Uma pesquisadora de bruxaria moderna descobriu em suas palestras que há milhares de pessoas que se autodeclaram bruxas e praticam a Wicca.

A estreia da série Agatha Desde Sempre no Disney+, na próxima quinta-feira (19), resgata um dos personagens mais icônicos do Universo Marvel, a bruxa Agatha Harkness, que foi coadjuvante em revistas do Quarteto Fantástico e na série WandaVision. Ela retorna agora mais poderosa do que nunca na pele da atriz Kathryn Hahn em um momento particularmente importante da chamada "bruxaria moderna".O conceito, citado em uma reportagem do The New York Times&nbsp;intitulada "<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/128649-bruxa-de-endor-conheca-a-unica-medium-citada-na-biblia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quando todas se tornaram bruxas</a>?", lembra que "pode não haver necessidade de se esgueirar por aí", pois as bruxas já estão caminhando de cabeça erguida entre nós e "aparentemente em todos os lugares", diz a publicação.Exemplos são garotas da geração Y lendo cartas de tarô em seus intervalos de almoço, convites para uma festa de Lua Nova para turbinar o "sucesso profissional" ou influencers que usam a hashtag #witchesofinstagram para compartilhar horóscopos, feitiços e memes com o slogan "Nós somos as netas das bruxas que vocês não conseguiram queimar".<h2>As bruxas do século 21</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16144616864201.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Há muitos grupos de jovens bruxas no TikTok. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A bruxaria moderna tem sido tema de estudo há décadas pela professora Helen A. Berger, acadêmica do Centro de Pesquisa de Estudos Femininos da Universidade Brandeis, nos EUA. Ela sempre abordou o assunto em uma perspectiva histórica até que, em uma palestra ministrada em 1986, um membro da plateia perguntou se havia alguma bruxa praticante na sala, e muita gente levantou as mãos.Falando com essas pessoas após a palestra, Berger foi convidada a se juntar a um coven Wiccan (encontro regular de bruxas). Ela topou na hora e acabou se deparando com um universo totalmente novo e desconhecido.&nbsp;Hoje, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122175-wicca-um-ritual-de-bruxas-tentou-parar-invasao-nazista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os praticantes da Wicca, uma religião minoritária alternativa&nbsp;</a>cujos adeptos, independentemente do gênero, se declaram bruxos, são mais de 1,5 milhão de praticantes, segundo uma pesquisa antiga (2014) da organização Pew Research Center. Em um artigo na plataforma The Conversation, Berger diz que os bruxos wiccans estão crescendo, em pesquisas e em grupos "como os do TikTok", diz a socióloga.<h2>Bruxaria e empoderamento feminino</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16154726730220.jpg" alt="Nós alimentamos o poder da bruxa, diz Jung. (Fonte: Disney+/Divulgação)"><figcaption>Nós alimentamos o poder da bruxa, diz Jung. (Fonte: Disney+/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Embora as bruxas não sejam, em essência, feministas, afirma Berger, algumas feministas, como a filósofa Mary Daly, passaram a incorporar a bruxaria como um símbolo de empoderamento feminino. Ela defendeu que o termo "bruxa" foi usado historicamente para demonizar e controlar mulheres poderosas ou independentes.&nbsp;Ao ressignificar "bruxa", a líder do segundo movimento feminista pode ter iniciado uma virada de mesa. "É a noção de que essas palavras que foram usadas contra as mulheres foram retomadas e remodeladas em algo que poderíamos usar que fosse positivo", destaca Berger.Estudando o arquétipo da bruxa, o fundador da psicologia analítica Carl Gustav Jung dizia que, como tudo que faz parte do inconsciente coletivo, a bruxa desaparece quando os tempos estão bons, mas ressurge quando as coisas estão tensas. "Seu poder arquetípico então infecta a humanidade,<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/125636-4-dos-casos-de-histeria-em-massa-mais-inexplicaveis-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;incitando a histeria em massa e os horrores das epidemias persecutórias</a>", afirmava. Temerosos e vulneráveis, nós alimentamos esse poder.&nbsp;

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Bruxas desde sempre: empoderamento, feminismo e TikTok

O famoso RPG Black Myth: Wukong baseia-se no romance chinês Jornada ao Oeste, que se passa na Dinastia Ming.

Black Myth: Wukong é o nome de um jogo de RPG de ação, que tem como base um romance chinês clássico do século XVI chamado Jornada ao Oeste. A obra é creditada ao escritor chinês Wu Chengen, mas foi publicado anonimamente por volta de 1570, durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121409-escravidao-e-horror-como-era-a-vida-dos-pobres-na-china-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dinastia Ming.</a>A história do livro (e do jogo) se baseia no folclore chinês para falar da peregrinação do monge Xuanzang, por meio do personagem Tang Sanzang, que viaja para a Índia para encontrar textos budistas sagrados chamados de sutras. Por isso, aventurar-se nesse game é também uma forma de aprender mais sobre as lendas fascinantes desse país.<h2>Um conto chinês clássico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/06/06191939962367.jpg" alt="X"><figcaption>Black Myth: Wukong é um mergulho na história do monge Xuanzang. (Fonte: Steam / Reprodução)</figcaption></figure></figure>No jogo Black Myth: Wukong, você entra no papel do Rei Macaco, após os eventos narrados na obra&nbsp;Jornada ao Oeste.&nbsp;Há a suposição de que o romance seja a primeira menção a Sun Wukong, embora ele possa ter aparecido antes na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121380-dragao-chines-entenda-por-que-essas-criaturas-eram-reverenciadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mitologia chinesa</a>.&nbsp;Contudo, foi em Jornada ao Oeste que este personagem realmente se popularizou. O livro apresenta a narrativa da jornada do monge Xuanzang para a Índia e seu retorno à China. Ao chegarem em casa, ele traduziu 75 dos sutras que obteve para o chinês, o que abriu caminho para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124853-dalai-lama-a-historia-do-cargo-de-lider-budista-do-tibete.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">budismo</a> no país.&nbsp;<h2>A lenda da pedra mágica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/06/06192023577368.jpeg" alt="X"><figcaption>A história conta o surgimento do Rei Macaco, nascido de um ovo. (Fonte: Steam / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A história começa com uma lenda muito familiar no folclore chinês, que se inicia com uma pedra mágica que se quebra. Ela estava no topo da Montanha das Flores e Frutas desde o início dos tempos.&nbsp;O livro nos diz: "desde que a <a href="http://Cria%C3%A7%C3%A3o" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Criação</a> começou, ela vinha recebendo a verdade do Céu, a beleza da Terra, a essência do Sol e o esplendor da Lua; e como havia sido influenciada por eles por tanto tempo, tinha poderes milagrosos. Ela desenvolveu um útero mágico, que se abriu um dia para produzir um ovo de pedra do tamanho de uma bola". Quando o vento soprou no ovo, nasceu o Rei Macaco, que, na verdade, é "um macaco de pedra, completo com os cinco sentidos e quatro membros", mas que eventualmente aprende a andar.<h2>O treinamento para a imortalidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/06/06191848388366.png" alt="x"><figcaption>O Rei Macaco se vê frustrado pela própria mortalidade. (Fonte: Steam / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Conforme a história de&nbsp;Jornada ao Oeste&nbsp;vai avançando, o Rei Macaco acaba conhecendo outros macacos na Montanha das Flores e Frutas. Isso faz com que eles estabeleçam um lar na Caverna da Cortina de Água.Em seguida, o Rei Macaco se torna o líder e tudo parece ir bem. Só que a consciência da própria mortalidade cai sobre os ombros do Rei, que diz, em meio a lágrimas: "chegará o tempo em que seremos velhos e fracos, e o submundo será controlado pelo Rei do Inferno. Quando chegar a hora de morrermos, não seremos capazes de continuar vivendo entre os Abençoados, e nossas vidas terão sido em vão". Isso envia Sun Wukong a uma jornada em busca da imortalidade, durante a qual ele encontrará o sábio imortal Puti Zushi, que o aceita como discípulo e começa a ensinar a ele as práticas do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/110090-enriqueca-seu-o-repertorio-com-estas-13-curiosidades-sobre-religiao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">taoísmo</a>.&nbsp;<h2>O retrato da arrogância</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/06/06192203075370.jpg" alt="x"><figcaption>Aos poucos, o Rei Macaco vai mergulhando na arrogância. (Fonte: Steam / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Conforme o Rei Macaco cresce, sua arrogância também aumenta, o que o leva a interceder à burocracia celestial em busca de um lugar ao céu. Só que ele é enganado pelo imperador de Jade. Ele obriga o Rei se adequar à função de Protetor dos Cavalos, o que é uma posição humilde, em sua concepção.Isso faz com que Sun Wukong resolva travar uma guerra no céu. Ele rouba os pêssegos da vida eterna e entra no Palácio Tushita, onde também rouba as pílulas douradas do elixir da imortalidade.&nbsp;Por consequência, o Príncipe Li, que comanda o exército celestial, trava uma luta contra o Rei Macaco. Só que Sun Wukong vence seus 100.000 guerreiros celestiais, e seu poder se torna grande demais para o Céu. Por conta disso, ele é aprisionado na Montanha dos Cinco Elementos.<h2>A jornada de redenção</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/06/06191105850365.jpg" alt="(Fonte: Steam / Reprodução)"><figcaption>No jogo, o Rei Macaco enfrenta demônios e monstros. (Fonte: Steam / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por fim, a narrativa se volta para a história real do monge budista Xuanzang. Ao ficar preso na montanha, o Rei Macaco reflete sobre suas ações e acaba solto com uma condição: ele deve passar a atuar como guarda-costas do monge budista Tang Sanzang, que é o personagem baseado em Xuanzang.&nbsp;Neste ponto, a história começa a tratar das viagens de Sun Wukong com Sanzang e outros pecadores em busca de iluminação, lutando contra demônios e monstros. Eles aparecem em Black Myth: Wukong&nbsp;como os poderosos chefes que precisam enfrentar.

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Black Myth Wukong: conheça as origens folclóricas que inspiraram o jogo

Graças ao Museu Europeu do Pão, fundado nos arredores de Atenas, o costume grego de criar pães decorativos parece ter encontrado uma forma de sobreviver. 

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/101049-15-fatos-sobre-a-grecia-antiga-que-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grécia</a> é conhecida por sua rica cultura e tradições, das quais muitas sobreviveram por várias gerações. Entre essas práticas antigas, uma das mais inusitadas são os "pães bordados", chamados de ploumisto psomi ou kentito psomi. Esses pães, ornamentados com figuras e símbolos criados com a própria massa, carregam um profundo significado cultural e religioso.&nbsp;O Museu Europeu do Pão, inaugurado em 2005 pela Sociedade Folclórica de Varnavas, abriga uma coleção impressionante de mais de 3 mil pães decorados de 50 países diferentes. A instituição destaca a importância do pão na cultura tradicional grega e busca preservar essa arte que, em muitos lugares, está desaparecendo.&nbsp;<h2>A origem dos pães bordados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/29/29212539702062.jpg" alt="Pães decorados da Grécia já substituíram bolos de casamento no passado. (Fonte: Nicoletta Zarifi)"><figcaption>Pães decorados da Grécia já substituíram bolos de casamento no passado. (Fonte: Nicoletta Zarifi)</figcaption></figure></figure>Segundo a presidente e fundadora do Museu Europeu do Pão, Milea Pappa, os pães bordados na Grécia têm duas funções principais: eles fazem parte do "Círculo da Vida", comemorando momentos cruciais, como nascimento, casamento e morte, ou do&nbsp;"Círculo do Tempo", celebrando festas anuais e eventos agrícolas, como a colheita.Cada região do país desenvolveu seus próprios símbolos e desenhos, muitos dos quais estão diretamente ligados ao cristianismo. Uma tradição particular é o uso de fermento preparado com água benta e folhas de manjericão durante a festa da Exaltação da Santa Cruz em setembro.Um exemplo importante é o gamokoulourais, ou pão de casamento, que é elaborado e decorado para simbolizar bons desejos para o casal, como flores de limão para fertilidade e lírios para felicidade. Em muitas regiões, esse pão substituía o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116828-12-bolos-de-casamento-que-fugiram-totalmente-dos-padroes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bolo de casamento</a> moderno e era oferecido aos convidados. O processo de decoração é minucioso e pode levar até uma hora por pão, com ferramentas simples como palitos e pentes usados para esculpir os desenhos.<h2>Renascimento de uma arte antiga</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/29/29212655971063.jpg" alt="Tradição grega exige habilidade e tempo na criação do pão decorado perfeito. (Fonte: Marco Arguello)"><figcaption>Tradição grega exige habilidade e tempo na criação do pão decorado perfeito. (Fonte: Marco Arguello)</figcaption></figure></figure>A tradição do pão bordado tem mais de 100 anos e, historicamente, era passada de geração em geração entre as mulheres gregas. No entanto, o número de praticantes dessa arte diminuiu drasticamente ao longo do tempo. Hoje, apenas algumas mulheres continuam a criar esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123980-como-o-pao-frances-virou-o-queridinho-dos-brasileiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pães</a> decorados. Contudo, graças aos esforços do Museu Europeu do Pão, o interesse por essa arte parece estar renascendo.Em 2023, o pão bordado foi oficialmente incluído no Inventário Nacional de Patrimônio Cultural Imaterial da Grécia, um reconhecimento importante para a preservação dessa prática. O museu também tem promovido programas educacionais para manter viva a tradição, despertando o interesse de novas gerações para essa arte milenar.Ao preservar esses pães únicos, a Grécia mantém viva uma parte essencial de sua herança cultural, permitindo que as novas gerações conheçam e celebrem suas raízes.

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Pães bordados: a tradição grega que sobreviveu ao tempo

Mesmo diante das limitações e desigualdades da Idade Média, mulheres desafiavam o sistema judicial participando de duelos brutais para provar sua inocência em casos de violência sexual. 

Escondidos em manuscritos raros de bibliotecas europeias, como as da Dinamarca e da Baviera, registros visuais e escritos revelam uma prática surpreendente e brutal: duelos judiciais entre homens e mulheres na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128202-idade-das-trevas-afinal-a-idade-media-foi-realmente-tao-sombria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade Média</a>. Essas batalhas legais, onde a justiça era decidida pela força física em vez de provas concretas, refletiam um sistema judicial que lidava com crimes sexuais de uma forma que, para nós, parece absurda e desumana.&nbsp;No entanto, para a sociedade medieval, esses confrontos eram vistos como um último recurso para a resolução de disputas sem testemunhas, especialmente em casos de estupro, sequestro e agressão sexual contra mulheres.<h2 style="text-align:justify;">Duelo por justiça</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/28/28160650059286.jpg" alt="Apesar de raras, as disputas judiciais entre homens e mulheres aconteciam na Europa Medieval. (Fonte: Hans Talhoffer, The Public Domain Review/ Divulgação)"><figcaption>Apesar de raras, as disputas judiciais entre homens e mulheres aconteciam na Europa Medieval. (Fonte: Jörg Wilhalm Huter, The Public Domain Review/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Durante os séculos XIII e XIV, em regiões como Alemanha, Áustria e Suíça, mulheres que acusavam homens de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/spycams-mulheres-sao-vigiadas-em-banheiros-publicos-na-coreia-do-sul" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crimes sexuais</a> enfrentavam uma escolha cruel: aceitar um juramento de inocência por parte do acusado ou lutar até a morte em um duelo judicial.&nbsp;Se optassem pelo combate, o homem era colocado em uma posição desvantajosa, enterrado até a cintura em um buraco e armado com um porrete, enquanto a mulher circulava acima dele, munida de uma pedra presa na manga. A luta era brutal, e o perdedor enfrentava consequências terríveis — o homem era decapitado, enquanto a mulher tinha a mão amputada.Esses duelos não eram comuns, mas sua existência é um reflexo das dificuldades extremas enfrentadas pelas vítimas de crimes sexuais para provar sua acusação na Idade Média. Sem as ferramentas forenses modernas, como testes de DNA, as mulheres dependiam de testemunhas que tivessem ouvido seus gritos durante a agressão ou de exames médicos que inspecionavam o hímen para determinar a virgindade.&nbsp;Em um sistema onde a palavra da vítima tinha pouco peso sem provas concretas, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120995-conheca-6-leis-ridiculas-da-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">julgamento</a> por combate era uma forma drástica de buscar justiça, apelando para o que era considerado uma intervenção divina.A prática desses duelos não era exclusiva da Europa Central. Manuscritos como o Fechtbuch de Hans Talhoffer, um mestre de esgrima do século XV, descrevem essas batalhas com riqueza de detalhes. Talhoffer, que nunca testemunhou um duelo judicial pessoalmente, baseou suas ilustrações e instruções em histórias passadas e possivelmente em encenações.&nbsp;Seus <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127910-sala-secreta-com-desenhos-de-michelangelo-sera-aberta-ao-publico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desenhos</a> mostram cenários em que tanto homens quanto mulheres podem sair vitoriosos, mas sempre com um subtexto de que essas lutas eram algo sério, não um espetáculo exótico ou uma mera curiosidade.<h2 style="text-align:justify;">Desigualdade real</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/28/28161433873289.jpg" alt="Ilustração representa uma mulher dominando um homem durante um duelo judicial. (Fonte: Hans Talhoffer, The Public Domain Review/ Divulgação)"><figcaption>Ilustração representa uma mulher dominando um homem durante um duelo judicial. (Fonte: Hans Talhoffer, The Public Domain Review/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>A ideia de que mulheres poderiam lutar em duelos judiciais pode parecer, à primeira vista, uma forma de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124540-igualdade-de-genero-em-relacionamentos-parte-da-geracao-z-aponta-melhora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">igualdade de gênero</a> na justiça medieval. No entanto, essa "igualdade" era superficial e perigosa.&nbsp;Enquanto homens mais fracos ou inválidos podiam recorrer a campeões para lutar em seu lugar, as mulheres, em muitos casos, não tinham essa opção, especialmente em acusações de violência sexual. Isso as colocava em uma posição incrivelmente vulnerável, forçando-as a enfrentar seus agressores em condições desfavoráveis e com um grande risco de morte ou mutilação.Embora raros, os duelos judiciais entre homens e mulheres capturaram a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128082-6-sindromes-inacreditaveis-que-sao-frutos-da-imaginacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imaginação</a> popular e acadêmica por séculos. Em 1288, em Berna, uma mulher venceu seu agressor em um combate judicial, um feito tão marcante que inspirou ilustrações medievais e se manteve na memória coletiva como símbolo da luta pela justiça e pela vida.Com o passar dos séculos, esses duelos judiciais foram caindo em desuso, à medida que as sociedades começaram a buscar formas mais racionais e menos brutais de resolver disputas legais. No entanto, o legado desses combates ainda ressoa nos desafios modernos de processar crimes sexuais, onde o ônus da prova muitas vezes ainda recai pesadamente sobre a vítima.&nbsp;Ao olhar para o passado, podemos ver como as mulheres, apesar de todas as adversidades, lutavam — literalmente — por justiça em um mundo onde suas vozes eram frequentemente silenciadas.

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Mulheres lutavam em julgamentos durante a Era Medieval

As teorias conspiratórias já enxergaram a marca da besta nos mais inusitados locais.

Ao longo da história do cristianismo, sempre houve o temor da tentação provocada pelo demônio. Isso suscitou o medo de que as manifestações do tinhoso aparecessem em diferentes lugares.O medo mais comum é o do número 666, que é descrito no Apocalipse como o número da besta (há até um nome para esse tipo de medo: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103795-21-informacoes-interessantes-sobre-fobias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hexakosioihexekontahexafobia</a>). Mas supostamente o demônio já colocou a sua "cara" em vários lugares inusitados. Em alguns deles, foi preciso de muita criatividade para fazer essa associação com o diabo.&nbsp;<h2>1. Cartões de crédito</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/28/28205438304018.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Nos anos 1970, evangélicos acreditavam que VISA significava 666. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cartões de créditos da VISA e <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121966-o-modelo-de-pagamento-com-cartao-de-credito-surgiu-ha-5-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mastercard</a> começaram a circular e a se popularizar nos anos 1960 e 1970. Contudo, alguns grupos evangélicos resolveram enxergar neles a marca do anticristo. Houve até uma louca teoria conspiratória que dizia que a palavra VISA, em diferentes idiomas, designaria o número 666.Isso se dava por que o número seis, em algarismos romanos, é VI. Já o S é supostamente a 6ª letra do alfabeto grego, e a letra babilônica equivalente a um "A" seria também um seis. Com tudo isso, formaria o fatídico 666, o número do satanás.Contudo, uma pesquisa rápida na internet para checar já mostra que zeta, a 6ª letra do alfabeto grego, não se parece com um S, e que o A em cuneiforme babilônico não se parece nem remotamente com um 6. Mesmo assim, o medo dos cartões de crédito circulou por um longo tempo.<h2>2. Códigos de barras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/28/28205510253020.jpg" alt="X"><figcaption>Até os códigos de barra seriam utilizados pelo diabo para carregar sua mensagem. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/103882-estes-15-codigos-de-barras-sao-diferentes-de-todos-que-voce-ja-viu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">códigos de barras</a> foram elaborados nos anos 1970 pelos engenheiros da IBM Joe Woodland e George Joseph Laurer III. Mas logo depois da apresentação da novidade, houve uma série de protestos contra eles. Um executivo da IBM que foi inspecionar os primeiros scanners em um supermercado de Los Angeles teria recebido a informação de que o código carregava a marca da besta.A teoria era que cada uma das três barras longas de guia no código representava um 6. Para completar a loucura, Laurer recebeu uma carta de um maluco que se identificou como satanás e que perguntava ao engenheiro como ele se sentia por ter executado seu plano.&nbsp;O furor diminuiu até que, em 2012, um distrito escolar norte-americano foi processado por uma adolescente e sua família por exigir que ela usasse um crachá de identificação com um código de barras. Os pais afirmaram que o código carregava a marca do demônio, e que exigir que sua filha o usasse violaria os seus direitos religiosos.<h2>3. Bitcoin</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/28/28205559969022.jpg" alt="x"><figcaption>A criptomoeda Bitcoin também seria usada pelo anticristo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A <a href="https://www.tecmundo.com.br/bitcoin" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bitcoin</a> é uma criptomoeda descentralizada que não possui uma supervisão central. E até ela já foi colocada sob suspeita de carregar alguns informações do anticristo.&nbsp;A paranoia até faz algum sentido se formos pensar que, com as criptomoedas, a identidade de uma pessoa está vinculada a todas as transações financeiras registradas no blockchain, o que facilita a vigilância. Todo esse monitoramento já foi associado aos efeitos maléficos de um possível controle feito pelo demônio.<h2>4. Vacinas para COVID</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/28/28205644666024.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Desde seu surgimento, pessoas equivocadas colocaram suspeitas sobre a vacina contra a COVID-19. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Logo quando as primeiras vacinas contra a COVID-19 foram lançadas, as teorias da conspiração começaram a circular. O rapper Kanye West (que não é conhecido exatamente por sua sanidade mental) declarou: "eles vão inventar uma vacina, e todo mundo vai ter que tomá-la... e dentro dessa vacina vai haver algum tipo de dispositivo eletrônico de computador, algum tipo de chip em nós, e essa é a marca da besta". Sobrou até para <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127863-bill-gates-financia-arma-biologica-para-erradicacao-da-malaria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bill Gates</a>, que supostamente teria colocado chips de rastreamento nas vacinas.&nbsp;É claro que nada disso é real. Mas houve até governos e instituições médicas que conspiraram contra as vacinas, o que incluía argumentos de que elas poderiam ser diabólicas. No fim das contas, a única coisa que elas fizeram foi salvar pessoas de um vírus potencialmente mortal.

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4 coisas que já se imaginou serem a "marca do demônio"

Desde a antiguidade, o batom vermelho é carregado de simbolismo.

O batom vermelho é um clássico: o tempo passa, a moda muda, mas muitas pessoas continuam adeptas a ele. A cor, quando posta sobre os lábios, passa a ser vista como um símbolo de empoderamento, liberdade, sensualidade e poder.&nbsp;De fato, os lábios vermelhos são carregados de significado há um bom tempo, e refletem traços culturais que vêm desde as civilizações antigas até a modernidade do século 21.<h2>Os sentidos do batom vermelho</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/25/25123458570009.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>A cor vermelha nos lábios foi adotada já na antiga Mesopotâmia. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>De acordo com a história, o primeiro registro que se tem de um "batom" vermelho remete ao ano de 3500 a.C., C. quando a rainha Puabi, da antiga Mesopotâmia, teria usado uma coloração vermelha nos lábios, feita com uma mistura de chumbo branco e pedras vermelhas trituradas. Com isso, ela expressava o seu poder, criando uma tradição que depois seria repetida pela rainha <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127039-qual-era-a-aparencia-de-cleopatra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cleópatra</a>, que usava na boca uma tinta retirada da cochonilha.Na Grécia antiga, os lábios vermelhos eram associados às profissionais do sexo, enquanto no Império Romano a cor indicava um status social mais elevado das mulheres. Com o tempo, novos batons foram sendo criados a partir de experimentos feitos com insetos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117383-artista-utiliza-60-mil-abelhas-para-criar-incrivel-escultura-de-nefertiti.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cera de abelha</a> e pedras preciosas.Por sua conotação supostamente negativa, ele sumiu durante a Idade Média, já que a igreja considerava que maquiagem era uma forma de pecado. Os cristãos pensavam que esse tipo de adereço, em oposição à beleza natural, feria os desígnios de Deus. O batom vermelho voltaria então entre as aristocratas a partir do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119307-as-7-imagens-mais-estranhas-em-pinturas-renascentistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Renascimento</a>, quando as mulheres ricas resolveram usá-los para conotar a sua superioridade.<h2>O batom vermelho na contemporaneidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/25/25124828356014.jpg" alt="Madonna está entre as celebridades que popularizaram o batom vermelho. (Fonte: Peakpx / Reprodução)"><figcaption>Madonna está entre as celebridades que popularizaram o batom vermelho. (Fonte: Peakpx / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Boa parte da permanência do significado do batom vermelho na cultura se deve ao uso dele na moda e no trabalho feito por profissionais do ramo da maquiagem, com a cosmetóloga canadense Elizabeth Arden.Entretanto, durante a década de 1920, ativistas dos direitos das mulheres passaram também a adotá-lo. A feminista Elizabeth Stanton e a escritora Charlotte Perkins começaram a usar essa cor em suas bocas, o que também ajudou que o batom vermelho se tornasse um símbolo de mulheres empoderadas e bem-sucedidas.Mais recentemente, a cor tem sido usada por celebridades importantes entre as mulheres, como a atriz <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122303-marilyn-monroe-5-fatos-curiosos-sobre-a-estrela.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marilyn Monroe</a> e as influentes cantoras <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/108677-madonna-60anos-relembre-as-vezes-em-que-a-rainha-do-pop-redefiniu-a-moda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Madonna</a> e Taylor Swift, entre outras celebridades. Ele também se tornou um adereço muito usado pelas personalidades da comunidade LGBTQIA+, como as drag queens.O fato é que, mesmo que nem todas as pessoas prefiram essa cor, ela segue até hoje carregada de significado. Os batons vermelhos permanecem como um ícone atemporal graças ao seu apelo universal e à forma como remetem à ideia de feminilidade e de poder. Por isso, é de se esperar que essa maquiagem continue atual por muito tempo.

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Por que algumas pessoas pintam os lábios de vermelho?

A árvore da dor de dente em Katmandu se transformou em um santuário através dos tempos, atraindo multidões de fiéis... e dentistas.

Um dos locais mais visitados em Katmandu, capital do Nepal, tanto por turistas como por locais, é a famosa “Árvore da Dor de Dente”, conhecida pelos katmanduítas como Bangemudha. <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125448-kumaris-as-meninas-adoradas-como-deusas-vivas-no-nepal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Transformado em um santuário consagrado à deusa Vaisha Dev,</a> padroeira da dor de dente, o local é um antigo tronco onde as pessoas pregam moedas de rúpia em troca de alívio de suas odontalgias.A maior atração turística da capital nepalesa fica em uma rua estreita, entre o Thamel, bairro boêmio e ponto de encontro entre turistas e mochileiros, e a histórica Praça Kathmandu Durbar (Palácio Real) na chamada cidade velha.Quem não conhece o local, jamais diria que se trata de uma árvore, pois o toco está completamente coberto de rúpias nepalesas, que valem R$ 0,042 cada. A idade do santuário é incerta, mas alguns pesquisadores acreditam ele remonta ao reino Lichchhavi, um povo do norte da Índia que governou o Nepal entre os séculos 4 e 8.<h2>Lendas sobre a árvore da dor de dente</h2><iframe width="524" height="422" src="https://www.youtube.com/embed/wQyTJGDWws8" title="Nepal's TOOTHACHE TREE (VAISHA DEV of Kathmandu) ???? PLUS $122 Root Canal" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Mesmo com um templo tradicional em frente ao tronco de madeira, os habitantes da capital do Nepal acreditam que a moradia da deusa Vaisha Dev é mesmo no que restou da árvore da dor de dente. Por isso, mesmo indo regularmente ao dentista, preferem passar pelo local para aliviar o aspecto espiritual da dor.&nbsp;Havia até mesmo uma lenda dizendo que existe <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/pirita-o-ouro-de-tolo-pode-ser-mais-valioso-do-que-parece" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um pequeno ídolo de ouro escondido</a> no fundo do orifício principal do toco de árvore sagrada, mas é impossível observar porque as moedas pregadas tapam a visão.&nbsp;Mas, segundo o site The Earth Stories Collection, o tal ídolo foi roubado há muitos anos, embora isso não tenha afetado a popularidade do santuário ou a fé das pessoas.<h2>Quem procura a árvore da dor de dente hoje?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/22/22182759973366.jpg" alt="x. (Fonte da imagem: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Ao longo dos séculos, as pessoas trazem suas moedas para a deusa curar sua dor de dente. (Fonte da imagem: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Embora até hoje a árvore da dor de dente continue atraindo multidões em busca de alívio para uma das experiências mais desagradáveis e perturbadoras que um ser humano pode suportar, ultimamente outra romaria tem se juntado aos fiéis: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120684-parker-indolor-o-legado-do-dentista-mais-antietico-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a dos dentistas em busca de bons negócios</a>.Esses odontólogos foram chegando na praça aos poucos, a princípio apenas de olho nos casos em que as orações falham, mas hoje acabaram abrindo dezenas de clínicas odontológicas em volta do santuário. São tantas, que o local sagrado é conhecido atualmente na cidade como Distrito Odontológico.&nbsp;É inegável que a moderna odontologia tenha feito alguns avanços notáveis, em implantes dentários, tratamentos digitais, impressão 3D, lasers, IA e outros. Apesar disso, as pessoas continuarão sempre a procurar intervenção divina para curar suas dores de dente, e outras. Mas, se ambas as formas falharem, teremos sempre o cravinho-da-índia.

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"Árvore da Dor de Dente": onde pregam moedas em troca de cura

Em outras línguas, você falaria as mesmas coisas de forma diferente.

Chamamos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118762-concordancia-nominal-adjetivo-com-2-ou-mais-substantivos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">substantivos</a> a categoria de palavras que designa ou nomeia seres, objetos, fenômenos, lugares, qualidades e ações, dentre outros elementos. Eles são fundamentais dentro da linguagem, pois nos possibilita nomear as coisas que conhecemos.Mas quando se muda o idioma, os substantivos também mudam, assim como as formas pelas quais eles são utilizados. Por exemplo: em certas línguas, um substantivo pode ser quantificado, enquanto em outras, não. E tudo isso os torna ainda mais surpreendentes.<h2>1. Mudanças do singular para o plural</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/24/24202801793003.jpg" alt="(Fonte GettyImages / Reprodução)"><figcaption>No japonês, a palavra que designa maçã não pode ser quantificada. (Fonte Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>No português, nós aprendemos que a maior parte dos substantivos são quantificáveis, ou seja, eles podem ser usados no singular e no plural. Afinal, uma maçã é diferente de duas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119575-6-tipos-de-macas-com-cores-que-voce-nunca-viu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maçãs</a>, certo?Acontece que, em alguns idiomas, como o japonês, os substantivos normalmente não mudam de forma no plural. Na língua nipônica, a palavra "ringo" pode designar tanto "maçã" quanto "maçãs". O que muda é o contexto.<h2>2. Nossa capacidade de contar as coisas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/24/24202815616005.jpg" alt="(Fonte GettyImages / Reprodução)"><figcaption>As ervilhas, no inglês, estão sempre no plural. (Fonte Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em certas línguas, alguns substantivos são contáveis e outros não. Por exemplo: no português, faz sentido falar "a <a href="https://www.megacurioso.com.br/neurociencia/89241-voce-sabe-de-onde-vem-a-felicidade-cientificamente-falando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">felicidade</a>", mas "as felicidades" parece estranho. Mas essa distinção confusa também aparece em coisas que, aparentemente, seriam mais quantificáveis.No inglês, a palavra "pea", que quer dizer ervilha, não era contável. Ou seja, falava-se apenas no plural: "pea" queria dizer "as ervilhas", mas não havia nenhum termo que significasse "a ervilha". Mais tarde, surgiu o termo "pease", que ficou correspondente ao plural das ervilhas.Outra peculiaridade é a expressão "a <a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/policia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">polícia</a>". Enquanto aqui no Brasil conseguimos contabilizar (como, por exemplo, ao falar em "dois policiais"), no inglês, só se consegue falar em "the police", mesmo que haja vários policiais juntos ao mesmo tempo.<h2>3. Diferenças no uso de artigos&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/24/24204253518016.jpg" alt="(Fonte GettyImages / Reprodução)"><figcaption>No russo, há um termo que designa, ao mesmo tempo, "livro" e "livros". (Fonte Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Na língua inglesa, existe penas um artigo definido, o "the", que é usado diante de substantivos no singular e no plural. Ou seja, você deve dizer tanto "the clock" (o relógio) quanto "the clocks" (os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121205-relogio-de-sol-entenda-por-que-ele-foi-uma-revolucao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relógios</a>). No português, os artigos definidos são vários e mudam conforme o gênero da palavra e se ela está no singular ou plural: diz-se "o chinelo", "as batatas", "os livros".Já no russo, as coisas são bem mais confusas. A palavra "книга" (knigu) pode designar tanto “um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/20-livros-incriveis-selecionados-pelo-mega-curioso-com-aquele-precinho-que-todo-mundo-pode-comprar" rel="noopener noreferrer" target="_blank">livro</a>”, “o livro” ou apenas “livro”. A resposta certa vai ser determinada, mais uma vez, pelo contexto do uso.<h2>4. Os gêneros das palavras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/24/24204341320019.jpg" alt="Na cultura hispânica, o seu sorriso é uma palavra feminina. (Fonte GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Na cultura hispânica, o seu sorriso é descrito por uma palavra feminina. (Fonte Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>As palavras também se alteram nas diferentes línguas em relação aos seus gêneros. Como a relação que temos com elas é muito viva, pode ser até difícil entender, por exemplo, que alma, que para nós é uma palavra feminina, é um termo masculino no espanhol ("el alma"). Da mesma forma o nosso sorriso, no masculino, em espanhol é chamado de "la sonrisa".

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4 formas pelas quais os substantivos mudam nas diferentes línguas

A polêmica mortalha que teria envolvido o corpo de Jesus Cristo após a crucificação reapareceu nos tópicos em alta nas redes sociais na semana passada.

Considerado por muitos como uma das relíquias sagradas mais importantes do cristianismo, o Sudário de Turim (ST), um pano de linho antigo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125037-santo-sudario-o-que-a-ciencia-diz-sobre-peca-ligada-a-jesus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que supostamente teria servido como mortalha de Jesus Cristo</a> após a crucificação, esteve nos trending topics das mídias sociais na semana passada. O foco foi um estudo de 2022 que sugeria "que é muito provável que o ST seja uma relíquia de cerca de 20 séculos de idade", o que o colocaria na época de Jesus.Publicado na revista científica Heritage, a pesquisa conduzida pelo cientista italiano Liberato De Caro teve como objetivo oferecer uma alternativa à idade do ST, após a peça ter sido submetida a uma datação por radiocarbono na década de 1980, que indicou sua criação entre os anos de 1260 e 1390, ou seja, muito depois de Cristo ter vivido. &nbsp;Para reavaliar esses testes, De Caro e sua equipe do Instituto de Cristalografia de Bari, Itália, aplicaram no artefato uma técnica conhecida como dispersão de raios X em ângulo amplo (WAXS na sigla em inglês). A tecnologia é capaz de identificar alterações estruturais microscópicas nas fibras, ocorridas com o envelhecimento.&nbsp;<h2>Quais as conclusões do "novo" estudo sobre o sudário de Turim?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27174836911352.jpg" alt="Fotografias do microscópio óptico de amostras do sudário de Turim. (Fonte: Liberato De Caro et. al.)"><figcaption>Fotografias do microscópio óptico de amostras do sudário de Turim. (Fonte: Liberato De Caro et. al.)</figcaption></figure></figure>No estudo de 2022, os autores explicam que "o grau de envelhecimento natural da celulose que constitui o linho da amostra investigada, obtido por análise de raio-x, mostrou que o tecido é muito mais antigo do que os sete séculos propostos pela datação por radiocarbono de 1988", escrevem De Caro e sua equipe.A justificativa é que a celulose encontrada nas fibras do sudário teria envelhecido mais devagar a partir do século 14 devido às baixas temperaturas dos locais <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/114224-o-veu-de-veronica-a-controversa-reliquia-crista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">onde a relíquia passou a ser guardada</a>, o que retardou seu processo de envelhecimento.&nbsp;Os autores alertam que a precisão dos seus resultados depende de pesquisas futuras que possam confirmar que o ST foi mantido em uma temperatura média de cerca de 22 °C e a uma umidade relativa de aproximadamente 55% durante os 13 séculos em que não apareceu no registro histórico.<h2>Cuidados com conclusões precipitadas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27182922198375.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>A Igreja Católica não reconhece o sudário como autêntico. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Embora o estudo de De Caro e sua equipe tenha sido adequadamente conduzido na época, e depois revisto por pares, mais pesquisas e análises serão necessárias para comprovar esses resultados, antes que qualquer tipo de conclusão sobre a datação seja tirado.Além disso, um artigo de 2018 de coautoria do mesmo De Caro teve que ser retratado pela revista PLOS One, depois que os pesquisadores sugeriram que o sudário tinha evidências biológicas consistentes com <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/7-fatos-importantes-sobre-jesus-que-pouca-gente-se-lembra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um trauma grave em um ser humano (como tortura e crucificação)</a>. O problema foi que os autores "esqueceram" de mencionar que as amostras haviam sido fornecidas pela própria associação que tenta provar que o sudário é autêntico.&nbsp;Nesse sentido, a Igreja Católica não reconhece oficialmente o sudário de Turim como autêntico ou falso.&nbsp;

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Santo Sudário de Turim: a volta da polêmica sobre a autenticidade do artefato

Durante o seppuku, um samurai derrotado deveria cortar o próprio abdômen em uma morte lenta e dolorosa como sinal de seu fracasso.

Na história, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/44725-10-fatos-curiosos-que-talvez-voce-nem-imagine-sobre-os-samurais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">samurais</a> japoneses sempre estiveram entre os guerreiros mais poderosos e nobres que pisaram na Terra. Entre eles, existiam um código oral conhecido como bushido, o qual dizia que lealdade e honra eram princípios fundamentais de suas existências. Esse senso de honra, inclusive, acompanhava um samurai por toda a sua vida e também estava ligado a um ritual um tanto quanto sombrio.Ao enfrentar a derrota, um samurai poderia escolher morrer por seppuku, uma forma de ritual suicida realizado cortando o próprio abdômen horizontalmente com uma lâmina. Historiadores não sabem ao certo quando esse ato macabro começou, mas é provável que suas origens tenham sido por volta do final do século XII.&nbsp;<h2>Morte honrada</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/26/26181023655321.jpg" alt="Para os samurais, morrer em batalha era um ato honroso. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Para os samurais, morrer em batalha era um ato honroso. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Embora esteja diretamente ligado ao código samurai, o seppuku não começou com esses guerreiros. De acordo com o professor da Universidade de Tóquio Yamamoto Hirofumi, é provável que o seppuku tenha começado em 1189, após a Guerra Genpei — uma guerra civil entre os clãs Taira e Minamoto.Segundo a tradição japonesa, morrer em batalha era um ato corajoso, mas fugir era visto como uma opção covarde. Ao tirar a própria vida, um samurai estava fazendo uma escolha final e dolorosa sobre morrer. Seppuku fazia parte do código de honra bushido e a prática macabra continuou a ser vista dessa maneira durante toda a Era Medieval.No entanto, essa visão foi sendo transformada com o passar do tempo, sobretudo durante o período dos Estados Combatentes (1467 a 1568), uma época na história japonesa atormentada por guerras civis quase contínuas ao longo dos séculos XV e XVI.<h2>A transformação do seppuku</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/26/26181049349323.jpg" alt="Com o fim do feudalismo no Japão, práticas como o seppuku foram transformadas. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Com o fim do feudalismo no Japão, práticas como o seppuku foram transformadas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Durante o período dos Estados Combatentes, os senhores feudais se voltaram uns contra os outros e contra o imperador, cada um competindo para controlar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118627-7-fatos-curiosos-que-provam-que-o-japao-e-um-pais-unico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Japão</a>. Assim, vassalos passaram a trair seus senhores, esperando chegar ao poder por conta própria. Com isso, o seppuku parou de ser um meio para um guerreiro manter sua honra na morte e começou a ser visto como uma forma de um líder militar salvar as vidas dos samurais que lhe forneciam serviços militares.Um dos exemplos mais famosos disso aconteceu em junho de 1582, quando as forças de Hashiba Hideyoshi sitiaram o castelo de Shimizu Muneharu. Muneharu, percebendo que a derrota era iminente, fez um acordo com seus adversários para se suicidar e conseguir poupar a vida de todos os seus parceiros.Em 1871, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120121-como-a-peste-bubonica-ajudou-a-civilizacao-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">feudalismo</a> chegou oficialmente ao fim no Japão e com ele o reinado dos samurais. Isso não fez com que o bushido desaparecesse completamente da sociedade japonesa e inclusive houve vários casos de seppuku nos tempos modernos. Mas as coisas já não eram mais as mesmas. De qualquer forma, podemos dizer que o ato representava os ideais culturais profundamente enraizados na região.&nbsp;

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