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Chimpanzés selvagens são diagnosticados com lepra pela 1ª vez

14/10/2021 às 09:302 min de leitura

Pesquisadores de universidades dos Estados Unidos e do Reino Unido identificaram hanseníase em chimpanzés selvagens pela primeira vez, com os animais apresentando sintomas semelhantes aos dos humanos. A descoberta foi relatada em um artigo publicado nessa quarta-feira (13), na Nature.

De acordo com o estudo, a doença também conhecida como lepra foi detectada em duas populações de chimpanzés selvagens não conectadas que vivem no continente africano, uma delas residindo na Guiné-Bissau e a outra na Costa do Marfim. Esses foram os primeiros casos não humanos de hanseníase na África.

Liderada pela cientista da Universidade de Exeter Kimberley Hockings, a equipe confirmou o diagnóstico por meio da análise genética de amostras das fezes dos animais. Em meio ao material, foi encontrada a Mycobacterium leprae, bactéria causadora da doença de Hansen.

(Fonte: Twitter/Kimberley Hockings)(Fonte: Twitter/Kimberley Hockings)

A investigação revelou ainda que as cepas identificadas em cada grupo são diferentes, além de raras. Os cientistas não sabem como os primatas tiveram contato com a bactéria, mas a suspeita é de que a maior circulação de humanos no meio selvagem tenha causado a infecção.

Fotos ajudaram na descoberta

Imagens feitas no Parque Nacional Cantanhez, em Guiné-Bissau, registradas entre 2015 e 2019, despertaram a curiosidade dos pesquisadores. Elas mostravam chimpanzés com lesões faciais semelhantes às de casos avançados de lepra nos humanos, além de crescimento excessivo das unhas e dedos deformados.

Foi a partir daí que os cientistas resolveram analisar amostras fecais dos primatas, tentando identificar a presença da M. leprae. Já no Parque Nacional Taï, na Costa do Marfim, a suspeita partiu de biólogos que observavam os animais e verificaram lesões semelhantes à hanseníase no rosto de um deles.

(Fonte: Nature/Reprodução)(Fonte: Nature/Reprodução)

Embora os humanos sejam o principal hospedeiro da bactéria causadora da lepra, ela já foi encontrada em esquilos vermelhos e tatus. Também houve casos de macacos mantidos em cativeiro que pegaram a doença, mas registros de primatas soltos na natureza, infectados, nunca haviam sido feitos.

Transmitida de uma pessoa para a outra via gotículas expelidas do nariz e da boca, a lepra pode levar à cegueira, paralisia permanente, desfiguração do rosto e encurtamento dos dedos se não for tratada corretamente. Um achado arqueológico de 2009 sugere que a doença tenha surgido há 4 mil anos, na Índia.

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