Artes/cultura
28/09/2021 às 10:00•2 min de leitura
De acordo com uma nova pesquisa conduzida pela Universidade da Carolina do Sul e pela Universidade da Califórnia — Santa Bárbara, os peixes de nossos oceanos estão morrendo afogados. Isso mesmo, esses animais podem morrer devido à falta de ar.
(Fonte: Andreas L / Pexels/ Reprodução)
Segundo os resultados apresentados e publicados na revista científica Global Change Biology, a vida desses animais tem ficado mais difícil na última década ou mais, dado que os níveis de oxigênio estão ficando mais baixos nas profundezas dos oceanos.
Como consequência, alguns grupos de peixes estão sendo forçados, por uma questão de sobrevivência, a buscar águas mais rasas. E, claro, isso aponta para um desequilíbrio no comportamento normal da vida marinha.
Mudanças na ecologia dos mares, os efeitos negativos causados pelas mudanças climáticas sobre os padrões sazonais, bem como as alterações na temperatura da água com impacto gradiente em diferentes profundidades estão entre as principais causas para a perda significativa do oxigênio dissolvido nas camadas mais profundas dos oceanos.
(Fonte: Francesco Ungaro/ Pexels/ Reprodução)
Em um primeiro momento, esse problema pode parecer restrito ou limitado, mas quando analisamos a situação de maneira mais atenta, percebemos que essa mudança nos níveis de oxigênio também gera mudanças em uma escala gigantesca, pois afeta diversos ecossistemas marinhos, inclusive isso pode impactar a saúde do oceano como um todo.
Além disso, o estudo divulgado pelas instituições apontadas serve de alerta para outro aspecto: será preciso pensar e promover esforços voltados para a conservação e gestão da pesca, pois a concentração de peixes em camadas mais superficiais dos oceanos poderia desencadear capturas descontroladas, o que apenas agravaria a situação.
Por isso, os próprios autores da pesquisa ressaltam ser importante considerar essas mudanças com as políticas desenvolvidas, visando evitar danos adicionais aos oceanos.
A professora assistente Erin Meyer-Gutbrod, da Universidade da Carolina do Sul e principal autora desse estudo, aponta que a pesquisa evidenciou uma queda de oxigênio em todas as profundidades pesquisadas, que variam de 50 metros até 350 metros.
(Fonte: Leonardo Lamas / Pexels/ Reprodução)
Os resultados apresentados foram baseados em dados de medições, pesquisas e análises feitas ao longo de 15 anos. Eles incluem, entre outros aspectos, medições sobre a salinidade da água e do oxigênio dissolvido em diferentes profundidades, o funcionamento do fluxo de oxigênio entre as camadas superficiais e mais profundas, assim como pesquisas sobre a profundidade média em que espécies específicas de peixes costumavam permanecer.
Durante esse período (de mais de 1 década), os pesquisadores conseguiram encontrar um total de 60 espécies de peixes diferentes com frequência suficiente para serem consideradas estatisticamente relevantes e incluídas nas análises. Para os especialistas, entender o que está acontecendo agora é essencial para que estratégias possam ser desenvolvidas visando evitar danos maiores a médio e longo prazos.