Artes/cultura
28/11/2020 às 05:00•2 min de leitura
Segundo o The Guardian, a ilha de Tristão da Cunha, localizada entre o Brasil e a África do Sul, tornou-se o quarto maior santuário de conservação da vida marinha no planeta. Também considerada a “ilha habitada mais remota da Terra”, o território de apenas 250 habitantes destaca-se pela adoção de políticas rigorosas e proibitivas quanto às atividades exploratórias.
Descoberta em 1506 pelo explorador Tristão da Cunha, o local foi classificado como uma colônia britânica durante o século XIX, servindo como o primeiro forte de passagem para assegurar o isolamento de Napoleão Bonaparte, preso em Santa Helena, a cerca de 2.400 km de distância. Com o tempo, soldados ingleses acabaram permanecendo no local, criando a primeira comunidade autônoma na região.
Agora, mais de 500 anos depois, os habitantes se responsabilizaram, juntamente a entidades governamentais, pela conservação da fauna marinha, proibindo a pesca de arrasto, a mineração no entorno do mar, a caça predatória e outras tarefas que podem prejudicar o ecossistema em um território de pouco mais de 390 quilômetros quadrados.
“A comunidade está profundamente comprometida com a conservação: em terra, já declaramos o status de proteção para mais da metade de nosso território. Mas o mar é o recurso vital para a nossa economia e, em última instância, para a nossa sobrevivência a longo prazo. É por isso que protegemos totalmente 90% das nossas águas – e nos orgulhamos de desempenhar um na preservação da saúde dos oceanos“, disse James Glass, chefe da ilha.
Lar de uma das mais ricas biodiversidades do mundo, as águas deste lugar abrigam animais considerados em risco de extinção, como o albatroz-de-nariz-amarelo, o tubarão-de-sete-galhos e outros. Felizmente, todas as espécies estão protegidas pela região, que realizou uma das “maiores conquistas de conservação de 2020”, sendo recém-transformada em MPA (Marine Protected Area).
Com uma área quase três vezes maior do que a do Reino Unido (incluindo ilha e águas), o local é, atualmente, a maior zona de interdição de captura no Oceano Atlântico.