Imagem de Como a cólera em Londres mudou os sistemas de esgostos para sempre no megacurioso

Conforme dados da Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de (OMS), a doen&ccedil;a bacteriana causada pela c&oacute;lera &eacute; respons&aacute;vel por 143 mil mortes anuais entre a quantidade estimada de 1,3 milh&atilde;o a 4 milh&otilde;es de casos notificados &agrave;s ag&ecirc;ncias de sa&uacute;de pelo mundo.
Por sua tend&ecirc;ncia de se espalhar pela &aacute;gua infectada, o acesso a suprimentos de &aacute;gua pot&aacute;vel e saneamento b&aacute;sico bem regulamentado &eacute; essencial para manter a doen&ccedil;a controlada.
Se hoje esse n&uacute;mero de mortos se mant&eacute;m, relativamente, controlado &mdash; apesar de mais de 4,2 bilh&otilde;es de pessoas viverem sem acesso a saneamento b&aacute;sico no mundo, segundo a Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU) &mdash;, isso &eacute; gra&ccedil;as &agrave; revolu&ccedil;&atilde;o feita no sistema de esgotos de Londres no s&eacute;culo XIX ap&oacute;s um surto de c&oacute;lera, o que serviu de modelo para outros pa&iacute;ses.
<h2>Prosperando na imund&iacute;cie</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;ThoughtCo&nbsp;" data-fonte-url="https://www.thoughtco.com/thmb/rchNBuCJQAJT2OhqegtLJ1tl2P0=/2852x2852/smart/filters:no_upscale()/choleralondon2-58b9de315f9b58af5cba4691.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28175708049429.jpg" alt="(Fonte: ThoughtCo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: ThoughtCo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Al&eacute;m da m&aacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/114891-o-grande-fedor-de-1858-que-quase-intoxicou-londres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">administra&ccedil;&atilde;o das fezes e lixo</a>, a Londres do in&iacute;cio do s&eacute;culo XIX tinha t&uacute;neis estreitos que apenas pretendiam evitar alagamentos na cidade, encaminhando a &aacute;gua por um sistema de escoamento prec&aacute;rio para os rios Fleet e Walbrook, n&atilde;o servindo para a distribui&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel da &aacute;gua suja.
Principalmente quem morava no sub&uacute;rbio da metr&oacute;pole industrial mais infame da &eacute;poca por seu cheiro de pura podrid&atilde;o, toda a sujeira humana era lan&ccedil;ada no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119893-em-1820-engenheiros-decidiram-construir-um-tunel-sob-o-rio-tamisa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rio T&acirc;misa</a> que, para milhares de habitantes, tamb&eacute;m servia como fonte de &aacute;gua pot&aacute;vel. Por incr&iacute;vel que pare&ccedil;a, ningu&eacute;m tinha conhecimento suficiente para saber que as &aacute;guas n&atilde;o se renovariam de um dia para o outro e levariam o lixo embora. O resultado desse contato com &aacute;gua contaminada veio em uma "onda" quente no ver&atilde;o de 1858, trazendo, al&eacute;m da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113889-a-interminavel-quarentena-de-mary-mallon.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">febre tifoide</a>, a c&oacute;lera.
A situa&ccedil;&atilde;o foi pior no distrito de Soho, onde havia um grande fluxo de pessoas e nem havia chegado o rudimentar sistema de esgoto da cidade. Enquanto isso, matadouros que expeliam litros de gordura e sangue; os excrementos de animais e humanos; e outros agentes contaminantes flu&iacute;am para as valas que era o esgoto de Soho.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Science Museum&nbsp;" data-fonte-url="https://www.sciencemuseum.org.uk/sites/default/files/styles/social_facebook/public/2019-07/cholera-hero.jpg?h=c4133be5&amp;itok=7t5BKsfz"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28175852034431.jpg" alt="(Fonte: Science Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Science Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 31 de agosto de 1854, ap&oacute;s v&aacute;rios surtos de c&oacute;lera que ocorreram por Londres quando o governo come&ccedil;ou a desaguar o fluxo de &aacute;gua de Soho no T&acirc;misa, um grande surto de c&oacute;lera ocorreu no distrito.
Na &eacute;poca, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119553-o-medico-que-descobriu-como-a-colera-contaminava-as-pessoas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">John Snow</a>, o m&eacute;dico que se envolveu na situa&ccedil;&atilde;o, denominou o caso como o "mais terr&iacute;vel surto de c&oacute;lera que j&aacute; ocorreu neste reino". Ao longo de 3 dias, 127 pessoas morreram na Broad Street e cercanias. Na semana seguinte, o n&uacute;mero cresceu para 500 baixas, sendo que a taxa de mortalidade era de 12,8% em algumas partes de Londres. At&eacute; o final do surto, 616 pessoas estavam mortas.
<h2>A solu&ccedil;&atilde;o do futuro</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Guardian&nbsp;" data-fonte-url="https://i.guim.co.uk/img/media/3c0ca73dcf3070e735758698afe261fe75c103c8/0_274_3676_2207/master/3676.jpg?width=465&amp;quality=45&amp;auto=format&amp;fit=max&amp;dpr=2&amp;s=02c5adc5d1c170e1bf254a3314af1223"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28180034207433.jpg" alt="(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ap&oacute;s publicar seu livro The Sanitary Conditions of the Labouring Population, em 1842, o advogado Edwin Chadwick se tornou o primeiro diretor do novo Conselho de Sa&uacute;de, que visava evitar e combater futuros surtos de qualquer esp&eacute;cie de doen&ccedil;a em Londres.
Chadwick deixou claro que uma reforma social e sanit&aacute;ria era o &uacute;nico meio de progresso, com a remo&ccedil;&atilde;o de lixo das ruas, promovendo acesso &agrave; &aacute;gua pot&aacute;vel e esgotos melhores. Foi engenheiro-chefe do Conselho Metropolitano de Obras, Joseph Bazalgette, que encabe&ccedil;ou o processo de moderniza&ccedil;&atilde;o dos esgotos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28180229254435.gif" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Custou cerca de US$ 240 milh&otilde;es para os cofres p&uacute;blicos para instalar um sistema subterr&acirc;neo com 131 quil&ocirc;metros de extens&atilde;o e 1.770 drenos que pudessem interceptar as &aacute;guas canalizadas e acompanhar o fluxo do T&acirc;misa, coletando todo o lixo ao longo das margens norte e sul.
Parte do trabalho foi conclu&iacute;do at&eacute; 1865, mostrando-se um grande sucesso. A c&oacute;lera voltou &agrave; cidade apenas mais uma vez, no ano seguinte, em uma parte de Londres onde ainda n&atilde;o tinha acesso &agrave; nova rede de esgotos, que ficou totalmente pronta em 1878.
O Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de (NHS, sigla em ingl&ecirc;s) indica que a doen&ccedil;a j&aacute; n&atilde;o &eacute; mais encontrada no Reino Unido atualmente.

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Como a cólera em Londres mudou os sistemas de esgotos para sempre

Imagem de Chimpanzés selvagens são diagnosticados com lepra pela 1ª vez no megacurioso

Os animais infectados pela bactéria causadora da hanseníase vivem na Costa do Marfim e na Guiné-Bissau

Pesquisadores de universidades dos Estados Unidos e do Reino Unido identificaram hansen&iacute;ase em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119260-ham-o-chimpanze-da-nasa-que-foi-o-1-primata-no-espaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chimpanz&eacute;s</a> selvagens pela primeira vez, com os animais apresentando sintomas semelhantes aos dos humanos. A descoberta foi relatada em um artigo publicado nessa quarta-feira (13), na Nature.
De acordo com o estudo, a doen&ccedil;a tamb&eacute;m conhecida como lepra foi detectada em duas popula&ccedil;&otilde;es de chimpanz&eacute;s selvagens n&atilde;o conectadas que vivem no continente africano, uma delas residindo na Guin&eacute;-Bissau e a outra na Costa do Marfim. Esses foram os primeiros casos n&atilde;o humanos de hansen&iacute;ase na &Aacute;frica.
Liderada pela cientista da Universidade de Exeter Kimberley Hockings, a equipe confirmou o diagn&oacute;stico por meio da an&aacute;lise gen&eacute;tica de amostras das fezes dos animais. Em meio ao material, foi encontrada a Mycobacterium leprae, bact&eacute;ria causadora da doen&ccedil;a de Hansen.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/14/14144312961290.jpg" alt="(Fonte: Twitter/Kimberley Hockings)" />(Fonte: Twitter/Kimberley Hockings)
A investiga&ccedil;&atilde;o revelou ainda que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114840-coronavirus-3-cepas-do-virus-sao-as-principais-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cepas</a> identificadas em cada grupo s&atilde;o diferentes, al&eacute;m de raras. Os cientistas n&atilde;o sabem como os primatas tiveram contato com a bact&eacute;ria, mas a suspeita &eacute; de que a maior circula&ccedil;&atilde;o de humanos no meio selvagem tenha causado a infec&ccedil;&atilde;o.
<h2>Fotos ajudaram na descoberta</h2>
Imagens feitas no Parque Nacional Cantanhez, em Guin&eacute;-Bissau, registradas entre 2015 e 2019, despertaram a curiosidade dos pesquisadores. Elas mostravam chimpanz&eacute;s com les&otilde;es faciais semelhantes &agrave;s de casos avan&ccedil;ados de lepra nos humanos, al&eacute;m de crescimento excessivo das unhas e dedos deformados.
Foi a partir da&iacute; que os cientistas resolveram analisar amostras fecais dos primatas, tentando identificar a presen&ccedil;a da M. leprae. J&aacute; no Parque Nacional Ta&iuml;, na Costa do Marfim, a suspeita partiu de bi&oacute;logos que observavam os animais e verificaram les&otilde;es semelhantes &agrave; hansen&iacute;ase no rosto de um deles.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/14/14144426711291.jpg" alt="(Fonte: Nature/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Nature/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Embora os humanos sejam o principal hospedeiro da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/104247-21-coisas-intrigantes-que-voce-nao-sabe-sobre-bacterias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bact&eacute;ria</a> causadora da lepra, ela j&aacute; foi encontrada em esquilos vermelhos e tatus. Tamb&eacute;m houve casos de macacos mantidos em cativeiro que pegaram a doen&ccedil;a, mas registros de primatas soltos na natureza, infectados, nunca haviam sido feitos.
Transmitida de uma pessoa para a outra via got&iacute;culas expelidas do nariz e da boca, a lepra pode levar &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/98072-15-fatos-surpreendentes-sobre-cegueira-e-problemas-de-visao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cegueira</a>, paralisia permanente, desfigura&ccedil;&atilde;o do rosto e encurtamento dos dedos se n&atilde;o for tratada corretamente. Um achado arqueol&oacute;gico de 2009 sugere que a doen&ccedil;a tenha surgido h&aacute; 4 mil anos, na &Iacute;ndia.

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Chimpanzés selvagens são diagnosticados com lepra pela 1ª vez

Imagem de O médico que descobriu como a cólera contaminava as pessoas no megacurioso

Descobertas foram fundamentais para evitar mais mortes

Em agosto de 1854, a regi&atilde;o de Soho, em Londres, foi atingida por uma doen&ccedil;a infecciosa. Milhares de residentes do distrito adoeceram e algumas centenas morreram com sintomas como v&ocirc;mitos, dores abdominais, n&aacute;useas e diarreia. As coisas s&oacute; n&atilde;o foram piores gra&ccedil;as a John Snow, um <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109434-dia-do-medico-quem-foi-hipocrates-o-pai-da-medicina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">m&eacute;dico residente</a> na regi&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/29/29102025616069.jpg" alt="John Snow" />John Snow.
<h2>O surto &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;</h2>
A c&oacute;lera foi uma das doen&ccedil;as mais mortais a atingir Londres e outras regi&otilde;es da Gr&atilde;-Bretanha no s&eacute;culo XIX. Nessa &eacute;poca, al&eacute;m da pobreza, Soho n&atilde;o contava com servi&ccedil;os sanit&aacute;rios adequados. O sistema de esgoto de Londres ainda n&atilde;o tinha chegado na regi&atilde;o. A &aacute;gua era obtida por meio de po&ccedil;os sob as casas e bombas p&uacute;blicas.
<h2>Estudo de caso</h2>
Com a doen&ccedil;a se espalhando e incomodado com aquilo tudo, Snow foi conversar com os moradores de Soho para investigar a situa&ccedil;&atilde;o. Devido ao seu contato com a c&oacute;lera nos surtos de d&eacute;cadas anteriores, ele j&aacute; possu&iacute;a alguma base para suas considera&ccedil;&otilde;es.
Snow fez um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118726-j-marion-sims-o-medico-que-fazia-experimentos-em-escravas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estudo de caso</a> mapeando as mortes por c&oacute;lera no distrito. O m&eacute;dico notou, ent&atilde;o, que a maioria das pessoas atingidas residia nas proximidades da bomba de Broad Street.&nbsp;
Para os cientistas da &eacute;poca a culpa do surto era dos miasmas, vapores ruins espalhados pelo ar que causavam doen&ccedil;as quando aspirados pelas pessoas. A teoria de que seres invis&iacute;veis aos olhos, a exemplo das bact&eacute;rias, pudessem causar mal ao ser humano era desprezada.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Revista Quest&atilde;o de Ci&ecirc;ncia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.revistaquestaodeciencia.com.br/questao-nerd/2019/04/15/john-snow-na-guerra-das-epidemias"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/29/29101219006058.jpg" alt="Mapeamento de Snow: os pontos em azul s&atilde;o bombas de &aacute;gua" />Mapeamento de Snow: os pontos em azul s&atilde;o bombas de &aacute;gua.
Os estudos feitos por Snow sobre o padr&atilde;o da c&oacute;lera conseguiram convencer o conselho local a desativar a bomba. O que foi fundamental para conter a doen&ccedil;a na regi&atilde;o. Mais tarde, descobriu-se que a &aacute;gua da bomba estava sendo polu&iacute;da com o esgoto.
Ainda em 1854, Snow realizou o Grand Experiment, outro estudo comparando a situa&ccedil;&atilde;o de dois bairros de Londres que recebiam &aacute;gua de empresas distintas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/29/29101356366061.jpg" alt="Bact&eacute;ria da C&oacute;lera" />Bact&eacute;ria da C&oacute;lera.
As descobertas de John Snow n&atilde;o foram bem aceitas inicialmente. Ainda assim, tornaram-se fundamentais para que mudan&ccedil;as na <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/46778-o-medico-que-salvou-muitas-vidas-e-queria-curar-a-aids-com-malaria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sa&uacute;de p&uacute;blica</a>, incluindo a melhoria de instala&ccedil;&otilde;es sanit&aacute;rias, fossem feitas.
O Vibrio cholerae, agente causador da c&oacute;lera, s&oacute; foi descrito pela primeira vez em 1883, por Robert Koch, quase 30 anos depois das descobertas de Snow.

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O médico que descobriu como a cólera contaminava as pessoas

Imagem de Ração vendida na Europa possui bactéria resistente a antibióticos no megacurioso

Novo estudo identificou uma importante fonte de bactérias nas comidas cruas para cachorros, representando um risco para a saúde pública internacional

<head></head><body>As rações para cachorro vendidas pela Europa têm se demonstrado um verdadeiro risco para a saúde pública. De acordo com um novo estudo apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID) de 2021, os alimentos crus destinados aos animais de estimação são grande fonte de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/104247-21-coisas-intrigantes-que-voce-nao-sabe-sobre-bacterias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bactérias</a> super-resistentes a antibióticos.&nbsp;O estudo produzido por pesquisadores da Universidade do Porto, em Portugal, demonstrou que as bactérias encontradas nos alimentos são bem semelhantes àquelas em pacientes hospitalares espalhados por leitos por diversos países do continente. Na visão dos cientistas, o aumento de pessoas alimentando cães com comidas cruas pode estar contribuindo para o surgimento de um problema de saúde grave.<h2>Bactérias resistentes</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/13/13091445134049.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)">(Fonte: Pixabay)Infecções por conta de bactérias resistentes a medicamentos matam, em média, 700 mil pessoas no mundo todo, é o que diz a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, estima-se que esses números possam aumentar para 10 milhões de óbitos por ano caso nada seja feito até 2050, o que classifica esse como um dos maiores riscos para a humanidade.Para descobrir a origem do problema envolvendo a ração, as pesquisadoras Ana R. Freitas, Carla Novais, Luísa Peixe e seus colegas avaliaram diversos alimentos para cachorro presentes em supermercados e pet shops espalhados pela Europa na busca pela Enterococci — um gênero de bactéria que vive nas vísceras dos seres humanos e animais causando infecções que podem se espalhar para o resto do corpo.Ao todo, foram 55 exemplares de alimento de 25 marcas de ração diferentes, sendo 22 úmidos, 8 secos, 4 semiúmidos, 7 guloseimas e 14 congelados crus. Entre os alimentos congelados, incluía-se pato, salmão, peru, frango, cordeiro, ganso, carne bovina e vegetais.<h2>Perigo iminente</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/13/13091506414050.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)">(Fonte: Unsplash)O estudo observou que 30 das 55 amostras coletadas deram positivo para a presença de Enterococci. Entre essas bactérias, 40% delas se mostrou resistente aos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111806-aumento-do-uso-de-antibioticos-em-vacas-cria-bacterias-multirresistentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antibióticos</a> eritromicina, tetraciclina, quinupristina-dalfopristina, estreptomicina, gentamicina, cloranfenicol, ampicilina ou ciprofloxacina.Em 23% dos casos, as bactérias também se sobressaíam contra a ação de linezolida, um antibiótico utilizado como última via para situações em que outros medicamentos já fracassaram e considerado importantíssimo para a saúde pública pela OMS. Enquanto apenas três alimentos não-crus apresentaram bactérias, todas as amostras de <a href="https://www.megacurioso.com.br/comidas-estranhas/99288-racoes-de-gatos-e-cachorros-fazem-mal-a-saude-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ração</a> crua continham espécies de Enterococci.&nbsp;Sendo assim, é possível que no futuro os cães transmitam essas bactérias super-resistentes para os seres humanos, causando uma grande ameaça à humanidade. Para os pesquisadores portugueses, é preciso que as autoridades aumentem a cautela sobre a administração de dietas cruas para animais de estimação e realizem um controle mais rígido de práticas de higiene e seleção de ingredientes.&nbsp;</body>

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Ração vendida na Europa possui bactéria resistente a antibióticos

Imagem de Ameba 'comedora de cérebro' se expande para o norte dos EUA no megacurioso

O aumento das ocorrências de infecção pela ameba Naegleria fowleri no norte dos Estados Unidos pode ser devido ao aquecimento global

Um novo estudo, feito por cientistas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e publicado na última quarta-feira (16) na revista científica Emerging Infectious Diseases, fez um levantamento geográfico dos locais com água contaminada pela Naegleria fowleri, a ameba “<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116255-ameba-comedora-de-cerebro-mata-garoto-de-6-anos-em-cidade-do-texas.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">comedora de cérebros</a>”, nos EUA.  



Analisados os casos registrados de 1978 a 2018 e relacionados a exposição recreativa à água, como nadar em lagos, lagoas, rios ou reservatórios, foram detectados 85 casos de N. fowleri, 74 deles apenas em estados do sul. Porém, verificou-se uma dispersão geográfica em direção ao norte, com uma evolução na latitude dos casos de cerca de 13,3 quilômetros por ano.



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/18/18000736744026.jpg" alt="Fonte: CDC/Divulgação" /><figcaption>Locais de exposições recreativas à água relacionadas à PAM, EUA, 1978-2018 (Fonte: CDC/Divulgação)</figcaption></figure>



Por fim, os pesquisadores fizeram uma análise dos dados meteorológicos próximos às datas de ocorrências de mortes por N. fowleri, e concluíram que as temperaturas diárias nas duas semanas que antecederam cada caso eram maiores que as médias históricas desses locais.  



<h2>Quem é a ameba comedora de cérebros?</h2>



Segundo <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154878-caso-ameba-comedora-cerebro-alerta-autoridades-eua.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">o estudo do CDC</a>, a N. fowleri é um organismo unicelular encontrado naturalmente em água doce de lagos ou rios, que pode infectar o cérebro humano, subindo pelo nariz. A infecção, conhecida como meningoencefalite amebiana primária (PAM na sigla em inglês), destrói o tecido cerebral do portador, e pode levar à morte.



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/18/18001126138027.jpg" alt="Fonte: Visvesvara/CDC/Divulgaão" /><figcaption>Fonte: Visvesvara/CDC/Divulgaão</figcaption></figure>



Os cientistas acreditam que, como a N. fowleri se desenvolve em águas quentes, até 45º C, é possível que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/aquecimento-global/37030-aquecimento-global-amebas-comedoras-de-cerebro-proliferam-em-lagos-dos-eua.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">aquecimento global</a>, que coincide com um aumento no uso recreativo da água, como natação e esportes aquáticos, possa contribuir para uma alteração no perfil epidemiológico da PAM.



Saber quando e onde os casos de PAM ocorreram no país pode ajudar a prever as épocas mais perigosas para visitar piscinas naturais, conforme os autores. Contudo, por não haver testes rápidos para a N. fowleri na água, a única maneira de prevenir a infecção é evitar nadar em água doce quente, ou, se o fizer, jamais permitir que o líquido entre pelo nariz.

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Ameba 'comedora de cérebro' se expande para o norte dos EUA

Imagem de Smartphone antimicrobiano pode ser lavado com água e sabão no megacurioso

O novo modelo do smartphone antimicrobiano que será lançado em 2021 promete reduzir até 99,9% dos germes

Durante a pandemia, um dos itens pessoais que dá mais trabalho na volta para casa é o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116835-afinal-tem-problema-deixar-o-celular-carregando-a-noite-toda.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">smartphone</a>. Sabidamente, um dos maiores focos de germes, ele necessita ser rapidamente <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114326-cientistas-de-hong-kong-criam-desinfetante-antivirus-que-dura-90-dias.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">desinfectado</a>, mas você não pode simplesmente lavá-lo com água e sabão, ou borrifá-lo com álcool.



Pensando nessa dualidade sujeira/dificuldade de limpeza, uma startup do Reino Unido está lançando o primeiro smartphone antimicrobiano do planeta. Fabricado sob a licença Caterpillar, o novo CAT S42 pode ser considerado um dos celulares mais resistentes já lançados.



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/30/30214422239000.jpg" alt="Fonte: Bullit/Reprodução" /><figcaption>Fonte: Bullit/Reprodução</figcaption></figure>



A sua classificação é IP68, o que significa que ele é totalmente protegido contra poeira e água, onde pode ser mergulhado com segurança. Isso faz com que o CAT S42 possa ser lavado com água e sabão quando você retorna da rua.



<h2>A nova tecnologia antimicrobiana</h2>



A partir de 2021, o CAT S42 se tornará ainda mais robusto, ao receber uma camada extra de proteção: uma nova tecnologia chamada “tecnologia antimicrobiana Biomaster”, que promete suprimir a propagação de qualquer tipo de germes.



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/30/30214649225004.jpg" alt="Fonte: Bullit/Reprodução" /><figcaption>Fonte: Bullit/Reprodução</figcaption></figure>



Testada de acordo com a ISSO 22196, a tecnologia Biomaster usa íons de prata durante a fabricação para criar uma proteção permanente contra patógenos e inibir a sua propagação na superfície do telefone. Segundo a fabricante Bullit, a tecnologia reduz o <a href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">número de bactérias</a> no dispositivo em 80% em 15 minutos, e 99,9% em 24 horas.



Mesmo assim, os fabricantes indicam que o S42 deve ser lavado regularmente com água e sabão, desinfetantes e até mesmo água sanitária.

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Smartphone antimicrobiano pode ser lavado com água e sabão

Imagem de Bactérias e fungos em obras de Da Vinci têm muito a contar no megacurioso

Além dos micro-organismos, traços de DNA humano foram identificados nos desenhos de Leonardo Da Vinci

Durante uma análise em sete obras de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115734-mis-abre-exposicao-digital-de-leonardo-da-vinci.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Leonardo Da Vinci</a>, cientistas conseguiram detectar uma grande concentração de bactérias e fungos presentes nos desenhos, reforçando os chamados estudos moleculares. A pesquisa foi publicada na revista Frontiers in Microbiology.



Segundo os especialistas, os estudos envolvendo a identificação das comunidades formadas pelas minúsculas formas de vida servem para investigar as condições de armazenamento das obras e, até mesmo, a origem de certos elementos, como tinta e grafite. Agora, o trabalho de Da Vinci surge como um novo objeto de verificação, trazendo conclusões interessantes para os peritos da área.



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/24/24083527552013.jpg" alt="(Fonte: Guadalupe Piñar / Frontiers in Microbiology)" /><figcaption>(Fonte: Guadalupe Piñar / Frontiers in Microbiology)</figcaption></figure>



As análises envolveram observações em sete dos principais desenhos do artista, em que todos apresentaram uma espécie de bioarquivo único. Entre os organismos encontrados nas obras, foram localizados membros dos filos Proteobacteria, Actinobacteria e Firmicutes, distribuídos entre bactérias e <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116616-fungo-misterioso-e-encontrado-em-bolinho-guardado-ha-8-anos.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">fungos</a> pertencentes às classes Sordariomycetes e Eurotiomycetes, conhecidos por serem verdadeiros “degradadores” de materiais.



Em meio aos microbiomas, resquícios de DNA humano também foram encontrados, supostamente provenientes de outras pessoas e restauradores que manipularam as artes com o passar dos séculos, e não apenas do próprio Da Vinci. Curiosamente, os papéis possuíam uma quantidade anormal de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116789-bacterias-do-iogurte-ajudam-a-curar-fraturas-mais-rapidamente.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">bactérias</a>, especialmente se considerada a sua proporção para os grupos de fungos, conhecidos por serem os principais “habitantes” desse tipo de material. 



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/24/24083708007015.jpg" alt="(Fonte: Guadalupe Piñar / Frontiers in Microbiology)" /><figcaption>(Fonte: Guadalupe Piñar / Frontiers in Microbiology)</figcaption></figure>



“Ao todo, os insetos, os restauradores e a localização geográfica parecem ter deixado um traço invisível aos olhos nos desenhos”, comentaram os autores do projeto. “É difícil dizer se algum desses contaminantes se originou da época em que Leonardo da Vinci estava esboçando seus desenhos.” 



<h2>Nanopore, uma ferramenta de sequenciamento genético</h2>



Através de uma técnica de sequenciamento genético conhecida como Nanopore, cientistas conseguiram determinar diversas informações sobre os desenhos de Da Vinci, podendo, até mesmo, especular a localização geográfica das obras e a a “importância das condições ambientais e de armazenamento sobre os microbiomas específicos”.



A pesquisa é uma prova de conceito que poderá vir a ajudar na detecção de falsificações, além de colaborar com a catalogação biológica para estudos futuros por meio da documentação fotográfica, oferecendo uma “impressão digital” para que os micro-organismos possam vir a ser comparados.

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Bactérias e fungos em obras de Da Vinci têm muito a contar

Imagem de Bactérias do iogurte ajudam a curar fraturas mais rapidamente no megacurioso

Biofilme produzido por bacilos lácteos também impede que pacientes sejam acometidos por infecções resistentes a antibióticos

Quando um idoso sofre uma fratura, as chances de recuperação diminuem principalmente por conta da osteoporose (perda rápida de tecido ósseo): o osso demora a se recuperar e isso leva a complicações, como infecções bacterianas. Pesquisadores da Universidade Hubei desenvolveram uma técnica para acelerar a regeneração óssea em caso de implantes e combater infecções usando um poderoso aliado microscópico: as bactérias do iogurte.



<figure class="mt-2"><a href="https://pixabay.com/pt/photos/iogurte-frutas-baunilha-morangos-1442034/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/16/16115024516135.jpg" alt="." /></a><figcaption><a href="https://pixabay.com/pt/photos/iogurte-frutas-baunilha-morangos-1442034/">Aline Ponce/Pixabay</a></figcaption></figure>



“Depois da cirurgia, muitos pacientes idosos costumam sofrer de doenças cardiovasculares por causa da demora na cicatrização e longos períodos na cama, aumentando sua mortalidade. Além disso, para prevenir infecções bacterianas, os pacientes recebem antibióticos mas, mesmo assim, o aumento da incidência de bactérias multirresistentes já está se tornando um problema muito sério”, disse o engenheiro de biomateriais e principal autor do estudo, Lei Tan.



Lactobacillus casei é um probiótico usado na fabricação de iogurtes e queijos, e já vem sendo usado não apenas como aliado no tratamento da osteoporose como no combate a micro-organismos (como o Staphylococcus aureus, responsável pela pneumonia e meningite, entre outras doenças) resistentes a antibióticos. Seu uso sempre foi oral, mas a abordagem de Tan leva o bacilo à superfície do próprio implante.



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1144" height="752" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/11/5fb54c3ec7ff4.jpg" alt="" class="wp-image-126161" srcset="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/11/5fb54c3ec7ff4.jpg 1144w, https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/11/5fb54c3ec7ff4-768x505.jpg 768w" sizes="(max-width: 1144px) 100vw, 1144px" /><figcaption>Implante para fêmur fraturado: pacientes idosos têm alta incidência de infecções. Fonte: <a rel="noreferrer noopener" target="_blank" href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21839441/"> PubMed/S. Larsson et P. Procter/Reprodução</a></figcaption></figure>



<h2>Sem biofilme e infectados</h2>



Segundo ele, “o biofilme que o L. casei desenvolve para aderir à superfície onde ele se multiplica apresenta excelente eficácia antibacteriana ( 99,98% contra S. aureus)  por conta da produção de ácido lático e bacteriocina [toxinas que elas produzem para inibir o crescimento de outras bactérias ao seu redor]. Além disso, o açúcar presente no biofilme estimula os macrófagos [que comem restos celulares e incentivam a produção de tecido novo] , fazendo com que o implante se integre ao osso mais rapidamente”.



Depois do sucesso dos testes in vitro, o método foi experimentado em cobaias, para ver se a cicatrização dos ossos era maior com o novo método.



Seis camundongos com a tíbia quebrada receberam implantes de titânio – três, o implante padrão e três, revestidos com biofilmes de L. casei. Depois de quatro semanas, o tecido ósseo dos ratos com o implante com biofilme havia crescido 27%, em comparação com 16% nos animais com implantes regulares (estes últimos ainda desenvolveram infecções).



<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/206796-bacterias-iogurte-ajudam-curar-fraturas-rapidamente.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/206796-bacterias-iogurte-ajudam-curar-fraturas-rapidamente.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Bactérias do iogurte ajudam a curar fraturas mais rapidamente</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a>

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Bactérias do iogurte ajudam a curar fraturas mais rapidamente

Imagem de Bactéria da Terra sobrevive por mais de um ano no espaço no megacurioso

O microrganismo Deinococcus radiodurans ficou conhecido por seu sistema de resposta molecular eficaz no espaço

Quem já assistiu ao filme Vida (2017) sabe que um organismo precisaria de características específicas para sobreviver no espaço. Porém, longe da ficção, no ano de 2015, a bactéria Deinococcus radiodurans conquistou esse feito e passou um ano inteiro do lado de fora da Estação Espacial Internacional. Entenda:



<h2>Sobrevivendo no espaço</h2>



Sobreviver no espaço, mesmo que no módulo pressurizado da Estação Espacial Internacional (ISS), é um grande desafio, visto que a estadia fora da Terra pode modificar DNAs, micróbios intestinais e impulsionar a perda de densidade óssea. 



Isso quer dizer que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116063-cientistas-detectam-possivel-sinal-de-vida-microbiana-em-venus.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">resistir fora do módulo pressurizado</a> é praticamente impossível, pois ameaças como a radiação ultravioleta e as grandes flutuações de temperatura são constantes. 



Contudo, durante um experimento realizado em 2015, a bactéria Deinococcus radiodurans sobreviveu do lado de fora da ISS por mais de um ano e voltou para a Terra viva e bem-humorada.



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/10/10002136513000.webp" alt="Deinococcus radiodurans sobreviveu a um ano no espaço" /><figcaption>Deinococcus radiodurans sobreviveu a um ano no espaço. (Fonte: Tetyana Milojevic)</figcaption></figure>



<h2>O experimento</h2>



A pesquisa “Molecular repertoire of Deinococcus radiodurans after 1 year of exposure outside the International Space Station within the Tanpopo mission”, publicada no periódico Microbiome em 2020, buscava entender se bactérias poderiam sobreviver em outros planetas, já que nós, seres humanos, pretendemos viajar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116159-astronomos-descobrem-planeta-pi-do-tamanho-da-terra.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">cada vez mais longe no Sistema Solar</a>.



Para isso, as células bacterianas foram desidratadas e colocadas na “Exposed Facility”, uma plataforma continuamente exposta ao ambiente espacial. Neste caso, as células estavam atrás de uma janela de vidro que bloqueava a luz ultravioleta em comprimentos de onda inferiores a 190 nanômetros. 



<h2>A volta da bactéria Deinococcus para a Terra</h2>



<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116160-nasa-divulga-nova-tecnologia-para-pousar-na-lua-sem-piloto-humano.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Depois de um ano no espaço</a>, os micróbios voltaram à Terra e foram comparados com bactérias de controle, que passaram o mesmo período no nosso planeta. 



A taxa de sobrevivência foi muito menor para as bactérias que estiveram no espaço em comparação com a versão de controle, mas as que sobreviveram pareciam estar bem, mesmo que tivessem se tornado um pouco diferentes de suas irmãs terrestres. 



A equipe descobriu que as bactérias que ficaram no espaço estavam cobertas por pequenas vesículas na superfície, uma série de mecanismos de reparo foram acionados e algumas proteínas e mRNAs se tornaram mais abundantes. 



Os pesquisadores não sabem exatamente porque as vesículas se formaram, entretanto, defendem que as bactérias sobreviveram ao espaço graças ao seu sistema de resposta molecular eficiente.

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Bactéria da Terra sobrevive por mais de um ano no espaço

Imagem de Escarlatina pode estar retornando por causa de bactéria 'clonada' no megacurioso

A doença, erradicada nos anos 1940, ressurgiu motivada por uma mutação da bactéria Streptococcus pyogenes, segundo estudo da Universidade de Queensla

A febre escarlatina, que matou muitas crianças no século XIX, ressurgiu graças a uma mutação bacteriana, depois de praticamente ser erradicada na década de 1940. É o que sugere um estudo liderado por cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, publicado na revista Nature, no início de outubro.



Controlada após o advento dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115767-bacterias-avisam-outras-sobre-ataque-de-antibiotico-quando-morrem.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">antibióticos</a>, ela voltou a aparecer misteriosamente, com surtos na Ásia (2011) e no Reino Unido (2014). Recentemente, novos casos isolados também foram registrados na Austrália.



A partir daí, pesquisadores começaram a estudar a bactéria Streptococcus pyogenes, causadora da doença, e descobriram que uma cepa específica passou por mutação. Essa mudança surgiu após a infecção por um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111660-nem-todos-os-virus-sao-prejudiciais-e-alguns-podem-proteger-a-nossa-saude.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">bacteriófago</a>.



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/12/12125440234073.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" /><figcaption>(Fonte: Unsplash)</figcaption></figure>



Depois do contato com o vírus que infecta bactérias, os clones do streptococus do grupo A se tornaram capazes de produzir toxinas chamadas superantígenos. Eles estariam diretamente ligados aos últimos surtos, de acordo com o biólogo molecular da Universidade de Queensland Stephan Brouwer, causando “mais de 600 mil casos em todo o mundo”.



<h2>Mais forte e resistente</h2>



Uma destas toxinas parece ter tornado a bactéria mais forte, dando a ela uma maneira mais eficiente de infectar as células, algo nunca antes visto entre tais patógenos, segundo Brouwer.&nbsp;



“Nós mostramos que essas toxinas adquiridas permitem que o Streptococus pyogenes colonize melhor seu hospedeiro, o que provavelmente possibilita a ele superar outras cepas na competição”, comentou o biocientista da Universidade de Queensland Mark Walker, outro participante da pesquisa.



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/12/12125806581074.jpg" alt="(Fonte: Universidade de Queensland/Divulgação)" /><figcaption>(Fonte: Universidade de Queensland/Divulgação)</figcaption></figure>



Para Walker, o processo de transferência horizontal de genes, responsável pela mutação, também pode torná-la quimicamente mais resistente. Apesar de ela ainda ser suscetível a alguns antibióticos, essa novidade faz o desenvolvimento de <a href="https://www.megacurioso.com.br/vacina" target="_blank" rel="noopener noreferrer">vacinas</a> ser essencial para manter a infecção sob controle.



<h2>O que é a escarlatina?</h2>



Doença que atinge crianças de 2 a 10 anos de idade, principalmente na primavera, a escarlatina pode apresentar sintomas como febre baixa, vermelhidão na pele e na língua, dor de garganta e dificuldade em deglutir. O tratamento é com antibióticos.



A transmissão se dá pelo contato direto com a secreção nasal ou saliva de infectados, mas com o distanciamento social por causa da <a href="https://www.megacurioso.com.br/covid-19" target="_blank" rel="noopener noreferrer">covid-19</a>, os pesquisadores acreditam que os surtos permanecerão controlados, por enquanto.

Bactérias e Protozoários

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