Imagem de Maioridade penal: Brasil permitia prisão aos 9 anos no megacurioso

Presidente Washington Luiz foi o responsável por criar uma legislação diferente para crianças infratoras

<head></head><body>A redução da maioridade penal é um daqueles temas que sempre causa polêmica. Há quem afirme que a atual legislação é muito branda com os menores infratores. Por outro lado, existem aqueles que acham que tratar jovens infratores como adultos pode dificultar a sua ressocialização, fazendo com que eles sejam assediados pelo crime organizado.Contudo, como foi que chegamos à legislação atual? Pode ser difícil de acreditar, mas a legislação brasileira já foi muito mais dura em relação a esse assunto — e essa impiedade causava mais vítimas do que as infrações cometidas pelas crianças.<h2>O Código Penal de 1890</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/14/14180644528702.jpg" alt="Justiça brasileira considerava crianças de nove anos responsáveis pelos seus atos. (Shutterstock)">Justiça brasileira considerava crianças de nove anos responsáveis pelos seus atos. (Shutterstock)Muitas leis do Código Penal brasileiro de 1890, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120375-3-curiosidades-que-voce-nao-sabe-sobre-a-proclamacao-da-republica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primeiro conjunto de leis republicanas</a>, soam absurdas quando lidas hoje. Esse código trazia grande juízo de valor sobre tudo aquilo que era popular e descendia de escravos.Lutar <a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/45412-karate-muay-thai-taekwondo-e-capoeira-qual-tem-o-chute-mais-efetivo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">capoeira</a> ou fazer comida de culinária africana era crime, por exemplo. Em relação às crianças, não havia distinção dos adultos. Poderiam ser presas a partir dos nove anos de idade — e muitas foram. Ao serem levadas pelos policiais, eram colocadas nas mesmas celas dos adultos, deixando-as vulneráveis a todo tipo de violência.<h2>Caso Bernardino: quando crianças deixaram de ser tratadas como adultos</h2>O menino Bernardino era mais uma das milhares de crianças pobres do Rio de Janeiro. Aos 12 anos, o jovem menino negro trabalhava como engraxate.Aliás, existia um ditado popular que ilustrava bem a opinião das pessoas sobre o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105706-a-realidade-do-trabalho-infantil-em-fotos-antigas-coloridas-digitalmente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">trabalho infantil</a>: “Trabalho de criança custa pouco. Só não aproveita quem é bobo” — e foi justamente um adulto se aproveitando de uma criança que fez com que a vida de Bernardino mudasse para sempre.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/30/30162524455376.jpg" alt="Caso Bernardino chocou a sociedade brasileira. (Fonte: Agência Senado)">Caso Bernardino chocou a sociedade brasileira. (Fonte: Agência Senado)O menino se irritou quando um cliente não quis pagar pela engraxada. Bernardino jogou tinta no homem, que chamou a polícia. O engraxate até tentou explicar o que havia acontecido, mas ninguém o ouviu.Bernardino foi jogado em uma cela com dezenas de criminosos. Ele foi espancado e violentado durante quatro semanas. Depois, foi jogado nas ruas do Rio de Janeiro. Ferida, a criança foi levada para a Santa Casa de Misericórdia, onde dois jornalistas decidiram ouvir a sua história, publicando-a nas primeiras páginas do Jornal do Brasil.O caso teve enorme repercussão e fez com que o presidente Washington Luiz assinasse o Código de Menores, criando o conceito de maioridade penal aos 18 anos, que impede crianças de irem para prisões comuns.Os menores de 14 anos foram considerados inimputáveis, ou seja: irresponsáveis pelos seus atos.<h2>Da Febem à Fundação Casa</h2>Em 1938, foi criado o Serviço de Auxílio ao Menor (SAM). Presente em algumas capitais, o SAM foi criticado pela violência com a qual tratava os internos.Durante a Ditadura Militar, foi criada a Fundação Estadual Para o Bem-Estar do Menor. A Febem dividia os internos entre menores abandonados e infratores. A iniciativa ficou conhecida pelas constantes fugas dos internos.&nbsp;Se você quiser entender melhor como funcionava a Febem, vale a pena recorrer ao cinema nacional. O cineasta brasileiro Héctor Babenco dirigiu o filme Pixote – A Lei do Mais Fraco (1981). Nele, Babenco narra a história de um grupo de menores infratores que foge da Febem. O elenco era formado por crianças carentes e muitas delas haviam passado pela instituição.Com o fim da Febem e a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990, os estados brasileiros passaram a adotar outras iniciativas, como a Fundação Casa.O objetivo passa a ser oferecer educação e oportunidade de ressocialização aos menores. Ainda assim, não são raros os casos de rebeliões nessas instituições.<h2>Dados sobre os internos</h2>Os meninos são maioria esmagadora no número de internos. Dados de 2018 mostraram que dos 22.203 adolescentes infratores em regime de internação no Brasil, apenas 841 eram meninas. São Paulo era o estado com mais internos: 7.911.Atualmente, a pena máxima para um adolescente infrator é de 3 anos. Há um projeto de lei parado no Congresso que tenta reduzir a maioridade penal para 14 anos em caso de crimes hediondos.Dados de 2016 mostram que a maioria das infrações está relacionada ao tráfico de drogas. Nesse ano, foram quase 60 mil guias punitivas relacionadas a esse tipo de delito.</body>

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Maioridade penal: Brasil permitia prisão aos 9 anos

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Quando nasceu, Curtis pesava apenas 420 gramas

Curtis Zy-Keith Means nasceu em 5 de julho de 2020 no estado do Alabama (EUA). O pequeno beb&ecirc; de apenas 21 semanas e 1 dia chegou ao mundo exatamente 1 m&ecirc;s depois do detentor do recorde anterior de <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/89271-13-fotos-mostram-o-antes-e-o-depois-de-bebes-prematuros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">beb&ecirc; mais prematuro do mundo</a>, que era&nbsp;Richard Hutchinson, do Wisconsin &mdash; nasceu com 21 semanas e 2 dias no dia 5 de junho de 2020.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/17/17102936559083.jpg" alt="(Fonte: Guinness World Records/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Guinness World Records/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A gravidez de Michelle Butler, m&atilde;e de Curtis, n&atilde;o dava sinais de grandes complica&ccedil;&otilde;es e tudo indicava que ele nasceria na &eacute;poca prevista. Contudo, no dia 4 de julho de 2020, ela foi levada &agrave;s pressas para o hospital, sendo submetida a uma cirurgia de emerg&ecirc;ncia. Foi a&iacute; que Curtis nasceu pesando apenas 420 gramas.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Guinness World Records/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.guinnessworldrecords.com/news/2021/11/worlds-most-premature-baby-defies-sub-1-survival-odds-to-break-record-681851"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/17/17102842809082.jpg" alt="(Fonte: Guinness World Records/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Guinness World Records/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Normalmente, uma gravidez chega ao fim ap&oacute;s 40 semanas. Isso significa que esse caso tem uma prematuridade de quase 19 semanas. Sendo assim, a data prevista para o nascimento de Curtis era por volta do dia 11 de novembro de 2021. E, sim, ele acabou de completar 1 ano de vida!
<h2 class="uk-text-justify">Felicidade em meio ao luto</h2>
Ao longo de seu primeiro ano de vida, Curtis demonstrou uma extrema vontade de ficar vivo. Segundo sua m&atilde;e, os m&eacute;dicos que t&ecirc;m acompanhado tudo disseram a ela que beb&ecirc;s nascidos em condi&ccedil;&otilde;es semelhantes &agrave;s de seu filho dificilmente conseguem viver at&eacute; completar 1 ano.
Apesar de toda a felicidade em torno da vit&oacute;ria de Curtis, h&aacute; luto na sua trajet&oacute;ria e na de sua m&atilde;e: ele &eacute; o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103860-28-curiosidades-sobre-a-vida-dos-bebes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sobrevivente de g&ecirc;meos</a>. &nbsp;C'Asya Means, sua irm&atilde;, tamb&eacute;m nasceu com 21 semanas e 1 dia, no entanto, a beb&ecirc; estava bem menos desenvolvida e n&atilde;o respondeu t&atilde;o bem ao tratamento quanto o irm&atilde;o. Infelizmente, faleceu apenas 1 dia ap&oacute;s o nascimento.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Guinness World Records/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.guinnessworldrecords.com/news/2021/11/worlds-most-premature-baby-defies-sub-1-survival-odds-to-break-record-681851"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/17/17102705512080.jpg" alt="(Fonte: Guinness World Records/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Guinness World Records/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os primeiros anos de vida de Curtis ser&atilde;o <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/150851-ia-impedir-bebes-prematuros-percam-visao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">acompanhados rigorosamente por m&eacute;dicos</a>, afinal, tudo &eacute; &uacute;nico e excepcional. Sua alta do hospital, por exemplo, somente foi poss&iacute;vel ap&oacute;s a equipe m&eacute;dica avaliar cuidadosamente o que ele precisaria.&nbsp;
Al&eacute;m de uma medica&ccedil;&atilde;o personalizada, o beb&ecirc; mais prematuro do mundo ainda vai ter um duro caminho pela frente j&aacute; que vai precisar usar oxig&ecirc;nio engarrafado e um tubo de alimenta&ccedil;&atilde;o.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Guinness World Records/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.guinnessworldrecords.com/news/2021/11/worlds-most-premature-baby-defies-sub-1-survival-odds-to-break-record-681851"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/17/17102535372079.jpg" alt="(Fonte: Guinness World Records/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Guinness World Records/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ap&oacute;s completar seu 1&deg; anivers&aacute;rio, em 5 de julho de 2021, Curtis se qualificou para ocupar o posto de beb&ecirc; mais prematuro do mundo a sobreviver, segundo o site do Guinness&nbsp;World Records.

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O bebê mais prematuro do mundo entra para o livro dos recordes

Imagem de Coleira infantil: qual a melhor forma de cuidar do seu filho? no megacurioso

Com excesso de preocupação, pais têm comprado coleiras para manter seus filhos sob controle em ambientes externos

Voc&ecirc; j&aacute; ouviu falar em "coleira" para <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112896-criancas-aprendem-idiomas-mais-rapido-que-adultos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crian&ccedil;as</a>? Ao que tudo indica, essa tem sido uma nova tend&ecirc;ncia para pais que desejam proteger seus filhos em ambientes externos sem correr maiores riscos. O tema viralizou com o TikTok de uma bab&aacute; brasileira residente nos Estados Unidos e, desde ent&atilde;o, tem gerado m&uacute;ltiplas rea&ccedil;&otilde;es por a&iacute;. Afinal, o que &eacute; o mais adequado para esse tipo de situa&ccedil;&atilde;o?
Por mais compreens&iacute;vel que seja o excesso de preocupa&ccedil;&atilde;o dos pais, seria essa medida realmente recomendada ou necess&aacute;ria? Vamos nos aprofundar a respeito do tema e entender quais s&atilde;o as complica&ccedil;&otilde;es que podem existir por tr&aacute;s do uso desse tipo de apetrecho. Confira s&oacute;!
<h2 class="uk-text-justify">Aprendizado em sociedade</h2>
<blockquote class="tiktok-embed uk-text-justify" cite="https://www.tiktok.com/@nicnadyya/video/7028295334593973509" data-video-id="7028295334593973509" style="max-width: 605px; min-width: 325px;">
<section><a target="_blank" title="@nicnadyya" href="https://www.tiktok.com/@nicnadyya">@nicnadyya</a> Reply to @menina_de_edit..11 <a target="_blank" title="? original sound - Nicole Nadya" href="https://www.tiktok.com/music/original-sound-7028295217153379078">? original sound - Nicole Nadya</a></section>
</blockquote>

Em entrevista ao Mega Curioso, a pedagoga e professora de Educa&ccedil;&atilde;o Infantil Izabela Mariano comentou a respeito da problem&aacute;tica quanto ao uso de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112762-coleira-inteligente-ajuda-na-selecao-de-caes-guia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coleiras</a> em crian&ccedil;as. "Na cabe&ccedil;a dos cuidadores, usar essa ferramenta &eacute; uma esp&eacute;cie de liberdade controlada, mas na verdade voc&ecirc; est&aacute; impedindo que a crian&ccedil;a aprenda a existir em sociedade, al&eacute;m de atrapalhar seu desenvolvimento como um todo", ela argumentou.
Na vis&atilde;o da especialista, muito do que temos hoje a respeito da aprendizagem infantil e o desenvolvimento das crian&ccedil;as passa pelo corpo, ou seja, aprender a andar sozinha na rua acaba sendo uma excelente oportunidade para que esses jovens aprendam a olhar para o mundo e tamb&eacute;m para si.
Para Mariano, a coleira exime o cuidador de se responsabilizar pelo cuidado social. Dessa forma, a pessoa poderia sair para passear na companhia da crian&ccedil;a sem ter que se preocupar em passar algum tipo de ensinamento ou lecionar a respeito das normas impl&iacute;citas que usamos para conviver em sociedade.
<h2 class="uk-text-justify">Riscos &agrave; sa&uacute;de</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/16/16181328373568.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Quando foi criada, o design da coleira infantil foi feito para impedir que crian&ccedil;as se envolvam em acidentes enquanto passeiam fora de casa. Por&eacute;m, at&eacute; que ponto esse tipo de acess&oacute;rio realmente protege? Existe a possibilidade de essa ferramenta provocar algum tipo de les&atilde;o?
Pense no seguinte cen&aacute;rio: em caso de um pux&atilde;o mais forte na corda, o que aconteceria com a crian&ccedil;a? At&eacute; ent&atilde;o, ainda n&atilde;o existem muitos dados no mercado a respeito de ferimentos causados por essas coleiras, e a Comiss&atilde;o de Seguran&ccedil;a de Produtos de Consumo dos Estados Unidos ainda n&atilde;o registrou nenhuma queixa.
Ao mesmo tempo que n&atilde;o existem dados sobre as coleiras causarem les&otilde;es, pouco se sabe sobre os motivos pelos quais elas t&ecirc;m sido usadas e o quanto elas s&atilde;o realmente eficientes para evitar maiores problemas. "Aos que hoje s&atilde;o adultos: quando crian&ccedil;as usaram coleira? Ou ent&atilde;o j&aacute; se perderam do pai ou da m&atilde;e? O que fizeram nessas circunst&acirc;ncias?", indagou a educadora.&nbsp;
<h2 class="uk-text-justify">Desenvolvimento infantil</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/16/16181332779569.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Mesmo em um mundo onde se comprova a efic&aacute;cia das coleiras infantis em evitar acidentes, ainda existe outro cen&aacute;rio a se considerar quanto a isso: o que os pais estariam deixando para tr&aacute;s em rela&ccedil;&atilde;o ao desenvolvimento de seus filhos? No fim das contas, a seguran&ccedil;a de um aparelho n&atilde;o pode substituir o cuidado afetivo e aten&ccedil;&atilde;o parental.
Sobretudo porque o <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/84959-os-beneficios-dos-animais-para-o-desenvolvimento-infantil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desenvolvimento infantil</a> se d&aacute; em m&uacute;ltiplos aspectos, como motor, visual, cognitivo e afetivo. Quando os filhos s&atilde;o impedidos de serem livres e os pais se abst&ecirc;m de prestar aten&ccedil;&atilde;o em suas a&ccedil;&otilde;es, consequentemente pode-se estar deixando uma enorme lacuna que dificilmente ser&aacute; preenchida no futuro.
Ent&atilde;o, como conciliar a rotina de adultos com os cuidados infantis? Na vis&atilde;o de Mariano, &eacute; preciso ser claro em seus objetivos. "Se o adulto tem pressa, ent&atilde;o deve avisar a crian&ccedil;a ou arranjar outro meio de locomo&ccedil;&atilde;o, sair antes de casa ou garantir &agrave; crian&ccedil;a um per&iacute;odo em que o passo da caminhada ser&aacute; controlado por ela. Assim, &eacute; poss&iacute;vel satisfazer as curiosidades e permitir o desenvolvimento dela sem se preocupar com tempo ou com o poss&iacute;vel corre-corre", ela sugeriu.
Assim, a coleira jamais deve ser usada como uma desculpa para que os pais deixem de participar do desenvolvimento social dos filhos, sendo sempre necess&aacute;rio estar atento aos desejos e passos da crian&ccedil;a.

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Coleira infantil: qual é a melhor forma de cuidar do seu filho?

Imagem de Quais os efeitos da privação emocional na vida de um bebê? no megacurioso

Falta de afeto durante a infância está diretamente relacionada a casos de depressão, ansiedade e problemas no desenvolvimento

De que forma uma crian&ccedil;a que cresce em um lar amoroso percorre o caminho da vida de modo mais f&aacute;cil do que aquelas que tiveram que lidar com a neglig&ecirc;ncia parental desde cedo?
Segundo um estudo feito pela Universidade Harvard, o descaso dos pais pode ser algo t&atilde;o prejudicial aos desenvolvimentos f&iacute;sico, psicol&oacute;gico e emocional na primeira inf&acirc;ncia&nbsp;quanto os casos de abuso e viol&ecirc;ncia expl&iacute;cita.
<a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/69601-como-descobrir-se-alguem-sofre-de-depressao-confira-5-sinais-a-seguir.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Depress&atilde;o</a> e ansiedade s&atilde;o dois tipos de transtorno com grande impacto em nossas rela&ccedil;&otilde;es afetivas e que, em grande parte, t&ecirc;m origem em acontecimentos da vida jovem. Sendo assim, a forma como fomos tratados quando crian&ccedil;as gera um grande impacto na maneira como vamos lidar com nossas vidas pessoais e profissionais quando adultos.
<h2 class="uk-text-justify">O que &eacute; a neglig&ecirc;ncia parental?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/03/03144028893257.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Al&eacute;m de n&atilde;o ser pass&iacute;vel de puni&ccedil;&atilde;o por lei, a neglig&ecirc;ncia parental &eacute; um termo dif&iacute;cil de analisar cultural e socialmente. Por mais que os Conselhos Tutelares atuem como &oacute;rg&atilde;os para proteger as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112896-criancas-aprendem-idiomas-mais-rapido-que-adultos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crian&ccedil;as</a> do descaso dos pais, mesmo o Estatuto da Crian&ccedil;a e do Adolescente n&atilde;o apresenta nenhum tipo de puni&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica para tal ato no Brasil.
Por&eacute;m, podemos descrever um pai ou uma m&atilde;e negligente aquela pessoa incapaz de cuidar de seu filho, n&atilde;o atendendo &agrave;s necessidades b&aacute;sicas f&iacute;sicas, emocionais e psicol&oacute;gicas dele. A neglig&ecirc;ncia emocional, diferente do que acontece com a viol&ecirc;ncia f&iacute;sica, provoca efeitos graves no desenvolvimento de um jovem, s&oacute; que de forma silenciosa.
A falta de um v&iacute;nculo afetivo pode fazer uma crian&ccedil;a crescer com dificuldade de formar la&ccedil;os emocionais, apresentando grande inseguran&ccedil;a, mesmo que tenham sido estimulados os campos cognitivo e motor. Portanto, o desenvolvimento de uma crian&ccedil;a depende de um conjunto de fatores para que ela atinja seu &aacute;pice evolutivo e, nesse ponto, o amor parental &eacute; t&atilde;o importante quanto qualquer outro elemento.
<h2 class="uk-text-justify">Como evitar a viol&ecirc;ncia silenciosa?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/03/03144107846259.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Um dos grandes problemas que causam a priva&ccedil;&atilde;o emocional e a neglig&ecirc;ncia parental &eacute; a expectativa dos pais quanto aos seus filhos. Por acharem que toda crian&ccedil;a nascer&aacute; perfeita, muitos papais e mam&atilde;es de primeira viagem n&atilde;o se preparam emocionalmente para a dificuldade e o trabalho que &eacute; cuidar de um rec&eacute;m-nascido, por exemplo.
Crian&ccedil;as que nascem com algum tipo de defici&ecirc;ncia ou s&iacute;ndrome costumam ser as mais afetadas. A idealiza&ccedil;&atilde;o do beb&ecirc; faz que alguns desses pais abandonem seus filhos em institui&ccedil;&otilde;es ou simplesmente n&atilde;o forne&ccedil;am o apoio emocional necess&aacute;rio para o seu desenvolvimento. A longo prazo, essa crian&ccedil;a pode nunca aprender a superar adversidades pelo fato de seus pais n&atilde;o terem lidado com isso de forma saud&aacute;vel no passado.
Rupturas emocionais na vida do casal, como algum tipo de conflito interno ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/109580-homem-pede-divorcio-apos-descobrir-traicao-pelo-google-street-view.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">div&oacute;rcio</a>, tamb&eacute;m podem aparecer como problemas em potencial. Nesse tipo de situa&ccedil;&atilde;o, os adultos tendem a voltar todas as aten&ccedil;&otilde;es para sua situa&ccedil;&atilde;o pessoal e deixam a sa&uacute;de emocional da crian&ccedil;a de lado.
Para lidar com a neglig&ecirc;ncia parental ou evit&aacute;-la, &eacute; essencial que os jovens tenham uma rede de apoio e se sintam tanto acolhidos como estimulados nos primeiros anos de vida. Um jovem que se desenvolve com experi&ecirc;ncias afetivas positivas no decorrer na inf&acirc;ncia costuma se tornar mais aberto ao mundo e, consequentemente, mais feliz.&nbsp;

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Quais são os efeitos da privação emocional na vida de um bebê?

Imagem de Cruzada das Crianças: elas acreditaram que reaveriam Jerusalém no megacurioso

Liderada por pastores mirins, a cruzada tinha o objetivo de fazer melhor do que os adultos na derrota dos muçulmanos

Houve uma como&ccedil;&atilde;o em massa quando o sult&atilde;o mu&ccedil;ulmano do Egito e da S&iacute;ria, N&aacute;cer Saladino, dominou Jerusal&eacute;m em 1187. A Terceira e a Quarta Cruzadas crist&atilde;s para tentar reaver a Terra Santa, entre 1187 e 1204, fracassaram em propor&ccedil;&otilde;es &eacute;picas. Por&eacute;m, ainda havia muitos crist&atilde;os no oeste querendo viajar para a cidade visando retom&aacute;-la &mdash; apesar dos impostos solicitados e dos sacrif&iacute;cios de materiais e suprimentos para bancar o ex&eacute;rcito dos cruzados.
Essa quest&atilde;o de honra crist&atilde; era t&atilde;o grande que, em 1212, surgiu um movimento que ganhou um car&aacute;ter lend&aacute;rio: milhares de crian&ccedil;as se organizaram em um ex&eacute;rcito, no que ficou conhecido como Cruzada das Crian&ccedil;as.
Todas partiram para o Oriente M&eacute;dio certas de que poderiam fazer melhor do que os adultos e derrotar os mu&ccedil;ulmanos. Mal esperavam o que estava por vir.
<h2>As vis&otilde;es</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikipedia&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ed/Gustave_dore_crusades_the_childrens_crusade.jpg/477px-Gustave_dore_crusades_the_childrens_crusade.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/18/18211358766012.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi em junho de 1212 que um pastor de 12 anos, chamado Est&ecirc;v&atilde;o de Cloyes, se aproximou do rei Filipe II da Fran&ccedil;a dizendo que recebeu uma carta de Jesus Cristo, na qual era instru&iacute;do a formar uma cruzada com o quanto de seguidores pudesse para reconquistar a Terra Santa.
O rei rejeitou a proposta, mas o menino n&atilde;o se intimidou e partiu em uma viagem de prega&ccedil;&atilde;o pela regi&atilde;o. Como resultado, conseguiu reunir uma multid&atilde;o de 30 mil pessoas, das quais 20 mil eram crian&ccedil;as e jovens.
Enquanto isso, em Col&ocirc;nia, na Alemanha, um pastor de 10 anos, chamado Nicholas, teria liderado um grupo de 7 mil crian&ccedil;as dos Alpes at&eacute; a It&aacute;lia, chegando no porto de G&ecirc;nova no final de agosto de 1212, onde poderiam encontrar navios que os levassem para Jerusal&eacute;m. V&aacute;rios grupos se formaram na Fran&ccedil;a e na Alemanha, todos com o mesmo objetivo: reconquistar a terra sagrada.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/18/18211443578013.jpg" alt="(Fonte: Curious Historian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Curious Historian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
At&eacute; hoje existem debates se o movimento foi formado inteiramente por crian&ccedil;as, visto que os registros medievais s&atilde;o confusos. Na &eacute;poca, o termo mais usado para designar os participantes do movimento era pueri (rapaz, em latim), que pode incluir crian&ccedil;as, adolescentes e adultos. Contudo, segundo o historiador C. Tyerman, o movimento n&atilde;o teria perdido sua integridade por envolver pessoas que n&atilde;o eram diretamente ligadas &agrave;s cruzadas.
&ldquo;Os relatos indicaram que os participantes vinham de fora das hierarquias usuais de poder social &mdash; jovens, meninas, solteiros, &agrave;s vezes excluindo at&eacute; vi&uacute;vas &mdash; ou condi&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica: pastores, lavradores, carroceiros, trabalhadores agr&iacute;colas e artes&atilde;os rurais sem um interesse fixo na terra ou na comunidade, sem ra&iacute;zes e m&oacute;vel. Sinais de anticlericalismo e aus&ecirc;ncia de lideran&ccedil;a clerical acentuaram esse sentimento de exclus&atilde;o social&rdquo;, apontou Tyerman.
Al&eacute;m disso, uma cruzada era tipicamente convocada pela autoridade papal, e a Cruzada das Crian&ccedil;as nunca foi sancionada pela Igreja.
<h2>A jornada</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/18/18211659703014.jpg" alt="(Fonte: Science Photo Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Science Photo Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Durante toda essa odisseia, os grupos acabaram se dividindo em grupos menores que seguiram para portos alternativos, seja em Marselha (sul da Fran&ccedil;a) ou em Brindisi (sul da It&aacute;lia). Como todos os viajantes dependiam da caridade das pessoas por onde quer que passassem para se alimentar, milhares deles morreram de fome.
Aqueles que sobreviveram para conseguir chegar aos portos, sem equipamento militar, treinamento ou san&ccedil;&atilde;o da Igreja, foram impedidos de embarcar nos navios. Em algumas vers&otilde;es da lenda que a Cruzada das Crian&ccedil;as se tornou, houve as que esperaram com otimismo que o Mediterr&acirc;neo se abrisse como o Mar Vermelho para Mois&eacute;s.
Depois que se viram sem milagre e ajuda material, as crian&ccedil;as voltaram para casa &mdash; mas poucas delas chegaram. A maioria foi sequestrada e enviada para regi&otilde;es da Sardenha, Egito e at&eacute; Bagd&aacute; para sempre vendidas como escravas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/18/18211957813015.gif" alt="(Fonte: Christ and Pop Culture/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Christ and Pop Culture/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Alguns historiadores ainda trabalham com a hip&oacute;tese de que os dois eventos liderados por crian&ccedil;as tenham sido incorporados no imagin&aacute;rio crist&atilde;o para fomentar a obstina&ccedil;&atilde;o pela reivindica&ccedil;&atilde;o do cristianismo. Isso, porque no in&iacute;cio do s&eacute;culo XIII surgiram migra&ccedil;&otilde;es de pobres por toda a Europa, motivadas pelas mudan&ccedil;as nas condi&ccedil;&otilde;es econ&ocirc;micas da &eacute;poca.
Do norte da Fran&ccedil;a e da Alemanha, camponeses teriam sido for&ccedil;ados a vender suas terras, e um bando de pueri teria liderado multid&otilde;es em nome de Jesus, alegando o recebimento de vis&otilde;es para que mudassem de vida radicalmente.

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Cruzada das Crianças: elas acreditaram que reaveriam Jerusalém

Imagem de Neurociência pode ajudar a melhorar a alfabetização no megacurioso

As regiões do cérebro responsáveis pela capacidade de aprender são as mesmas, por isso é importante identificar possíveis falhas no sistema educacional para melhorar todo o contexto social de um país

Em qualquer parte do mundo, o c&eacute;rebro humano funciona de maneira similar. N&atilde;o importa o idioma, os sons e os s&iacute;mbolos inseridos na linguagem. As regi&otilde;es do c&eacute;rebro respons&aacute;veis pela capacidade de aprender s&atilde;o as mesmas. Desse modo, &eacute; importante identificar poss&iacute;veis falhas no sistema educacional para melhorar todo o contexto social de um pa&iacute;s.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), o&nbsp;Brasil conta atualmente com cerca de 11 milh&otilde;es de analfabetos, mesmo que, segundo o Plano Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o, haja previs&atilde;o de redu&ccedil;&atilde;o da alfabetiza&ccedil;&atilde;o absoluta em pelo menos 50% at&eacute; 2024. Ao analisar estudos realizados em neuroci&ecirc;ncia, constatamos que certas regi&otilde;es cerebrais devem ser profundamente estimuladas para melhor capacidade de aprendizado.
Por isso, acredito que a neuroci&ecirc;ncia apresenta grandes contribui&ccedil;&otilde;es para a melhora do cen&aacute;rio educacional brasileiro. O uso de metodologias experimentais e tecnologias avan&ccedil;adas j&aacute; ajudaram a fortalecer dados nos &uacute;ltimos 30 anos, com todo o rigor cient&iacute;fico necess&aacute;rio, que &eacute; tema do meu estudo <a href="https://www.jbino.com/docs/Issue05_23_2021.pdf" target="_blank">publicado esta semana em revista cient&iacute;fica</a>.
A capacidade de aprender &eacute; ampla e ilimitada. Al&eacute;m disso, o c&eacute;rebro se renova e se adapta a diversas situa&ccedil;&otilde;es. A cria&ccedil;&atilde;o de solu&ccedil;&otilde;es para falhas educacionais pode estar dentro da neuroci&ecirc;ncia, pois, a mem&oacute;ria &eacute; a base de aprendizagem, aprimorando as conex&otilde;es neurais, proporcionando mais mem&oacute;ria e mais capacidade de planejamento, abstra&ccedil;&atilde;o, julgamento e aten&ccedil;&atilde;o. As crian&ccedil;as, por terem um sistema nervoso &ldquo;mais pl&aacute;stico&rdquo; do que um adulto, necessitam de uma estimula&ccedil;&atilde;o precoce e correta para terem um maior potencial de aprendizagem.
***
Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; doutor e mestre em Ci&ecirc;ncias da Sa&uacute;de nas &aacute;reas de Psicologia e Neuroci&ecirc;ncias com o t&iacute;tulo reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neuroci&ecirc;ncia pela Logos University International/City University. &Eacute; tamb&eacute;m mestre em Psican&aacute;lise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neuroci&ecirc;ncia, Neuroci&ecirc;ncia Aplicada &agrave; Aprendizagem, Neuroci&ecirc;ncia em Comportamento, Neurolingu&iacute;stica e Antropologia pela Faveni do Brasil; conta com especializa&ccedil;&otilde;es avan&ccedil;adas em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA); &eacute; bacharel em Neuroci&ecirc;ncia e Psicologia pela EBWU e licenciado em Biologia e Hist&oacute;ria pela Faveni do Brasil; tecn&oacute;logo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializa&ccedil;&otilde;es em Intelig&ecirc;ncia Artificial na IBM e programa&ccedil;&atilde;o em Python na Universidade de S&atilde;o Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontif&iacute;cia Universidade Cat&oacute;lica (PUC).

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Neurociência pode ajudar a melhorar a alfabetização

Imagem de Round 6: o perigo da falta de filtro diante das crianças no megacurioso

Muitas crianças estão tendo acesso a essa série extremamente violenta. Quais são os perigos disso para os pequenos?

Para quem ainda n&atilde;o conhece, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120081-round-6-serie-da-netflix-e-inspirada-em-uma-historia-real.htm" target="_blank" title="Round 6: s&eacute;rie da Netflix &eacute; inspirada em uma hist&oacute;ria real?">Round 6</a>&nbsp;&eacute; uma s&eacute;rie coreana que tem feito muito sucesso na Netflix. O enredo envolve a hist&oacute;ria de pessoas endividadas que podem ser resgatadas da crise financeira por meio de um jogo perigoso. A hist&oacute;ria suscita o debate de uma s&eacute;rie de narrativas sobre a sociedade: o que leva algumas pessoas a arriscar tudo por dinheiro? Quais s&atilde;o os valores da vida? O que seria, de fato, a felicidade?
No entanto, h&aacute; uma quest&atilde;o que precisa ser abordada: o fato de o programa s&oacute; poder ser acompanhado por maiores de 16 anos, segundo a recomenda&ccedil;&atilde;o oficial. Por&eacute;m, n&atilde;o &eacute; isso que acontece na pr&aacute;tica. Exemplo disso &eacute; que, recentemente, uma escola no Rio de Janeiro revelou que crian&ccedil;as de 7 e 8 anos t&ecirc;m comentado o assunto nos hor&aacute;rios livres e feito brincadeiras que, na s&eacute;rie, relacionam-se com o assassinato de personagens.
Tal situa&ccedil;&atilde;o evidencia o quanto &eacute; necess&aacute;rio algum tipo de controle por parte dos pais, afinal, a s&eacute;rie apresenta cenas de viol&ecirc;ncia expl&iacute;cita, tortura psicol&oacute;gica, suic&iacute;dio, tr&aacute;fico de &oacute;rg&atilde;os, sexo e palavras de baixo cal&atilde;o. Portanto, a aten&ccedil;&atilde;o &eacute; necess&aacute;ria, pois s&atilde;o crian&ccedil;as comentando o assunto como se&nbsp;fosse algo normal o fato de elas assistirem.
Ao entrarem em contato com conte&uacute;do de cunho violento, as crian&ccedil;as e os adolescentes acabam &ldquo;normalizando&rdquo; o tema e tomando isso como algo comum, tornando-se mais reativas e agressivas. Nessa fase da vida, ainda esse grupo de pessoas s&atilde;o imaturas e muito vulner&aacute;veis a est&iacute;mulos que podem se tornar incontrol&aacute;veis e at&eacute; mesmo viciantes. Al&eacute;m disso, nessa idade o c&eacute;rebro tem menos &ldquo;freios&rdquo; na regula&ccedil;&atilde;o das emo&ccedil;&otilde;es.
A escola &eacute; o ambiente que mais se assemelha ao lar, com leis e regras, mas tamb&eacute;m acolhimento e amor. Por todo segmento educacional, com interface da sa&uacute;de mental, profissionais est&atilde;o preocupados com a repercuss&atilde;o dessa s&eacute;rie. As crian&ccedil;as tendem a fazer o que veem, n&atilde;o o que os pais e professores sugerem.
Diante desse cen&aacute;rio, a a&ccedil;&atilde;o preventiva preconiza o controle de tempo e de conte&uacute;do da tela para crian&ccedil;as e adolescentes. &Eacute; importante considerar ainda que a crian&ccedil;a n&atilde;o tem a mesma percep&ccedil;&atilde;o preventiva do adulto, j&aacute; que a regi&atilde;o do lobo frontal, relacionada &agrave; tomada de decis&otilde;es, &agrave; l&oacute;gica e &agrave; preven&ccedil;&atilde;o est&aacute; em forma&ccedil;&atilde;o, assim como a cogni&ccedil;&atilde;o com base na experi&ecirc;ncia n&atilde;o est&aacute; desenvolvida.
S&atilde;o discernimentos diferentes na percep&ccedil;&atilde;o do adulto e da crian&ccedil;a. Nesse caso, recomendo aos pais que se deve ter cuidado ao acesso das crian&ccedil;as e explicar com argumentos coerentes para a faixa et&aacute;ria, de maneira que entenda o real e o abstrato, assim como suas consequ&ecirc;ncias.
A s&eacute;rie utiliza brincadeiras simples de crian&ccedil;a como &ldquo;Batatinha frita 1,2,3&rdquo;, &ldquo;Cabo de guerra&rdquo;, &ldquo;Bolas de gude&rdquo; e outras, para assassinar a &ldquo;sangue frio&rdquo; as pessoas que n&atilde;o atingem o objetivo final. A produ&ccedil;&atilde;o estreou na plataforma de streaming no dia 17 de setembro e <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/226744-round-6-torna-serie-assistida-historia-da-netflix.htm" target="_blank">j&aacute; ultrapassou o recorde de audi&ecirc;ncia na Netflix</a> de Bridgerton, que acumulou mais de 82 milh&otilde;es de espectadores ap&oacute;s o lan&ccedil;amento no Natal de 2020.
***
Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; doutor e mestre em Ci&ecirc;ncias da Sa&uacute;de nas &aacute;reas de Psicologia e Neuroci&ecirc;ncias com o t&iacute;tulo reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neuroci&ecirc;ncia pela Logos University International/City University. &Eacute; tamb&eacute;m mestre em Psican&aacute;lise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neuroci&ecirc;ncia, Neuroci&ecirc;ncia Aplicada &agrave; Aprendizagem, Neuroci&ecirc;ncia em Comportamento, Neurolingu&iacute;stica e Antropologia pela Faveni do Brasil. Conta com especializa&ccedil;&otilde;es avan&ccedil;adas em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA). &Eacute; bacharel em Neuroci&ecirc;ncia e Psicologia pela EBWU e licenciado em Biologia e Hist&oacute;ria pela Faveni do Brasil; tecn&oacute;logo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializa&ccedil;&otilde;es em Intelig&ecirc;ncia Artificial na IBM e programa&ccedil;&atilde;o em Python na Universidade de S&atilde;o Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontif&iacute;cia Universidade Cat&oacute;lica (PUC).

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Round 6: o perigo da falta de filtro diante das crianças

Imagem de Como os bebês entendem o perigo? no megacurioso

Entenda o que se passa na cabeça dos recém-nascidos e o que os pais podem fazer para ajudá-los a evitar situações perigosas

Ter filhos n&atilde;o &eacute; uma tarefa f&aacute;cil, especialmente quando eles ainda s&atilde;o rec&eacute;m-nascidos. Pelo excesso de fragilidade, precisamos adaptar diversas situa&ccedil;&otilde;es em nosso cotidiano e em nossas casas para mant&ecirc;-los a salvo. Mas afinal, ser&aacute; que esses pequenos seres humanos entendem quando est&atilde;o em perigo?
E se n&atilde;o entendem, o que podemos fazer para proteg&ecirc;-los? Primeiramente, precisamos entender um pouco mais sobre o que passa na cabe&ccedil;a dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103860-28-curiosidades-sobre-a-vida-dos-bebes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">beb&ecirc;s</a> para podermos preparar os futuros papais e mam&atilde;es para que sejam capazes de criar uma pessoa para os desafios da vida.
<h2>Aprendizado de ber&ccedil;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06091847657042.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Por mais surpreendente que seja, estudos mostram que a maioria dos beb&ecirc;s j&aacute; nasce com cerca de 75 reflexos, que podem desaparecer entre os tr&ecirc;s e seis meses de vida ou serem substitu&iacute;dos por um comportamento mais intuitivo. Alguns exemplos disso passam pela capacidade dessas crian&ccedil;as de buscarem amamenta&ccedil;&atilde;o ou at&eacute; mesmo virarem a cabe&ccedil;a e empurrarem objetos para desobstruir a respira&ccedil;&atilde;o.
Al&eacute;m disso, os mais jovens passam boa parte desse per&iacute;odo da vida identificando potenciais amea&ccedil;as. Em dois experimentos controlados, pesquisadores descobriram que os beb&ecirc;s entre 8 e 14 meses passam mais tempo prestando aten&ccedil;&atilde;o a est&iacute;mulos &ldquo;perigosos&rdquo;, como serpentes e aranhas, do que coisas que n&atilde;o s&atilde;o t&atilde;o arriscadas, como flores.
De acordo com a NCT, plataforma de suporte a pais de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118200-mae-coloca-unhas-posticas-em-filha-recem-nascida-e-e-criticada-na-internet.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rec&eacute;m-nascidos</a> no Reino Unido, os beb&ecirc;s nascem com um grande medo de tudo e n&atilde;o &agrave; toa choram por qualquer coisa. Quando nascemos, ainda estamos aprendendo a lidar com o olfato, tato, audi&ccedil;&atilde;o e vis&atilde;o, portanto tudo pode soar assustador.
<h2>Processo de aprendizado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06091949329043.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Ao mesmo tempo que &eacute; importante que os pais fiquem de olho no que os seus filhos fazem, correr certos riscos faz parte do desenvolvimento das crian&ccedil;as. Afinal, como aprender&iacute;amos certas coisas na vida sen&atilde;o por experi&ecirc;ncia pr&oacute;pria? Nesse ponto, &eacute; preciso saber medir quando interferir e quando deixar o beb&ecirc; ser um pouco livre.
Crian&ccedil;as mais jovens apresentam o desejo de explorar o mundo e conhecer as coisas que est&atilde;o a sua volta, e nesse momento voc&ecirc; precisar&aacute; segurar a sua vontade de interferir. Isso n&atilde;o significa deixar seu filho colocar o dedo na tomada ou algo perigoso do g&ecirc;nero, mas n&atilde;o limit&aacute;-los em todas as situa&ccedil;&otilde;es.
Um exemplo recorrente que acontece com pais superprotetores &eacute; privar seus filhos da intera&ccedil;&atilde;o com animais de estima&ccedil;&atilde;o, como gatos e <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/63201-os-cachorros-destas-9-racas-sao-os-mais-perigosos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cachorros</a>, com medo de que a crian&ccedil;a possa sair ferida. Por&eacute;m, se voc&ecirc; conhece o hist&oacute;rico do pet e sabe que ele n&atilde;o apresenta comportamento agressivo, n&atilde;o h&aacute; motivos para impedir o seu beb&ecirc; de conhec&ecirc;-lo.
<h2>Acompanhamento do crescimento</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06092131907044.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Em alguns casos, crian&ccedil;as que n&atilde;o demonstram nenhum tipo de reflexo para situa&ccedil;&otilde;es perigosas costumam apresentar alguns problemas espec&iacute;ficos de desenvolvimento, como o Transtorno do D&eacute;ficit de Aten&ccedil;&atilde;o com Hiperatividade (TDAH) ou autismo.
Por esses motivos, todo acompanhamento dos pais &eacute; visto como necess&aacute;rio desde que n&atilde;o seja muito restritivo. Crian&ccedil;as que crescem com medo de tudo podem desenvolver transtornos de ansiedade no futuro e s&oacute; conseguir&atilde;o vocalizar esses problemas em est&aacute;gios mais avan&ccedil;ados da vida.&nbsp;

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Como os bebês entendem o perigo?

Imagem de Como os bebês olham os objetos pode ajudar a identificar autismo no megacurioso

Pesquisa tenta desvendar como os olhos dos bebês podem ajudar no diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA)

Entre as caracter&iacute;sticas mais comuns encontradas em indiv&iacute;duos com o transtorno do espectro autista (TEA) est&atilde;o as dificuldades nas intera&ccedil;&otilde;es sociais e os problemas na comunica&ccedil;&atilde;o. Por isso, o TEA &eacute; um dist&uacute;rbio muito dif&iacute;cil de ser diagnosticado antes dos 5 anos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/29/29094651261036.jpg" alt="(Fonte: Cheryl Holt / Pixabay/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Cheryl Holt/Pixabay/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mas, de acordo com uma nova pesquisa conduzida pela Universidade da Calif&oacute;rnia em Davis, nos Estados Unidos, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103860-28-curiosidades-sobre-a-vida-dos-bebes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maneira como os beb&ecirc;s olham</a> para os objetos pode ajudar a prever se desenvolver&atilde;o autismo no futuro. Segundo o estudo, a &ldquo;inspe&ccedil;&atilde;o visual incomum&rdquo; observada em rec&eacute;m-nascidos constitui um forte indicador de que essas crian&ccedil;as desenvolveriam TEA em algum momento durante a inf&acirc;ncia.
<h2>O que &eacute; a inspe&ccedil;&atilde;o visual incomum?</h2>
A chamada inspe&ccedil;&atilde;o visual incomum consiste em uma s&eacute;rie de comportamentos e caracter&iacute;sticas espec&iacute;ficas sobre como os beb&ecirc;s examinam objetos e pessoas visualmente. Elas incluem, por exemplo:
<ul>
<li>olhar para um &uacute;nico objeto por mais de 10 segundos;</li>
<li>tentar ver alguma coisa com o olho fechado;</li>
<li>segurar o objeto bem pr&oacute;ximo ao rosto;</li>
<li>olhar pelos cantos dos olhos.</li>
</ul>
Vale observar que, j&aacute; na primeira semana de vida, os&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112075-entenda-por-que-bebes-recem-nascidos-nao-produzem-lagrimas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rec&eacute;m-nascidos</a> tendem a dar uma aten&ccedil;&atilde;o especial aos olhos dos outros, algo que vai se intensificando com o passar dos meses. Por isso, os comportamentos citados s&atilde;o chamados de incomuns, uma vez que apontam para o oposto, para uma esp&eacute;cie de desinteresse ou forma pouco convencional de analisar as coisas.
<h2>Por que isso &eacute; importante?</h2>
De fato, a ci&ecirc;ncia j&aacute; tinha conhecimento de que, no caso das crian&ccedil;as com autismo, o contato visual diminu&iacute;do e extremamente diferenciado era uma marca do TEA para toda a vida.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/29/29094801138037.jpg" alt="(Fonte: Pexels / Pixabay/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pexels/Pixabay/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No entanto, o que a pesquisa da Universidade da Calif&oacute;rnia demonstrou &eacute; que a explora&ccedil;&atilde;o ou inspe&ccedil;&atilde;o visual incomum de objetos, j&aacute; durante os primeiros meses de vida, pode ser um novo sinal a ser considerado para a triagem e o diagn&oacute;stico precoce do transtorno do espectro autista.
Para Meghan Miller, professora associada do Departamento de Psiquiatria e Ci&ecirc;ncias do Comportamento e integrante do Davis MIND Institute, a principal autora do estudo, os resultados observados nos&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/neurociencia/44650-porque-nao-nos-lembramos-da-epoca-em-que-eramos-apenas-bebes-fofinhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">beb&ecirc;s de 9 meses</a> &ldquo;sugerem que a inspe&ccedil;&atilde;o visual incomum de objetos pode preceder o desenvolvimento dos sintomas sociais caracter&iacute;sticos do TEA&rdquo;. 
Foram avaliados 147 rec&eacute;m-nascidos, sendo que 89 deles pertenciam ao grupo de alto risco, ou seja, seus irm&atilde;os mais velhos t&ecirc;m TEA.
<h2>Por que &eacute; fundamental o diagn&oacute;stico precoce?</h2>
Crian&ccedil;as com transtorno do espectro autista, muitas vezes, apresentam grandes dificuldades em seguir um curr&iacute;culo escolar padr&atilde;o. Com isso, o aprendizado e o desenvolvimento de habilidades s&atilde;o prejudicados.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/29/29095600066043.jpg" alt="(Fonte: lascot studio / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: lascot studio/Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Todavia, pesquisas como a realizada pela professora Meghan Miller e por sua equipe, trazem a esperan&ccedil;a de ser poss&iacute;vel diagnosticar o TEA mais cedo (entre 0 e 3 anos), de maneira que os atrasos no desenvolvimento dessas crian&ccedil;as possam ser compensados.
Isso significa a chance de mudar completamente suas trajet&oacute;rias com interven&ccedil;&otilde;es comportamentais e outras a&ccedil;&otilde;es que lhes permitam adquirir habilidades e, at&eacute; mesmo, frequentar uma escola regular e integrar grupos sociais sem grandes dificuldades.

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Como os bebês olham os objetos pode ajudar a identificar autismo

Imagem de Gaiola para bebês: a invenção usada pelas mães da década de 1920 no megacurioso

As crianças ficavam suspensas a metros de altura do lado de fora dos edifícios

Foi em seu livro The Care and Feeding of Children, publicado em 1884, que o pediatra norte-americano Luther Emmett Holt falou sobre os benef&iacute;cios de levar os beb&ecirc;s para "tomar um ar", o chamado "arejamento infantil" por ele.
&ldquo;O ar fresco &eacute; necess&aacute;rio para renovar e purificar o sangue, e isso &eacute; importante para a sa&uacute;de e o crescimento da crian&ccedil;a, tanto quanto uma alimenta&ccedil;&atilde;o adequada&rdquo;, escreveu o m&eacute;dico.&nbsp;
Holt tamb&eacute;m falou que a import&acirc;ncia do arejamento criava uma imunidade mais forte, livre de resfriados e infec&ccedil;&otilde;es que os locais n&atilde;o arejados podem proporcionar &agrave;s crian&ccedil;as.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/09/09185412317415.jpg" alt="(Fonte: Good Housekeeping/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Good Housekeeping/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
E ele n&atilde;o estava errado. Um estudo de 2009 publicado no Journal of Environmental Psychology apontou que a exposi&ccedil;&atilde;o regular ao ar fresco &eacute; sin&ocirc;nimo de maior vitalidade, principalmente para os beb&ecirc;s, que dormem melhor durante &agrave; noite, mantendo regulado o rel&oacute;gio biol&oacute;gico.
<h2>Pendurando os beb&ecirc;s</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/09/09185600646416.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mas, na sociedade da d&eacute;cada de 1920, como uma m&atilde;e da cidade grande conseguiria "arejar" seu filho, sendo que era v&iacute;tima da falta de espa&ccedil;os arborizados, qualidade do ar adequada e espa&ccedil;os menos ex&iacute;guos e claustrof&oacute;bicos do alto de seus apartamentos?
Ainda que assustadora, a sa&iacute;da para essas m&atilde;es desesperadas foi colocar os filhos em gaiolas. Criada em 1922 nos Estados Unidos, cuja patente pertencia a uma mulher chamada Emma Read, cidad&atilde; de Washington, a inven&ccedil;&atilde;o foi amplamente usada pelas m&atilde;es de Nova York e at&eacute; de Londres.
A inven&ccedil;&atilde;o de Read consistia em uma gaiola de ferro e arame com teto inclinado para proteger as crian&ccedil;as de elementos agressivos, como chuva e neve, e deveria ser pendurada do lado de fora dos edif&iacute;cios, como parte da extens&atilde;o da janela de qualquer c&ocirc;modo do apartamento.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/09/09185737303417.webp" alt="(Fonte: El Huffpost/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: El Huffpost/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O interior da engenhoca poderia ou n&atilde;o ser forrado com tecido macio para que o beb&ecirc; pudesse dormir enquanto suspenso a v&aacute;rios metros do ch&atilde;o, seguro apenas por hastes de ferro e alguns parafusos ao redor da esquadria das janelas.
As gaiolas se mostraram extremamente &uacute;teis para as m&atilde;es, que costumavam jogar alguns brinquedos nelas para manter seus filhos ocupados durante todo o dia. A primeira-dama Eleanor Roosevelt foi uma das mulheres que aderiram e amaram a inven&ccedil;&atilde;o, principalmente porque era conhecida por n&atilde;o saber nada sobre cuidar ou alimentar um beb&ecirc;.
No final do s&eacute;culo XX, por&eacute;m, com o aumento das percep&ccedil;&otilde;es em torno da seguran&ccedil;a infantil, as gaiolas para beb&ecirc;s diminu&iacute;ram em popularidade, tamb&eacute;m tendo em vista novos m&eacute;todos de lazer para onde as crian&ccedil;as poderiam ser encaminhadas.&nbsp;Apesar de centenas de perigos que a inven&ccedil;&atilde;o apresentava, n&atilde;o existem registros de les&otilde;es ou fatalidades pelo seu uso.

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