Imagem de Frank Cullotta: o mafioso de Chicago que virou informante no megacurioso

Sua vida também inspirou o filme 'Cassino', de Martin Scorsese

<head></head><body>Hollywood ajudou a popularizar — e até mesmo a glamourizar — a máfia durante muitas décadas. <a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/44768-voce-sabia-que-a-mafia-tentou-impedir-a-producao-de-o-poderoso-chefao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">De O Poderoso Chefão</a> a <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/89435-descubra-como-al-capone-ganhou-sua-cicatriz-e-quanto-ele-faturava-por-ano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Scarface</a>, famílias que realmente existiram e criminosos que foram inventados apenas para o cinema, foram extremamente populares durante muitos anos. E há um desses nomes que teve importância tanto para o crime organizado, quanto para a sua representação na telona: Frank Cullotta.Um dos membros mais influentes do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117931-albert-francis-brown-o-unico-filho-de-al-capone.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chicago Outfit</a> — o nome da máfia de Chicago — Cullotta também acabou fornecendo à polícia informações importantes sobre as atividades da máfia em Las Vegas, onde ele teve uma importante participação. Ele também foi uma das principais fontes para o livro Cassino, que em 1995 virou o filme de Martin Scorsese.<h2>Entrando para a máfia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/22/22154116308301.jpg" alt="Foto de Tony Spilotro preso em Las Vegas, 1983.">Foto de Tony Spilotro preso em Las Vegas, 1983.Frank Cullotta nasceu em Chicago, no dia 14 de dezembro de 1938. Desde pequeno ele trabalhou como engraxate, após a morte do pai quando tinha apenas 8 anos. Foi assim que ele conheceu Tony Spilotro, outro garoto que reivindicava aquela região como sua. Os dois acabaram se tornando amigos e passaram a cometer diferentes crimes para a máfia de Chicago nos anos seguintes.Mas foi em 1978 que a dupla ganhou influência quando Joey “The Clown” Lombardo convocou Cullotta para um trabalho. Nessa época, Spilotro vinha protegendo as operações de roubo de cassinos da Outfit em Las Vegas. Ele queria alguém de confiança como seu braço direito e, embora Cullotta tivesse resistido aos pedidos iniciais, Lombardo disse a ele que ele era o único em quem Spilotro confiava para isso.<h2>A vida em Las Vegas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/22/22142923662220.jpg" alt="Frank Cullotta e a Gangue do Buraco na Parede em uma audiência em 1981.">Frank Cullotta e a Gangue do Buraco na Parede em uma audiência em 1981.Chegando na terra dos cassinos, Cullotta fez questão de formar uma equipe, e para isso levou antigos parceiros de Chicago com ele. Eles ficaram conhecidos como a Gangue do Buraco na Parede por entrar em relojoarias perfurando as laterais ou telhados dos edifícios. Spilotro e Cullotta tinham informantes sobre roubos em todos os lugares, desde funcionários do hotel até manobristas.A situação começou a declinar para a dupla quando Sherwin “Jerry” Lisner apareceu pedindo proteção de Cullotta em um esquema de fraude que atraiu empresários de Las Vegas para Washington, D.C. Lisner acabou sendo indiciado, e seu advogado revelou a um dono de restaurante ele iria testemunhar contra alguns grandes gângsteres — como Spilotro e Cullotta.Na noite de 11 de outubro de 1979, Lisner estava sozinho em sua casa, quando recebeu uma visita de Cullotta. O mafioso atirou várias vezes na cabeça dele e jogou seu corpo na piscina do quintal. Nos anos seguintes, o FBI começou a apertar as investigações para cima de Cullotta, que foi convencido a aceitar um acordo de cooperação.<h2>O declínio e o cinema</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;IMDb&nbsp;" data-fonte-url="https://www.imdb.com/title/tt0112641/mediaviewer/rm2205490944?ft0=name&amp;fv0=nm0898634&amp;ft1=image_type&amp;fv1=still_frame&amp;ref_=tt_ch"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/22/22141306765203.jpg" alt="Joe Pesci e Frank Vincent em 'Cassino'.">Joe Pesci e Frank Vincent em 'Cassino'.Esse foi o começou do fim para a máfia em Las Vegas. Spilotro estava tendo um caso com a esposa de Frank "Lefty" Rosenthal, um executivo de cassino, que também tinha relações com o crime organizado. O próprio Rosenthal sobreviveu a um carro-bomba em 1982 graças a uma placa de metal duro sob o banco do motorista — um evento fielmente recriado no filme Cassino.Em 1986, Spilotro e seu irmão foram encontrados lado a lado em uma cova aberta em um campo de milho, brutalmente espancados até a morte. Spilotro foi interpretado por Joe Pesci em Cassino, e sua morte na vida real também foi retratada no filme. Cullotta foi condenado a oito anos de prisão, embora tenha cumprido apenas dois. Ele entrou no Programa de Proteção a Testemunhas.Cullotta foi consultor técnico no filme de Scorsese e seu papel foi interpretado pelo ator Frank Vincent. Anos depois, ele criou um canal no YouTube chamado Coffee With Cullotta, onde ele contava algumas histórias da máfia em Las Vegas. Ele faleceu pacificamente em 20 de agosto de 2020.</body>

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Frank Cullotta: o mafioso de Chicago que virou informante

Imagem de Racismo ambiental: a prática que destrói o planeta e a vida das minorias no megacurioso

Desde o século passado, megacorporações despejam resíduos tóxicos em comunidades negras em troca de dinheiro

<head></head><body>O processo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120227-o-que-e-gentrificacao-e-por-que-esse-processo-e-tao-danoso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gentrificação</a> de uma área urbana, ou, em palavras populares, "aburguesamento", difere-se do racismo ambiental principalmente por ter como alvo um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120981-como-o-racismo-se-manifestou-em-palavras-ao-longo-do-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grupo minoritário</a> que já sofre com todos os tipos de opressões sociais, como os negros.O problema se concentra em como bairros povoados por grupos em condições socioeconômicas muito vulneráveis são sobrecarregados com números desproporcionais de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119129-kabwe-a-cidade-da-africa-mais-toxica-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">resíduos tóxicos</a>, depósitos de lixo e outras <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120388-como-a-fiscalizacao-da-poluicao-permite-que-empresas-quebrem-regras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fontes de poluição ambiental</a>, reduzindo a qualidade de vida e, ao mesmo tempo, colocando-a em risco com as possibilidades de infecções e doenças de naturezas diferentes.Ou seja, conforme a luta contra as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122626-o-que-acontece-se-for-acionada-a-declaracao-de-emergencia-climatica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a> crescem, as comunidades minoritárias sofrem de maneira desproporcional.<h2>A raiz do problema</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/29/29153146082116.jpg" alt="(Fonte: Atlantic Council/Reprodução)">(Fonte: Atlantic Council/Reprodução)Embora não seja adotado por órgãos do governo federal, o termo "racismo ambiental" foi cunhado por Benhamin Chavis, ex-chefe da Comissão de Justiça Racial da Igreja Unida de Cristo, durante os protestos de 1982 contra o plano de colocar um aterro de resíduos perigosos em Warren, na Carolina do Norte (EUA), onde havia uma comunidade predominantemente negra.Com isso, a Agência de Proteção Ambiental tomou a inciativa de investigar três aterros em situação semelhante em estados do sul do país, descobrindo que todos estavam, convenientemente ou não, alojados em áreas negras ou de baixa renda. Em 1987, foi lançado um relatório por Chavis intitulado "Resíduos Tóxicos e Raça nos Estados Unidos: Um Relatório Nacional sobre as Características Econômicas de Comunidades com Locais de Resíduos Perigosos", desenterrando todo o preconceito que tentava sepultar as comunidades minoritárias ao cometer crimes ambientais nas cercanias onde se estabeleceram.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;National Geographic&nbsp;" data-fonte-url="https://www.nationalgeographic.com/environment/article/environmental-justice-origins-why-finally-getting-the-attention-it-deserves"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/29/29153328785118.jpg" alt="(Fonte: National Geographic/Reprodução)">(Fonte: National Geographic/Reprodução)Diante do escândalo que desencadeou uma série de ações governamentais em prol da justiça ambiental, o então presidente norte-americano<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115624-george-h-w-bush-escapou-do-canibalismo-de-chichijima.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;George Bush</a> fundou o Escritório de Justiça Ambiental na Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA). Em seguida, Bill Clinton promoveu uma série de proteções ao assinar uma ordem executiva que exigia que agências federais tratassem da justiça ambiental em populações minoritárias e de baixa renda em todas as políticas.O Congresso, porém, nunca aprovou nenhum projeto para tornar a medida, efetivamente, uma lei. E, muito embora até o gabinete do então presidente Barack Obama tenha se comprometido em lutar pela justiça ambiental, nenhuma legislação foi aprovada. Durante a administração do presidente Donald Trump, tão somente nada foi feito quanto o orçamento da EPA foi todo revertido, deixando ainda mais vulnerável as comunidades negras que sofrem com o problema.<h2>A voz como ferramenta</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/29/29153445879121.jpg" alt="(Fonte: NRDC/Reprodução)">(Fonte: NRDC/Reprodução)Combater o problema imenso que se tornou o racismo ambiental é complicado porque há muitas barreiras até chegar na raiz da questão, a começar pelas econômicas. Isso porque as indústrias que chegam nas áreas vulneráveis habitadas pelos negros e muito pobres, oferecem trabalhos que pagam bem o suficiente para que eles sobrevivam naquela realidade, em “troca” de poluir o ambiente em que estão.Portanto, fica meio difícil para elas não escolherem pelo dinheiro, ainda que seus familiares estejam perecendo com doenças, normalmente cânceres de todos os tipos, e porque a fome acaba sempre chegando em primeiro lugar. A saúde a longo prazo acaba nunca sendo a primeira opção para essas pessoas.Em meio a esse caos sem saída, começar a praticar a autoeducação é uma maneira de conseguir entender o que está acontecendo, por isso estudantes de universidades se mostraram cada vez mais ativos em comunidades minoritárias alvos de racismo ambiental, tentando conscientizar os moradores que não tem acesso a esse tipo de informação sobre os perigos que correm, tendo como base o relatório de Chavis.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/29/29153558223123.jpg" alt="(Fonte: PBS/Reprodução)">(Fonte: PBS/Reprodução)É também possível colaborar na amplificação das vozes dos defensores da justiça social nessas comunidades, criando plataformas para que as populações minoritárias compartilhem suas experiências com o racismo ambiental. A internet se tornou uma ferramenta essencial para isso, podendo alcançar um público e atenção expressivo. No entanto, é preciso que essa ajuda virtual não caia no slacktivismo: uma nova tendência em que as pessoas limitam seu ativismo as suas postagens nas redes sociais. Doar, se for possível para sua realidade, ou ser voluntário ativo já é um passo imenso.Usar o poder do boicote para conseguir responsabilizar as corporações que perpetuam o racismo ambiental no processo de desenvolvimento de suas mercadorias, é outra maneira de trazer justiça para as vítimas. As empresas se tornaram cada vez mais transparentes com relação às práticas ambientais, porém ainda acham comum o que acontece em comunidades vulneráveis.Se isso funcionar, uma opção é investir seu dinheiro em economia local, por exemplo, comprando mantimentos de pequenas empresas. Enquanto isso, é preciso que as pessoas em posições de poder sejam cada vez mais pressionadas para proibir a locação de resíduos perigosos em comunidades minoritárias.A voz é a única ferramenta para combater o problema no momento, e ela precisa ser usada.</body>

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Racismo ambiental: a prática que destrói o planeta e a vida das minorias

Imagem de 5 grandes mistérios históricos que talvez nunca sejam solucionados no megacurioso

Saiba mais sobre alguns dos maiores mistérios envolvendo a história da humanidade e que correm um sério risco de jamais serem resolvidos

<head></head><body>A história da humanidade guarda diversos mistérios que podem nunca ser resolvidos, como a data em que Jesus Cristo nasceu ou então onde está localizado o túmulo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/personalidades/102074-5-fatos-sobre-a-vida-de-cleopatra-a-rainha-mais-famosa-da-antiguidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cleópatra</a>. A grande razão por trás disso pode ser porque determinado material escavado foi perdido ou o sítio arqueológico em questão foi destruído com o tempo.Logo, o surgimento de novas evidências tornam-se cada vez mais improváveis e a análise do que existe até agora é vaga demais para que algum resultado conclusivo seja obtido. Ficou curioso para saber mais sobre alguns desses enigmas que seguem sem respostas? Veja só a lista que nós separamos com cinco dos grandes mistérios históricos que talvez nunca sejam solucionados!<h2>1. Rei Arthur</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/11/11194350888001.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)">(Fonte: Pixabay)A história do Rei Arthur é uma lenda que vem sido contada de diferentes formas a mais de 1 mil anos. Portanto, você provavelmente já ouviu falar em Camelot, os cavaleiros da távola redonda, o feiticeiro Merlin e a espada Excalibur. No entanto, se o Rei Arthur realmente existiu, a história provavelmente envolvia muito menos magia do que sabemos.Relatos locais falam de um líder do século IX que travou várias batalhas contra os saxões e teria vivido em Tintagel, na costa da Grã-Bretanha. Entretanto, todas as escavações já feitas na região não confirmaram que Arthur tenha realmente morado lá e existe uma grande chance de que o homem era puramente fictício.<h2>2. Jack, o Estripador</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/11/11194457810002.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Em 1888, o nome Jack, o Estripador, causava calafrios nas mulheres que moravam em Londres — sobretudo prostitutas. Naquele ano, um homem misterioso teria sido responsável pela morte de pelo menos cinco mulheres, mutilando seus corpos em sequência.Apesar de os crimes terem virado extremamente famosos com o passar dos anos, a verdadeira identidade do serial killer nunca foi desvendada. Ao longo dos anos, diversos pessoas foram apresentadas como suspeitos, mas não há nenhum tipo de prova que consiga colocar um desses indivíduos nas cenas dos crimes. Além disso, cada ano que passa torna-se altamente improvável que a identidade de Jack venha à tona.<h2>3. Túmulo de Cleópatra</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/11/11194712372004.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)De acordo com escritores antigos, Cleópatra VII e seu amante, Marco Antônio, teriam sido enterrados juntos em uma tumba após suas mortes em 30 a.C. Essa sepultura estaria localizada em um monumento "elevado e belo", contendo uma série de tesouros feitos de outro, prata, esmeraldas, pérolas, ébano e marfim.Porém, essa localização permanece sendo um mistério até hoje. Em 2010, escavações foram feitas em um local perto da antiga Alexandria, o qual contém vários túmulos da época em que Cleópatra governava o Egito, mas nenhuma evidência ajudou com o caso. Alguns arqueólogos acreditam que, embora seja possível o túmulo do casal existir até hoje, ele pode ter sido altamente saqueado e não identificável nos dias de hoje.<h2>4. Assassinato de Kennedy</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/11/11194941529006.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)No dia 22 de novembro de 1963, o então presidente dos Estados Unidos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/40156-quem-matou-john-f-kennedy-confira-6-teorias-da-conspiracao-mais-populares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">John F. Kennedy</a> (JFK) foi baleado em Dallas por um cidadão chamado Lee Harvey Oswald. No entanto, muitas pessoas especulam que ele não era o único atirador. Dias antes de ser julgado, Oswald foi morto a tiros por Jack Ruby, dono de uma boate local.A explicação mais aceita é que Oswald matou JFK por conta própria e Ruby teria feito o mesmo com Oswald. No entanto, existem alguns historiadores que defendem a tese de que tudo poderia ter sido arquitetado para que mais pessoas não fossem colocadas na cena do crime. Como é improvável que novas evidências apareçam, esse caso jamais será solucionado por completo.<h2>5. Nascimento de Jesus</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/11/11195046185007.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)">(Fonte: Pixabay)Embora o nascimento de <a href="https://www.megacurioso.com.br/personalidades/99352-o-que-sabemos-sobre-a-existencia-de-jesus-cristo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jesus Cristo</a> seja celebrado pelos cristãos no dia 25 de dezembro, é bem provável que ele não tenha realmente nascido nesse dia. A explicação para o fato desse dia em específico ter sido escolhido é porque ele era muito próximo da Saturnália, um festival romano que celebrava o deus Saturno.Os primeiros registros de 25 de dezembro sendo o aniversário de Jesus datam do século IV d.C. — mais de 300 anos após seu nascimento. Registros antigos sugerem que os primeiros cristãos nunca foram capazes de concordar com uma data em que Jesus nasceu e ainda hoje muitos cristãos ortodoxos celebram o aniversário de Jesus como sendo em 6 ou 7 de janeiro.</body>

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5 grandes mistérios históricos que talvez nunca sejam solucionados

Imagem de Quem matou mais pessoas na história? no megacurioso

Saiba quais são os principais candidatos para o título de pessoa mais sanguinária de todos os tempos

<head></head><body>A história da humanidade está repleta de carnificinas, guerras e assassinos a sangue frio. Muitas das pessoas responsáveis por esses crimes eram lideres de importantes nações e fizeram com que milhões de pessoas falecessem por conta de suas imparáveis ambições.Nesse mesmo segmento, há quem tenha tirado a vida de outras pessoas com as próprias mãos — como é o caso dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122222-6-equivocos-que-cometemos-sobre-os-serial-killers.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serial killers</a> — e por aí vai. Mas se pararmos para realizar contas, quem foi o responsável por matar mais pessoas ao longo de todos os tempos? Essa pergunta pode ser mais difícil de se responder do que você imagina, então veja só o que nós sabemos sobre o tema!<h2>Incontáveis mortes</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/11/11184920005385.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Na disputa pelo título de maior assassino de todos, alguns nomes importantes como Genghis Khan, Rei Leopoldo II e Adolf Hitler aparecem no topo das paradas. Inclusive, o líder do governo nazista surge como primeira lembrança na mente de muitas pessoas, junto ao nome do ditador soviético Joseph Stalin — que matou milhões de pessoas por conta de suas políticas rígidas.Porém, estudos nesse campo indicam que o líder de assassinatos no mundo todo tenha sido o chinês Mao Tsé-Tung, fundador da República Popular da China. Foi ele quem governou o país de 1949 até sua morte em 1976, remodelando a nação asiática para ser uma potência <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120195-comunismo-e-socialismo-existe-diferenca-entre-as-duas-coisas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comunista</a> mundial.Para isso, era necessário fazer o que você preciso, mesmo que isso envolvesse matar muitos habitantes chineses. Apesar da China ter conseguido um grande salto econômico em 1958, as duras políticas de Tsé-Tung fizeram com que milhões deixassem suas casas e provocou uma crise de fome generalizada. Estima-se que pelo menos 45 milhões de pessoas tenham morrido entre 1958 e 1962 devido às ações do líder chinês.&nbsp;<h2>Outros assassinos notáveis</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://pt.wikipedia.org/wiki/Adolf_Hitler#/media/Ficheiro:Bundesarchiv_Bild_183-2001-0706-501,_Warschau,_Walther_v._Brauchitsch,_Adolf_Hitler.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/11/11185009677386.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Além de Mao Zedong, é preciso relembrar um pouco mais sobre alguns líderes políticos que tiveram contagens de corpos semelhantes. Um deles é Genghis Khan, que governou a Mongólia entre 1206 e 1227. Durante esse tempo, ele e seus filhos desenvolveram o maior império terrestre da história e usaram de muita violência para conquistar territórios.Estima-se que a China tenha perdido algumas dezenas de milhões de habitantes na Idade Média durante o reinado de Khan e que as forças mongóis teriam eliminado cerca de 11% da população mundial nesse meio tempo. Logo, aproximadamente 40 milhões de pessoas teriam morrido para que Khan expandisse seu império.&nbsp;Stalin, por sua vez, tem números um pouco mais difíceis de medir, mas historiadores estimam que as políticas do ditador soviético teriam causado a morte de 6 a 20 milhões de pessoas — ou até mais — por conta da fome e de algumas execuções em massa.Já Adolf Hitler é outro nome que trouxe bastante sofrimento para a Europa, principalmente entre os anos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial.</a> O holocausto, política que pregava o extermínio de judeus e outros grupos minoritários, fez com que ao menos 11 milhões de pessoas morressem — isso sem contar com os soldados mortos em batalha.<h2>Usando as próprias mãos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/11/11185103162388.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Até agora só citamos líderes políticos que causaram a morte de milhões direta ou indiretamente. Mas quem foi o indivíduo que mais matou pessoas por conta própria? Nesse sentido, o nome que mais se "destaca" é do finlandês Simo Häyhä, o atirador mais mortal da Guerra de Inverno entre a Finlândia e a União Soviética, que ocorreu entre 1939 e 1940. Durante os 100 dias de conflito, estima-se que Häyhä teria matado sozinho algo entre 500 e 542 soldados soviéticos.&nbsp;Fora do universo de guerras, Luis Garavito foi um assassino imparável. O serial killer colombiano teria estuprado, torturado e assassinado de 100 a 400 meninos entre 6 e 16 anos durante 1992 a 1999. Oficialmente, porém, Garavito confessou que teria matado aproximadamente 140 crianças.</body>

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Quem matou mais pessoas na história?

Imagem de A história da última "bruxa" de Salém que foi perdoada no megacurioso

Estudantes de ensino médio de Massachusetts organizaram uma petição e finalmente conseguiram a exoneração de Elizabeth Johnson

<head></head><body>O julgamento das <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100333-a-bizarra-historia-por-tras-das-famosas-bruxas-de-salem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bruxas de Salém</a>, ocorrido entre 1692 e 1693 em Massachusetts é um caso famosíssimo de perseguição às mulheres e às pessoas marginalizadas. Na ocasião, mais de 200 pessoas foram acusadas de praticar bruxaria em Salém e em regiões vizinhas. Ao fim de todos os julgamentos, 20 pessoas foram executadas.Quatro anos depois, em 1697, o juiz Samuel Sewall, que participou dos julgamentos, manifestou culpa por ter feito parte deste processo. Em 1702, o Tribunal de Massachusetts considerou todas as condenações ilegais. Por fim, um projeto de lei foi aprovado derrubando todas as sentenças dadas por <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122218-na-russia-maioria-das-acusacoes-de-bruxaria-era-contra-homens.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">feitiçaria</a> e exonerando todas as vítimas.Ainda assim, uma única mulher não foi inocentada até pouco tempo. Seu nome é Elizabeth Johnson Jr. Patel.&nbsp;<h2>Como Elizabeth Johnson Jr. foi inocentada?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/08/08123754851208.jpg" alt="(Fonte: Mirror)">(Fonte: Mirror)A exoneração de Elizabeth Johnson ocorreu apenas em julho de 2022, por meio de um documento assinado por Charlie Baker, governador de Massachusetts. Isto aconteceu, portanto, 329 anos depois que Elizabeth foi considerada culpada de praticar <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120070-por-que-a-bruxaria-esta-em-alta-na-sociedade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bruxaria</a>.Esta decisão envolve a campanha bem-sucedida que foi realizada por um grupo bem inesperado: Carrie LaPierre, que é uma professora de Massachusetts, e sua turma de educação cívica da oitava série.&nbsp;Carrie LaPierre descobriu a história de Elizabeth Johnson Jr. em 2019. Ela trouxe o caso para seus alunos na North Andover Middle School, e eles se engajaram em um projeto para pesquisar sua história e fazer uma petição aos legisladores de Massachusetts para que seu nome fosse finalmente inocentado.A professora explica: “os alunos passaram a maior parte do ano trabalhando para conseguir este conjunto para a legislatura – realmente escrevendo um projeto de lei, escrevendo cartas para legisladores, criando apresentações, fazendo toda a pesquisa, olhando o testemunho real de Elizabeth Johnson, aprendendo mais sobre os julgamentos das bruxas de Salém”, explicou LaPierre em uma entrevista ao Boston Globe.<h2>A condenação das bruxas de Salem</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Thought Co&nbsp;" data-fonte-url="https://www.thoughtco.com/thmb/TmJ0vWugwtfHeVWdhIpuZ6PBQmg=/1652x929/smart/filters:no_upscale()/Bridget-Bishop-Salem-83931673XC-56aa22b85f9b58b7d000f8c8.png"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/08/08124310367209.jpg" alt="(Fonte: Thought Co)">(Fonte: Thought Co)Os estudantes fizeram um longo levantamento da história das bruxas de Salém, cujos julgamentos foram motivados, em parte, pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/103785-para-discutir-racismo-e-xenofobia-supermercado-alemao-esvazia-prateleiras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">xenofobia</a> e pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118086-7-frases-machistas-que-podem-passar-despercebidas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">machismo</a>. A maior parte das vítimas era de mulheres, que estavam entre “os membros mais marginais da sociedade”, conforme escreveu a estudiosa de literatura Bridget Marshall. Dentre estas acusadas, estavam uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120961-anastacia-o-simbolo-da-resistencia-negra-que-foi-santificado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulher escravizada</a>, uma em situação de rua e outra que era conhecida porque discutia publicamente com o marido.Elizabeth Johnson era moradora de Andover, no Massachusetts. Historiadores dizem que ela provavelmente tinha alguma deficiência, o que pode tê-la tornado um alvo fácil para alegações de bruxaria.Quando foi denunciada por praticar a "magia do diabo", em 1692, Elizabeth tinha apenas 22 anos, e 28 membros da sua família já tinham sido acusados de bruxaria, incluindo sua mãe, suas tias e seu avô. Ela foi condenada à morte, mas sua pena foi suspensa pelo governador de Massachusetts. Quando morreu, em 1747, tinha 77 anos.A grande questão que ninguém sabe explicar bem é: por que várias outras pessoas tiveram seus nomes "perdoados", mas Elizabeth Johnson continuou com o nome "sujo" por três séculos? Os historiadores não sabem dizer ao certo, mas creem que houve alguma confusão administrativa, uma vez que sua mãe foi exonerada da condenação.Por sorte, mais de trezentos anos depois, Elizabeth contou com a ajuda de estudantes de ensino médio para que fosse finalmente feita a justiça sobre a sua história.</body>

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A história da última 'bruxa' de Salém que foi perdoada

Imagem de Artemisia Gentileschi: pintora se vingou de seu estuprador pela arte no megacurioso

A artista barroca Artemisia Gentileschi canalizou sua raiva a partir de sua obra

<head></head><body>A pintora <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121316-quem-foi-aleijadinho-o-mestre-da-arte-barroca-brasileira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">barroca</a> italiana Artemisia Gentileschi, que viveu durante o século XVII, produziu uma obra contundente e que retratava seguidamente a vingança das mulheres diante da opressão causada por homens. Suas obras, portanto, não focavam na beleza e na delicadeza, temas que costumam ser considerados "femininos".Ousada, Artemisia criou pinturas que expressavam violência e raiva. O que nem todo mundo sabe é que essa temática foi inspirada por sua própria história. A artista foi <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/107842-como-a-biblia-influencia-a-cultura-do-estupro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estuprada</a> aos 18 anos por seu professor. Após ser preso e julgado em 1612, ele foi libertado, e Artemisia passou toda a sua carreira canalizando sua angústia sobre esse fato em sua arte.<h2>A história de Artemisia Gentileschi&nbsp;</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/22/22103746511137.jpg" alt="(Fonte: Tete a Tete)">(Fonte: Tete a Tete)Artemisia Gentileschi nasceu em Roma em 8 de julho de 1593, e aprendeu arte com seu pai. Crescendo num ambiente profícuo como a Itália, a menina cresceu vendo a obra dramática do mestre do barroco <a href="https://www.megacurioso.com.br/luxo/81886-especialistas-descobrem-novas-obras-de-caravaggio-na-italia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Caravaggio</a>, que era amigo do seu pai — e que inclusive deu algumas orientações sobre o seu trabalho.Seu pai contratou um artista chamado Agostino Tassi para dar aulas para a filha, mas nunca imaginaria que, um dia, o pintor estupraria a adolescente, causando um trauma insuperável em Artemisia.Durante o julgamento do estuprador, que durou sete meses, a jovem testemunhou: "ele então me jogou na beirada da cama, me empurrando com a mão no meu peito, e colocou um joelho entre minhas coxas para me impedir de fechá-las. Levantando minhas roupas, ele colocou a mão com um lenço na minha boca para me impedir de gritar".Artemisia, inclusive, reagiu ao estupro, agredindo o órgão sexual de Tassi e jogando uma faca no criminoso, que conseguiu se esquivar. No entanto, durante o julgamento, a jovem foi novamente revitimizada e chamada de "<a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/45364-conheca-5-das-prostitutas-mais-famosas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">prostituta</a> insaciável". O Papa Inocêncio X interveio em prol do artista e ele foi solto.<h2>A obra gerada a partir da raiva</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/22/22101458307114.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Mesmo com a liberdade de seu estuprador, Artemisia Gentileschi achou outra maneira de se vingar: ela dedicou o resto de sua carreira pintando mulheres fortes e que revidavam a violência que sofriam.Um dos grandes quadros de Artemisia foi gerado a partir do estudo da história bíblica de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116038-admiradora-decide-recriar-pinturas-famosas-todo-os-dias-durante-um-ano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Judite e Holofernes</a>. Ela conta o caso de uma viúva que entra furtivamente na tenda do general Holofernes. Após embebedá-lo, Judite decapita o homem para conseguir libertar o seu povo.A história é muito conhecida e gerou várias versões artísticas, como as pinturas feitas por Caravaggio e <a href="https://www.megacurioso.com.br/roteiros/82161-exposicao-em-istambul-reune-230-obras-de-goya.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Goya</a>. A obra de Artemisia Gentileschi, que é bastante explícita, data de 1620.&nbsp;Ela criou um retrato violento e cheio de sangue, diferente das visões de outros pintores. Diferente da obra de Caravaggio, na de Artemisia, Judite não demonstra qualquer hesitação em seu rosto. Pelo contrário: ela parece raivosa e decidida.Noutra obra conhecida, chamada Suzana e os Anciãos, Artemisia enfatiza a angústia de uma jovem que está sendo perseguida por dois velhos. Ela aborda outra história bíblica, também retratada por outros artistas — que, ao contrário da pintora, exibiam uma Suzana paqueradora e até oferecida. No quadro de Artemisia, a mulher está claramente apavorada pelo assédio dos homens.<h2>A vingança pela arte</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/22/22103554808133.jpg" alt="(Fonte: Das Artes)">(Fonte: Das Artes)Ao longo de sua carreira, Artemisia Gentileschi seguiu retratando mulheres fortes, incluindo assassinas. Ela retratou Jael, uma mulher que matou Sísera para libertar Israel, e Lucrécia, que cometeu suicídio após ter sido estuprada. A artista também pintou Cleópatra, Maria Madalena e a Virgem Maria, além de fazer vários autorretratos.No século XVII, Artemisia era considerada a artista mais famosa de toda Europa. Em 1616, ela foi convidada para a Accademia del Disegno, a mais prestigiosa associação de artistas de Florença. Foi a primeira mulher a obter este feito.Assim, por meio da arte, Artemisia Gentileschi obteve poder e autonomia sobre sua própria história, rebelando-se sobre o destino triste que poderia estar restrito a ela.</body>

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A história de Artemisia Gentileschi, uma das primeiras pintoras bem sucedidas que se vingou de seu estuprador pela arte

Imagem de Pesquisadores podem ter desvendado a identidade do Homem de Somerton no megacurioso

Após 74 anos, um dos casos mais intrigantes e misteriosos do século XX sofreu um reviravolta

<head></head><body>"Tamam Shud", que em persa significa “acabou” ou “terminou”, são duas palavras que ecoam há 74 anos nos anais da história popular da cidade de Adelaide, na Austrália, sendo um dos maiores <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/122457-5-misterios-inexplicaveis-ao-redor-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mistérios</a> que o contexto caótico do século XX deixou.Pertencente ao livro de poesias Rubaiyat, de Omar Khayyam, uma celebração mista sobre melancolia, a vida e sua brevidade, a palavra recortada de uma cópia do livro foi encontrada em 30 de novembro de 1948, no bolso da calça de um homem morto na areia da praia de Somerton, em Adelaide.<ul><li style="font-weight: bold;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/113959-tamam-shud-o-intrigante-caso-do-homem-de-somerton.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"Tamám Shud": o intrigante caso do Homem de Somerton</a></li></ul>Tudo poderia indicar que não passava de um suicídio, principalmente a maneira imperturbável das expressões do homem, mas quando o corpo chegou ao Hospital Royal Adelaide, e foi inspecionado pelo médico John Barley Bennet, uma série de anomalias mudou todo o contexto da investigação.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/26/26171636812066.jpg" alt="(Fonte: The Occult Museum/Reprodução)">(Fonte: The Occult Museum/Reprodução)Sem qualquer tipo de identificação, o desconhecido foi chamado pela polícia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/113959-tamam-shud-o-intrigante-caso-do-homem-de-somerton.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O Homem de Somerton</a>, e os anos que embalaram a aura insólita de mistério só criaram perguntas: Por que ele foi morto? Quem o matou? Quem era ele? Por que nenhum familiar jamais entrou em contato? Será que era algum tipo de espião? Será que foi queima de arquivo?Essa quantidade de perguntas sem respostas diante de um caso extremamente confuso, nunca abandou a consciência popular, tampouco a mente do professor Derek Abbott, da Escola de Engenharia Elétrica e da Universidade de Adelaide – e isso pode ter valido a pena, pois hoje o caso ganhou uma reviravolta inesperada.<h2>A árvore genealógica</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/26/26171815656067.jpg" alt="(Fonte: Otago Daily Times/Reprodução)">(Fonte: Otago Daily Times/Reprodução)Após décadas se dedicando a desvendar o misterioso caso que assombra a Austrália, Abbott alega que o homem encontrado na praia de Somerton era Carl "Charles" Webb, um engenheiro elétrico e fabricante de instrumentos, nascido em Melbourne, capital costeira de Victoria, a sudeste da Austrália, em meados de 1905.Com ajuda da genealogista americana Colleen Fitzpatrick, foi feito um sequenciamento de DNA presente no corpo do Homem de Somerton, exumado em maio passado a pedido dos dois pesquisadores e da Forensic Science AS à polícia da Austrália do Sul.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/26/26172427078070.jpg" alt="Derek Abbott. (Fonte: The Somerton Man/Reprodução)">Derek Abbott. (Fonte: The Somerton Man/Reprodução)Durante anos, eles usaram fios de cabelo do homem presos em uma máscara de gesso feita pela polícia no final da década de 1940, para poder construir uma complexa <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122508-entenda-o-simbolismo-por-tras-da-arvore-da-vida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">árvore genealógica</a> de cerca de 4 mil nomes que levaram a Webb, cuja data da morte ainda não havia sido registrada.Em entrevista à&nbsp;CNN, Abbott disse que a pesquisa foi tão profunda que sua equipe investigou até casos arquivados que poderiam ser considerados distantes, como o desaparecimento de <a href="https://www.megacurioso.com.br/personalidades/99439-amelia-earhart-a-piloto-de-aviao-cujo-sumico-e-um-misterio-ate-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amelia Earhart</a>, em 1937, e o acidente do voo 422 da Northwest, no ano em que o homem foi encontrado em Somerton.<h2>Uma resposta, mil perguntas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/26/26172552813071.jpg" alt="(Fonte: The Unredacted/Reprodução)">(Fonte: The Unredacted/Reprodução)A investigação encontrou até uma conexão com o nome "T. Keane" impresso na gravata do Homem de Somerton, que pode ter pertencido ao seu cunhado, chamado Thomas Kean, que morava a apenas 20 minutos de carro dele em Victoria.Abbott também especula que o motivo de Webb estar em Adelaide no dia de sua morte é porque ele se separou de sua esposa e se mudou para a Austrália do Sul, então, possivelmente, ele foi localizá-la.Em 23 de julho desse ano, a equipe comparou o DNA obtido dos cabelos do cadáver com testes de DNA feito por parentes distantes de Webb através de bancos de dados genealógicos populares, como o Ancestry.com.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/26/26172751094072.jpg" alt="(Fonte: ABC/Reprodução)">(Fonte: ABC/Reprodução)Eles encontraram um primo paterno e materno, indicando uma triangulação de duas partes diferentes e totalmente distantes da árvore genealógica, o que é considerado muito convincente. Abbott rastreou e conversou com os parentes vivos, mas todos pertencem a uma geração bem distante de Webb, tanto que nenhum deles o conhecia e não possuíam fotos dele em álbuns de família, nem mesmo os antigos.Apesar da quantidade de descobertas feita pelo time de pesquisadores, a Polícia da Austrália do Sul e a Science Forense South Austrália ainda não verificaram a pesquisa. E muito embora algumas respostas tenham sido obtidas com os últimos desdobramentos do caso, mais perguntas foram adicionadas ao arquivo sobre o mistério.Mas como Abbott mesmo deixou claro, a descoberta é apenas o início de tudo, e serviu para mostrar que nenhum caso fica inconclusivo para sempre.</body>

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Pesquisadores podem ter desvendado a identidade do Homem de Somerton

Imagem de Bonnie e Clyde, o casal que roubava e matava pessoas no megacurioso

O casal de criminosos ganhou fama pela brutalidade e ousadia 

<head></head><body>Poucos casais de criminosos fizeram tantas manchetes da mesma maneira que Bonnie Parker e Clyde Barrow. Os dois se tornaram muito populares por uma série de sequestros, assassinatos e assaltos que ocorreram entre 1932 e 1934, época em que os EUA estavam no auge da Grande Depressão.O romance e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/policia/35908-23-criminosos-mais-procurados-do-mundo-e-por-que-queremos-prende-los.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vida criminosa</a> de Bonnie e Clyde serviram como inspiração para filmes, séries, músicas e até peças de teatro.&nbsp;Aliás, mesmo em vida eles foram objeto de fascínio por parte da sociedade dos EUA. Após suas mortes, milhares de pessoas foram ver seus corpos.<h2>As origens</h2>Bonnie Parker nasceu em Rowena, Texas, em 1910. Já Clyde Barrow nasceu em 1924, na cidade de Ellis County, Texas. Em 1920, ele se mudou com sua família para West Dallas.Bonnie e Clyde&nbsp;se conheceram por acaso em janeiro de 1930 na casa de um amigo em comum em Dallas. Isso aconteceu algumas semanas antes de Clyde ser preso por roubar um carro.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/14/14000229607009.jpg" alt="Bonnie e Clyde. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)">Bonnie e Clyde. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)Embora se conhecessem a muito pouco tempo, Bonnie começou a visitar Clyde com frequência enquanto esteve na cadeia e, eventualmente, ajudou com sua fuga ao contrabandear para ele uma arma.<h2>Carreira no crime</h2>Bonnie Parker e Clyde Barrow mantiveram seus assaltos pequenos, que geralmente envolviam mercearias, lojas, postos de gasolina e comércios de beira de estrada.&nbsp;No entanto, a fama veio porque eram brutais: faziam reféns e tinham a tendência de matar qualquer um que aparecesse no caminho. Incluindo policiais.Embora a lista de crimes cometidos por eles fosse bastante extensa e, normalmente, creditada ao casal, isso não significa que agiam sozinhos. Eles pertenciam a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121348-como-as-mafias-foram-responsaveis-pela-popularizacao-de-cirurgias-plasticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma gangue</a>, que entre seus membros também contava com o irmão mais velho de Barrow.De acordo com o biógrafo John Chevy, foi Clyde quem ensinou Bonnie a atirar, já que tinha percebido suas habilidades. A moça desenvolveu uma verdadeira paixão por armas.&nbsp;Mais tarde, o próprio Clyde aprenderia com Bonnie a pegar em pistolas e metralhadoras instantaneamente e usá-las até que o objetivo fosse alcançado.O casal viajava com um verdadeiro arsenal no porta-malas,&nbsp;composto por armas e munições de todos os tipos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/14/14000036748008.jpg" alt="Bonnie Parker. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)">Bonnie Parker. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)O historiador John Chevy aponta que esse tipo de parceria e virtuosismo de casal era divertido para ambos. Aliás, eram tão ligados que desenvolveram seu próprio estilo de matar.Para Chevy, Bonnie olhava para tudo aquilo e via o lado romântico-heroico do que faziam. Ela sabia que tinha escolhido a morte, mas era melhor morrer do que viver uma vida cheia de tédio e sem paixão.<h2>Caçando Bonnie e Clyde</h2>Um dos crimes mais ambiciosos e notáveis do casal foi a fuga da prisão Eastham Prison Farm, em 16 de janeiro de 1934.&nbsp;A ação em si, era uma vingança que Bonnie e Clyde estavam planejando contra a prisão desde que Clyde foi solto dois anos antes.A gangue conseguiu libertar alguns dos prisioneiros, incluindo um membro do próprio grupo. Também conseguiram humilhar a prisão e o estado, já que informaram sobre a invasão pelo menos duas vezes.Depois desse evento, o xerife Frank A. Heimer virou a sombra do casal. Quando policiais rodoviários foram mortos por Bonnie e Clyde, a polícia do Texas anunciou uma recompensa: não era uma captura, era a destruição dos criminosos, pois o dinheiro era pelos cadáveres.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/13/13235922576007.jpg" alt="Carro onde Bonnie e Clyde foram mortos. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)">Carro onde Bonnie e Clyde foram mortos. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)O casal passou o resto de suas vidas curtas correndo pelas estradas até que foram mortos em 23 de maio de 1934.Estavam sendo perseguidos pela política e pelo FBI e, após conseguirem escapar tantas vezes com sucesso, Frank Hamer, ex-capitão dos Texas Ranges descobriu que eles estavam a caminho de Bienville Parish, Louisiana.&nbsp;Isso permitiu que a polícia montasse uma emboscada e metralhasse o carro que dirigiam.Queriam ser enterrados lado a lado, mas isso não foi possível graças aos familiares do infame casal. Ao menos, estão enterrados na mesma cidade.</body>

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Bonnie e Clyde, o casal que roubava e matava pessoas

Imagem de 5 coisas que CSI te ensinou errado sobre ciência forense no megacurioso

Embora shows televisivos sobre ciência forense atraiam muitos espectadores, muitas vezes informações incorretas são propagadas

S&eacute;ries e filmes sobre investiga&ccedil;&otilde;es criminais s&atilde;o excelentes doses de entretenimento e suspense. No entanto, a vis&atilde;o cinematogr&aacute;fica a respeito do trabalho dos investigadores forenses pode soar bastante fantasiosa. Na vida real, os investigadores enfrentam outros tipos de desafios e nem tudo parece um drama t&atilde;o absurdo.
Embora seja muito divertido imaginar a adrenalina desses trabalhadores para solucionar um caso, programas desse g&ecirc;nero trazem aspectos nem t&atilde;o corretos sobre como o mundo realmente gira. Pensando nisso, n&oacute;s separamos uma lista com cinco coisas que o CSI te ensinou errado sobre ci&ecirc;ncia forense. Olha s&oacute;!
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122050-6-fatos-sobre-dinossauros-que-jurassic-park-te-ensinou-errado.htm" target="_blank">6 fatos sobre dinossauros que Jurassic Park te ensinou errado</a>
<h2>1. Testes de DNA</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/15/15004504329012.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Ao contr&aacute;rio do que parece na TV, testes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112081-cientista-extrai-o-dna-de-assassinos-de-cabelos-sem-raiz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> demoram muito mais tempo do que podemos imaginar. Em determinados casos, tecnologias mais recentes como o RapidDNA podem fornecer resultados prim&aacute;rios em at&eacute; 90 minutos, mas est&atilde;o longe de ser amplamente difundidas e utilizadas nesse segmento.
O tempo que demora para sair um teste de DNA pouco tem a ver com os instrumentos utilizados e mais com uma lista de pend&ecirc;ncias a ser resolvida. Em um caso criminal com cerca de 30 amostras de DNA coletadas, primeiro &eacute; preciso entrar numa lista de espera para conseguir utilizar os equipamentos e ainda tem todo o tempo necess&aacute;rio para olhar cada amostra de perto. Logo, mesmo os sistemas mais r&aacute;pidos podem levar dias para funcionar.
<h2>2. Impress&otilde;es digitais</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/15/15004901363013.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Em uma cena de crime, as impress&otilde;es digitais sempre parecem ser a primeira pista a se procurar. Entretanto, encontr&aacute;-las &eacute; muito mais dif&iacute;cil do que parece. No geral, existem diversas formas de uma amostra ser arruinada e tornar-se imposs&iacute;vel obter qualquer dado conclusivo.
Por exemplo, somente os &oacute;leos presentes na pele de um ser humano podem ser suficientes para que uma impress&atilde;o digital n&atilde;o grave direito em uma superf&iacute;cie. Al&eacute;m disso, costuma ser bem complicado coletar uma amostra de digital de uma arma sem que ela borre durante o processo &mdash; algo que impossibilitaria qualquer compara&ccedil;&atilde;o com bases de dados.
<h2>3. Informa&ccedil;&otilde;es in&uacute;teis</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/15/15005009880014.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
Como listado nos outros t&oacute;picos, impress&otilde;es digitais e amostras de DNA s&atilde;o relevantes, por&eacute;m nem sempre trar&atilde;o alguma informa&ccedil;&atilde;o &uacute;til para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/116830-3-desaparecimentos-misteriosos-que-seguem-sob-investigacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">investiga&ccedil;&atilde;o</a>. Casais, por exemplo, realizam trocas constantes de DNA durante uma rela&ccedil;&atilde;o ou em um simples abra&ccedil;o, algo que n&atilde;o colocaria necessariamente o parceiro da v&iacute;tima na lista de suspeitos.
Impress&otilde;es digitais parciais, por sua vez, aparecem constantemente em cenas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120016-alem-de-suzane-outras-historias-de-crimes-famosos-para-voce-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crimes</a> e n&atilde;o levam a lugar algum. Um investigador pode at&eacute; encontrar algumas semelhan&ccedil;as de padr&atilde;o com uma amostra pela metade, mas ela dificilmente ser&aacute; suficiente para apontar um culpado.
<h2>4. Papel do cientista forense</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/15/15005114381015.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
Nos seriados, os analistas forenses parecem ser figuras proeminentes no meio de investiga&ccedil;&otilde;es criminais e sempre muito ricos. Por&eacute;m, existe muito menos glamour em torno da profiss&atilde;o, com sal&aacute;rios longe de serem exorbitantes e com autoridade limitada em casos criminais.
Por exemplo, pelo menos na maioria dos lugares, os cientistas forenses n&atilde;o podem dar voz de pris&atilde;o a um suspeito. Por ser uma profiss&atilde;o que entra em menos contato com o perigo constante, esses trabalhadores n&atilde;o s&atilde;o os melhores remunerados em uma delegacia de pol&iacute;cia. At&eacute; por isso, muitos acabam buscando um segundo emprego.
<h2>5. Papelada e burocracia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/15/15005202648016.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
A profiss&atilde;o de investigador criminal parece muito mais radical quando retratada nas telonas e telinhas. Na vida real, existe muita papelada envolvida por tr&aacute;s do trabalho em campo. Tudo que &eacute; encontrado em uma cena de crime precisa ser minuciosamente documentado &mdash; algo que requer bastante tempo.
As fotos precisam ser submetidas &agrave; prova em um CD ou outra m&iacute;dia com cadeia de cust&oacute;dia. Com isso, um investigador passa uma bela por&ccedil;&atilde;o do seu trabalho relatando acontecimentos. Para cada hora passada em uma cena criminal, muitas horas de trabalho de escrit&oacute;rio n&atilde;o s&atilde;o noticiadas.

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5 coisas que CSI te ensinou errado sobre ciência forense

Imagem de A escravidão ainda existe no Brasil? no megacurioso

Podcast A Mulher da Casa Abandonada tem chamado a atenção para a existência de um crime que segue existindo no Brasil: a escravidão

O sucesso do podcast A Mulher da Casa Abandonada, produzido pelo jornalista Chico Felitti, tem chamado a aten&ccedil;&atilde;o para um problema que, diferente do que muita gente pensa, segue existindo no Brasil: as formas atuais de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120203-e-se-a-escravidao-nao-tivesse-existido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravid&atilde;o</a>. Em 2021, 1937 pessoas foram resgatadas no Brasil por estarem trabalhando em condi&ccedil;&otilde;es an&aacute;logas &agrave; escravid&atilde;o.
H&aacute; dados que mostram que este problema &eacute; global. Segundo o &Iacute;ndice Global de Escravid&atilde;o, publicado pela Funda&ccedil;&atilde;o Walk Free, estima-se que h&aacute; mais de 45,8 milh&otilde;es de pessoas enfrentando esta situa&ccedil;&atilde;o hoje no mundo. A maior parte delas est&aacute; na &Aacute;sia (35%) e 2,16 milh&otilde;es destes trabalhadores est&atilde;o na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120041-de-onde-vem-os-nomes-de-10-paises-da-america-latina-alem-do-nosso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Am&eacute;rica Latina</a>.
Mas se a escravid&atilde;o foi supostamente encerrada em 13 de maio de 1888, quando a Princesa Isabel assinou a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118715-lei-aurea-entenda-como-foi-a-abolicao-da-escravatura-no-brasil.htm#:~:text=A%20lei%2C%20al%C3%A9m%20de%20conceder,qualquer%20planejamento%20de%20integra%C3%A7%C3%A3o%20social." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lei &Aacute;urea</a>, como pode esse crime ainda existir no Brasil? Para responder isto, &eacute; preciso entender que a explora&ccedil;&atilde;o de pessoas escravizadas vai al&eacute;m da forma que normalmente enxergamos o fen&ocirc;meno. Explicaremos neste texto como funciona a escravid&atilde;o moderna.
<h2 dir="ltr">Dados sobre a escravid&atilde;o contempor&acirc;nea no Brasil</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/12/a-12113344511154.jpg" alt="a" />(Fonte: gettyimages)
Um dado triste sobre o nosso pa&iacute;s &eacute; que o Brasil foi a &uacute;ltima na&ccedil;&atilde;o do mundo ocidental a abolir oficialmente a escravid&atilde;o. Por&eacute;m, isso n&atilde;o significa que formas deste crime humanit&aacute;rio n&atilde;o sigam ocorrendo por aqui. Para compreender como isto ocorre, &eacute; preciso voltar ao conceito de escravid&atilde;o.
Segundo a Organiza&ccedil;&atilde;o Internacional de Trabalho (OIT), considera-se trabalho escravo todo tipo de regime de trabalho degradante que priva o trabalhador de sua liberdade. Mas isto n&atilde;o acontece apenas de maneira literal, prendendo o sujeito na casa do patr&atilde;o, conforme ocorria antigamente. Tamb&eacute;m configura como escravid&atilde;o quando as pessoas s&atilde;o coagidas a n&atilde;o sair do local ou s&atilde;o submetidas a condi&ccedil;&otilde;es t&atilde;o prec&aacute;rias, com sal&aacute;rios &iacute;nfimos, que n&atilde;o t&ecirc;m condi&ccedil;&otilde;es de deixar de ser exploradas.
A maior parte dos trabalhadores nesta situa&ccedil;&atilde;o est&aacute; em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121609-tecnicas-agricolas-que-podem-diminuir-o-uso-de-fertilizantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ambientes rurais</a>, onde s&atilde;o for&ccedil;ados a permanecer sob a alega&ccedil;&atilde;o de terem d&iacute;vidas com fazendeiros. Como est&atilde;o em &aacute;reas isoladas, tem ainda menor chance de pedir ajuda ou conseguir meios de fuga.
Isto n&atilde;o quer dizer que os casos ocorram apenas em zonas rurais. O pr&oacute;prio podcast A Mulher da Casa Abandonada conta a hist&oacute;ria envolvendo Margarida Bonetti, que levou uma empregada dom&eacute;stica para os Estados Unidos e, ao lado de seu marido, a manteve l&aacute; por quase vinte anos em situa&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; escravid&atilde;o.&nbsp;
Dentre as coisas que o casal fazia com a funcion&aacute;ria, estava esconder seu <a href="https://www.tecmundo.com.br/mercado/241083-novos-modelos-passaporte-identidade-antifraude-lancados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">passaporte</a>, n&atilde;o dar acesso &agrave; comida da fam&iacute;lia, pagar sal&aacute;rio baixo e mant&ecirc;-la em situa&ccedil;&atilde;o de isolamento, sob humilha&ccedil;&otilde;es constantes, enquanto desempenhava tarefas muito al&eacute;m das que seriam adequadas a um trabalhador dom&eacute;stico.
<h2>Os esfor&ccedil;os para acabar o problema</h2>
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Embora este problema ainda seja grave no Brasil, o pa&iacute;s &eacute; visto como avan&ccedil;ado na luta contra a escravid&atilde;o. Um marco nesta quest&atilde;o &eacute; a PEC aprovada pelo Senado em 2014, a chamada de PEC do Trabalho Escravo. Ela altera a reda&ccedil;&atilde;o do artigo 243 da Constitui&ccedil;&atilde;o Federal e determina que qualquer propriedade rural e urbana em que for identificada explora&ccedil;&atilde;o de trabalho escravo seja expropriada, sem qualquer indeniza&ccedil;&atilde;o ao propriet&aacute;rio.
A PEC foi considerada uma vit&oacute;ria, ainda que haja ind&iacute;cios de que ela nunca chegou a ser aplicada de fato &mdash; e houve inclusive esfor&ccedil;os para torn&aacute;-la ilegal. &ldquo;O Incra [Instituto Nacional de Coloniza&ccedil;&atilde;o e Reforma Agr&aacute;ria] chegou a usar a Lista Suja como documento oficial de que o empregador explorou o trabalho escravo para abrir um processo de expropria&ccedil;&atilde;o das suas terra, mas a AGU [Advocacia Geral da Uni&atilde;o] entendeu que, por n&atilde;o ser regulamentada, a emenda era ilegal&rdquo;, disse &agrave; Rede Brasil Atual a procuradora Lys Sobral Cardoso, coordenadora nacional de Erradica&ccedil;&atilde;o do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tr&aacute;fico de Pessoas.
Isto n&atilde;o significa que outras puni&ccedil;&otilde;es n&atilde;o tenham sido aplicadas aos criminosos. Um caso recente &eacute; o da trabalhadora Madalena Gordiano, mantida por condi&ccedil;&otilde;es an&aacute;logas &agrave; escravid&atilde;o por uma fam&iacute;lia abastada em Minas Gerais, durante quatro d&eacute;cadas. Ap&oacute;s resgatada, Madalena recebeu o im&oacute;vel da fam&iacute;lia e um carro como indeniza&ccedil;&atilde;o, al&eacute;m do pagamento de todas as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/111515-4-coisas-que-a-previdencia-faz-alem-da-aposentadoria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">contribui&ccedil;&otilde;es previdenci&aacute;rias</a> que deixou de receber durante todos estes anos.
<h2>O que configura como trabalho escravo?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/12/a-12113400448155.jpg" alt="a" />(Fonte: gettyimages)
Segundo o artigo 149 do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119478-brasil-ja-teve-maioridade-penal-de-7-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">C&oacute;digo Penal Brasileiro</a>, o trabalho escravo moderno ocorre em quatro modalidades, e basta a configura&ccedil;&atilde;o de uma delas para que o crime seja caracterizado. S&atilde;o elas:
<ul>
<li>Submeter o trabalhador a trabalhos for&ccedil;ados;</li>
<li>Submeter o trabalhador a jornadas exaustivas de trabalho;</li>
<li>Sujeitar o trabalhador a condi&ccedil;&otilde;es degradantes de trabalho (por exemplo, n&atilde;o ter acesso &agrave; &aacute;gua pot&aacute;vel ao longo da jornada de trabalho ou a per&iacute;odos de descanso; aus&ecirc;ncia de instala&ccedil;&otilde;es sanit&aacute;rias ou a impossibilidade de sua utiliza&ccedil;&atilde;o em condi&ccedil;&otilde;es higi&ecirc;nicas, ou de preserva&ccedil;&atilde;o da privacidade, etc.);</li>
<li>Restringir a locomo&ccedil;&atilde;o do trabalhador em raz&atilde;o de d&iacute;vida contra&iacute;da com empregador.</li>
</ul>

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