
Estilo de vida
23/09/2020 às 08:00•2 min de leitura
Como a covid-19 é uma doença relativamente nova, ainda há muitas coisas que os cientistas precisam descobrir sobre ela. Mas essa descoberta, divulgada pela agência de notícias Reuters na última segunda-feira (21), é bastante inusitada: pessoas que tiveram dengue podem ter algum nível de imunidade ao novo coronavírus Sars-CoV-2.
Quem levantou essa hipótese foi o professor Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke (Estados Unidos), ao analisar a distribuição geográfica da dengue em 2019 e 2020 contra as informações de como a pandemia se espalhou no Brasil.
Os lugares onde os surtos de dengue foram mais graves (como nas regiões Sul e Sudeste) demoraram mais tempo para ter uma alta taxa de transmissão comunitária da covid-19 do que o Norte e Nordeste (que tiveram menos casos de dengue). Além disso, a equipe do professor Nicolelis também encontrou uma correlação entre surtos da doença causada pelo mosquito Aedes aegypti e uma transmissão mais lenta da covid-19 em outras partes da América Latina, na Ásia e em ilhas os oceanos Pacífico e Índico.
Antes que você meta sua mão num balde com água parada, para ver se o mosquito lhe pica e você fica livre do coronavírus, é importante observar que essa é uma hipótese baseada em relatórios epidemiológicos das duas doenças.
Ainda são necessários mais estudos clínicos para entender essa correlação — e para saber como aproveitá-la no combate à pandemia. "Se a hipótese se mostrar correta, ela pode significar que a infecção pela dengue ou a imunização uma vacina eficaz e segura contra a dengue pode produzir algum nível proteção imunológica [contra a covid-19]", disse o professor Nicolelis à Reuters.
Além disso, é interessante observar que o estudo ainda vai ser revisado por outros pesquisadores e publicado em algum jornal científico, o que dará mais credibilidade à descoberta. De qualquer forma, trata-se de uma correlação bastante surpreendente, já que o vírus que causa a dengue é de outra família sem parentesco com o Sars-CoV-2.
Na verdade, Nicolelis contou à agência de notícias que sua equipe descobriu a relação entre as duas doenças por acidente, quando estava fazendo um estudo para entender como a covid-19 se espalhou pelo Brasil e observou alguns pontos no mapa sem casos. Então, viram que esses locais tinham sido justamente os mais atingidos pela dengue.
"Em ciência, isso acontece. Você está atirando em uma coisa e acerta um alvo que você nunca imaginou que ia acertar", resumiu o professor. Se daí sair a cura para a covid-19 terá sido um daqueles tiros "na mosca".
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