Imagem de As 6 primeiras transmissões coloridas da televisão mundial no megacurioso

Não faz tanto tempo assim que passamos a ver a TV em cores, e algumas dessas transições aconteceram ao vivo!

N&oacute;s, como espectadores, conhecemos a televis&atilde;o em cores h&aacute; mais ou menos 80 anos. As primeiras transmiss&otilde;es coloridas foram realmente impactantes para quem era acostumado, at&eacute; ent&atilde;o, a ter uma programa&ccedil;&atilde;o inteiramente em preto e branco.
Mas voc&ecirc; sabe como foram as primeiras transmiss&otilde;es coloridas de TV pelo mundo e quais foram os acontecimentos mais marcantes nessa transi&ccedil;&atilde;o? Neste texto, contamos seis epis&oacute;dios hist&oacute;ricos que ficaram na mem&oacute;ria de muitas fam&iacute;lias pelo mundo.
<h2>1. A primeira demonstra&ccedil;&atilde;o da TV em cores</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="Royal Television Society/Reprodu&ccedil;&atilde;o" data-fonte-url="https://operamundi.uol.com.br/historia/19418/hoje-na-historia-1926-primeira-emissao-televisiva-e-feita-em-londres"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/02/02120254298140.jpg" alt="(Fonte: Royal Television Society/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Royal Television Society/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em julho de 1928, um inventor escoc&ecirc;s chamado John Logie Baird marcou seu nome na hist&oacute;ria ao fazer a primeira transmiss&atilde;o da TV em cores. Ele conseguiu transmitir a cores uma pe&ccedil;a de teatro (a montagem escolhida foi O homem com uma flor na boca, de Pirandello). Claro que ainda levaria muito tempo para essa novidade chegasse &agrave;s massas.
<h2>2. &nbsp;As primeiras emiss&otilde;es em hor&aacute;rio nobre na TV americana</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/02/02120619996141.jpg" alt="(Fonte: Philip I. Nelson/Antique Radio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Philip I. Nelson/Antique Radio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Entre 1966 e 1967, as tr&ecirc;s principais redes americanas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/tv/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">televis&atilde;o</a> come&ccedil;aram a emitir sua programa&ccedil;&atilde;o mais nobre em cores. Mas nem todas as emissoras j&aacute; estavam preparadas no mesmo n&iacute;vel tecnol&oacute;gico.
A NBC estava tomando a dianteira na tecnologia, pois usava c&acirc;meras coloridas RCA produzidas dentro da pr&oacute;pria empresa. A CBS, por outro lado, usava um sistema mec&acirc;nico parcialmente capacitado para transmitir em cores.
<h2>3. A primeira s&eacute;rie transmitida em cores</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/02/02120941388146.jpg" alt="(Fonte: Eileen Darby/Playbill/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Eileen Darby/Playbill/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A primeira s&eacute;rie de TV veiculada em cores foi The Marriage, que era uma vers&atilde;o em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/108933-as-12-melhores-series-de-comedia-para-ver-na-netflix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sitcom</a> de um programa de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118114-radio-transmitia-mensagem-fantasma-ininterruptamente-desde-2013.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">r&aacute;dio</a>. Era estrelada por Jessica Tandy e durou 8 epis&oacute;dios, que foram ao ar em 1954.
Curiosamente, embora a s&eacute;rie fosse colorida, seu material promocional ainda era em preto e branco.
<h2>4. A primeira transmiss&atilde;o na Alemanha</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/lgO34-6QLEw?start=881" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Em 25 de agosto de 1967, houve a inaugura&ccedil;&atilde;o da TV em cores na <a href="https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/44723-proxima-parada-alemanha-prepare-se-para-conhecer-esse-majestoso-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alemanha Ocidental</a>. Foi uma transmiss&atilde;o especial com a presen&ccedil;a do vice-chanceler, Willy Brandt, que deveria apertar um bot&atilde;o para o exato momento em que a TV passaria a ser colorida.
A princ&iacute;pio, tudo corria bem. Brandt apertou o bot&atilde;o, mas ocorreu um breve erro, pois um t&eacute;cnico j&aacute; havia mudado o sinal pouco antes. A maioria das pessoas n&atilde;o percebeu, contudo. Logo depois, deu tudo certo.
<h2>5. A primeira transmiss&atilde;o na Noruega</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/B05SjgJMmm0" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
J&aacute; na Noruega, houve tamb&eacute;m uma cerim&ocirc;nia especial, s&oacute; que em 1972. Dois apresentadores faziam uma esp&eacute;cie de corte simb&oacute;lico de uma corda anunciando a nova era.
De um segundo para outro, a TV norueguesa deixou de transmitir em PB para ser tingida pelas cores mais vibrantes poss&iacute;veis.
<h2>5. A primeira transmiss&atilde;o na Austr&aacute;lia</h2>
<blockquote class="twitter-tweet">
Here's Australia making the switch to color -- God they used to have fun on TV <a href="https://t.co/2cpGKge8GJ">pic.twitter.com/2cpGKge8GJ</a>
&mdash; Nope (@_A_Nope) <a href="https://twitter.com/_A_Nope/status/1663622228292894721?ref_src=twsrc%5Etfw">May 30, 2023</a></blockquote>
Na Austr&aacute;lia, a estreia da TV ao vivo tamb&eacute;m foi divertida. Em 1975, o governo anunciou que todas as emissoras do pa&iacute;s seriam convertidas para cores, num investimento de cerca de US$ 70 milh&otilde;es. Levou algum tempo para que todas mudassem de sistema.
Uma das transmiss&otilde;es foi bem engra&ccedil;ada, e mostrava a entrada gradativa das cores mudando os tons em tr&ecirc;s atores de com&eacute;dia.
<h2>6. As primeiras transmiss&otilde;es em cores no Brasil</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/06/06150358966211.jpg" alt="(Fonte: Fotos Antigas RS/Flickr/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Fotos Antigas RS/Flickr/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No Brasil, a primeira transmiss&atilde;o de TV em cores ocorreu em 1&ordm; de maio de 1963, dia em que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118325-7-grandes-momentos-de-inclusao-na-tv-brasileira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">TV Tupi</a> de S&atilde;o Paulo veiculou um document&aacute;rio colorido.
J&aacute; a primeira transmiss&atilde;o ao vivo foi um pouco depois, em 28 de junho de 1963. Nesse dia, a TV Excelsior de S&atilde;o Paulo passou um show musical no Parque do Ibirapuera.
Por fim, a primeira emiss&atilde;o veiculada nacionalmente aconteceu bem mais tarde, em 1972. Em 19 de fevereiro, o pa&iacute;s todo viu ao vivo o desfile da XII Festa Nacional da Uva em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Certamente, quem assistiu a esse primeiro momento nunca mais esqueceu.

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As 6 primeiras transmissões coloridas da televisão mundial

Imagem de Qual foi a civilização mais duradoura da Terra? no megacurioso

Embora Egito, China e Mesopotâmia sejam citados como locais das 'civilizações' mais duradouras do mundo, arqueólogos rejeitam a hipótese

Saber se Egito, China ou Mesopot&acirc;mia s&atilde;o as civiliza&ccedil;&otilde;es mais duradouras da Terra pode ser uma pergunta de dif&iacute;cil resposta. Primeiramente porque <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124011-5-civilizacoes-escondidas-debaixo-de-nossos-pes-reveladas-pela-tecnologia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os arque&oacute;logos modernos repudiam a ideia de "civiliza&ccedil;&atilde;o"</a>, preferindo, em vez disso, falar em termos de "culturas e tradi&ccedil;&otilde;es".&nbsp;
Al&eacute;m disso, todas as grandes civiliza&ccedil;&otilde;es da hist&oacute;ria tiveram per&iacute;odos de interven&ccedil;&otilde;es "estrangeiras", como os hicsos no Egito, por exemplo. Finalmente, a cultura do in&iacute;cio de uma civiliza&ccedil;&atilde;o pode ser completamente diferente daquela pr&oacute;xima ao seu fim.&nbsp;
<h2>Egito ou Mesopot&acirc;mia?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/29/29204355593001.jpg" alt="A civiliza&ccedil;&atilde;o da Mesopot&acirc;mia pode ser considerada t&atilde;o duradoura quanto &agrave; eg&iacute;pcia." />A civiliza&ccedil;&atilde;o da Mesopot&acirc;mia pode ser considerada t&atilde;o duradoura quanto &agrave; eg&iacute;pcia. (Fonte: Getty Images)
Por uma quest&atilde;o de estimativa, a civiliza&ccedil;&atilde;o eg&iacute;pcia &eacute; avaliada em cerca de 3,5 mil anos, desde a &eacute;poca dos primeiros fara&oacute;s e do uso dos hier&oacute;glifos, embora o imp&eacute;rio tenha sido governado por dinastias estrangeiras. J&aacute; na Mesopot&acirc;mia, o curador do Penn Museum da Filad&eacute;lfia, Philip Jones, explica &agrave; Live Science que a escrita sum&eacute;ria come&ccedil;ou por volta de 3200 a.C., e a adora&ccedil;&atilde;o dos deuses deve ter durado at&eacute; o s&eacute;culo III d.C.&nbsp;
Em termos de civiliza&ccedil;&otilde;es e imp&eacute;rios, a Mesopot&acirc;mia teve: Sum&eacute;ria, Ac&aacute;dia, Babil&ocirc;nia e Ass&iacute;ria. Por sua vez, o Egito passou por v&aacute;rias dinastias e per&iacute;odos: o Antigo, o M&eacute;dio e Novo Imp&eacute;rio, al&eacute;m do Per&iacute;odo Ptolemaico, entre outros. <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124587-como-era-a-vida-dos-egipcios-que-construiram-as-piramides.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O Antigo Egito &eacute; mais conhecido por suas pir&acirc;mides</a> e ic&ocirc;nicos fara&oacute;s, como Qu&eacute;ops e Rams&eacute;s II.
A "civiliza&ccedil;&atilde;o entre rios", que possu&iacute;a cidades-estado independentes como Uruk e Ur, promulgou o importante C&oacute;digo de Hamurabi e construiu os famosos Jardins Suspensos da Babil&ocirc;nia. Esse predom&iacute;nio cultural e pol&iacute;tico se manteve inc&oacute;lume por quase 2 mil anos, desde 3.500 a.C. at&eacute; a conquista persa em 539 a.C.&nbsp;
<h2>Ent&atilde;o, seria a China a civiliza&ccedil;&atilde;o mais duradoura?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/29/29212820937012.jpg" alt="Com base na arqueologia, afirma-se que civiliza&ccedil;&atilde;o chinesa tem mais de 5 mil anos." />Com base na arqueologia, afirma-se que civiliza&ccedil;&atilde;o chinesa tem mais de 5 mil anos.&nbsp;(Fonte: Getty Images)
Alguns par&acirc;metros importantes, como uso da escrita, urbaniza&ccedil;&atilde;o ou tradi&ccedil;&otilde;es cont&iacute;nuas, colocam <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124451-por-que-a-tumba-do-primeiro-imperador-da-china-ainda-nao-foi-aberta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a China como a civiliza&ccedil;&atilde;o mais duradoura</a> do mundo, mas a forma de medir isso &eacute; questionada. "Depende de como voc&ecirc; define civiliza&ccedil;&atilde;o e como define chin&ecirc;s, porque acho que existem v&aacute;rias maneiras razo&aacute;veis de definir esses dois conceitos", explica o arque&oacute;logo Rowan Flad, da Universidade de Harvard, &agrave;&nbsp;Live Science.
"Quando voc&ecirc; pensa sobre a l&iacute;ngua escrita [chinesa], n&atilde;o h&aacute; absolutamente nenhuma controv&eacute;rsia de que haja continuidade de 3.250 anos atr&aacute;s ou mais at&eacute; o presente", afirma ele. O mesmo ocorre como a arqueologia das ru&iacute;nas neol&iacute;ticas da cultura Liangzhu no delta do rio Yangtze, que data a civiliza&ccedil;&atilde;o chinesa em mais de 5 mil anos.
No entanto, vendo essa China milenar e a China de hoje, percebe-se que n&atilde;o h&aacute; uma resposta definitiva para a quest&atilde;o da civiliza&ccedil;&atilde;o mais duradoura da Terra. "O que a maioria das pessoas quer dizer com 'civiliza&ccedil;&atilde;o' deve ser entendido como uma extrapola&ccedil;&atilde;o de alto n&iacute;vel que tende a perder o foco quando voc&ecirc; olha mais de perto", conclui Jones.&nbsp;

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Qual foi a civilização mais duradoura da Terra?

Imagem de Trepanação: conheça as cirurgias feitas na cabeça há milhares de anos no megacurioso

Os crânios danificados de combatentes eram reparados com pedaços de metal, em técnica de cirurgia antiga

At&eacute; hoje, uma fratura no cr&acirc;nio &eacute; algo s&eacute;rio que causa risco de vida. Cirurgias neurol&oacute;gicas demandam todo cuidado e tecnologia para n&atilde;o afetar nenhuma &aacute;rea do c&eacute;rebro al&eacute;m daquela que precisa ser tratada.&nbsp;
Agora, imagine tratar de uma &aacute;rea t&atilde;o delicada h&aacute; 2 mil anos, quando a medicina, a ci&ecirc;ncia e a tecnologia n&atilde;o eram t&atilde;o desenvolvidas. At&eacute; porque <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125284-o-que-e-a-cirurgia-de-aumento-de-altura-e-quando-ela-e-indicada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">n&atilde;o havia anestesia</a> ou esteriliza&ccedil;&atilde;o.
Pesquisas arqueol&oacute;gicas na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121208-e-se-os-incas-tivessem-conquistado-a-europa-e-nao-o-contrario.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">regi&atilde;o do atual Peru</a> encontraram v&aacute;rios cr&acirc;nios com peda&ccedil;os de metal e marcas de cicatriza&ccedil;&atilde;o, mostrando que cirurgias neurol&oacute;gicas n&atilde;o s&oacute; eram feitas naquela &eacute;poca, como tamb&eacute;m eram bem sucedidas. Na realidade, as cicatriza&ccedil;&otilde;es dos cr&acirc;nios mostram que muitos pacientes viveram por anos ap&oacute;s os procedimentos.&nbsp;
Al&eacute;m disso, como as pesquisas encontraram centenas de cr&acirc;nios nessa regi&atilde;o, &eacute; poss&iacute;vel at&eacute; estimar a taxa de sucesso das cirurgias: entre 75% e 83%. Um feito impressionante, pensando que as t&eacute;cnicas empregadas eram muito rudimentares.&nbsp;
<h2>Como funcionava e para que servia a trepana&ccedil;&atilde;o?</h2>
<span data-fonte="Museum of Osteology/Reprodu&ccedil;&atilde;o" data-fonte-url="https://www.dailymail.co.uk/news/article-10409541/Metal-plate-attached-2-000-year-old-Peruvian-warriors-skull-oldest-evidence-SURGERY.html" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/05/museum-of-osteology-reproducao-05185848011362.jpg" alt="Museum of Osteology/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte: Museum of Osteology/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As pesquisas apontam que a trepana&ccedil;&atilde;o era feita com brocas e outras ferramentas b&aacute;sicas &mdash; j&aacute; que n&atilde;o existiam bisturis ou m&aacute;quinas. Um corte quase quadrado era feito no cr&acirc;nio, para abri-lo. Ent&atilde;o, um peda&ccedil;o de ouro ou prata era utilizado para ajudar no fechamento do buraco, mas muitas pessoas permaneciam com a ferida aberta.&nbsp;
Esses cortes no cr&acirc;nio eram sempre feitos em homens adultos, geralmente soldados feridos em batalha. A trepana&ccedil;&atilde;o, portanto, era uma tentativa de salvar suas vidas: retirar os peda&ccedil;os de osso resultantes de uma perfura&ccedil;&atilde;o, aliviar a press&atilde;o ap&oacute;s um traumatismo craniano, etc.&nbsp;
H&aacute; dois outros detalhes muito interessantes nessa hist&oacute;ria: n&atilde;o somente os cr&acirc;nios peruanos tinham peda&ccedil;os de ouro ou prata, como eles tamb&eacute;m eram alongados. Os nativos amarravam panos na cabe&ccedil;a dos beb&ecirc;s, enquanto o cr&acirc;nio ainda estava "mole", para que ele adquirisse o formato alongado considerado s&iacute;mbolo de beleza e intelig&ecirc;ncia.&nbsp;
O outro detalhe &eacute; que a an&aacute;lise dos cr&acirc;nios de diferentes &eacute;pocas demonstra que os m&eacute;dicos foram aprendendo e melhorando suas t&eacute;cnicas. Existem ind&iacute;cios mostrando que eles praticavam cirurgias em pessoas mortas &mdash; mais ou menos como os estudantes de medicina de hoje em dia.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113848-a-era-da-dor-como-eram-feitas-as-cirurgias-no-seculo-xix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A era da dor: como eram feitas as cirurgias no s&eacute;culo XIX</a>
<h2>Outras evid&ecirc;ncias de cirurgias na antiguidade</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/30/30223809152042.jpeg" alt="Fonte: Twitter/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte:&nbsp;Gold Museum of Peru/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por mais interessantes que as t&eacute;cnicas incas sejam, elas foram proibidas pelos colonizadores espanh&oacute;is que dominaram a regi&atilde;o, a partir do s&eacute;culo XVI. Por&eacute;m, eles n&atilde;o foram o &uacute;nico povo que desenvolveu t&eacute;cnicas avan&ccedil;adas de cirurgia na antiguidade.&nbsp;
Um artigo publicado em 2023 descreve um <a href="https://www.megacurioso.com.br/arqueologia/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">achado arqueol&oacute;gico</a> na regi&atilde;o do atual Israel: dois irm&atilde;os, enterrados juntos, na casa onde viviam. Os dois tinham uma doen&ccedil;a grave &mdash; que pode ser percebida pelo estado das ossadas &mdash;, mas tinham acesso aos melhores cuidados daquela &eacute;poca, j&aacute; que os vest&iacute;gios indicam uma casa luxuosa.&nbsp;
Um dos irm&atilde;os tinha marcas de trepana&ccedil;&atilde;o no cr&acirc;nio. Os pesquisadores acreditam que, ap&oacute;s o falecimento de um irm&atilde;o, a fam&iacute;lia optou por fazer a cirurgia para tentar salvar a vida do outro. Mas, como o cr&acirc;nio n&atilde;o tem marcas de cicatriza&ccedil;&atilde;o, &eacute; prov&aacute;vel que o jovem tenha morrido no procedimento ou logo depois dele.
Esse achado foi interessante, porque &eacute; ainda mais antigo que os do Imp&eacute;rio Inca, datado de 3,5 mil anos atr&aacute;s. Contudo, vest&iacute;gios de trepana&ccedil;&atilde;o foram encontrados em cr&acirc;nios de at&eacute; 11 mil a.C., em <a href="https://www.megacurioso.com.br/arqueologia/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&iacute;tios arqueol&oacute;gicos</a> na Turquia.&nbsp;
Mas a pr&eacute;-hist&oacute;ria da cirurgia vai al&eacute;m: na ilha de Borneo (sudeste asi&aacute;tico) foram encontradas ossadas com a amputa&ccedil;&atilde;o de uma perna, datadas de 31 mil anos atr&aacute;s. A forma como o tecido &oacute;sseo cicatrizou lembra o que vemos hoje em amputa&ccedil;&otilde;es bem-sucedidas. Tudo indica que a perna foi amputada de uma crian&ccedil;a que sobreviveu at&eacute; a idade adulta, sem problemas.&nbsp;

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Trepanação: conheça as cirurgias feitas na cabeça há milhares de anos

Imagem de Capitão Richard Phillips: o herói que sobreviveu a um sequestro pirata no megacurioso

Conheça a história que inspirou o filme Capitão Phillips com Tom Hanks

Em 2009, o capit&atilde;o Richard Phillips foi sequestrado por piratas somalis que invadiram seu navio cargueiro. Ele passou cinco dias como ref&eacute;m em um bote salva-vidas, at&eacute; ser resgatado por uma opera&ccedil;&atilde;o da Marinha dos Estados Unidos. Sua hist&oacute;ria inspirou o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125255-5-cineastas-famosos-que-se-arrependeram-de-seus-filmes-classicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filme</a> Capit&atilde;o Phillips&nbsp;(2013), estrelado por Tom Hanks.
Richard nasceu em 1955, em Massachusetts, e se formou na Academia Mar&iacute;tima da cidade em 1979. Ele come&ccedil;ou a trabalhar como marinheiro e depois como capit&atilde;o de navios mercantes. Em 2009, ele estava no comando da embarca&ccedil;&atilde;o Maersk Alabama, transportando alimentos e suprimentos para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124470-a-africa-esta-se-partindo-em-duas-por-que.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&Aacute;frica</a> Oriental.
<h2>O in&iacute;cio de um pesadelo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/29/29135113680167.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Jon Rasmussen/US Navy/Wikimedia Commons)
No dia 08 de abril daquele ano, o navio foi atacado por quatro piratas somalis armados com fuzis AK-47. Eles conseguiram subir a bordo usando uma escada e renderam parte da tripula&ccedil;&atilde;o. Phillips tentou negociar com os invasores, oferecendo dinheiro e mantimentos, mas eles exigiam milh&otilde;es de d&oacute;lares pelo resgate.
O capit&atilde;o ent&atilde;o se ofereceu como ref&eacute;m para proteger seus 19 tripulantes. Ele foi levado para um bote salva-vidas, onde ficou sob a mira dos piratas. O&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125264-orcas-afundaram-3-barcos-e-estao-ensinando-outras-a-fazer-o-mesmo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">barco</a>&nbsp;seguiu para o porto mais pr&oacute;ximo, enquanto a Marinha dos Estados Unidos enviava navios de guerra e helic&oacute;pteros para acompanhar a situa&ccedil;&atilde;o.
Durante os cinco dias seguintes, Richard viveu momentos de tens&atilde;o e medo. Ele tentou escapar uma vez, pulando na &aacute;gua e nadando em dire&ccedil;&atilde;o a um navio da Marinha, mas foi recapturado pelos piratas. Tamb&eacute;m sofreu amea&ccedil;as e agress&otilde;es f&iacute;sicas e at&eacute; chegou a escrever uma carta de despedida para sua esposa e seus dois filhos.
<h2 style="font-family: 'Source Sans Pro', sans-serif;">Depois da tempestade, vem a calmaria</h2>
<span data-fonte="Stephen Chernin/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornal%C3%ADstica/abduhl-wali-i-musi-who-allegedly-is-involved-in-the-foto-jornal%C3%ADstica/86084258" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/01/stephen-chernin-getty-images-01163728075270.jpg" alt="Stephen Chernin/Getty Images" />(Fonte: Stephen Chernin/Getty Images)
No dia 12 de abril, a situa&ccedil;&atilde;o chegou ao cl&iacute;max: os piratas estavam nervosos e impacientes com as negocia&ccedil;&otilde;es, o que os fez atirar contra uma embarca&ccedil;&atilde;o da Marinha que se aproximou do bote. Os atiradores de elite aproveitaram um momento em que os tr&ecirc;s criminosos apontaram suas armas para o ref&eacute;m e dispararam simultaneamente, matando-os. O quarto pirata, que estava em outro navio negociando o resgate, foi preso.
Phillips foi libertado e levado para um navio para passar por cuidados m&eacute;dicos e psicol&oacute;gicos. Ele reencontrou sua fam&iacute;lia nos Estados Unidos e recebeu uma homenagem do presidente Barack Obama. Richard voltou a trabalhar como capit&atilde;o e publicou um livro sobre sua experi&ecirc;ncia, chamado A Captain's Duty: Somali Pirates, Navy SEALs, and Dangerous Days at Sea&nbsp;(em tradu&ccedil;&atilde;o livre, O Dever de um Capit&atilde;o: Piratas Somalis, Navy SEALs e Dias Perigosos no Mar).

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Capitão Richard Phillips: o herói que sobreviveu a um sequestro pirata

Imagem de O Dia dos Mil Mortos: uma das maiores tragédias da seca no Nordeste no megacurioso

O Dia dos Mil Mortos foi uma consequência da grande seca de 1877 a 1879, que foi agravada pela epidemia de varíola na região

<head></head><body>Considerado <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124936-dom-helder-camara-o-arcebispo-perseguido-pela-ditadura-militar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o dia mais trágico da história de Fortaleza</a>, a data de 10 de dezembro de 1878 ficou conhecida como “o Dia dos Mil Mortos”. Naquela fatídica terça-feira, morreram 1.004 pessoas na cidade. O natural esgotamento da capacidade dos cemitérios fez com que uma enorme vala comum fosse aberta na região praiana de Jacareacanga.<a href="https://www.google.com/url?client=internal-element-cse&amp;cx=004238318321071068280:rcwgwv4dsro&amp;q=https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122969-4-dos-maiores-funerais-da-historia-recente.htm&amp;sa=U&amp;ved=2ahUKEwiqnretpoz_AhVTuJUCHR25CmQ4ChAWegQIBxAC&amp;usg=AOvVaw1dmIwJezhFVyTPaiVyJzY_" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Para enterrar um número tão grande de corpos</a>, foram convocados 60 presidiários e coveiros. Como não havia caixões disponíveis, os cadáveres eram transportados em redes ou, na falta destas, amarradas em peças de madeira. Devido ao avançado estado de putrefação, muitos pedaços dos defuntos ficavam espalhados pelo caminho.&nbsp;Esquecida pela História, a tragédia do século XIX ficou literalmente enterrada na chamada "terra da luz" até janeiro de 1994, quando um grupo de operários do Sanear, o Serviço de Saneamento de Fortaleza, encontrou dezenas de ossadas na cova coletiva. Após diversas especulações, concluiu-se de que o local era o histórico cemitério da epidemia de varíola ocorrida 116 anos antes.<h2>Seca e epidemia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/23/23163326383246.jpg" alt="A Grande Seca foi o fenômeno mais terrível da história do Brasil, durante o período imperial.">A Grande Seca foi o fenômeno mais terrível da história do Brasil, durante o período imperial.O evento gerador da tragédia fortalezense <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123119-grande-seca-de-1877-o-horror-que-destruiu-o-nordeste-brasileiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">foi a chamada Grande Seca</a> que assolou a região entre os anos de 1877 e 1879. O fenômeno <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125218-por-que-a-europa-esta-secando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não somente secou todos os reservatórios de água</a>, como acrescentou graves problemas sanitários para uma população já sofrida. Durante esses três anos, a estiagem exilou mais de 100 mil sertanejos para a capital, que possuía na época cerca de 30 mil habitantes.Abrigada em barracas montadas nos subúrbios de Fortaleza, essa multidão ficou à mercê do calor sufocante e dormindo praticamente ao relento em condições sub-humanas. Para piorar, irrompeu entre eles uma epidemia de varíola, doença para a qual já existia vacina, mas as autoridades se negavam a promovê-la e a população, a se vacinar, uma tradição maldita que parece nunca ter fim.Após o enterro coletivo do dia 10 de dezembro, as procissões de mortos até o cemitério da Lagoa Funda continuaram intensas, espalhando o vírus. Segundo o incentivador da vacina, Rodrigo Teófilo, o pânico se espalhou entre a população com a notícia de que até mesmo a primeira-dama Marieta Raja Gabaglia havia sido vítima da doença.&nbsp;<h2>A reação das autoridades</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/23/23163858854255.jpg" alt="&quot;Criança Morta&quot;, de Cândido Portinari, retrata vidas marcadas pela seca.">"Criança Morta", de Cândido Portinari, retrata vidas marcadas pela seca.Com a multiplicação das mortes, a situação se tornou caótica em Fortaleza: o comércio fechou as portas, o povo não saía às ruas, agora frequentadas apenas pelos "bexiguentos" e pelos desfiles de enterros. A Câmara Municipal determinou que, durante à noite, vasos de alcatrão fossem acesos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119799-cemiterada-a-revolta-na-bahia-de-1836-contra-os-cemiterios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para desinfectar os miasmas</a>, uma teoria popular na época.Viúvo, o governador da província José Júlio de Albuquerque Barros, o Barão de Sobral, determinou, a conselho dos médicos, que fossem transferidos os acampamentos dos refugiados da seca, para locais onde os ventos soprassem para fora da cidade. A remoção foi feita sem economizar “energias para convencer os flagelados a aceitarem a mudança”, segundo Teófilo.A situação demorou a chegar à Corte. Como dom Pedro II se encontrava em viagem pelos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio e só retornou em 1877, quando a epidemia já havia se espalhado pelos sertões. Em 1878, o imperador enviou 360 navios com alimentos para a região. &nbsp;<h2>Transposição do rio São Francisco e açudes</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/23/23170612874271.jpg" alt="A transposição das águas do rio São Francisco foi considerada desde a seca de 1844.&nbsp;">A transposição das águas do rio São Francisco foi considerada desde a seca de 1844.&nbsp;Desde a seca de 1844, a ideia da transposição das águas do rio São Francisco já era cogitada como a única solução para a seca no Nordeste. A ideia foi, no entanto, descartada pelo Barão de Capanema, que demonstrou não haver recursos técnicos para transpor a Chapada do Araripe. A ideia da obra foi retomada somente em 2007, e efetivamente concluída e inaugurada no início de 2022.&nbsp;Após a Grande Seca, a ideia de levar água aos nordestinos foi adaptada por dom Pedro II, que determinou a construção do primeiro açude do País: o Cedro, em Quixadá, no sertão central da província. Embora os projetos tenham sido feitos durante o período do Império, as obras só tiveram início durante a República, com o açude sendo concluído em 1906, já no século XX.Conta a História que a seca do Nordeste levou dom Pedro II a prometer que estaria disposto a vender as joias da Coroa para não deixar os sertanejos morrerem de fome. Fato é que centenas de milhares de mortes ocorreram desde então. Ao que se sabe, as tais joias jamais foram vendidas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/108954-antes-das-chamas-a-historia-por-tras-do-museu-nacional-do-rio-de-janeiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">e estavam no acervo do Museu Nacional</a>, que pegou fogo no dia 2 de setembro de 2018.</body>

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O Dia dos Mil Mortos: uma das maiores tragédias da seca no Nordeste

Imagem de Unidade 731: a terrível história do Japão na 2ª Guerra Mundial no megacurioso

Durante conflito armado, cientistas japoneses utilizaram cobaias humanas para testes biológicos completamente assustadores

<head></head><body>Os acontecimentos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm#:~:text=O%20conflito%20tamb%C3%A9m%20marcou%20a,marcas%20nos%20anais%20da%20humanidade." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> deixaram um enorme rastro de tragédia na história mundial. Ao todo, mais de 100 milhões de pessoas morreram no mundo todo — por mais que grande parte das batalhas tenha sido travada na Europa. Contudo, um país que também esteve bastante ativo nesse conflito bélico foi o Japão.O país indiscutivelmente iniciou a guerra atacando a Manchúria em 1931 e chegou a invadir a China em 1937. Além de ter firmado um laço político com a Alemanha de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121500-hitler-tinha-planos-de-aniquilar-a-etnia-polonesa-em-ate-20-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a>, os japoneses também ficaram conhecidos por uma história terrível: a Unidade 731.<h2>Criação da Unidade 731</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/30/30012401496000.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Inicialmente, a Unidade 731 nasceu para ser uma mera agência de pesquisa e saúde pública para o exército do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118627-7-fatos-curiosos-que-provam-que-o-japao-e-um-pais-unico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Japão</a>. Contudo, não demorou muito para que ela se tornasse uma linha de montagem para doenças armadas que, caso fossem implantadas com sucesso, poderiam ter matado toda a população da Terra inúmeras vezes.Todo esse progresso armamentício, no entanto, só foi ser conquistado através do sofrimento de cobaias humanas que eram detidas em cativeiro, servindo como incubadores de doenças até a Unidade 731 ser desmembrada com o final da Segunda Guerra Mundial.Porém, nos anos que ela esteve em funcionamento, alguns dos experimentos mais cruéis já registrados na história da humanidade foram conduzidos. Após o fim da guerra, os registros da Unidade 731 foram quase todos queimados, destruindo qualquer informação útil que a equipe conseguiu gerar em 13 anos de operação. Enquanto isso, a maioria dos pesquisadores voltou à vida civil no Japão como se nada tivesse acontecido.<h2>Tortura sem limites</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/30/30012441511001.jfif" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Um dos experimentos mais famosos da Unidade 731 foi feito por Yoshimura Hisato, um fisiologista que tinha um interesse especial pela hipotermia. Para tentar entender o congelamento do corpo humano, Hisato rotineiramente afundada os "pacientes" reféns em uma banheira de água cheia de gelo até que um de seus braços ou pernas estivesse completamente congelado.Então, o médico tentava diferentes métodos para reaquecer rapidamente o membro congelado. Isso incluía molhar a cobaia com água fervendo, segurá-la perto de uma fogueira ou deixar o sujeito sem tratamento durante a noite para ver quanto tempo seu próprio sangue precisaria para descongelá-lo.A Unidade 731 posteriormente também ficou conhecida por mutilar prisioneiros chineses ainda vivos e sem anestesia para estudar o funcionamento de seus corpos — até mesmo infectando-os com doenças como cólera e peste bubônica. Em outros casos, o laboratório servia como campo de tiro para testar novos armamentos em alvos vivos.&nbsp;Até hoje, o Japão nunca se desculpou por todos esses experimentos e o país jamais foi perdoado pelos chineses, que foram tão atacados entre 1931 e 1945. Além disso, à medida que mais sobreviventes da guerra estão envelhecendo e morrendo, tal tragédia corre o risco de ser esquecida aos poucos.</body>

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Unidade 731: a terrível história do Japão na 2ª Guerra Mundial

Imagem de As sandálias de Lampião foram feitas para que ele fugisse da polícia no megacurioso

Confeccionadas sob medida, o cangaceiro chegou a desenhar como elas deveriam ser

Ao ver o pai ser assassinado durante um conflito agr&aacute;rio, Virgulino Ferreira da Silva deixou de existir para dar lugar ao famoso e temido <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122578-conheca-a-historia-de-moreno-o-feiticeiro-do-cangaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lampi&atilde;o</a>, considerado o "rei do canga&ccedil;o" brasileiro na d&eacute;cada de 1930.
Ele ganhou o apelido devido &agrave; facilidade que tinha em manejar o rifle que, de tanto atirar, parecia um candeeiro aceso nas escuras noites da caatinga. Foi assim que ele se tornou um fen&ocirc;meno, sobretudo, hist&oacute;rico e pol&iacute;tico, de um anti-her&oacute;i ou bandido que nem mesmo a hist&oacute;ria sabe dizer &ndash; e que depende da perspectiva de quem conta. &ldquo;N&atilde;o sou cangaceiro por vontade minha, mas pela maldade dos outros&rdquo;, dizia ele.
O que ningu&eacute;m pode negar, no entanto, &eacute; que sua luta o tornou um dos mais emblem&aacute;ticos personagens da hist&oacute;ria brasileira. Nem por isso ele deixou de ser perseguido. T&atilde;o famosas quanto seu hist&oacute;rico, foram suas artimanhas para fugir das autoridades. A sagacidade dele foi tanta que Lampi&atilde;o mandou fazer suas sand&aacute;lias sob medida para fugir da pol&iacute;cia.
<h2>O s&iacute;mbolo agreste</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18081030373014.jpg" alt="(Fonte: Museu do Cear&aacute;/Wikimedia Commons)" />(Fonte: Museu do Cear&aacute;/Wikimedia Commons)
Aos 21 anos, um pouco antes de sua vida virar de cabe&ccedil;a para baixo, Lampi&atilde;o era alfabetizado &ndash; algo muito incomum para a regi&atilde;o sertaneja e pobre onde morava &ndash; e sonhava em dar uma vida melhor a sua fam&iacute;lia. Assim que seu pai morreu, em 1919, durante um confronto com a pol&iacute;cia, tudo isso desapareceu.
Jurando ving&aacute;-lo, ele se juntou aos dois irm&atilde;os e integrou o grupo do cangaceiro Sinh&ocirc; Pereira. Tr&ecirc;s anos depois, Lampi&atilde;o j&aacute; se tornava o l&iacute;der do bando em Pernambuco e assassinava o informante que entregou seu pai &agrave; pol&iacute;cia. O cangaceiro tamb&eacute;m realizou o maior assalto da hist&oacute;ria do canga&ccedil;o contra a Baronesa de &Aacute;gua Branca, em Alagoas. Ali come&ccedil;avam seus anos de fuga.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://stories.megacurioso.com.br/stories/quem-foi-maria-bonita/" target="_blank" rel="sponsored">Quem foi Maria Bonita?</a>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Biblioteca Nacional&nbsp;" data-fonte-url="https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/combate-a-lampiao-quase-entrou-na-constituicao-de-34/lampiao.jpg/@@images/image/imagem_materia"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18081130322015.jpg" alt="(Fonte: Biblioteca Nacional/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Biblioteca Nacional/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Lampi&atilde;o foi perseguido por toda a pol&iacute;cia do Nordeste ao longo de 20 anos, desafiando n&atilde;o s&oacute; as autoridades locais, como o poder central do Brasil. Ele sequestrava coron&eacute;is, assassinava seus inimigos e desafiantes com crueldade, na mesma propor&ccedil;&atilde;o que distribu&iacute;a doces para crian&ccedil;as e rem&eacute;dios aos necessitados. Lampi&atilde;o tamb&eacute;m se fez presente em casamentos, festas comemorativas e at&eacute; batizados, dan&ccedil;ando xaxado e cantando repentes com seu bando.
Al&eacute;m de suas habilidades, o homem ficou conhecido por criar um dress code&nbsp;que acabou se tornando um s&iacute;mbolo cultural por todo o sert&atilde;o. Ele percebeu que a roupa seria motivo de orgulho dos seus comparsas e imporia respeito por onde passasse.&nbsp;
Seu apurado e extravagante senso est&eacute;tico inclu&iacute;a s&iacute;mbolos como a cruz de malta (associada aos cavaleiros de Malta), a estrela de Davi (que oferecia prote&ccedil;&atilde;o m&iacute;stica) e a flor-de-lis (usada nos escudos da realeza francesa). Eles foram alinhados com len&ccedil;os, broches, an&eacute;is, cartucheiras e coletes. Tudo isso o conferiu um ar de realeza.
<h2>Hist&oacute;ria sendo feita</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18082502859020.jpg" alt="(Fonte: Waldemar Cunha/Artesol/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Waldemar Cunha/Artesol/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mas nem tudo era apenas sobre estilo. Lampi&atilde;o tamb&eacute;m pensou em seu conforto e facilidade para conseguir se safar da pol&iacute;cia quando encomendou uma sand&aacute;lia com o artes&atilde;o Raimundo Seleiro.
Por meio de um mandante, o homem disse que queria uma sand&aacute;lia diferente, com solado quadrado e sem marca da curva da sola do p&eacute; para n&atilde;o indicar qual era a frente do cal&ccedil;ado. Desse modo, deixaria uma pegada quadrada na poeira, impedindo que a pol&iacute;cia soubesse sua dire&ccedil;&atilde;o. Ele chegou at&eacute; a fazer um desenho de como queria suas sand&aacute;lias.
Seleiro fez exatamente como o cliente pediu. Dias depois quando o capanga veio buscar a encomenda, ele ficou sabendo que era para Lampi&atilde;o. De acordo com seu filho, Espedito Velozo de Carvalho, o pai disse para que levasse a sand&aacute;lia sem precisar pagar.
O filho Espedito foi respons&aacute;vel por carregar a marca de Lampi&atilde;o e o legado que as sand&aacute;lias se tornaram para a fam&iacute;lia, fazendo delas o item de moda mais revolucion&aacute;rio da hist&oacute;ria nacional.

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As sandálias de Lampião foram feitas para que ele fugisse da polícia

Imagem de As 4 maiores máquinas de destruição já inventadas no megacurioso

Conheça algumas invenções épicas dignas dos vilões de histórias em quadrinhos

Quase ningu&eacute;m se lembra do filme As Loucas Aventuras de James West, lan&ccedil;ado em 1999 e estrelado por atores de peso, como Salma Hayek e Will Smith. Entretanto, voc&ecirc; pode se lembrar da emblem&aacute;tica aranha-rob&oacute;tica-gigante-destruidora que fez parte da trama. Caso n&atilde;o se recorde, voc&ecirc; pelo menos sentiu vontade de pesquisar sobre ela, n&atilde;o?
De fato, quando os vil&otilde;es de cinema resolvem expressar toda a maldade deles com um conhecimento tecnol&oacute;gico capaz de destruir qualquer tanque de guerra, sempre causam um grande impacto. Mas isso n&atilde;o fica s&oacute; nas telas de filmes. Toda m&aacute;quina que pare&ccedil;a ter sido criada para fazer um caos absoluto &eacute; capaz de deixar qualquer um impressionado.
Pensando nisso, fizemos uma lista com as quatro maiores m&aacute;quinas de destrui&ccedil;&atilde;o da humanidade que s&atilde;o dignas de uma hist&oacute;ria em quadrinhos. Confira!&nbsp;
<h2 style="text-align: justify;">1. Metralhadora controlada por intelig&ecirc;ncia artificial</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/26/fonte-getty-images-26142430765225.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Em novembro de 2020, o f&iacute;sico, brigadeiro-general das for&ccedil;as armadas e importante oficial do programa nuclear do Ir&atilde;, Mohsen Fakhrizadeh, foi assassinado a tiros. A morte aconteceu em uma emboscada durante uma viagem do f&iacute;sico com a esposa. Mas o que chamou a aten&ccedil;&atilde;o foi a forma como o assassinato foi realizado.&nbsp;
Mohsen foi abatido com uma rajada de tiros de metralhadora. Surpreendentemente, no entanto, sua esposa &ndash; que estava no banco do passageiro do carro &ndash; saiu completamente ilesa, sem nenhum arranh&atilde;o. A precis&atilde;o do assassino levantou suspeitas, at&eacute; ser revelado que n&atilde;o havia um atirador humano envolvido.&nbsp;
O Ir&atilde; afirmou que a arma era nada mais, nada menos, que uma metralhadora montada em um caminh&atilde;o, disparada de forma aut&ocirc;noma e controlada por uma intelig&ecirc;ncia artificial ligada por sat&eacute;lite. N&atilde;o foi necess&aacute;ria qualquer interven&ccedil;&atilde;o humana. Ao todo, foram treze tiros disparados pela m&aacute;quina, quatro deles direcionados &agrave; cabe&ccedil;a da v&iacute;tima.
A esposa, que estava a menos de um p&eacute; de dist&acirc;ncia, n&atilde;o sofreu nenhum ferimento. Parece que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125243-veja-como-as-ias-imaginam-um-corpo-perfeito-de-homem-e-mulher.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">IA</a> estava t&atilde;o focada em acertar o alvo principal que decidiu poupar a mulher.
<h2 style="text-align: justify;">2. Sol assassino</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/26/fonte-getty-images-26142407551224.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Quando crian&ccedil;as, somos ensinados sobre o poder de concentrar a luz solar com uma lupa. &Eacute; uma maneira simples de queimar folhas secas e entender a pot&ecirc;ncia do Sol, mas algumas pessoas decidiram elevar isso a um patamar absurdo e maligno.
Hermann Oberth, famoso cientista alem&atilde;o, pai do programa nazista de foguetes e um dos precursores da astron&aacute;utica moderna, teve uma ideia mirabolante: construir um espelho gigante no espa&ccedil;o. Este objeto seria capaz de concentrar os raios do Sol em qualquer ponto da Terra que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124699-operacao-paperclip-quando-os-eua-trabalharam-com-nazistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nazistas</a> quisessem.
Seria como se eles estivessem brincando de queimar formigas, s&oacute; que em uma escala global. Esse feixe solar fritaria o planeta e qualquer ex&eacute;rcito que estivesse embaixo dele. Pelo menos era esse o plano que &ndash; ainda bem, diga-se de passagem &ndash; nunca saiu do papel.&nbsp;
A ideia, que custaria milh&otilde;es e levaria mais de quinze anos para ser finalizada, inclu&iacute;a at&eacute; mesmo uma esta&ccedil;&atilde;o espacial com jardins hidrop&ocirc;nicos e geradores solares. O cientista caprichou nos detalhes, mas, felizmente, nunca conseguiu colocar essa maluquice em pr&aacute;tica.
<h2 style="text-align: justify;">3. Tanque Bob Semple</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/26/wikimedia-commons-26142637477227.jpg" alt="Wikimedia Commons" />(Fonte: Alexander Turnbull Library/Wikimedia Commons)
Imagine que voc&ecirc; &eacute; o respons&aacute;vel por criar uma forma de se proteger de invasores indesejados. Se algum ex&eacute;rcito hostil estivesse vindo em sua dire&ccedil;&atilde;o, amea&ccedil;ando sua cidade e sua fam&iacute;lia, o que voc&ecirc; faria? Agora, vamos supor que as for&ccedil;as armadas estivessem ocupadas, sem que voc&ecirc; pudesse contar com a ajuda delas. Se voc&ecirc; fosse o Ministro do Trabalho da Nova Zel&acirc;ndia, Bob Semple, a solu&ccedil;&atilde;o seria criar um tanque de guerra caseiro!&nbsp;
Durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125204-9-atores-que-lutaram-na-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, a Nova Zel&acirc;ndia estava se sentindo vulner&aacute;vel ao avan&ccedil;o do Jap&atilde;o, que mostrava ser uma forte amea&ccedil;a. O ex&eacute;rcito do pa&iacute;s oce&acirc;nico era pequeno e n&atilde;o havia ajuda dispon&iacute;vel dos seus aliados, ocupados em outros fronts. Foi ent&atilde;o que o engenhoso Bob Semple decidiu usar a criatividade para defender o seu povo.
O 'Tanque Bob Semple', como ficou conhecido, foi constru&iacute;do de forma improvisada, com pe&ccedil;as facilmente encontradas por qualquer pessoa. A base do ve&iacute;culo era um trator, e a blindagem feita de um material chamado mangan&ecirc;s ondulado. Vale mencionar, por&eacute;m, que esse tanque tinha as suas limita&ccedil;&otilde;es: n&atilde;o possu&iacute;a uma torre de armas funcional e n&atilde;o era muito &aacute;gil em terrenos irregulares.
Atirar enquanto o tanque se movia, ent&atilde;o? Tarefa quase imposs&iacute;vel! Al&eacute;m de tudo isso, a velocidade da m&aacute;quina tinha o "pequeno" problema de ser muito lenta &ndash; inferior a 16 km/h. Apesar de tudo, a blindagem da m&aacute;quina era surpreendentemente eficaz, al&eacute;m de repleto de metralhadoras.
<h2>4. M&aacute;quina infernal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/26/wikimedia-commons-26142856534229.jpg" alt="Wikimedia Commons" />(Fonte: Wikimedia Commons)
J&aacute; ouviu falar no nome Giuseppe Marco Fieschi? Este homem, l&aacute; em 1835, tentou assassinar o rei Louis Philippe da Fran&ccedil;a, e acabou criando uma bizarra hist&oacute;ria envolvendo uma arma mais bizarra ainda!
Junto de alguns comparsas, Fieschi, que era conhecido como ladr&atilde;o e tinha um relacionamento com a pr&oacute;pria enteada, virou um radical pol&iacute;tico e planejou a morte do rei. Como? Ele criou uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124935-eua-testou-armas-biologicas-em-seus-proprios-cidadaos-no-passado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">arma</a> que chamou de "M&aacute;quina Infernal", um tipo de canh&atilde;o com nada mais, nada menos, do que 25 canos!
Na pr&aacute;tica, a ideia n&atilde;o funcionou exatamente como o planejado, e nem todos os canos dispararam. Mas, ainda assim, foi um show de horrores! Mais de 400 proj&eacute;teis explodiram da arma, matando 18 homens e deixando o rei ileso &ndash; sortudo! O cavalo do rei, infelizmente, n&atilde;o teve a mesma sorte. Loucura, n&eacute;?

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As 4 maiores máquinas de destruição já inventadas

Imagem de Último baile do Império: a desesperada festa da monarquia no Rio de Janeiro no megacurioso

O evento reuniu entre 2 a 5 mil pessoas, chegando a ter 1.500 frangos e 10 mil litros de cerveja. Tudo isso foi um esforço da monarquia em parecer que estava tudo bem

&ldquo;O rei perde a coroa, mas n&atilde;o perde a majestade&rdquo;, diz o prov&eacute;rbio popular que se aplica perfeitamente bem ao memor&aacute;vel 9 de novembro de 1899, quando aconteceu o &uacute;ltimo baile do Imp&eacute;rio no Brasil.
Naquela &eacute;poca, em meio a uma s&eacute;rie de conspira&ccedil;&otilde;es republicanas, com um <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/110018-15-de-novembro-por-que-o-brasil-abandonou-a-monarquia-de-dom-pedro-ii.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">D. Pedro II</a> velho e doente, o Imp&eacute;rio estava por um fio. E, apesar de sua ru&iacute;na iminente e sem alternativa, a realeza ainda resistia, inclusive, querendo provar ao pa&iacute;s que estava forte.
Com isso, o Visconde de Ouro Preto &ndash; tamb&eacute;m conhecido como Afonso Vint&eacute;m, ent&atilde;o presidente do Conselho de Ministros &ndash;, sugeriu realizar um grande baile, o primeiro organizado nos 54 anos de reinado de Pedro II.
Assim aconteceu o Baile da Ilha Fiscal, o evento mais decadente e suntuoso da &eacute;poca do Imp&eacute;rio.
<h2>O maior evento do Rio de Janeiro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18080003694010.jpg" alt="(Fonte: Harpya Leil&otilde;es/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ribeiro, A./Biblioteca Nacional/Harpya Leil&otilde;es/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O evento aconteceu em um s&aacute;bado e teve como cen&aacute;rio o Pal&aacute;cio da Ilha Fiscal, rec&eacute;m-inaugurado e localizado na Ba&iacute;a da Guanabara. A princ&iacute;pio, os primeiros locais cogitados para sediar o evento foram o Pal&aacute;cio de Petr&oacute;polis e o Pa&ccedil;o Imperial de S&atilde;o Crist&oacute;v&atilde;o, mas ambos foram descartados por serem considerados suscet&iacute;veis a ataques.
A verba para a festan&ccedil;a foi retirada do Minist&eacute;rio de Via&ccedil;&atilde;o e Obras P&uacute;blicas, criado como fundo de emerg&ecirc;ncia para as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123119-grande-seca-de-1877-o-horror-que-destruiu-o-nordeste-brasileiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">v&iacute;timas da seca</a> no Cear&aacute;, uma m&eacute;dia de 10% de todo o or&ccedil;amento governamental destinado &agrave; capital do Imp&eacute;rio por um ano inteiro.
Esse dinheiro recolhido pelo Visconde foi essencial para providenciar todo o luxo que o baile requeria, a come&ccedil;ar pelos convites. Feitos em capa de cetim e com detalhes em ouro, estima-se que entre 2 a 5 mil deles foram emitidos para toda a nata da alta sociedade imperial, que inclu&iacute;a membros do governo, nobres da corte, e representantes das na&ccedil;&otilde;es vizinhas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/25/biblioteca-do-senado-25180044396366.jpg" alt="Biblioteca do Senado" />(Fonte: Urias Antonio da Silveira/Biblioteca do Senado/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
At&eacute; mesmo para os convidados, a festa se tratava de uma diplomacia e honra aos oficiais do navio de guerra chileno Almirante Cochrane, que estava no Brasil h&aacute; duas semanas. Essa mentira foi disparada como desculpa oficial para um baile daquela magnitude.
Nunca houve uma festa t&atilde;o grandiosa como aquela durante o reinado de D. Pedro II, portanto, o Rio de Janeiro veio a baixo com seu an&uacute;ncio. Inclusive, esgotaram-se estoques de tecidos nas lojas de roupa sofisticadas, levando costureiras e alfaiates &agrave; exaust&atilde;o para confeccionar os melhores trajes para a noite.
A loucura foi tamanha que agendamentos nos cabeleireiros foram marcados com semanas de anteced&ecirc;ncia, com mulheres que n&atilde;o tomaram banho e dormiram sentadas nos tr&ecirc;s dias que antecederam o baile para n&atilde;o estragarem o penteado.
<h2>Uma noite perfeita</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18080301303012.jpg" alt="(Fonte: Francisco Figueiredo/Museu Hist&oacute;rico Nacional/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Francisco Figueiredo/Museu Hist&oacute;rico Nacional/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na t&atilde;o esperada noite de s&aacute;bado, naquele 9 de novembro de 1889, milhares de pessoas desembarcaram na ilha para um mundo de luz que se tornou o Pal&aacute;cio da Ilha Fiscal, iluminado por milhares de velas, bal&otilde;es, e lanternas venezianas e chinesas. Tudo isso gra&ccedil;as a um gerador instalado em um barrac&atilde;o ao lado do edif&iacute;cio e aos holofotes do coura&ccedil;ado Almirante Cochrane e de outros navios da Marinha ancorados por perto.
Estima-se que pelo menos 300 mil pessoas se espremeram no cais Pharoux, atual Pra&ccedil;a XV, no centro do Rio, de onde sa&iacute;am as barcas Ferry para a ilha. Tudo isso para assistir ao desfile de damas e cavalheiros vestidos nas roupas mais belas que a cidade j&aacute; viu. Tudo parecia encantado.
Os convidados desfilavam em meio a 150 gar&ccedil;ons, que carregavam os pratos preparados por 48 cozinheiros. A cargo da Confeitaria Paschoal, que servia a Fam&iacute;lia Rela h&aacute; anos, foram entregues na ilha: 3 mil sopas de 22 qualidade, 50 peixes grandes, 800 latas de lagosta, 800 kg de camar&atilde;o, 500 tigelas de ostras, 100 latas de salm&atilde;o, 400 saladas diferentes, 800 latas de trufas, 1.500 costeletas de carneiro, 1.300 frangos, 250 galinhas, 500 perus, 64 fais&otilde;es, 80 marrecos, 12 cabritos, 20 mil sandu&iacute;ches diversos, 800 inhambus, 50 macucos e 12 cabritos.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Biblioteca Nacional&nbsp;" data-fonte-url="https://antigo.bn.gov.br/sites/default/files/imagens/curiosidade/serie-cardapios-historicos-baile-ilha-fiscal/destaque-2926-serie-cardapios-historicos-baile-ilha-fiscal.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/19/19163115848291.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Tudo isso compunha apenas o prato principal. Para a sobremesa, foram reservados 14 mil sorvetes, 800 pratos de pastelaria, 600 gelatinas, 300 pudins e 400 doces de fios de ovos. Para beber, os convidados se refocilaram em mais de 10 mil litros de cerveja, 188 caixas de vinhos diversos, 80 caixas de champanhe, 10 caixas de vermute, 16 caixas de licores e conhaque.
O menu anunciou nada menos do que 11 pratos quentes, 15 pratos frios e 12 tipos de sobremesa. Todos atendiam o paladar franc&ecirc;s, mesmo que com ingredientes tipicamente nacionais.
A festa terminou &agrave;s 6h e, apesar de sua magnitude, foto nenhuma sobreviveu para ilustrar a hist&oacute;ria. Talvez porque toda a noite perfeita realmente parecia um sonho de que o Imp&eacute;rio prevaleceria, mas n&atilde;o foi o que aconteceu. Seis dias ap&oacute;s o baile, em 15 de novembro de 1889, foi proclamada a Rep&uacute;blica.

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Último baile do Império: a desesperada festa da monarquia no Rio de Janeiro

Imagem de Frederico, o Grande: o rei que popularizou as batatas no megacurioso

Origin&aacute;ria na Am&eacute;rica do Sul, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122413-a-deliciosa-historia-da-batata-frita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">batata</a> foi fruto da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120638-como-os-colonizadores-trouxeram-doencas-para-a-america.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coloniza&ccedil;&atilde;o</a>, chegando ao continente europeu em meados de 1500. A princ&iacute;pio, o tub&eacute;rculo foi rejeitado pela maioria, sobretudo os franceses, que se referiam a ele como &ldquo;ra&ccedil;&atilde;o de porco&rdquo; e acreditavam que causava doen&ccedil;as t&iacute;picas da &eacute;poca, como hansen&iacute;ase, a famosa <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122185-como-as-colonias-da-lepra-destruiram-as-vidas-de-milhares-de-pessoas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lepra.</a>
O pouco conhecimento sobre a batata tamb&eacute;m contribuiu para sua reputa&ccedil;&atilde;o. Parte da fam&iacute;lia Solanaceae &ndash; que inclui uma s&eacute;rie de plantas venenosas para os seres humanos, como a mortal beladona &ndash;, muitas pessoas desconfiavam do tub&eacute;rculo, tanto que o Parlamento franc&ecirc;s chegou a proibi-lo oficialmente em 1748.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Granger Collection/Alamy Stock Photo&nbsp;" data-fonte-url="https://www.alamy.com/stock-photo-incan-farmersndigging-and-transporting-potatoes-in-peru-drawing-from-95496063.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/22/22170859025287.jpg" alt="(Fonte: The Granger Collection/Alamy Stock Photo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Granger Collection/Alamy Stock Photo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Demorou at&eacute; o s&eacute;culo XIX para que esse cen&aacute;rio come&ccedil;asse a mudar. Em um dos per&iacute;odos de maior escassez da Europa, a batata foi vista como uma fonte de alimenta&ccedil;&atilde;o barata e nutritiva para boa parte do continente, &agrave; exce&ccedil;&atilde;o do povo da Pr&uacute;ssia (mais tarde parte da Alemanha moderna), que era apegado ao ditado popular &ldquo;o que o campon&ecirc;s n&atilde;o conhece, ele n&atilde;o come&rdquo;.
Quando a Guerra de Sucess&atilde;o Austr&iacute;aca espalhou a imin&ecirc;ncia de uma grande fome pela Pr&uacute;ssia, o&nbsp;rei Frederico, o Grande, inventou uma maneira de convencer o povo a comer batata.
<h2>Uma t&aacute;tica inteligente</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04140538693257.jpg" alt="Frederico, O Grande. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Frederico, O Grande. (Fonte: Wikimedia Commons)
Frederico, o Grande, sempre foi um defensor orgulhoso da batata e, quando surgiu o risco de fome generalizada causada pelo conflito que duraria oito anos, ele sabia que o alimento poderia ajudar seu povo a sobreviver, por ser f&aacute;cil de cultivar e altamente nutritivo. N&atilde;o &eacute; para menos que at&eacute; aprovou uma ordem para aumentar as safras de batata, mas, ao se deparar com o medo dos prussianos sobre a proced&ecirc;ncia do tub&eacute;rculo, ele precisou ser r&aacute;pido para contornar o problema.
Portanto, o rei apelou para uma t&aacute;tica: a escassez. Para tornar a batata mais atraente para o povo e dar a falsa ideia de que estava sendo consumida em larga escala, em vez de promov&ecirc;-la, ele a removeu. Eram os prim&oacute;rdios da t&iacute;pica lei de oferta e procura.
Ele plantou campos de batata ao redor de toda Berlim e ordenou que seu ex&eacute;rcito montasse guarda em uma demonstra&ccedil;&atilde;o de prote&ccedil;&atilde;o de alto n&iacute;vel, para dar a impress&atilde;o de que temiam que as batatas fossem roubadas de t&atilde;o populares que eram.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/05/05132713016170.jpg" alt="(Fonte: Deutsches Historisches Museum/Wikimedia Commons)" />(Fonte: Deutsches Historisches Museum/Wikimedia Commons)
E Frederico, o Grande, estava mais do que certo. N&atilde;o demorou para que os camponeses come&ccedil;assem a especular sobre o tub&eacute;rculo e tentassem roub&aacute;-los. Os guardas foram instru&iacute;dos a fingirem descuido, como cochilar ou fazer rondas pregui&ccedil;osas, para permitir que os camponeses tivessem acesso ao produto.
Foi assim que as batatas ganharam o gosto popular, sendo amplamente cultivadas e se estabelecendo como alimento primordial na dieta austr&iacute;aca e alem&atilde;.
<h2>O desejo inerente</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/22/22171235256288.jpg" alt="(Fonte: Deror avi/Wikimedia Commons)" />(Fonte: Deror avi/Wikimedia Commons)
Frederico, o Grande, conseguiu entender o ditado de que "se algo vale a pena guardar, vale a pena roubar". Os camponeses nunca estiveram certos sobre o que estavam comendo, mas se o rei fazia parecer precioso, ent&atilde;o era o que importava.
A neuroci&ecirc;ncia provou que a estrat&eacute;gia de marketing em tornar restrita a disponibilidade de um produto ou servi&ccedil;o, aciona no c&eacute;rebro humano uma imediata resposta de desejo. Isso tamb&eacute;m est&aacute; associado &agrave; lei da escassez, que d&aacute; disponibilidade limitada ao consumidor a certo produto.
A perspic&aacute;cia do rei se tornou uma verdadeira lenda. N&atilde;o &eacute; para menos que em Potsdam, uma cidade ao leste da Alemanha, h&aacute; um vinhedo no pal&aacute;cio Sassouci, onde Frederico, o Grande, foi sepultado, em 17 de agosto de 1786. At&eacute; hoje as pessoas visitam sua l&aacute;pide para deixar batatas.

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