Imagem de Gene neandertal pode aumentar risco de casos graves de covid-19 no megacurioso

Entender as variantes que podem causar os casos graves de covid-19 é um dos principais focos de cientistas e médicos ao redor do mundo. Em um estudo 


<p>Entender as variantes que podem causar os casos graves de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115635-15-tatuagens-criativas-inspiradas-na-pandemia-de-covid-19.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">covid-19</a> é um dos principais focos de cientistas e médicos ao redor do mundo. Em um estudo feito pelo <em>Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology</em>, os pesquisadores descobriram que genes <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/104294-e-se-os-neandertais-nunca-tivessem-entrado-em-extincao.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">herdados dos neandertais</a> podem aumentar o risco de uma infecção por Sars-CoV-2.</p>



<p>A informação foi publicada, em forma de um artigo, no periódico online <em>Nature</em>. O material foi produzido por Hugo Zeberg e Svante Pääbo, que trabalham no instituto alemão.&nbsp;</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/01/01145255936276.jpg" alt="Os neandertais foram extintos há 28 mil anos. (Fonte: Fuzzyraptor/VisualHunt)" /><figcaption>Os neandertais foram extintos há 28 mil anos. (Fonte: Fuzzyraptor/VisualHunt)</figcaption></figure></div>



<h2>O gene neandertal</h2>



<p>Em junho, um artigo publicado no <em>The New England Journal of Medicine</em> apresentava que uma sequência específica no DNA, localizada no cromossomo 3, poderia indicar um maior risco de desenvolver um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115535-assinaturas-biologicas-podem-ser-a-chave-para-combater-a-covid-19.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">quadro grave de covid-19</a>, com hospitalização e insuficiência respiratória.&nbsp;</p>



<p>Acontece que, segundo o estudo de Zeberg e Pääbo, este mesmo segmento de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115533-humanos-de-hoje-tem-dna-de-neandertais-e-de-ancestral-desconhecido.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">DNA foi encontrado em um neandertal</a> de quase 50 mil anos de vida. O resultado foi descoberto a partir de uma análise genética que foi feita nos restos encontrados na Croácia.&nbsp;</p>



<h2>O que isso quer dizer?</h2>



<p>Acredita-se que pelo menos metade da população residente na região Sul da Ásia e aproximadamente 17% da população europeia, mais de 100 milhões de pessoas, tenham este gene no DNA. Com isso, uma grande parcela de pessoas estaria inclusa neste noo grupo de risco.&nbsp;</p>



<p>A situação é ainda pior. Os genes não apenas aumentam os riscos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114796-covid-19-afeta-sistema-renal-na-maioria-dos-casos-mais-graves.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">casos graves de covid-19</a>, mas também potencializam as chances, segundo o estudo da <em>Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology</em>, as chances de alergias, depressão e <a href="https://www.megacurioso.com.br/internet/89287-esses-13-desenhos-ilustram-de-forma-satirica-o-nosso-vicio-em-tecnologia.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">vícios</a>.&nbsp;</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/01/01145441546277.jpg" alt="(Fonte: Pexels)" /><figcaption>(Fonte: Pexels)</figcaption></figure></div>



<p>Zeberg e Pääbo afirmam que ainda não é possível entender o porquê desta parcela da população ter mais chances de desenvolver infecções mais sérias, mas defendem a necessidade de novos estudos que ajudem a desvendar este mistério.&nbsp;</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:02.743Z

Gene neandertal pode aumentar risco de casos graves de covid-19

Imagem de Ameba comedora de cérebro mata garoto de 6 anos em cidade do Texas no megacurioso

Um garoto de seis anos morreu no início de setembro no Texas Children's Hospital em Houston (EUA), vítima de infecção causada por um microrganismo. No


<p>Um garoto de seis anos morreu no início de setembro no Texas Children&#8217;s Hospital em Houston (EUA), vítima de infecção causada por um microrganismo. No domingo (27), o governo do Texas emitiu um alerta de desastre para o condado de Brazoria, onde a criança morava, pois o agente infeccioso foi identificado como <em>Naegleia fowleri</em>, <a rel="noopener noreferrer" href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/111702-saiba-porque-voce-precisa-parar-de-tomar-banho-com-suas-lentes-de-contato.htm" target="_blank">a ameba</a> “comedora de cérebro”.</p>



<p>Segundo a <em>NBC News</em>, o menino Josiah McIntyre morava em Brazoria, uma comunidade suburbana da cidade de Lake Jackson, cerca de 90 quilômetros ao sul de Houston. Maria Castillo, a mãe da criança, informou que seu filho faleceu no dia 8 de setembro e que os médicos do hospital infantil em Houston relataram a ameba &#8220;comedora de cérebro&#8221; como possível causa da morte.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/29/29095135945385.jpg" alt="Texas Commission on Environmental Equality/Reprodução" /><figcaption>Investigadores colheram amostras de água de Lake Jackson. (Texas Commission on Environmental Equality/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<h2>A ameba &#8220;comedora de cérebro&#8221;</h2>



<p><em>A Naegleria fowleri</em> é encontrada naturalmente em água doce quente, como a de lagos e rios durante as estações com temperaturas mais elevadas. As pessoas geralmente se infectam após nadar ou mergulhar em cursos de água contaminados, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).</p>



<p>Autoridades do CDC explicam que as infecções são raras, pois a forma de contato não ocorre ao engolir a água contaminada, mas sim quando ela sobe pelo nariz. A família de Josiah acredita que ele pode ter sido exposto à <em>Naegleria fowleri</em> através da mangueira de sua casa ou em uma fonte de água natural da cidade, onde as crianças costumam se divertir na primavera e no verão.</p>



<p>Segundo o <em>The New York Times</em>, as autoridades municipais testaram 11 amostras do abastecimento de água de Lake Jackson e descobriram que 3 eram “preliminarmente positivas” — incluindo um hidrante desativado, a fonte que funcionava como um “chuveirão” para as crianças e a mangueira de água da casa de Josiah. </p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/29/29095354212386.jpg" alt="Fonte: Jenna Kieser/The Facts/Reprodução)" /><figcaption>Moradores da cidade estocam água. (Fonte: Jenna Kieser/The Facts/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<h2>Declaração de desastre</h2>



<p>No domingo passado (27), o governador do Texas, Greg Abbott, emitiu uma declaração de desastre para a comunidade de Brazoria, onde fica o Lake Jackson, por causa da contaminação no abastecimento de água pela <em>Naegleria fowleri</em>. No comunicado, o governador afirmou que o microrganismo representa &#8220;uma ameaça iminente à saúde e à segurança públicas, incluindo a perda de vidas&#8221;.</p>



<p>Em Brazoria, as autoridades locais colocaram cartazes com alertas de “não use” em toda a extensão do Lake Jackson. Também foram colocados “alertas de fervura”, aconselhando os residentes a <a rel="noopener noreferrer" href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/44951-estes-10-parasitas-superperigosos-podem-estar-em-sua-comida.htm" target="_blank">ferver a água</a> antes de cozinhar ou bebê-la, além de outras providências para desinfecção do sistema de fornecimento de água. </p>



<p>Até que esse processo de lavagem e desinfecção seja concluído, a Comissão de Qualidade Ambiental do Texas (TCEQ, na sigla em inglês) aconselhou os moradores a evitar qualquer tipo de atividade que possa resultar na inalação de água, como durante banhos de chuveiro ou de imersão e até mesmo brincar com mangueiras ou <em>sprinklers</em>.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/29/29095611697391.jpg" alt="(Fonte: Josiah McIntyre/Facebook)" /><figcaption>O menino Josiah. (Fonte: Josiah McIntyre/Facebook)</figcaption></figure></div>



<h2>Vítimas da ameba</h2>



<p>Apesar de as infecções por <em>Naegleria fowleri</em> serem raras, elas são quase sempre fatais. O número anual de ocorrências varia de 0 a 8, conforme os dados do CDC. A maioria dos casos documentados nos Estados Unidos vitimou crianças e adolescentes.</p>



<p>A ameba comedora de cérebro é um organismo que “gosta” de calor e é comumente encontrada em solos, lagos quentes, rios e fontes termais. Também pode estar presente em piscinas malconservadas ou sem cloro e em descargas de água quente em parques industriais.</p>



<p>As <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/71825-que-mulher-morre-nos-eua-apos-ser-infectada-por-ameba-comedora-de-cerebro.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">infecções pela ameba</a> podem estar se tornando mais comuns à medida que a temperatura da água tem aumentado devido às mudanças climáticas. Além do caso de Josiah, pelo menos duas outras ocorrências fatais envolvendo a <em>Naegleria fowleri</em> foram relatadas neste ano. Um deles, um adolescente de 13 anos, foi infectado após nadar em um lago da Flórida.</p>



<p>De acordo com o CDC, 145 pessoas foram infectadas com a  <em>Naegleria fowleri</em> de 1962 a 2018, apenas 4 sobreviveram. </p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:02.155Z

Ameba comedora de cérebro mata garoto de 6 anos em cidade do Texas

Imagem de O que os seres vivos respiravam antes de existir oxigênio? no megacurioso

Nós e a maioria dos animais inspiramos oxigênio e exalamos gás carbônico para respirar... Então, o que os primeiros seres vivos da Terra respiravam, 


<p>Nós e a maioria dos animais inspiramos oxigênio e exalamos gás carbônico para respirar&#8230; Então, o que os primeiros seres vivos da Terra respiravam, quando surgiram há 3,5 bilhões de anos, se o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111733-afinal-qual-e-a-origem-do-oxigenio-no-universo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">oxigênio só começou a existir</a> cerca de um bilhão de anos depois disso?&nbsp;</p>



<p>Os cientistas suspeitavam do ferro e do <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/100875-por-que-alguns-peidos-sao-mais-fedidos-do-que-outros.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">enxofre</a>, elementos que alguns micróbios usam para respirar até hoje. Mas, talvez, a resposta seja bem mais inusitada: novos estudos indicam que os micróbios desse período respiravam arsênico, um dos mais conhecidos tipos de veneno do mundo (<a href="https://www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/45221-confira-quais-sao-as-cinco-substancias-mais-venenosas-do-mundo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">e um dos mais letais</a>).&nbsp;</p>



<p>Os arsênicos são compostos de arsênio — esse sim um elemento da família periódica, da mesma família do hidrogênio e bastante abundante em todo o planeta. Um dos tipos mais comuns é o trióxido de arsênio ou arsênico branco, muito usado na mineração, na indústria e como veneno, é claro. Para a respiração, só por esses micróbios mesmo&#8230;&nbsp;</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/28/28180431996249.jpg" alt="Parece apenas um pó branco, mas é um dos piores venenos do mundo: o trióxido de arsênio (Fonte: Wikimedia Commons)" /><figcaption>Parece apenas um pó branco, mas é um dos piores venenos do mundo: o trióxido de arsênio (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></div>



<h2>Que lugar tóxico!</h2>



<p>Os novos estudos que indicaram a respiração com arsênico foram realizadas com um grupo de micróbios <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/74123-conheca-as-adoraveis-ovelhas-do-mar-que-fazem-fotossintese-galeria.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">fotossintéticos</a> que vive em um lago no deserto do Atacama, onde simplesmente não existe oxigênio. Altas concentrações de sulfeto de hidrogênio e do próprio arsênico foram encontradas nas águas próximas da colônia.&nbsp;</p>



<p>Por mais inusitada que a descoberta pareça — já que se trata de um composto químico altamente tóxico — pesquisas científicas anteriores já observaram colônias que respiram arsênico no Pacífico, na Austrália e em lagos hipersalinos da Califórnia.&nbsp;</p>



<p>Agora, o próximo passo dos cientistas é descobrir se os micróbios do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/104639-isto-e-o-que-acontece-quando-chove-no-deserto-mais-seco-da-terra.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Atacama</a>, além de viverem em uma água cheia de arsênico, também metabolizam compostos derivados do arsênio em seus organismos.&nbsp;</p>



<p>Se isso for verdade, pode ser uma grande mudança no que sabemos sobre as primeiras formas de vida da Terra. Além disso, quando formos procurar evidências vida em outros planetas, o arsênico pode ser um dos compostos químicos pesquisados.&nbsp;</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:02.122Z

O que os seres vivos respiravam antes de existir oxigênio?

Imagem de Cachorros serão usados para farejar coronavírus na Finlândia no megacurioso

Cachorros são bons farejadores: dá para perceber isso quando eles olham para a gente com cara estranha, sempre que voltamos para casa, depois de ter 


<p>Cachorros são <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/45065-top-10-animais-com-a-maior-capacidade-olfativa-do-reino-animal.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">bons farejadores</a>: dá para perceber isso quando eles olham para a gente com cara estranha, sempre que voltamos para casa, depois de ter feito carinho em outro dog... Mas, além disso, cães farejadores são usados há bastante tempo para encontrar drogas ou em buscas de pessoas desaparecidas.&nbsp;</p>



<p>Mas, agora, esse talento canino será aproveitado para ajudar a humanidade com os desafios da pandemia: cães farejadores serão usados em um aeroporto de Helsinki, capital da Finlândia, para identificar se os viajantes foram infectados pelo coronavírus.&nbsp;</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/25/25162823410428.jpg" alt="Fonte: Finavia" /><figcaption>Fonte: Finavia</figcaption></figure></div>



<h2>Como assim, Finlândia?</h2>



<p>Pesquisadores da Faculdade de Veterinária da Universidade de Helsinki descobriram, recentemente, que cães conseguem farejar pessoas infectadas pelo novo coronavírus Sars-CoV-2 — que causa a covid-19 — com quase 100% de acerto.&nbsp;</p>



<p>Mais do que isso, os cachorros conseguem sentir a infecção antes mesmo que os sintomas apareçam, algo que os exames laboratoriais não fazem. Isso porque eles precisam de apenas 10 a 100 moléculas para identificar o coronavírus, enquanto um testes de laboratório precisa de 18 milhões. É uma diferença considerável, né?&nbsp;</p>



<p>"É um método muito promissor. <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/98057-5-cachorros-que-trabalham-como-gente-grande.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Cachorros são muito bons em farejar</a>. Se isso funcionar, será um bom método para detectar o coronavírus em qualquer outro lugar", disse Anna Hielm-Bjorkman, professora da Universidade, à rede canadense Global News.&nbsp;</p>



<p>O "exame" canino vai funcionar da seguinte forma: as pessoas vão esfregar um paninho descartável na pele, que será colocado em um copo para o cão cheirar. O resultado sai em 10 segundos. A ideia é que o serviço seja utilizado com pessoas que desembarcam no aeroporto de Helsinki, vindos de outros países — os testes começaram em setembro, segundo comunicado da Finavia, empresa que administra a aviação civil na Finlândia.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/25/25162627864422.jpg" alt="Finavia" /><figcaption>As pessoas esfregam o paninho... (Fonte: Finavia)</figcaption></figure></div>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/25/25162806707426.png" alt="...e o cão vem farejar! (Fonte: Finavia)" /><figcaption>...e o cão vem farejar! (Fonte: Finavia)</figcaption></figure></div>



<p>Ao todo, 10 cachorros estão sendo treinados para o serviço, com quatro cães trabalhando em cada turno — para que eles também possam descansar, claro. Há cães como Kossi, uma galga de oito anos que já <a rel="noopener noreferrer" href="https://www.megacurioso.com.br/animais/43304-5-coisas-que-os-caes-sao-capazes-de-detectar-atraves-do-faro.htm" target="_blank">tem experiência em identificar amostras biológicas</a>, que aprendeu a farejar a covid-19 em apenas sete minutos. Um prodígio!</p>



<p>Nos comentários das notícias, algumas pessoas estão duvidando que os cães já possam farejar um vírus que é tão recente, enquanto outras dizem que confiam mais em um cão do que nos testes de laboratório... E você, o que acha?</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:01.584Z

Cachorros serão usados para farejar coronavírus na Finlândia

Imagem de Dengue pode gerar imunidade contra a covid-19, sugere estudo no megacurioso

Dengue pode gerar imunidade contra a covid-19, sugere estudo


<p>Como a covid-19 é uma doença relativamente nova, ainda há muitas coisas que os cientistas precisam descobrir sobre ela. Mas essa descoberta, divulgada pela agência de notícias Reuters na última segunda-feira (21), é bastante inusitada: pessoas que tiveram dengue podem ter algum nível de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115655-covid-19-estudos-sugerem-que-recuperados-apresentam-boa-imunidade.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">imunidade ao novo coronavírus</a> Sars-CoV-2.</p>



<p>Quem levantou essa hipótese foi o professor Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke (Estados Unidos), ao analisar a distribuição geográfica da dengue em 2019 e 2020 contra as informações de como a pandemia se espalhou no Brasil.&nbsp;</p>



<p>Os lugares onde os surtos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112813-dengue-inseticida-artesanal-pode-matar-larvas-do-mosquito.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">dengue</a> foram mais graves (como nas regiões Sul e Sudeste) demoraram mais tempo para ter uma alta taxa de transmissão comunitária da covid-19 do que o Norte e Nordeste (que tiveram menos casos de dengue). Além disso, a equipe do professor Nicolelis também encontrou uma correlação entre surtos da doença causada pelo mosquito <em>Aedes aegypti</em> e uma transmissão mais lenta da covid-19 em outras partes da América Latina, na Ásia e em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115755-covid-19-10-paises-nao-registraram-nenhum-caso-da-doenca.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">ilhas os oceanos Pacífico e Índico</a>.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/22/22155601473226.jpg" alt="Será que essa é a vacina da covid-19? Calma... (Fonte: Agência Brasil/Reprodução)"/><figcaption>Será que essa é a vacina da covid-19? Calma... (Fonte: Agência Brasil/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<h2>Muita calma nessa hora</h2>



<p>Antes que você meta sua mão num balde com água parada, para ver se o mosquito lhe pica e você fica livre do coronavírus, é importante observar que essa é uma hipótese baseada em relatórios epidemiológicos das duas doenças.&nbsp;</p>



<p>Ainda são necessários mais estudos clínicos para entender essa correlação — e para saber como aproveitá-la no combate à pandemia. "Se a hipótese se mostrar correta, ela pode significar que a infecção pela dengue ou a imunização uma vacina eficaz e segura contra a dengue pode produzir algum nível proteção imunológica [contra a covid-19]", disse o professor Nicolelis à Reuters.&nbsp;</p>



<p>Além disso, é interessante observar que o estudo ainda vai ser revisado por outros pesquisadores e publicado em algum jornal científico, o que dará mais credibilidade à descoberta. De qualquer forma, trata-se de uma correlação bastante surpreendente, já que o vírus que causa a dengue é de outra família sem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116145-coronavirus-estudo-genologico-aponta-mutacao-lenta-do-virus.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">parentesco com o Sars-CoV-2.</a></p>



<p>Na verdade, Nicolelis contou à agência de notícias que sua equipe descobriu a relação entre as duas doenças por acidente, quando estava fazendo um estudo para entender como a covid-19 se espalhou pelo Brasil e observou alguns pontos no mapa sem casos. Então, viram que esses locais tinham sido justamente os mais atingidos pela dengue.</p>



<p>"Em ciência, isso acontece. Você está atirando em uma coisa e acerta um alvo que você nunca imaginou que ia acertar", resumiu o professor. Se daí sair a cura para a covid-19 terá sido um daqueles tiros "na mosca".&nbsp;</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:00.982Z

Imagem de Conheça a bactéria que expira eletricidade (e como ela faz isso) no megacurioso

Conheça a bactéria que expira eletricidade (e como ela faz isso)


<p>Puxe o ar pelo nariz e encha seus pulmões, depois solte o ar pela boca... Não, isso não é um <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/98672-este-simples-gif-pode-acabar-com-a-sua-ansiedade-agora-mesmo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">vídeo de meditação</a>. A gente só está refletindo sobre como os seres humanos – e outros animais, como nós — <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/110457-voce-sabe-por-que-nao-precisa-lembrar-de-respirar.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">respiram</a>. Tudo isso para dizer que as bactérias <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113575-cientistas-descobrem-animal-que-nao-precisa-respirar.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">respiram de uma forma bem diferente</a>. Algumas, inclusive, exalam eletricidade quando fazem isso.&nbsp;</p>



<p>É isso aí. Assim como a gente exala gás carbônico cada vez que solta o ar, há bactérias que soltam eletricidade. São espécies do gênero <em>Geobacter</em>, relativamente comuns em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109128-este-peixe-derrete-na-superficie.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">águas subterrâneas</a>. Claro que, sendo uma bactéria muito pequena, não é como se ela fosse um gerador da <a href="https://www.megacurioso.com.br/astronomia/42012-a-maior-hidroeletrica-do-planeta-e-capaz-de-alterar-a-rotacao-da-terra-.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">usina de Itaipu</a>... Mas, sim, ela inspira o material orgânico do ambiente em que vive e expira elétrons, que formam uma minúscula corrente elétrica.&nbsp;</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><a class="fonte_imagem" href="https://www.livescience.com/electron-breathing-geobacter-microbes.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/21/21195502247079.jpg" alt="Uma bactéria que emite eletricidade? Sim, isso existe! (Fonte: LiveScience/Reprodução)"/></a><figcaption>Uma bactéria que emite eletricidade? Sim, isso existe! (Fonte: LiveScience/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<h2>Um microgerador da natureza</h2>



<p>O que mais interessa os cientistas, contudo, é entender como a&nbsp;<em>Geobacter</em> produz e emite eletricidade. Assim, quem sabe, seria possível aproveitar a bactéria como um gerador biológico e natural. Nesse sentido, um estudo publicado recentemente por pesquisadores da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/112807-universidades-de-yale-e-harvard-recriam-receitas-de-4-mil-anos.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Universidade de Yale</a> e divulgado na revista <em>Nature Chemical Biology</em><em>,&nbsp;</em>fez descobertas bem interessantes.&nbsp;</p>



<p>A ciência já sabia que a&nbsp;<em>Geobacter</em> exalava seus elétrons por estruturas chamadas de "nanofios": filamentos 100 mil vezes menores que um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113136-a-menor-casa-do-mundo-e-mais-fina-que-um-fio-de-cabelo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">fio de cabelo humano</a>, mas muito maiores do que o próprio micróbio. Esses nanofios são capazes de enviar os elétrons para distâncias equivalentes ao tamanho de milhares de bactérias — é como se você conseguisse soprar por mais de um quilômetro.&nbsp;</p>



<p>A bactéria "sopra" tão longe para que esses elétrons possam ser absorvidos por algum mineral (geralmente óxido de ferro), que pode não estar tão próximo. Quando ela está em ambientes especialmente inóspitos, surgem adaptações para "soprar" elétrons ainda mais longe. E aí que surgem ideias para tentar aproveitar essa eletricidade.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><a class="fonte_imagem" href="https://www.livescience.com/electron-breathing-geobacter-microbes.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/21/21195214542078.jpg" alt="As bactérias e seus nanofios (Fonte: LiveScience/Reprodução)"/></a><figcaption>As bactérias e seus nanofios (Fonte: LiveScience/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<h2>Uma combinação eletrizante</h2>



<p>Se você assistia ou jogava <a href="https://www.megacurioso.com.br/desenhos-animados/99894-como-usar-os-pokemons-para-ensinar-biologia-as-criancas.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Pokémon</a>, você deve lembrar do Magnemite, uma espécie que lembrava um imã. Quando ele se juntava com outros Magnemites, ele evoluía para Magneton, que era mais forte e tinha mais eletricidade. Por que estamos contando isso?&nbsp;</p>



<p>Bom, porque é mais ou menos isso que algumas espécies do gênero <em>Geobacter</em> fazem.&nbsp;</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><a class="fonte_imagem" href="https://bulbapedia.bulbagarden.net/wiki/File:Clemont_Magneton.png"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/21/21195909998082.png" alt="Lembra disso? Então..."/></a><figcaption>Lembra disso? Então...</figcaption></figure></div>



<p>Quando expostas à eletricidade, bactérias <em>Geobacter sulfurreducens</em> se "grudam" em grupos com centenas de indivíduos. Assim, elas conseguem expirar seus elétrons para distâncias ainda maiores do que poderiam sozinhas. Na natureza, isso funciona como uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/fenomenos-da-natureza/43030-como-os-insetos-se-adaptam-para-sobreviver-ao-inverno.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">estratégia de sobrevivência</a>. Para nós, pode significar o uso desses micróbios como baterias biológicas.&nbsp;</p>



<p>Isso porque as bactérias emitem muito pouca energia, naturalmente. Uma célula de combustível de <em>Geobacter&nbsp;</em>feita em 2008 emitiu apenas 36 miliwatts. Um miliwatt é um milésimo de watt e qualquer carregador de celular tem pelo menos 5 watts, então dá para fazer as contas e entender que 36 miliwatts é bem pouco, né?&nbsp;</p>



<p>Portanto, os cientistas precisam entender esses mecanismos — e saber como amplificar a geração de energia das bactérias — antes que seu celular possa vir com uma bateria feita de micróbios dentro dele. De qualquer forma, a pesquisa publicada agora deu um grande passo nesse sentido.&nbsp;</p>


Bactérias e Protozoários