Escravidão e horror: como era a vida dos pobres na China Antiga

19/03/2022 às 12:003 min de leitura

A China é considerada uma das quatro civilizações vivas mais antigas da História, com mais de 3 mil anos datados. Ao longo de sua linha do tempo, foram 83 dinastias e 559 imperadores que governaram na antiguidade, sendo a Dinastia Chou a mais longa dinastia chinesa, ficando de 1050 a 256 a.C. no poder.

Foram milhares de guerras por território, envolvendo sempre os maiores e mais tecnologicamente avançados exércitos do mundo antigo. Os chineses iam à guerra com carruagens, cavalaria, espadas, arcos e bestas.

Sempre ameaçando expandir suas fronteiras, incapaz de conter o próprio crescimento, a China sempre foi considerada um mistério para o mundo ocidental, principalmente por seu leque cultural imenso, combinado de tantas tradições que se torna confuso determinar o que influenciou o que. Afinal, existem mais de 50 grupos étnicos oficialmente reconhecidos na China, ainda que os chineses "han" sejam a maioria da população.

Entretanto, se tem algo que a História soube pontuar é que a vida para os chineses que eram a base da sociedade, ou seja, os pobres, nunca foi fácil, principalmente durante a antiguidade.

Uma era mortal para as mulheres

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Uma vez que a figura masculina era tida como a responsável por prover à família, bem como cuidar dos pais depois que ficassem velhos, as mulheres foram sistematicamente rejeitadas na China antiga.

Naquela época, já era difícil alguém sobreviver até a idade adulta, devido à quantidade de doenças letais, como sarampo, varíola, escarlatina e cólera. Em adição a esses fatores, havia também as condições de trabalho mortais e a má nutrição. Foi nesse cenário nocivo que a desvalorização das crianças do sexo feminino prosperou na sociedade chinesa daquele tempo, bem como a taxa de mortalidade.

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Os pais esperavam que suas filhas morressem, então não se preocupavam em cuidar delas, inclusive, era aceito pelo governo e sociedade que elas fossem eliminadas, normalmente afogadas logo após o nascimento.

A decisão era tomada pela mãe, muito influenciada pelo marido, que poderia assassinar a própria filha ou optar por outros métodos tão cruéis quanto, como o abandono em algum lugar remoto fora da aldeia ou comunidade em que havia nascido. Era permitido que outra família levasse a criança para casa nesses casos, mas não porque desejava criá-la, mas sim para vendê-la como escrava.

O desprezo pelos pobres

(Fonte: Amazonws/Reprodução)(Fonte: Amazonws/Reprodução)

A China antiga foi construída sobre as costas da servidão, e isso é um dos traços mais marcantes de sua história, que estendeu raízes até na modernidade, refletindo na dinâmica de trabalho, muito bem exemplificada nas cargas horárias e no peso da industrialização que suga a vida de milhares de chineses por ano.

Em uma época em que as classes sociais eram muito bem definidas, os camponeses eram considerados a escória, ainda que fossem os responsáveis por proverem às outras quatro classes sociais distintas, por meio de mão de obra e agricultura.

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Os comerciantes, que não produziam nada, constituíam então a base da pirâmide social, ou seja, atuando como intermediários aos camponeses, que sequer faziam parte dela. Quem estava nessa posição só tinha a chance de ascender se obtivesse um cargo no serviço público, o que acontecia através dos impossíveis Exames Imperiais.

Os comerciantes e camponeses jamais podiam interagir com pessoas que não fossem da sua classe, tampouco ter algum tipo de relacionamento amoroso — ainda que as jovens fossem constantemente convertidas a concubinas dos homens ricos. Eles também eram proibidos de usar tecidos valorizados, como a seda, ou andarem de carruagem pelas ruas.

A escravidão além da morte

(Fonte: Universal History Archive/Getty Images)(Fonte: Universal History Archive/Getty Images)

A escravidão na China antiga também era servidão, visto que os escravos se mantinham fiéis aos seus mestres até após a morte, em que se acreditava que continuariam o trabalho. Inclusive, de acordo com alguns registros históricos perturbadores, muitos deles chegaram a ser enterrados vivos com seus donos, quando esses requisitavam previamente.

Foi só durante o reinado da dinastia Ming, que governou a China de 1368 a 1644, que começaram os esforços para controlar e limitar a rede de escravidão. Contudo, a prática ainda era muito extensa, principalmente nas áreas remotas, ainda mais porque a nação estava em constante expansão. A escravidão continuou com relativa abertura até a Segunda Guerra Mundial, e depois se tornou algo praticado às escuras.

Na China antiga, os homens foram os mais comercializados devido à mão de obra que poderiam fornecer aos seus donos. Para integrarem o sistema de exploração, eles podiam ser roubados de famílias, inimigos ou prisioneiros de guerra. Sua escravidão estava sujeita a uma severa disciplina, incluindo execução imediata por qualquer mínima transgressão, como não deixar um ambiente com rapidez o suficiente quando ordenado.

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