Imagem de 6 exemplos de guerras químicas que acontecem na natureza no megacurioso

Apesar de nós termos criado as bombas atômicas, não faltam exemplos de animais que usam armas químicas para se defender de inimigos

Longe dos olhos humanos, a natureza esconde algumas particularidades verdadeiramente impressionantes. Mesmo em pequenos jardins, plantas, insetos, aves e at&eacute; mesmo alguns mam&iacute;feros lutam pela sobreviv&ecirc;ncia, por espa&ccedil;o e para conseguir se alimentar.
Para conseguirem sair vitoriosas, essas criaturas utilizam todos os recursos que t&ecirc;m &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o &mdash; o que pode incluir algumas armas qu&iacute;micas. Conhe&ccedil;a seis exemplos de criatura que realizam uma guerra qu&iacute;mica di&aacute;ria nos &ldquo;campos militares&rdquo; da natureza!
<h2>1. Fungos assassinos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/22/22143932451304.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Os fungos s&atilde;o normalmente associados a venenos, o que n&atilde;o chega a ser algo injusto j&aacute; que diversas categorias de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115176-conheca-o-cogumelo-se-parece-com-dedos-de-zumbi.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cogumelos</a> s&atilde;o extremamente t&oacute;xicas. Em geral, esse veneno serve como um mecanismo de defesa contra insetos e mam&iacute;feros. Por&eacute;m, alguns fungos s&atilde;o mais proativos na guerra qu&iacute;mica.
Um exemplo disso s&atilde;o os pol&iacute;poros, que produzem uma enzima digestiva para destruir o material existente nas &aacute;rvores em que habitam. Ap&oacute;s ir matando a &aacute;rvore por dentro, o fungo se alimenta da mat&eacute;ria apodrecida.&nbsp;
<h2>2. O poder dos insetos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/22/22144023232305.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Fungos e &aacute;rvores n&atilde;o s&atilde;o os &uacute;nicos que participam da guerra qu&iacute;mica na natureza. Na realidade, existe uma grande variedade de insetos capazes de produzir subst&acirc;ncias t&oacute;xicas para matar ou afugentar seus predadores. As formigas s&atilde;o os melhores exemplos disso.&nbsp;
A formiga-cabo-verde, encontrada na Am&eacute;rica Central, injeta poneratoxina na ferida de seus advers&aacute;rios para causar uma dor ardente.
<h2>3. Plantas vs. insetos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/22/22144605513313.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Na maior parte do tempo, voc&ecirc; ver&aacute; insetos se alimentando de plantas. Este, entretanto, n&atilde;o &eacute; o caso da dioneia, uma planta carn&iacute;vora que adora se alimentar de bichinhos que passam perto dela. Como a maioria das <a href="https://www.megacurioso.com.br/plantas-e-frutas/62072-descubra-quais-sao-as-11-plantas-mais-venosas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plantas</a> n&atilde;o pode se mexer, muitas delas desenvolveram armas qu&iacute;micas para se defender de predadores.
Um exemplo perfeito disso &eacute; a hortel&atilde;, que pode ser saborosa para os seres humanos, mas &eacute; um verdadeiro coquetel de toxinas para os insetos. Essas plantas liberam uma subst&acirc;ncia chamada pulegona, que pode danificar o sistema nervoso de algumas criaturas.
<h2>4. Sobreviv&ecirc;ncia dos pulg&otilde;es</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/22/22144731030315.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Os af&iacute;dios, tamb&eacute;m chamados pulg&otilde;es, s&atilde;o criaturinhas interessantes que geralmente n&atilde;o s&atilde;o apreciadas pelos jardineiros. Em algumas situa&ccedil;&otilde;es, esses animais se reproduzem de maneira que podem transmitir doen&ccedil;as de planta para planta e danificar uma planta&ccedil;&atilde;o inteira.
Al&eacute;m disso, os af&iacute;dios t&ecirc;m uma estrat&eacute;gia qu&iacute;mica interessante para sobreviver: excretar melado coletado das plantas para atrair grupos de formigas. Nesses casos, as formigas se sentem t&atilde;o atra&iacute;das pelo l&iacute;quido a&ccedil;ucarado que desenvolvem comportamentos protetivos em rela&ccedil;&atilde;o aos pulg&otilde;es.
<h2>5. Derrota dos af&iacute;dios</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Matricaria_chamomilla#/media/File:Atlas_roslin_pl_Rumianek_pospolity_1210_7384.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/22/22144842000316.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Em rela&ccedil;&atilde;o ao t&oacute;pico anterior, a vida nem sempre &eacute; t&atilde;o f&aacute;cil para os pulg&otilde;es. Plantas com cheiro forte, como alho e cebola, parecem afetar certas esp&eacute;cies de af&iacute;dios. Ao emitirem uma mistura complexa de produtos qu&iacute;micos contendo enxofre, essas plantas mascaram o odor dos alimentos preferidos dos insetos.
Al&eacute;m disso, outras plantas podem at&eacute; mesmo desenvolver um odor para atrair predadores dos pulg&otilde;es. Por exemplo, os bot&otilde;es das flores de camomila produzem um composto vol&aacute;til atraente para joaninhas.&nbsp;
<h2>6. Mam&iacute;feros venenosos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/22/22144919017318.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Pouqu&iacute;ssimos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119832-17-mamiferos-dos-quais-voce-nunca-ouviu-falar-antes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mam&iacute;feros</a> no mundo conseguem produzir veneno, mas isso n&atilde;o significa que eles n&atilde;o existam. Um exemplo surpreendente &eacute; a toupeira europeia, que muitas vezes &eacute; considerada uma praga quando chega em um jardim.&nbsp;
Sua saliva cont&eacute;m uma toxina que pode paralisar suas presas. Ent&atilde;o, a toupeira leva o alimento ainda vivo e incapacitado para dentro de sua rede de t&uacute;neis subterr&acirc;neos e o armazena em uma esp&eacute;cie de despensa de minhocas para comer mais tarde.

thumb-image-2024-02-29T14:05:47.008Z

6 exemplos de guerras químicas que acontecem na natureza

Imagem de 8 animais que viraram notícia — e os motivos para isso no megacurioso

Feitas por e para humanos, as notícias também podem dar destaque para animais que são capazes de realizar feitos incríveis ou curiosos

De modo geral, o notici&aacute;rio &eacute; dominado por pol&iacute;ticos, empres&aacute;rios, artistas... Todos humanos, &eacute; &oacute;bvio. Mas, de vez em quando, um animal conquista algum feito incr&iacute;vel ou realiza algo curioso o suficiente para se tornar not&iacute;cia.&nbsp;
A seguir, separamos oito casos de animais que ganharam as manchetes de todo o mundo e as hist&oacute;rias curiosas que os levaram a esse destaque. J&aacute; que estamos nesse assunto, <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">voc&ecirc; pode ler outras mat&eacute;rias sobre animais no Mega Curioso</a>.
<h2 class="uk-text-justify">1. A ovelha Dolly</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21222007592026.jpg" alt="Imagem: Wikimedia Commons" />Imagem: Wikimedia Commons
Come&ccedil;amos esta lista com essa not&iacute;cia que dominou as manchetes por muito tempo no fim dos anos 1990: a clonagem da ovelha Dolly. Esta foi o primeiro animal que nasceu de uma c&eacute;lula adulta; ent&atilde;o, al&eacute;m de auxiliar no avan&ccedil;o da Ci&ecirc;ncia, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116270-a-forca-do-querer-esta-de-volta-relembre-as-novelas-de-gloria-perez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o clone</a>&nbsp;virou um fen&ocirc;meno da cultura pop.&nbsp;
Ela chegou a procriar e viveu at&eacute; os 6 anos, quando desenvolveu uma doen&ccedil;a pulmonar (sem rela&ccedil;&atilde;o com a sua clonagem) e recebeu uma eutan&aacute;sia. Outro detalhe curioso sobre a ovelha &eacute; seu nome, que veio da <a href="https://www.megacurioso.com.br/personalidades/99160-12-celebridades-que-colocaram-partes-do-corpo-no-seguro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cantora Dolly Parton</a>. Isso porque o animal foi clonado de uma c&eacute;lula mam&aacute;ria, e a artista &eacute; conhecida por seus grandes seios.&nbsp;
<h2 class="uk-text-justify">2. A cadela Laika</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/oDbAh8RJMBg" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Outro animal que auxiliou a Ci&ecirc;ncia no s&eacute;culo XX e se tornou conhecido por isso foi a cadela russa Laika, o primeiro ser vivo a entrar na &oacute;rbita do espa&ccedil;o. A ideia era testar os efeitos de um voo espacial em um animal antes de arriscar um ser humano.&nbsp;
Infelizmente, a viagem foi perigosa demais para a cadela Laika &mdash; que morreu no mesmo dia de seu lan&ccedil;amento ao espa&ccedil;o, em 3 de novembro de 1957. Na realidade, a morte j&aacute; era esperada, j&aacute; que a tecnologia para recuperar o sat&eacute;lite e resgatar Laika ainda n&atilde;o existia. A quest&atilde;o &eacute; que o plano era envenenar a cadela para que ela morresse sem sofrimento, mas n&atilde;o houve tempo h&aacute;bil para isso e ela morreu de asfixia ou superaquecimento. <a href="https://www.megacurioso.com.br/exploracao-espacial/98717-conheca-a-triste-historia-de-laika-o-primeiro-animal-cosmonauta-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Uma hist&oacute;ria muito triste</a>.
<h2 class="uk-text-justify">3. F&eacute;licette, a gatinha espacial</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Gatices&nbsp;" data-fonte-url="https://gatices.blogfolha.uol.com.br/2019/07/17/felicette-primeira-gata-a-fazer-uma-viagem-espacial-teve-sua-historia-praticamente-esquecida/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21223741499036.jpeg" alt="Imagem: Gatices" />Imagem: Gatices
T&atilde;o triste quanto a hist&oacute;ria de Laika &eacute; a de F&eacute;licette: ela foi a 1&ordf; felina a embarcar em uma viagem espacial, como parte do programa franc&ecirc;s, em 1963. F&eacute;licette sobreviveu ao voo e foi recuperada 13 minutos depois do lan&ccedil;amento, mas foi morta 2 meses depois &mdash; para que os cientistas pudessem estudar o seu c&eacute;rebro. Mesmo com sua import&acirc;ncia para a Ci&ecirc;ncia, a gata francesa &eacute; bem menos lembrada do que a cadelinha russa.
<h2 class="uk-text-justify">4. Knut, o urso-polar</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/iNWrFmCCfXw" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
O v&iacute;deo acima &eacute; de 2007, quando o filhote de urso Knut era um fen&ocirc;meno da cultura pop. Ele foi o primeiro urso-polar a sobreviver no Zool&oacute;gico de Berlim, depois de 30 anos. Por&eacute;m, ele foi rejeitado pela m&atilde;e, criado pela equipe do zoo e conquistou o mundo com sua fofura.&nbsp;
Knut rendeu m&uacute;sicas, brinquedos, livros infantis e atraiu uma multid&atilde;o para o Zool&oacute;gico de Berlim, que teve o ano mais lucrativo de sua hist&oacute;ria &mdash; estima-se que o ursinho tenha rendido 5 milh&otilde;es de euros! Aos 4 anos, em 2011, ele morreu afogado em seu viveiro, quando caiu na piscina ap&oacute;s ter uma convuls&atilde;o. Tempos depois, descobriu-se que ele sofria de encefalite.
<h2 class="uk-text-justify">5. Grumpy Cat</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/INscMGmhmX4" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
A gatinha Tardar Sauce virou um fen&ocirc;meno da internet em 2012, por sua express&atilde;o que parecia ser rabugenta &mdash; o que lhe rendeu o apelido grumpy, em ingl&ecirc;s. Ela tinha esse rostinho por causa da m&aacute; oclus&atilde;o dental e do nanismo felino.&nbsp;
A tutora da gata conta que ela era uma gatinha normal, nada rabugenta, mas foi assim que ela ficou famosa: rendeu milh&otilde;es de memes, fez filmes e virou garota-propaganda. Ela teve uma vida feliz com sua dona&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/111336-morre-grumpy-cat-a-gata-mais-rabugenta-da-internet.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">at&eacute; falecer em 2019, aos 7 anos</a>.&nbsp;
<h2 class="uk-text-justify">6. A baleia dos 52 Hz</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/Mm674DfbXO8" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Esse caso j&aacute; esteve na nossa lista dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/fenomenos-inexplicaveis/45345-5-ruidos-estranhos-que-a-ciencia-nao-consegue-explicar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 ru&iacute;dos estranhos que a Ci&ecirc;ncia n&atilde;o consegue explicar</a>. Isso porque a vocaliza&ccedil;&atilde;o das baleias costuma ser de 15 Hz a 20 Hz, enquanto esse animal emite sons a 52 Hz. Desse modo, ele tamb&eacute;m n&atilde;o consegue ser compreendido pelos colegas da mesma esp&eacute;cie &mdash; e ficou conhecido como "a baleia mais solit&aacute;ria do mundo".&nbsp;
<h2 class="uk-text-justify">7. George solit&aacute;rio</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21231206648044.jpeg" alt="Imagem: Wikimedia Commons" />Imagem: Wikimedia Commons
Outro animal que ganhou fama por sua "solid&atilde;o", por&eacute;m de uma forma bem diferente, &eacute; a tartaruga George. Descoberto em 1971, ele era o &uacute;ltimo exemplar de sua esp&eacute;cie, Chelonoidis abingdonii. Nas d&eacute;cadas seguintes, foram feitas tentativas para cruzar George com outras tartarugas, mas nenhuma funcionou. Quando ele morreu, aos 100 anos, a esp&eacute;cie foi junto.
<h2 class="uk-text-justify">8. Koko, a gorila inteligente</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;National Geographic/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://www.nationalgeographic.com/magazine/article/conversations-with-koko-the-gorillahttps://www.nationalgeographic.com/magazine/article/conversations-with-koko-the-gorilla"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21230000179043.webp" alt="Imagem: National Geographic/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />Imagem: National Geographic/Reprodu&ccedil;&atilde;o
Koko se tornou uma sensa&ccedil;&atilde;o mundial quando apareceu na capa da National Geographic em 1978, usando uma c&acirc;mera para tirar a pr&oacute;pria foto &mdash; muito antes das selfies.&nbsp;
Acontece que a gorila foi treinada desde filhote para aprender a linguagem humana pela pesquisadora Francine Patterson. Ela ficou &oacute;tima nisso, entendendo mais de 2 mil palavras em ingl&ecirc;s falado e aprendendo a utilizar mais de mil sinais.&nbsp;
Os trabalhos cient&iacute;ficos com Koko contribu&iacute;ram muito para a Ci&ecirc;ncia e h&aacute; quem diga que ela conseguia se comunicar como uma crian&ccedil;a humana &mdash; <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119935-5-animais-incriveis-que-adotaram-filhotes-de-outras-especies.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ela chegou at&eacute; a ter um gatinho de estima&ccedil;&atilde;o</a>. Koko viveu bem em uma reserva at&eacute; seus 46 anos, bastante para sua esp&eacute;cie.
Aqui no Mega Curioso sempre temos espa&ccedil;o para <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">not&iacute;cias com animais</a>. Ent&atilde;o, se voc&ecirc; curte saber mais sobre eles, continue acompanhando o site e <a href="https://t.me/megacuriosooficial" rel="noopener noreferrer" target="_blank">acesse nosso grupo do Telegram</a>, para receber as novidades em primeira m&atilde;o.

thumb-image-2024-02-29T14:05:46.996Z

8 animais que viraram notícia — e os motivos para isso

Imagem de Os 7 animais mais velhos do planeta no megacurioso

Saiba quais são as criaturas mais antigas que habitam o planeta e conheça um pouco a história de cada uma delas

Descobrir qual &eacute; a criatura mais velha do mundo pode ser uma tarefa cientificamente muito dif&iacute;cil, visto que algumas esp&eacute;cies "trapaceiam". A medusa imortal, por exemplo, clona-se em seu est&aacute;gio juvenil e pode se rejuvenescer constantemente. Ent&atilde;o, considerar&iacute;amos como um esp&eacute;cime &uacute;nico ou uma c&oacute;pia rec&eacute;m-nascida?
Por&eacute;m, determinados animais definitivamente vivem bem mais do que outros, e &eacute; por isso que n&oacute;s criamos uma lista para mostr&aacute;-los a voc&ecirc;. Confira s&oacute; quais s&atilde;o os sete animais mais velhos do planeta conhecidos pela Ci&ecirc;ncia!
<h2 class="uk-text-justify">7. Tartaruga-gigante-de-aldabra (189 anos)</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://pt.wikipedia.org/wiki/Aldabrachelys_gigantea#/media/Ficheiro:Seychellen-Riesenschildkroete_Aldabrachelys_gigantea_Tierpark_Hellabrunn-6.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/23/23105317256167.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Na ilha de Santa Helena, no sudeste do Oceano Atl&acirc;ntico, uma tartaruga-gigante-de-aldabra entrou para o Guinness World Record como o animal terrestre mais velho do mundo. <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/42407-jonathan-a-tartaruga-de-182-anos-considerada-o-animal-mais-velho-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jonathan</a>, como foi batizado, tem 189 anos e ainda parece estar plenamente saud&aacute;vel.
Pesquisadores estimam que ele tenha nascido em 1832, 3 anos antes do renomado cientista Charles Darwin chegar em Gal&aacute;pagos para conhecer essas tartarugas gigantes.&nbsp;
<h2 class="uk-text-justify">6. Ouri&ccedil;o-do-mar-vermelho (200 anos)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/23/23105231818165.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Com uma dieta composta principalmente de algas, os ouri&ccedil;os-do-mar-vermelhos chamam aten&ccedil;&atilde;o pela incr&iacute;vel apar&ecirc;ncia. Entretanto, essa n&atilde;o &eacute; a &uacute;nica caracter&iacute;stica surpreendente dessas criaturas. Esses ouri&ccedil;os podem viver at&eacute; 200 anos e crescem o tempo todo.
Durante esse tempo, n&atilde;o mostram qualquer sinal de envelhecimento e continuam podendo se reproduzir. Eles podem morrer por serem comidos, pescados ou por uma doen&ccedil;a espec&iacute;fica, mas raramente por envelhecer.
<h2 class="uk-text-justify">5. Sebastes (200 anos)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/23/23105155068162.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Assim no 6&deg; lugar nesta lista, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais-sinistros/25527-peixes-imortais-impressionam-cientistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sebastes</a> t&ecirc;m expectativa de vida entre 100 e 200 anos &mdash; isso se n&atilde;o virarem refei&ccedil;&atilde;o para os humanos. Esses peixes s&oacute; come&ccedil;am a se reproduzir aos 25 anos de idade e, portanto, t&ecirc;m um desenvolvimento reprodutivo lento.&nbsp;Por demorarem tanto para "desabrochar", essas criaturas s&atilde;o extremamente vulner&aacute;veis &agrave; pesca predat&oacute;ria, o que pode dizimar a esp&eacute;cie.
<h2 class="uk-text-justify">4. Baleia-da-Groenl&acirc;ndia (211 anos)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/23/23105110270159.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Ao analisar a ponta de um arp&atilde;o de pedra na gordura de uma baleia-da-Groenl&acirc;ndia, pesquisadores descobriram que esses animais podem sobreviver por mais de 2 s&eacute;culos. Os cientistas tamb&eacute;m analisaram o tecido ocular de um grupo de baleias da esp&eacute;cie e conclu&iacute;ram que um dos animais tinha 211 anos na &eacute;poca de sua morte.
Essa &eacute; uma das 14 esp&eacute;cies de baleias que apresentam barbatanas e tamb&eacute;m a &uacute;nica que vive no &Aacute;rtico durante o ano todo.&nbsp;
<h2 class="uk-text-justify">3. Quahog-do-oceano (500 anos)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/23/23105034410158.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/69981-geoduck-o-molusco-gigante-em-forma-de-penis-que-voce-pode-degustar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">moluscos</a> de &aacute;gua gelada normalmente vivem tranquilamente por mais de 200 anos. O esp&eacute;cime mais velho de quahog-do-oceano descoberto por cientistas foi um macho batizado de Ming, o Molusco, que tinha seus 507 anos.&nbsp;
A idade dos quahogs pode ser determinada por meio do n&uacute;mero de linhas em sua concha, sendo algumas extremamente finas. O animal em an&aacute;lise teria nascido em 1499 durante a Dinastia Ming, na China, e por isso foi batizado com esse nome.&nbsp;
<h2 class="uk-text-justify">2. Tubar&atilde;o-da-Groenl&acirc;ndia (500 anos)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/23/23104945190155.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Apesar de serem muito lentos e normalmente cegos por conta de algum tipo de parasita, os tubar&otilde;es-da-Groenl&acirc;ndia continuam sendo um dos principais predadores no &Aacute;rtico e os vertebrados mais velhos do mundo. Por meio da data&ccedil;&atilde;o por radiocarbono, cientistas estimaram que uma dessas criaturas tinha 392 anos &mdash; com margem de erro de 125 anos.&nbsp;
Sendo assim, isso sugere que aquele tubar&atilde;o em espec&iacute;fico poderia ter idade entre 272 e 512 anos.&nbsp;
<h2 class="uk-text-justify">1. Esponjas-de-vidro (18 mil anos)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/23/dna-23104846408154.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Essa esp&eacute;cie de esponja-do-mar produz uma esp&iacute;cula extremamente longa, ou estrutura esquel&eacute;tica, feita de s&iacute;lica, com a esponja localizada na parte superior. Por isso, podem at&eacute; se parecer um pouco com uma l&acirc;mpada de ch&atilde;o. Por meio dessas camadas de s&iacute;lica, os pesquisadores conseguem determinar a idade dessas criaturas.
Um estudo feito em 2017 apontou que algumas esp&eacute;cies de esponjas-de-vidro tinham idade estimada entre 5 mil e 18 mil anos, ganhando o 1&deg; lugar da lista com tranquilidade.&nbsp;
&nbsp;

thumb-image-2024-02-29T14:05:47.052Z

Os 7 animais mais velhos do planeta

Imagem de Cada vez mais peixes buscam águas rasas por falta de oxigênio no megacurioso

Os peixes podem se afogar, embora possa não parecer, os peixes precisam de oxigênio para respirar

De acordo com uma nova pesquisa conduzida pela Universidade da Carolina do Sul e pela Universidade da Calif&oacute;rnia &mdash; Santa B&aacute;rbara, os peixes de nossos oceanos est&atilde;o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115303-instituto-ambiental-decreta-extincao-de-peixe-mao-australiano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">morrendo afogados</a>. Isso mesmo, esses animais podem morrer devido &agrave; falta de ar.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/22/22110016975111.jpg" alt="(Fonte: Andreas L / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Andreas L / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Segundo os resultados apresentados e publicados na revista cient&iacute;fica Global Change Biology, a vida desses animais tem ficado mais dif&iacute;cil na &uacute;ltima d&eacute;cada ou mais, dado que os n&iacute;veis de oxig&ecirc;nio est&atilde;o ficando mais baixos nas profundezas dos oceanos.&nbsp;
Como consequ&ecirc;ncia, alguns grupos de peixes est&atilde;o sendo for&ccedil;ados, por uma quest&atilde;o de sobreviv&ecirc;ncia, a buscar &aacute;guas mais rasas. E, claro, isso aponta para um desequil&iacute;brio no comportamento normal da vida marinha.
<h2>As causas do problema</h2>
<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111519-vida-marinha-em-risco-pesquisa-destaca-o-impacto-do-plastico-nos-oceanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mudan&ccedil;as na ecologia dos mares</a>, os efeitos negativos causados pelas mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas sobre os padr&otilde;es sazonais, bem como as altera&ccedil;&otilde;es na temperatura da &aacute;gua com impacto gradiente em diferentes profundidades est&atilde;o entre as principais causas para a perda significativa do oxig&ecirc;nio dissolvido nas camadas mais profundas dos oceanos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/22/22110125678118.jpg" alt="(Fonte: Francesco Ungaro/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Francesco Ungaro/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em um primeiro momento, esse problema pode parecer restrito ou limitado, mas quando analisamos a situa&ccedil;&atilde;o de maneira mais atenta, percebemos que essa mudan&ccedil;a nos n&iacute;veis de oxig&ecirc;nio tamb&eacute;m gera mudan&ccedil;as em uma escala gigantesca, pois afeta diversos ecossistemas marinhos, inclusive isso pode impactar a sa&uacute;de do oceano como um todo.
Al&eacute;m disso, o estudo divulgado pelas institui&ccedil;&otilde;es apontadas serve de alerta para outro aspecto: ser&aacute; preciso pensar e promover esfor&ccedil;os voltados para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116873-ilha-de-250-habitantes-torna-se-referencia-em-protecao-da-vida-marinha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">conserva&ccedil;&atilde;o e gest&atilde;o da pesca</a>, pois a concentra&ccedil;&atilde;o de peixes em camadas mais superficiais dos oceanos poderia desencadear capturas descontroladas, o que apenas agravaria a situa&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
Por isso, os pr&oacute;prios autores da pesquisa ressaltam ser importante considerar essas mudan&ccedil;as com as pol&iacute;ticas desenvolvidas, visando evitar danos adicionais aos oceanos.
<h2>Nadando sem f&ocirc;lego</h2>
A professora assistente Erin Meyer-Gutbrod, da Universidade da Carolina do Sul e principal autora desse estudo, aponta que a pesquisa evidenciou uma queda de oxig&ecirc;nio em todas as profundidades pesquisadas, que variam de 50 metros at&eacute; 350 metros.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Leonardo Lamas / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.pexels.com/pt-br/foto/surpreendente-otimo-incrivel-fotografia-animal-7001554/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/22/22110238444120.jpg" alt="(Fonte: Leonardo Lamas / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Leonardo Lamas / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os resultados apresentados foram baseados em dados de medi&ccedil;&otilde;es, pesquisas e an&aacute;lises feitas ao longo de 15 anos. Eles incluem, entre outros aspectos, medi&ccedil;&otilde;es sobre a salinidade da &aacute;gua e do oxig&ecirc;nio dissolvido em diferentes profundidades, o funcionamento do fluxo de oxig&ecirc;nio entre as camadas superficiais e mais profundas, assim como pesquisas sobre a profundidade m&eacute;dia em que esp&eacute;cies espec&iacute;ficas de peixes costumavam permanecer.
Durante esse per&iacute;odo (de mais de 1 d&eacute;cada), os pesquisadores conseguiram encontrar um total de 60 esp&eacute;cies de peixes diferentes com frequ&ecirc;ncia suficiente para serem consideradas estatisticamente relevantes e inclu&iacute;das nas an&aacute;lises. Para os especialistas, entender o que est&aacute; acontecendo agora &eacute; essencial para que estrat&eacute;gias possam ser desenvolvidas visando evitar danos maiores a m&eacute;dio e longo prazos.

thumb-image-2024-02-29T14:05:47.035Z

Cada vez mais peixes buscam águas rasas por falta de oxigênio

Imagem de Manejo de serpentes: a perigosa prática cristã nos Apalaches no megacurioso

Tudo teria começado por um conjunto de versículos bíblicos interpretados de maneira literal pelos fiéis

No livro In the House of the Serpent Handler: A Story of Faith and Fleeting Fame in the Age of Social Media, a autora Julia Duin, uma rep&oacute;rter freelancer&nbsp;sobre religi&atilde;o, visitou v&aacute;rias congrega&ccedil;&otilde;es Apalaches para tentar entender o que leva as pessoas ao que ela considera &ldquo;a borda radical do Cristianismo, onde a vida e a morte se encontram toda vez que voc&ecirc; entra em uma igreja e pega uma cobra venenosa&rdquo;.
A pr&aacute;tica de manejar cobras &eacute; lida como uma observ&acirc;ncia religiosa exclusivamente americana, normalmente praticada em igrejas rurais dos Apalaches que est&atilde;o associadas a crist&atilde;os pentecostais ou outras denomina&ccedil;&otilde;es protestantes. No entanto, segundo Duin, s&atilde;o uma nova gera&ccedil;&atilde;o de pregadores que lidam com as cobras, os jovens por volta dos 20 anos.
&ldquo;Sinto que esses jovens querem um sistema de cren&ccedil;as que exige sacrif&iacute;cio&rdquo;, escreve a jornalista. Ela ressalta que acredita que esses membros sentem que a igreja perdeu um ensinamento importante sobre como lidar com serpentes, ent&atilde;o eles est&atilde;o dispostos a colocarem suas vidas em risco para levarem o que chamam &ldquo;evangelho completo&rdquo; de volta para a igreja.
Para eles, quanto mais fazerem isso, mais pessoas aceitar&atilde;o Jesus.
<h2>A pr&aacute;tica antiga</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Revealer&nbsp;" data-fonte-url="https://lh3.googleusercontent.com/proxy/-xqKpiUVQTIsqohq8YVlnF78m4eVLMmYyBCUR6bbLRV4daHN-V26d-La_lyFv93W9RodzpuYlptLNjMyd0fbc7W-8bvLjiI8dqSfYIY"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21174131634368.jpg" alt="(Fonte: The Revealer/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Revealer/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de o manejo de cobras ser considerado uma pr&aacute;tica crist&atilde;, o povo mesoamericano j&aacute; realizava cerim&ocirc;nias e criava obras de arte em homenagem &agrave;s serpentes emplumadas muito antes. No vodu haitiano, por exemplo, o lo&aacute; Dambal&aacute; por muitas vezes era apresentado no formato de uma cobra; bem como os xam&atilde;s da tribo Yokut conduziam cerim&ocirc;nias em que membros coletavam cascav&eacute;is e dan&ccedil;avam com elas, por vezes encorajando o animal a mord&ecirc;-los &mdash; se sobrevivessem, eles seriam capazes de &ldquo;provar&rdquo; que tinham grande poder.
O manejo de cobras foi conectado ao cristianismo protestante no in&iacute;cio do s&eacute;culo XX por George Went Hensley, um ministro pentecostal americano, quando ele levou uma cascavel para um culto religioso em 1909. Ele recebeu aceita&ccedil;&atilde;o n&atilde;o oficial da Igreja de Deus em 1914, embora ela tenha se afastado da pr&aacute;tica at&eacute; o final da d&eacute;cada de 1920.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Hayaena Gallery&nbsp;" data-fonte-url="https://64.media.tumblr.com/bd4258a4b4cbf1438e70b18a95797159/5e58a7e6bd277ac0-86/s640x960/43f1638e168f2951267626c2e6c2b5c2cf7cf22c.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21174239119371.jpg" alt="George Went Hensley. (Fonte: Hayaena Gallery/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />George Went Hensley. (Fonte: Hayaena Gallery/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No entanto, at&eacute; l&aacute;, a pr&aacute;tica com serpentes j&aacute; havia se enraizado em v&aacute;rias congrega&ccedil;&otilde;es da Igreja nos Apalaches e em outras partes do sul dos Estados Unidos. O manejo de serpentes foi endossado por um conjunto de vers&iacute;culos b&iacute;blicos interpretados de maneira literal pelos fi&eacute;is &mdash; igual acontece em outras esferas religiosas at&eacute; hoje &mdash;, como em Marcos&nbsp;16:17-18: &ldquo;Pegar&atilde;o em serpentes, e se e beberem alguma coisa mortal, n&atilde;o lhes far&aacute; mal; impor&atilde;o as m&atilde;os sobre os enfermos, e eles ficar&atilde;o curados&rdquo;.
<h2>A obsess&atilde;o e o perigo &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21174452353372.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Conforme o Mental Health, Religion &amp; Culture, a pr&aacute;tica de consumir veneno foi refor&ccedil;ada pela ideia de que era uma &ldquo;ordem de Deus&rdquo; &mdash; visto que estava prevista na B&iacute;blia &mdash;, e tamb&eacute;m de que s&oacute; dessa maneira uma pessoa &ldquo;combateria o Diabo&rdquo;.
Em 1973, o The New York Times relatou a morte de dois fi&eacute;is que beberam estricnina, e tamb&eacute;m o caso do pastor do Kentucky, Jamie Coots, que morreu ap&oacute;s ser picado por uma cascavel e se recusar a receber tratamento m&eacute;dico.
Muitos enxergaram o incidente com Coots como &ldquo;devo&ccedil;&atilde;o e submiss&atilde;o verdadeira&rdquo; &agrave; vontade de Deus, por&eacute;m pessoas como Andrew Hamblin, pastor que fazia manejo de cobras em sua congrega&ccedil;&atilde;o, foram mais relutantes em aceitar as circunst&acirc;ncias da morte.&nbsp;
&ldquo;Desde que Jamie morreu, n&atilde;o ofereci uma cascavel a ningu&eacute;m. Eu sou o pastor e sou respons&aacute;vel pelo que acontece dentro do meu pr&eacute;dio&rdquo;, afirmou ele, em entrevista ao National Geographic.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21174556134373.jpg" alt="(Fonte: The Denver Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Denver Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ainda que a Lei norte-americana respeite a maneira de cada um expressar a sua f&eacute;, conforme a Constitui&ccedil;&atilde;o, as autoridades ressaltam que &eacute; complicado regulamentar uma pr&aacute;tica quando esta interfere na sa&uacute;de e seguran&ccedil;a p&uacute;blica.
Em novembro de 2013, segundo a ABC News, Andrew Hamblin foi acusado de posse ilegal de animais perigosos depois que oficiais estaduais de vida selvagem apreenderam cerca de 50 cobras venenosas em sua propriedade. Ele se declarou inocente e argumentou que o Estado estava violando seu direito previsto na Primeira Emenda constitucional.&nbsp;
Ainda que o caso tenha sido encerrado, a quest&atilde;o acerca da legalidade do manejo de cobras continua em aberto.

thumb-image-2024-02-29T14:05:46.836Z

Manejo de serpentes: a perigosa prática cristã nos Apalaches

Imagem de Como uma lesma-do-mar vai ajudar a melhorar a inteligência artificial? no megacurioso

Pesquisadores buscam implementar inteligência artificial diretamente no hardware

Quando se trata de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107151-6-coisas-que-a-google-faz-com-inteligencia-artificial-e-voce-nem-percebe.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">intelig&ecirc;ncia artificial (IA)</a>, provavelmente a primeira coisa que vem &agrave; mente s&atilde;o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112828-novo-robo-da-alphabet-ajuda-na-reciclagem-e-aprende-com-simulacoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rob&ocirc;s avan&ccedil;ados</a> ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114685-inteligencia-artificial-ajuda-brasileiros-a-pararem-de-fumar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">assistentes virtuais</a>. O que nem sempre ganha destaque, por&eacute;m, s&atilde;o as maneiras inusitadas como essas tecnologias s&atilde;o desenvolvidas.
Esse &eacute; o caso de uma lesma-do-mar que serve como objeto de estudo de pesquisadores na Universidade Purdue, localizada no estado de Indiana (EUA). O objetivo &eacute; fazer com que os sistemas de intelig&ecirc;ncia artificial fiquem t&atilde;o inteligentes quanto um dos animais mais simples do mundo.
<h2>Caminho para uma IA melhorada est&aacute; na cria&ccedil;&atilde;o de h&aacute;bitos e na sensibiliza&ccedil;&atilde;o</h2>
Um caminho para isso seria a utiliza&ccedil;&atilde;o do &oacute;xido de n&iacute;quel, um material qu&acirc;ntico com potencial para reproduzir duas importantes caracter&iacute;sticas da lesma-do-mar. S&atilde;o elas a habitua&ccedil;&atilde;o e da sensibiliza&ccedil;&atilde;o, que servem como dois sinais de intelig&ecirc;ncia do animal marinho.
A habitua&ccedil;&atilde;o &eacute; o processo de se acostumar com um est&iacute;mulo ao longo do tempo. No caso da lesma-marinha, ela se habitua quando come&ccedil;a a contrair menos as suas guelras quando algo encosta no seu sif&atilde;o.
No <a href="https://www.pnas.org/content/118/39/e2017239118" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estudo publicado pelos cientistas</a>, o equivalente disso para o &oacute;xido de n&iacute;quel &eacute; uma sucessiva mudan&ccedil;a na sua resist&ecirc;ncia el&eacute;trica. Isso porque, ao ser exposto repetidamente ao g&aacute;s hidrog&ecirc;nio, o material qu&acirc;ntico fica menos resistente &agrave; eletricidade com o passar do tempo.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Purdue University/Kayla Wiles&nbsp;" data-fonte-url="https://www.purdue.edu/newsroom/releases/2021/Q3/taking-lessons-from-a-sea-slug,-study-points-to-better-hardware-for-artificial-intelligence.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/17/17162754276377.jpg" alt="(Fonte: Purdue University/Kayla Wiles)" />(Fonte: Purdue University/Kayla Wiles)
<h2>Sensibiliza&ccedil;&atilde;o permite fazer processo oposto na IA</h2>
J&aacute; a sensibiliza&ccedil;&atilde;o &eacute; o processo oposto ao da habitua&ccedil;&atilde;o. Ele acontece quando o organismo reage de maneira mais forte a um novo est&iacute;mulo.
Por exemplo, a lesma-do-mar vai retrair suas guelras de uma maneira muito mais dr&aacute;stica se tomar um choque na cauda. Enquanto isso, o &oacute;xido de n&iacute;quel ter&aacute; um aumento consider&aacute;vel da sua resist&ecirc;ncia el&eacute;trica se for estimulado pelo g&aacute;s oz&ocirc;nio.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Purdue University/Kayla Wiles&nbsp;" data-fonte-url="https://www.purdue.edu/newsroom/releases/2021/Q3/taking-lessons-from-a-sea-slug,-study-points-to-better-hardware-for-artificial-intelligence.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/17/atualizar-o-ios-15-17162844417378.jpg" alt="(Fonte: Purdue University/Kayla Wiles)" />(Fonte: Purdue University/Kayla Wiles)
<h2>Objetivo &eacute; implementar IA diretamente no hardware</h2>
Com base nisso, um grupo da Universidade Purdue liderado pelo professor de engenharia el&eacute;trica, Kaushik Roy, construiu um algoritmo capaz de utilizar estrat&eacute;gias de habitua&ccedil;&atilde;o e sensibiliza&ccedil;&atilde;o.
A ideia &eacute; que, no futuro, seja poss&iacute;vel implementar uma intelig&ecirc;ncia artificial diretamente ao n&iacute;vel de hardware &mdash; que consiga executar tarefas mais complexas usando menos energia.
Mas, para isso, ser&aacute; necess&aacute;rio primeiro aplicar esses conceitos em sistemas de grande escala.

thumb-image-2024-02-29T14:05:46.615Z

Como uma lesma-do-mar vai ajudar a melhorar a inteligência artificial?

Imagem de Hákarl: a repugnante iguaria islandesa venenosa e apodrecida no megacurioso

Além de tudo isso, o prato típico tem gosto de urina. Encararia?

Se voc&ecirc; quer conhecer bem um pa&iacute;s ou uma regi&atilde;o, a culin&aacute;ria &eacute; considerada o melhor caminho para se aproximar de aspectos culturais. Isso, porque experimentar um prato t&iacute;pico da Coreia do Sul, como o petisco de bicho-da-seda (Beondegi), pode ser uma verdadeira aventura.
&Eacute; em virtude de pratos como esse que iguarias de outros pa&iacute;ses tornaram-se sin&ocirc;nimo de estranheza, pelo menos na maioria das vezes, principalmente quando se trata de algo inesperado, como tar&acirc;ntulas fritas do Camboja ou olhos de atum do Jap&atilde;o.
Mas imagine comer algo altamente podre, com cheiro de urina e potencial venenoso? O h&aacute;karl, um prato nacional da Isl&acirc;ndia, significa literalmente &ldquo;tubar&atilde;o podre&rdquo; em island&ecirc;s, preparado com carne do tubar&atilde;o-da-Groenl&acirc;ndia.
<h2>Na hist&oacute;ria</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/20/20192608168443.jpg" alt="(Fonte: GreenMe/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GreenMe/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em seu livro Kitchen Confidential: Adventures in the Culinary Underbelly, o chef Anthony Bourdain (1956-2018) descreveu a iguaria como &ldquo;a pior coisa e a mais nojenta" que ele comeu na vida. At&eacute; mesmo aqueles que t&ecirc;m um pouco mais de experi&ecirc;ncia comendo h&aacute;karl o descrevem como desagrad&aacute;vel, pois o cheiro e o sabor se assemelham &agrave; am&ocirc;nia com podrid&atilde;o.
O h&aacute;karl surgiu quando os primeiros residentes islandeses se estabeleceram na ilha s&eacute;culos atr&aacute;s, ent&atilde;o suas op&ccedil;&otilde;es de alimenta&ccedil;&atilde;o eram limitadas, sobretudo em temperaturas muito baixas. Os povos precisavam de algo grande e que os sustentassem por mais tempo, em vez de ficarem ca&ccedil;ando peixes no gelo longe do calor de fogueiras.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/20/20192656261444.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A sa&iacute;da foi se aproveitar do Somniosus microcephalus, mais conhecido como tubar&atilde;o-da-Groenl&acirc;ndia. Abundante em &aacute;guas geladas e considerado um dos maiores do mundo, chegando a medir 6,5 metros de comprimento, ele era a fonte perfeita de alimento. Contudo, o &uacute;nico problema &eacute; que sua carne cont&eacute;m altos n&iacute;veis de &aacute;cido &uacute;rico e &oacute;xido de trimetilamina, dois compostos que atuam como anticongelantes naturais para proteger o tubar&atilde;o das &aacute;guas do &Aacute;rtico.
Os produtos qu&iacute;micos s&atilde;o t&atilde;o concentrados que algumas mordidas na carne n&atilde;o curada s&atilde;o suficientes para provocar efeitos semelhantes aos de uma embriaguez extrema no ser humano e causar sua morte. Mas os islandeses daqueles tempos n&atilde;o se preocuparam com isso e, em vez de procurarem uma fonte alternativa de alimento, resolveram encontrar uma maneira de tornar o tubar&atilde;o comest&iacute;vel.
<h2>O preparo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/20/20192834886448.jpg" alt="(Fonte: Taringa!/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Taringa!/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com um m&eacute;todo bastante incomum de purifica&ccedil;&atilde;o e preserva&ccedil;&atilde;o muito usado pelos Vikings, os islandeses matavam o tubar&atilde;o e depois o decapitavam &mdash; visto que a cabe&ccedil;a n&atilde;o serve como comida. Depois, o cad&aacute;ver do animal era jogado em um buraco raso na areia, e pedras eram depositadas sobre ele com o objetivo de extrair os l&iacute;quidos da carca&ccedil;a.
L&aacute; ele permanecia de 6 a 12 semanas, fermentando em meio aos pr&oacute;prios fluidos corporais que o tornam t&atilde;o venenoso. Esse processo &eacute; feito at&eacute; hoje dessa forma, ainda que de maneira menos primitiva.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Atlas Obscura&nbsp;" data-fonte-url="https://assets.atlasobscura.com/media/W1siZiIsIjIwMTcvMTEvMTMvMTcvNDEvNTgvMTdkMTYwNjktMzc0Zi00ZDQ0LThlOGEtYTUxMmViMjYyN2I0L2ZpbGUuanBnIl0sWyJwIiwiY29udmVydCIsIiJdLFsicCIsImNvbnZlcnQiLCItcXVhbGl0eSA4MSAtYXV0by1vcmllbnQiXSxbInAiLCJ0aHVtYiIsIjc4MHg1MjAjIl1d/file.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/20/20193323605449.jpg" alt="(Fonte: Atlas Obscura/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Atlas Obscura/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por fim, o tubar&atilde;o &eacute; exumado, cortado em tiras e colocado em uma cabana especial para secar por 2 a 4 meses &mdash; isso mesmo, voc&ecirc; n&atilde;o leu errado. Os fabricantes de h&aacute;karl sabem que a carne est&aacute; pronta apenas pelo cheiro. Outra maneira de concluir que a iguaria est&aacute; finalizada &eacute; quando o lanho da carne do peixe adquire uma camada externa amarronzada, literalmente uma crosta apodrecida que &eacute; removida antes do consumo.
Ent&atilde;o, o h&aacute;karl &eacute; servido em cubos e ingerido com c&aacute;lices de aguardente local, denominada Brennivin. Para aqueles que nunca provaram, &eacute; aconselhado tapar o nariz no primeiro peda&ccedil;o (e nos seguintes, se aguentar, &eacute; claro) para evitar v&ocirc;mitos devido ao cheiro putrefato.

thumb-image-2024-02-29T14:05:46.676Z

Hákarl: a repugnante iguaria islandesa venenosa e apodrecida

Imagem de Os estranhos vermes do gelo que intrigam cientistas no megacurioso

Apesar de parecer um paradoxo, esses vermes se mantêm aquecidos porque se enterram no gelo

No Alasca, na Col&uacute;mbia Brit&acirc;nica e no noroeste do Pac&iacute;fico, as geleiras aparentemente sem vida mostram exatamente o oposto a cada ver&atilde;o: <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais-sinistros/26051-conheca-os-vermes-zumbi-que-devoram-ossos-com-o-uso-de-acido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bilh&otilde;es de vermes</a> da esp&eacute;cie Mesenchytraeus solifugus emergem do gelo.&nbsp;
Apesar de serem conhecidos h&aacute; v&aacute;rias d&eacute;cadas, at&eacute; hoje esses bichinhos de cor preta e min&uacute;sculos continuam sendo um mist&eacute;rio para os cientistas que se dedicam a estud&aacute;-los.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Glenn Oliver/ AccentAlaska/ Labs/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://labs.wsu.edu/genomes/2018/04/16/scott-hotaling-receives-mazamas-grant-for-ice-worm-genome/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/20/20105053164103.jpg" alt="(Fonte: Glenn Oliver/ AccentAlaska/ Labs/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Glenn Oliver/ AccentAlaska/ Labs/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2 class="uk-text-justify">Vermes pretos do Alasca: vivendo no limite</h2>
O Mesenchytraeus solifugus tem 3 cent&iacute;metros de comprimento. Para Scott Hotaling, bi&oacute;logo da Universidade do Estado de Washington, que tem estudado esses vermes h&aacute; anos, apesar de parecer um paradoxo, eles se mant&ecirc;m aquecidos porque se enterram no gelo. Para o especialista, o gelo ajuda a isolar os vermes de uma maneira parecida ao que acontece em um iglu feito por seres humanos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/20/20105240759104.jpg" alt="(Fonte: Today In/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Today In/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mesmo que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/nojento/85332-veja-8-parasitas-que-vivem-dentro-de-humanos-e-o-que-eles-provocam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vermes pretos do gelo</a> vivam enterrados, esses pequenos animais n&atilde;o t&ecirc;m problemas para encarar o sol do &Aacute;rtico.&nbsp;Hotaling se deu conta disso ap&oacute;s alguns testes demonstrarem que eles cont&ecirc;m altos n&iacute;veis de melanina, ou seja, s&atilde;o protegidos com o mesmo pigmento que garante a prote&ccedil;&atilde;o da pele humana contra a luz ultravioleta.&nbsp;
Sendo assim, eles podem lidar com a exposi&ccedil;&atilde;o prolongada a raios solares, o que representa uma adapta&ccedil;&atilde;o extremamente &uacute;til considerando o brilho ofuscante do sol da regi&atilde;o &aacute;rtica.
<h2 class="uk-text-justify">O mist&eacute;rio da reprodu&ccedil;&atilde;o</h2>
E se voc&ecirc; pensa que as peculiaridades do verme do gelo acabaram ainda tem mais: os cientistas n&atilde;o sabem como eles fazem para se reproduzir, mas isso &eacute; at&eacute; compreens&iacute;vel, pois eles passam a maior parte de suas vidas enterrados na neve, aparecendo apenas em alguns momentos espec&iacute;ficos do dia ou do ano, tornando o processo de an&aacute;lise e pesquisa muito dif&iacute;cil.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/20/20105558839106.png" alt="Mesenchytraeus solifugus. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Mesenchytraeus solifugus. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No entanto, o pouco que se sabe sobre o&nbsp;Mesenchytraeus solifugus j&aacute; foi o suficiente para saber que &eacute; a maneira como esses&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/44951-estes-10-parasitas-superperigosos-podem-estar-em-sua-comida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vermes metabolizam os nutrientes</a> obtidos que os tornam capazes de viver debaixo de v&aacute;rios metros de neve. Eles utilizam o trifosfato de adenosina (ATP), uma mol&eacute;cula de energia presente em boa parte dos seres vivos, incluindo os humanos, mas de uma forma diferente.&nbsp;
Quando as temperaturas ficam baixas, a maioria dos organismos n&atilde;o consegue usar muito a ATP, mas o que ocorre nos vermes do gelo&nbsp;&eacute; o oposto. Al&eacute;m disso, o aumento metab&oacute;lico &eacute; outro fator que os impede de congelar.&nbsp;
No meio de tantas descobertas e novidades, Hotaling afirma que o aumento da temperatura global e dos n&iacute;veis de CO2 na atmosfera pode causar a extin&ccedil;&atilde;o dos Mesenchytraeus solifugus antes que possamos conhec&ecirc;-los bem.

thumb-image-2024-02-29T14:05:46.590Z

Os estranhos vermes do gelo que intrigam cientistas

Imagem de Os animais pensam como nós? Veja o que diz a ciência! no megacurioso

A ciência ainda tenta entender as habilidades cognitivas dos animais

Os animais s&atilde;o <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/39181-incrivel-6-comportamentos-extremamente-humanos-identificados-nos-animais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">capazes de pensar</a>? &Eacute; bem prov&aacute;vel que voc&ecirc; j&aacute; tenha ouvido dizer que eles s&atilde;o movidos apenas por reflexos e que reagem a determinados est&iacute;mulos. Mas o que diz a ci&ecirc;ncia sobre isso? Ser&aacute; que seu bichinho de estima&ccedil;&atilde;o compartilha alguma caracter&iacute;stica cognitiva com voc&ecirc;?&nbsp;
Encontrar respostas para essas e outras perguntas t&ecirc;m sido motivo de estudos de cientistas nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas. E algumas descobertas interessantes j&aacute; surgiram.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/15/15205456527003.jpg" alt="(Fonte: Yaroslav Shuraev/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Yaroslav Shuraev/Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Sim, eles s&atilde;o seres pensantes</h2>
Para Marc Hauser, professor de psicologia da Universidade de Harvard, os animais s&atilde;o seres pensantes. &Eacute; claro que tudo depende de como o pensamento &eacute; definido. &Eacute; por isso que os cientistas preferem usar o termo habilidades cognitivas no lugar de pensamentos. Seja como for, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119528-7-animais-com-comportamentos-crueis-e-assustadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bichos na natureza</a> conseguem entender o ambiente onde vivem.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/15/15205659887004.jpg" alt="(Fonte: Cottonbro/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Cottonbro/Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Hauser tem muita base cient&iacute;fica para sua afirma&ccedil;&atilde;o, afinal, ele estuda a cogni&ccedil;&atilde;o dos animais desde 1980. Para o professor e pesquisador, a forma como os bichos encaram o mundo &eacute; bem parecida com a dos seres humanos. Ele aponta os chimpanz&eacute;s como um bom exemplo disso, especialmente devido &agrave; vida social agitada e rica desses primatas.
Outra linha de pesquisa conduzida por Hauser e sua equipe &eacute; sobre como definir quais os processos de racioc&iacute;nio s&atilde;o &uacute;nicos dos seres humanos e quais compartilhamos com os animais. Nesse sentido, o pesquisador ressalta que os animais t&ecirc;m pensamentos estimulantes, mas que a &uacute;nica forma por meio da qual podem transmiti-los &eacute; via gestos, grunhidos e vocaliza&ccedil;&otilde;es estranhas.&nbsp;
Sendo assim, a linguagem surge como um fator muito importante para o racioc&iacute;nio: o ser humano, por exemplo, conseguiu desenvolver mais as suas fun&ccedil;&otilde;es cognitivas e a pr&oacute;pria autoconsci&ecirc;ncia gra&ccedil;as ao feedback entre o pensamento e a linguagem.
<h2>Mais semelhan&ccedil;as que diferen&ccedil;as</h2>
Para o renomado professor e ecologista marinho, Carl Safina &mdash; autor de v&aacute;rios livros sobre o reino animal, incluindo Al&eacute;m das palavras: o que os animais pensam e sentem &mdash;,&nbsp;os animais desenvolveram processos de cogni&ccedil;&atilde;o, sentimentos e conex&otilde;es sociais que s&atilde;o t&atilde;o importantes para eles quanto para n&oacute;s.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/15/15205817559005.jpg" alt="(Fonte: Tranmautritam/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Tranmautritam/Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por exemplo, em v&aacute;rias situa&ccedil;&otilde;es eles sabem quem s&atilde;o seus rivais na natureza, os seus amigos e, principalmente, quem eles pr&oacute;prios s&atilde;o. No livro citado, Safina ainda aponta outras correla&ccedil;&otilde;es entre a forma de pensar e agir de um animal e a do ser humano, como o fato de terem ambi&ccedil;&otilde;es e sempre buscarem um status mais elevado em seu grupo.
Tal como n&oacute;s, os animais t&ecirc;m um &ldquo;plano de carreira&rdquo; e pensam nos melhores caminhos para atingirem seus objetivos. Em palavras mais simples, tentam permanecer vivos, obter comida e abrigo, al&eacute;m de preparar alguns jovens para a pr&oacute;xima gera&ccedil;&atilde;o passando os conhecimentos adquiridos. Interessante, n&atilde;o &eacute;?
<h2>Sentimentos pr&oacute;prios, mas nem tanto</h2>
Devido &agrave; capacidade de pensar e at&eacute; analisar situa&ccedil;&otilde;es, os animais desenvolvem sentimentos e emo&ccedil;&otilde;es pr&oacute;prios, por exemplo, ficando tristes ou alegres. Por&eacute;m, eles tamb&eacute;m s&atilde;o influenciados e at&eacute; podem copiar atitudes dos humanos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/15/15205941434006.jpg" alt="(Fonte: Norbert Kundrak / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Norbert Kundrak/Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Um estudo publicado no peri&oacute;dico Plos One, intitulado Dogs' Social Referencing towards Owners and Strangers, apontou que c&atilde;es e gatos tendem a observar seus donos antes de decidirem por uma resposta emocional.&nbsp;
Ali&aacute;s, essa forma de agir &eacute; ainda mais evidente e importante para os bichos quando eles s&atilde;o apresentados ou colocados diante de uma situa&ccedil;&atilde;o desconhecida.
<h2>A qu&iacute;mica por tr&aacute;s dos pensamentos e emo&ccedil;&otilde;es dos animais</h2>
Como acontece com os humanos, pensar, sentir e agir depende muito da qu&iacute;mica cerebral. Isso significa que os comportamentos que unem pessoas, assim como aqueles que unem os animais, s&atilde;o baseados em uma variedade de mol&eacute;culas absorvidas de diversas formas pelo c&eacute;rebro.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/15/15210253606007.jpg" alt="(Fonte: Polina Tankilevitch / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Polina Tankilevitch/Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A oxitocina, popularmente conhecida como horm&ocirc;nio do amor, &eacute; um exemplo que vale a pena ser comentado. Em todos os mam&iacute;feros, incluindo nos humanos, seus n&iacute;veis aumentam no organismo diante de situa&ccedil;&otilde;es espec&iacute;ficas como, por exemplo, no parto, na amamenta&ccedil;&atilde;o e na excita&ccedil;&atilde;o sexual.
Por isso, entender como determinados horm&ocirc;nios influenciam na forma <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/45324-10-coisas-que-elefantes-e-humanos-tem-em-comum.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como os animais pensam e agem&nbsp;</a>&eacute; algo fundamental para ampliar nosso conhecimento sobre o tema e, quem sabe, at&eacute; mudar a maneira como tratamos e observamos o reino animal.
Foram as pesquisas nessa linha que nos permitiram saber que os c&atilde;es n&atilde;o somente t&ecirc;m um aumento significativo de oxitocina quando est&atilde;o com outros de sua esp&eacute;cie, mas tamb&eacute;m quando interagem com os seres humanos.&nbsp;
E sabe o mais curioso? Isso &eacute; o oposto do que acontece no c&eacute;rebro de quase todos os demais mam&iacute;feros quando se aproximam de n&oacute;s.
Talvez, n&atilde;o seja por acaso que costumamos dizer que o cachorro &eacute; o melhor amigo do homem, at&eacute; porque o que acontece no c&eacute;rebro do nosso amigo de quatro patas sugere que ele pensa algo parecido com rela&ccedil;&atilde;o a n&oacute;s.

thumb-image-2024-02-29T14:05:46.329Z

Os animais pensam como nós? Veja o que diz a ciência!

Imagem de Bezerros aprendem a "usar banheiro" para diminuir impacto ambiental no megacurioso

O projeto inusitado foi realizado por cientistas da Alemanha e Nova Zelândia; será que os bezerros aprenderam?

A gente est&aacute; acostumado a ver cachorros e gatos treinados para fazer suas necessidades no lugar certo, mas n&atilde;o bezerros &mdash; j&aacute; que esses animais costumam viver em lugares onde isso n&atilde;o importa tanto assim. Por&eacute;m, cientistas da Universidade de Auckland (Nova Zel&acirc;ndia) e do Instituto Leibniz para Biologia de Animais de Fazenda (Alemanha) se uniram em um projeto para ensinar os bezerros a "usarem o banheiro". O motivo &eacute; o meio ambiente.
O problema &eacute; que o xixi das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118598-aplicativo-usa-ia-para-medir-estado-emocional-de-vacas-e-porcos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacas</a> tem grande concentra&ccedil;&atilde;o de nitrato, uma subst&acirc;ncia que, ao se decompor, acaba poluindo o solo e pode at&eacute; contaminar cursos de &aacute;gua pr&oacute;ximos. Al&eacute;m disso, ela produz &oacute;xido nitroso &mdash; um g&aacute;s que &eacute; 300 vezes pior para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119719-como-os-cientistas-descobriram-o-efeito-estufa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">efeito estufa</a> do que o pr&oacute;prio CO2. Isso sem falar na am&ocirc;nia, outro componente t&oacute;xico.&nbsp;Enfim, o xixi da vaca &eacute; bastante letal e, por isso, os cientistas est&atilde;o buscando formas de concentr&aacute;-lo em uma latrina, onde possa ser tratado adequadamente.
<h2>Como ensinar os bezerros?</h2>
Os especialistas explicaram que o treinamento com os bezerros n&atilde;o &eacute; muito diferente de ensinar uma crian&ccedil;a a usar um penico, com recompensas e puni&ccedil;&otilde;es para acertos e erros.&nbsp;
O teste dos cientistas foi realizado com 16 bezerros, que ganhavam comida quando faziam xixi no lugar certo e eram esguichados com &aacute;gua fria quando erravam. O resultado foi muito bom: tr&ecirc;s quartos dos animais aprenderam direitinho, ap&oacute;s 15 dias. Ali&aacute;s, eu n&atilde;o duvido que os bezerros sejam mais eficientes do que certos homens na hora de acertar onde fazer <a href="https://www.megacurioso.com.br/nojento/98241-nojinho-5-formas-como-os-antigos-romanos-usavam-xixi-e-coco-no-dia-a-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">xixi</a>.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Chicago Sun Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://chicago.suntimes.com/2021/9/13/22672678/potty-trained-cows-mooloo-toilets-animal-behavior-research-lindsay-matthews-university-auckland"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/17/17200811693457.webp" alt="O bezerro bonzinho vai para a latrina... (Imagem: Chicago Sun Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />O bezerro bonzinho vai para a latrina. (Imagem: Chicago Sun Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Chicago Sun Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://chicago.suntimes.com/2021/9/13/22672678/potty-trained-cows-mooloo-toilets-animal-behavior-research-lindsay-matthews-university-auckland"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/17/17201011380458.jpeg" alt="...e ganha comida por fazer seu xixi no lugar certo (Imagem: Chicago Sun Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Nela, ganha comida por fazer seu xixi no lugar certo. (Imagem: Chicago Sun Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De qualquer forma, os cientistas ficaram animados com o projeto, que recebeu o nome de MooLoo. Eles dizem que isso pode diminuir bastante as emiss&otilde;es de gases de efeito estufa. "Mostramos uma prova de conceito de que podemos treinar bezerros e trein&aacute;-los facilmente", afirmou o professor de Psicologia Douglas Elliffe, da Universidade de Auckland.&nbsp;
Parece que o teste foi t&atilde;o bem-sucedido que j&aacute; tem gente interessada em comprar o MooLoo: a ind&uacute;stria de latic&iacute;nios da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118796-10-curiosidades-sobre-a-nova-zelandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nova Zel&acirc;ndia</a> pode se adequar &agrave;s novas regras ambientais do pa&iacute;s com esse sistema. Que "bons garotos" esses bezerros!

Animais

Novidades