre-gripe-e-resfriado.htm#:~:text=Seus%20sintomas%20geralmente%20s%C3%A3o%20mais,para%20um%20quadro%20mais%20grave." rel="noopener noreferrer" target="_blank">gripe ou resfriado</a>.Nem todas as pessoas se recuperaram completamente das doenças e diversas apresentaram novos sintomas ou sintomas persistentes. Os sintomas mais comuns foram diarreia, problemas de estômago, dores musculares, problemas de sono, problemas de memória e tosse.<h2>Investigações futuras</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/10/10190345580436.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Conforme foi apontado pelo estudo, a fadiga pós-viral e outros sintomas costumam afetar pessoas de qualquer idade. Outro fato curioso a respeito da gripe prolongada é que a gravidade inicial da doença nem sempre prevê o risco. Ou seja, pessoas que tiveram gripes mais severas não necessariamente sofrerão de uma gripe prolongada."Nossas descobertas iluminam não apenas o impacto da covid longa na vida das pessoas, mas também outras infecções respiratórias. A falta de conhecimento, ou mesmo a falta de um termo comum, impede tanto a notificação como o diagnóstico destas condições", disse a pesquisadora Giulia Vivaldi, da Universidade Queen Mary em Londres, à BBC.&nbsp;Segundo dados do Escritório de Estatísticas Nacionais, cerca de 1,9 milhão de pessoas no Reino Unido — o que representa 3% da população do país — sofreu de gripe prolongada somente em 2023. Contudo, o número pode ser deturpado por não sabermos ao certo exatamente quantas pessoas são afetadas e não diagnosticadas.Em geral, a recuperação de uma infecção respiratória costuma ser lenta, independente da causa. Portanto, o tratamento para uma doença como a gripe prolongada tende a ser muito semelhante ao da infecção inicial, necessitando de muito repouso, hidratação e medicamentos de combate aos sintomas.&nbsp;</body>

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'Gripe longa': médicos tentam entender doença recém-identificada

Imagem de Nipah: o vírus letal que assombra a Índia pode causar uma pandemia? no megacurioso

Raro e intratável, o vírus causa surtos em alguns países asiáticos desde 1998 e está relacionado com o desmatamento e mudanças climáticas

<head></head><body>Em 30 de agosto de 2023, um homem chamado Mohammed Ali, morador da aldeia de Maruthonkara, no estado de Kerala, no sul da Índia, morreu sob sintomas gripais e neurológicos. Ele sofreu com dor de cabeça, febre muito alta, tosse, desconforto respiratório agudo e até mesmo convulsões. Quase 14 dias depois, morreu sob as mesmas circunstâncias Mangalatt Harris, aos 40 anos, morador da cidade de Ayahnchery, localizada a 18 quilômetros de Maruthonkara.Isso foi o suficiente para despertar um alerta entre as autoridades médicas indianas para uma ameaça muito conhecida pelo país. Em 13 de setembro, os resultados dos testes feitos nos cadáveres confirmaram que os homens haviam morrido de Nipah, um vírus mortal que assola a Índia e países asiáticos, contendo uma taxa de letalidade entre 40% e 75%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).A Índia mal se recuperou da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126996-como-a-pandemia-mudou-a-forma-que-percebemos-o-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia de covid-19</a>, que causou a morte de mais de 530 mil pessoas no país, e já se encontra novamente em estado de emergência com o que aparenta ser o quarto surto de infecção pelo vírus Nipah desde 2018.&nbsp;Sem vacina conhecida para a doença, as autoridades instituíram testes em massa para deter a propagação do vírus mortal, proibiu reuniões públicas e até mesmo fechou algumas escolas.<h2>O que é o vírus Nipah?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/05145038063240.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)"Raro e intratável" é como o vírus Nipah foi definido por um artigo científico elaborado por um grupo de pesquisadores e publicado na National Library of Medicine em fevereiro de 2019, logo após o primeiro surto que devastou o estado indiano de Kerala, em maio do ano anterior.Da família dos Paramyxoviridae, o nome Nipah é em homenagem a um rio na cidade natal do paciente zero, que morreu na Malásia, onde aconteceu o primeiro surto, entre 1998 e 1999. O vírus causou mais de 250 casos de encefalite febril em trabalhadores agrícolas e de matadouros, deixando um rastro de pânico e desestabilização socioeconômica pelo país.&nbsp;Depois disso, os surtos passaram a acontecer principalmente nas regiões indo-bangladeshianas e foram associados ao consumo de seiva crua de tamareira contaminada por morcegos frugívoros, muito diferente do que aconteceu na Malásia, onde a causa estava relacionada ao contato com cavalos e o abate de porcos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/05145125335243.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Naquela época, a Malásia vivia uma suposta epidemia de encefalite japonesa entre os suinocultores, causada por um vírus transmitido pela picada de mosquitos infectados e muito mais comum em áreas rurais e agrícolas. Infecções pelo vírus Nipah podem ter se estendido até Singapura porque dois matadouros locais abatiam porcos importados da Malásia. Quando as autoridades sanitárias proibiram as importações de suínos dos estados malaios afetados, já era março de 1999, quase um ano depois dos primeiros casos terem surgido.A comunidade médica descobriu que o Nipah é transmitido entre humanos via gotículas de saliva ou espirros. Além das manifestações neurológicas, a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e a insuficiência respiratória com Síndrome da Disfunção de Múltiplos Órgãos (SDMO) foram as principais causas de mortalidade entre os pacientes.<h2>O vírus e a ação do homem</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/05145228555247.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em agosto de 2022, um estudo científico feito na China e publicado no&nbsp;New England Journal of Medicine detectou o vírus Nipah em 35 casos confirmados por meio de amostras de saliva extraídas de pacientes das províncias chinesas de Shandong e Henan. Nenhum deles estava em estado grave, mas apresentavam sintomas em comum, como tosse, febre, cansaço, perda de apetite, dores de cabeça e musculares, náuseas e irritabilidade. O estudo ainda mostrou que todos eles haviam tido contato com animais.Em setembro de 2022 foi a vez de a Índia testemunhar outro surto — dessa vez, no entanto, deixando algumas agências de saúde em alerta depois das consequências avassaladoras da infecção por covid-19. Mas os especialistas alertam que, embora tudo seja possível, é improvável que o surto de Nipah na Índia atinja escala global.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/05145336068250.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)“O mundo é pequeno, mas a probabilidade de alguém, ou um morcego frugívoro, estar infectado com o vírus Nipah e estar aqui, agora, é muito improvável”, disse Diana Finkel, professora associada de medicina da divisão de doenças infecciosas da Rutgers New Jersey Medical School, em entrevista à ABC News.É bom ressaltar, porém, que a propagação do vírus Nipah e subsequentes surtos também é um reflexo dos efeitos potencialmente devastadores da destruição do habitat natural dos animais portadores do vírus e das mudanças climáticas.O deslocamento dos morcegos frugívoros, considerados hospedeiros naturais do Nipah, por meio da destruição de florestas e do habitat natural, criou condições que favoreceram o contato humano, alimentos ou água contaminada por excrementos dos animais. Isso têm acontecido com cada vez mais frequência porque eles são forçados a migrarem para áreas próximas a comunidades humanas.&nbsp;É nesse cruzamento que os morcegos encontram a expansão desenfreada da agricultura e o desmatamento para a criação de plantações que, ao alterarem os padrões de uso da terra, a colocam em contato com os restos do animal portador do vírus.</body>

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