Ciência
09/09/2024 às 15:00•3 min de leituraAtualizado em 09/09/2024 às 15:00
Black Myth: Wukong é o nome de um jogo de RPG de ação, que tem como base um romance chinês clássico do século XVI chamado Jornada ao Oeste. A obra é creditada ao escritor chinês Wu Chengen, mas foi publicado anonimamente por volta de 1570, durante a Dinastia Ming.
A história do livro (e do jogo) se baseia no folclore chinês para falar da peregrinação do monge Xuanzang, por meio do personagem Tang Sanzang, que viaja para a Índia para encontrar textos budistas sagrados chamados de sutras. Por isso, aventurar-se nesse game é também uma forma de aprender mais sobre as lendas fascinantes desse país.
No jogo Black Myth: Wukong, você entra no papel do Rei Macaco, após os eventos narrados na obra Jornada ao Oeste. Há a suposição de que o romance seja a primeira menção a Sun Wukong, embora ele possa ter aparecido antes na mitologia chinesa.
Contudo, foi em Jornada ao Oeste que este personagem realmente se popularizou. O livro apresenta a narrativa da jornada do monge Xuanzang para a Índia e seu retorno à China. Ao chegarem em casa, ele traduziu 75 dos sutras que obteve para o chinês, o que abriu caminho para o budismo no país.
A história começa com uma lenda muito familiar no folclore chinês, que se inicia com uma pedra mágica que se quebra. Ela estava no topo da Montanha das Flores e Frutas desde o início dos tempos.
O livro nos diz: "desde que a Criação começou, ela vinha recebendo a verdade do Céu, a beleza da Terra, a essência do Sol e o esplendor da Lua; e como havia sido influenciada por eles por tanto tempo, tinha poderes milagrosos. Ela desenvolveu um útero mágico, que se abriu um dia para produzir um ovo de pedra do tamanho de uma bola". Quando o vento soprou no ovo, nasceu o Rei Macaco, que, na verdade, é "um macaco de pedra, completo com os cinco sentidos e quatro membros", mas que eventualmente aprende a andar.
Conforme a história de Jornada ao Oeste vai avançando, o Rei Macaco acaba conhecendo outros macacos na Montanha das Flores e Frutas. Isso faz com que eles estabeleçam um lar na Caverna da Cortina de Água.
Em seguida, o Rei Macaco se torna o líder e tudo parece ir bem. Só que a consciência da própria mortalidade cai sobre os ombros do Rei, que diz, em meio a lágrimas: "chegará o tempo em que seremos velhos e fracos, e o submundo será controlado pelo Rei do Inferno. Quando chegar a hora de morrermos, não seremos capazes de continuar vivendo entre os Abençoados, e nossas vidas terão sido em vão". Isso envia Sun Wukong a uma jornada em busca da imortalidade, durante a qual ele encontrará o sábio imortal Puti Zushi, que o aceita como discípulo e começa a ensinar a ele as práticas do taoísmo.
Conforme o Rei Macaco cresce, sua arrogância também aumenta, o que o leva a interceder à burocracia celestial em busca de um lugar ao céu. Só que ele é enganado pelo imperador de Jade. Ele obriga o Rei se adequar à função de Protetor dos Cavalos, o que é uma posição humilde, em sua concepção.
Isso faz com que Sun Wukong resolva travar uma guerra no céu. Ele rouba os pêssegos da vida eterna e entra no Palácio Tushita, onde também rouba as pílulas douradas do elixir da imortalidade.
Por consequência, o Príncipe Li, que comanda o exército celestial, trava uma luta contra o Rei Macaco. Só que Sun Wukong vence seus 100.000 guerreiros celestiais, e seu poder se torna grande demais para o Céu. Por conta disso, ele é aprisionado na Montanha dos Cinco Elementos.
Por fim, a narrativa se volta para a história real do monge budista Xuanzang. Ao ficar preso na montanha, o Rei Macaco reflete sobre suas ações e acaba solto com uma condição: ele deve passar a atuar como guarda-costas do monge budista Tang Sanzang, que é o personagem baseado em Xuanzang.
Neste ponto, a história começa a tratar das viagens de Sun Wukong com Sanzang e outros pecadores em busca de iluminação, lutando contra demônios e monstros. Eles aparecem em Black Myth: Wukong como os poderosos chefes que precisam enfrentar.