Imagem de Pânico de 1873: a primeira crise econômica da história dos EUA no megacurioso

Conhecida como Longa Depressão, a crise teve efeitos que mudaram o curso da narrativa americana

A maioria das pessoas conhece a Grande Depress&atilde;o de 1929 como a maior pela qual os Estados Unidos (EUA) j&aacute; passaram, que foi o resultado direto da "quebra" da Bolsa de Valores de Nova York, tendo consequ&ecirc;ncias catastr&oacute;ficas para os cen&aacute;rios sociopol&iacute;tico e econ&ocirc;mico do pa&iacute;s por muitos anos.
Por&eacute;m, essa crise financeira n&atilde;o foi a &uacute;nica. O P&acirc;nico de 1873 teve um efeito imenso na sociedade do s&eacute;culo XIX e em todo o norte global devido &agrave; economia de entrela&ccedil;amento. Essa&nbsp;crise tamb&eacute;m "arrastou" seus preju&iacute;zos em dire&ccedil;&atilde;o a alguns pa&iacute;ses da Europa ao longo da d&eacute;cada de 1870.
<h2>O come&ccedil;o do p&acirc;nico &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/18/18210139422005.jpg" alt="(Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Jay Cooke &amp; Company, na Filad&eacute;lfia, era considerado o maior banco da &eacute;poca, respons&aacute;vel por financiar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119209-caso-dred-scott-a-decisao-que-impulsionou-a-guerra-civil-americana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Civil Americana</a> e os esfor&ccedil;os da Uni&atilde;o com t&iacute;tulos federais. No p&oacute;s-guerra, eles financiaram a constru&ccedil;&atilde;o de ferrovias e outros empreendimentos pelo pa&iacute;s.
Quando a ferrovia transcontinental Union Pacific ficou pronta, em meados de 1869, o poderio empresarial e o governo encomendaram outra, a Northern Pacific. O banco tentou levantar o dinheiro para a produ&ccedil;&atilde;o do novo empreendimento por meio de investidores, por&eacute;m perceberam que a quantidade de investimentos feitos culminou em um beco que levava apenas &agrave; fal&ecirc;ncia.&nbsp;
Em 18 de setembro de 1873, o Jay Cooke &amp; Co. suspendeu todos os dep&oacute;sitos e, com isso, o p&acirc;nico se instalou pelo pa&iacute;s.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/18/18210252594006.jpg" alt="(Fonte: Fine Art America/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Fine Art America/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os demais bancos foram os primeiros a colapsarem com o n&uacute;mero de pessoas querendo sacar o pr&oacute;prio dinheiro de uma s&oacute; vez, temendo fal&ecirc;ncias banc&aacute;rias. Ent&atilde;o, as institui&ccedil;&otilde;es come&ccedil;aram a ficar com pouco dinheiro "em m&atilde;os", e os empres&aacute;rios foram for&ccedil;ados a pedir empr&eacute;stimos comerciais, criando uma espiral descendente de crise econ&ocirc;mica. No dia seguinte, os jornais j&aacute; anunciavam de maneira ainda t&iacute;mida e temerosa a iminente derrocada banc&aacute;ria com o fechamento das portas do Jay Cooke &amp; Co.
Com isso, muitas pessoas na Bolsa de Valores de Nova York passaram a vender suas a&ccedil;&otilde;es para tentar preservar o dinheiro que tinham, mas s&oacute; conseguiram se proteger do preju&iacute;zo porque chegaram cedo no local, porque os demais n&atilde;o tiveram tanta sorte e se viram falidos quando alcan&ccedil;aram a entrada da institui&ccedil;&atilde;o.
Em 20 de setembro de 1873, a Bolsa de Valores&nbsp;de Nova York fechou pela 1&ordf; vez na hist&oacute;ria, em uma tentativa de impedir que as pessoas vendessem suas a&ccedil;&otilde;es, bem como impedir que outras tirassem proveito daquele p&acirc;nico generalizado.
<h2>A cat&aacute;strofe</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/18/18210403437008.jpg" alt="(Fonte: Brewminate/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Brewminate/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As portas da bolsa de valores ficaram fechadas por 10 dias, por&eacute;m o estrago da depress&atilde;o econ&ocirc;mica durou 6 anos. Segundo o Liberty Street Economics, a crise foi t&atilde;o severa que foi chamada "Grande Depress&atilde;o" na &eacute;poca, antes de ser substitu&iacute;da pela crise da d&eacute;cada de 1930. Atualmente, o P&acirc;nico de 1873 &eacute; conhecido como "Longa Depress&atilde;o".
No final daquele derradeiro ano de 1873, 101 bancos dos EUA faliram, e o n&uacute;mero continuou aumentando at&eacute; 1879, com a queda de empresas consolidadas e aquelas em ascens&atilde;o. Estima-se que entre 18 e 28 mil pessoas ficaram sem nada como resultado da crise. Apenas os multimilion&aacute;rios prosperaram durante esses tempos sombrios, podendo comprar a "pre&ccedil;o de banana" os investimentos e as propriedades de seus concorrentes.
Depois que as a&ccedil;&otilde;es da ferrovia North Pacific Railroad foram incapazes de atender &agrave;s expectativas irreais dos investidores, as demais ferroviais seguiram o mesmo caminho por todo o pa&iacute;s.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/18/18210533312010.jpg" alt="(Fonte: Fine Art America/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Fine Art America/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;O p&acirc;nico foi principalmente um problema das ferrovias&rdquo;, salientou Simon Cordery, autor de The Iron Road in the Prairie State: The Story of Illinois Railroading. S&oacute; entre setembro de 1873 e dezembro de 1874, mais de 100 empresas ferrovi&aacute;rias faliram, impactando em um quarto da rede f&eacute;rrea de todo o pa&iacute;s.
O resultado foi a Grande Greve Ferrovi&aacute;ria de 1877, que reuniu mais de 100 mil trabalhadores for&ccedil;ados a turnos desumanos de trabalho, viola&ccedil;&otilde;es contratuais e cortes salariais absurdos. Apesar de a maior greve ferrovi&aacute;ria da hist&oacute;ria ter sido um fracasso, ela abriu caminho para o aumento na filia&ccedil;&atilde;o sindical e preparou o terreno para futuras reformas trabalhistas da d&eacute;cada de 1880.
<h2>Ref&eacute;ns da crise</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/18/18210817000011.jpg" alt="(Fonte: Business Insider/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Business Insider/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Conforme as estat&iacute;sticas da PBS, o fechamento de milhares de empresas rendeu uma subida de 14% no &iacute;ndice de desempregos, alcan&ccedil;ando o pico em 1877, com 27%.
A Longa Depress&atilde;o prejudicou tamb&eacute;m a era da reconstru&ccedil;&atilde;o ap&oacute;s a Guerra de Secess&atilde;o. A fal&ecirc;ncia do banco Freedmen&rsquo;s Saving Bank, em Virg&iacute;nia, arrasou os fundos coletivos de v&aacute;rias organiza&ccedil;&otilde;es de bem-estar social, como sindicatos, al&eacute;m das contas individuais dos negros da cidade de Richmond.
No &acirc;mbito social, o golpe mais fatal do P&acirc;nico de 1873 foi com o racismo, esquecido pelos pol&iacute;ticos que preferiram se concentrar nas quest&otilde;es econ&ocirc;micas do pa&iacute;s. Isso fez muitos residentes endividados do Sul culparem os negros pelo colapso econ&ocirc;mico, levando os supremacistas brancos a reintroduzirem as fronteiras raciais com for&ccedil;a total.
E, enquanto o pa&iacute;s "desabava em chamas", os negros eram enforcados em pra&ccedil;a p&uacute;blica, como em uma a&ccedil;&atilde;o conjunta e social de expurgo, porque o &oacute;dio e a ignor&acirc;ncia falaram mais alto.

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Pânico de 1873: a primeira crise econômica da história dos EUA

Imagem de Qual o impacto positivo da pirataria na sociedade? no megacurioso

Apesar de maléfico e danoso para os produtores de conteúdo, pirataria ocasiona aumento das taxas de alfabetização e acesso à cultura

Ir ao cinema todos os finais de semana e pagar caro por um ingresso n&atilde;o &eacute; exatamente uma realidade que todos os brasileiros podem se identificar. Por esse motivo, n&atilde;o &eacute; nada extraordin&aacute;rio encontrar usu&aacute;rios na internet buscando por maneiras de burlar o sistema e desfrutar desses conte&uacute;dos sem pagar um centavo.
Isso vale n&atilde;o s&oacute; para o cinema, como tamb&eacute;m para a m&uacute;sica, transmiss&otilde;es esportivas ou qualquer tipo de entretenimento. Enquanto a pirataria &eacute; algo duramente combatido pelos grandes est&uacute;dios e emissoras, ela tamb&eacute;m apresenta um lado &ldquo;bom&rdquo;: a democratiza&ccedil;&atilde;o do conte&uacute;do.
<h2>Pirataria e lei</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13104833684104.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Segundo o C&oacute;digo Penal brasileiro, &ldquo;a reprodu&ccedil;&atilde;o total ou parcial do trabalho de outra pessoa visando obter lucro direto ou indireto sobre ele, sem a autoriza&ccedil;&atilde;o pr&eacute;via do autor, &eacute; considerado crime&rdquo;. Isso n&atilde;o significa, no entanto, que todos os consumidores de <a href="https://www.megacurioso.com.br/internet/102177-menos-da-metade-dos-usuarios-de-pirataria-sabe-os-danos-causados-por-isso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pirataria</a> devam ser taxados como criminosos, visto que o assunto exige uma discuss&atilde;o mais profunda a respeito.&nbsp;
Sobretudo em na&ccedil;&otilde;es em desenvolvimento, a pirataria pode se mostrar uma verdadeira incentivadora da educa&ccedil;&atilde;o. Entre 2000 e 2010, o Instituto Africano de Governan&ccedil;a analisou 11 pa&iacute;ses da &Aacute;frica para identificar de que forma a exist&ecirc;ncia da pirataria havia aumentado os n&iacute;veis de alfabetiza&ccedil;&atilde;o na regi&atilde;o.
O estudo comprovou que todas as na&ccedil;&otilde;es obtiveram um aumento consider&aacute;vel na difus&atilde;o do conhecimento por meio dessas pr&aacute;ticas. Segundo os pesquisadores, pa&iacute;ses que criam legisla&ccedil;&otilde;es muito r&iacute;gidas de prote&ccedil;&atilde;o a direitos autorais arriscam cortar o fluxo de material did&aacute;tico e cultural em seus territ&oacute;rios.
<h2>Acesso ao consumidor</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13104739683100.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Visto que o acesso &agrave;s pr&aacute;ticas culturais s&atilde;o extremamente ben&eacute;ficas para a sociedade e a pirataria se torna uma das maneiras mais simples do p&uacute;blico conseguir participar desse processo, quais s&atilde;o as melhores formas de frear a pirataria em tempos modernos sem prejudicar a popula&ccedil;&atilde;o?
Tendo em vista que a renda m&eacute;dia para o consumo de entretenimento &eacute; baixa, o mercado precisa entender que para lutar contra a pirataria precisar&aacute; reduzir seus pre&ccedil;os, de modo a atingir uma maior camada de pessoas. Esta &eacute; uma tend&ecirc;ncia que vem ocorrendo, por exemplo, por meio das <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/107310-como-as-plataformas-de-streaming-estao-mudando-nosso-jeito-de-assistir-tv.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plataformas de streaming</a>&nbsp;como o Spotify, Deezer, Netflix, Amazon Prime, HBO+, etc.&nbsp;
Com mensalidades mais baixas, esses produtos evitam que a popula&ccedil;&atilde;o tenha que gastar 20% de um sal&aacute;rio-m&iacute;nimo para consumir entretenimento e ainda aumentam o alcance dos produtores. Esse caminho pode ser especialmente importante para bandas independentes, que encontram uma sa&iacute;da para continuar atraindo novos ouvintes sem necessariamente ter que vender CDs nas lojas.
<h2>Riscos da pirataria</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13104720527096.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Mesmo com alguns benef&iacute;cios que citamos aqui, n&atilde;o podemos esconder que uma parcela do que acontece no mundo da pirataria &eacute; extremamente danosa para a sociedade. O pirateamento de produtos de luxo, como bolsas, sapatos e rel&oacute;gios, est&aacute; constantemente associado ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/policia/100075-confira-15-imagens-sinistras-da-guerra-contra-o-trafico-de-drogas-no-mexico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tr&aacute;fico de drogas</a> e armas.
Al&eacute;m de virem com uma qualidade inferior ou at&eacute; mesmo com subst&acirc;ncias danosas em sua composi&ccedil;&atilde;o, esses produtos tamb&eacute;m se tornam mal&eacute;ficos para a sa&uacute;de financeira do pa&iacute;s. Por n&atilde;o serem taxados em sua importa&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o geram nenhum tipo de receita por impostos que seriam usados para a manuten&ccedil;&atilde;o de direitos p&uacute;blicos.
Nesse caso, o direito ao lucro do produtor deixa de ser a &uacute;nica coisa em risco e a popula&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m passa a ser v&iacute;tima direta da pirataria. Portanto, &eacute; necess&aacute;rio que a nossa sociedade encontre formas de democratizar e viabilizar o acesso ao consumo cultural e informativo sem que esse processo seja danoso para o desenvolvimento social e financeiro do pa&iacute;s.&nbsp;

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Qual o impacto positivo da pirataria na sociedade?

Imagem de O curioso caso da moeda de US$ 1 trilhão e o problema de imprimir dinheiro no megacurioso

Imprimir dinheiro sempre é uma péssima saída para um governo endividado — mas é isso que os EUA vão fazer com uma moeda trilionária

Recentemente, os brasileiros conheceram a nota de R$ 200 &mdash; <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116008-achou-a-nota-de-r-200-alta-conheca-a-de-100-trilhoes-de-dolares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que n&atilde;o &eacute;, nem de longe, a mais alta que existe no mundo</a>. Por&eacute;m, os americanos podem acabar conhecendo uma moeda de 1 trilh&atilde;o de d&oacute;lares.&nbsp;Isso mesmo: 1 trilh&atilde;o ou 1 000 000 000 000, com 12 zeros em uma moeda.&nbsp;
Ela seria produzida, depositada no Federal Reserve (o banco central americano) e usada somente para pagar d&iacute;vidas do governo. Mas a&iacute; que fica a d&uacute;vida: se imprimir dinheiro pode <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108970-qual-foi-o-pior-caso-de-hiperinflacao-da-historia-dica-nao-e-a-venezuela.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">causar infla&ccedil;&atilde;o</a>, porque o pa&iacute;s mais capitalista do mundo est&aacute; pensando em fazer isso?&nbsp;Pol&iacute;tica, meus amigos. A gente vai tentar explicar essa hist&oacute;ria bizarra para voc&ecirc;s.&nbsp;
<h2>O problema da d&iacute;vida</h2>
Para entender como essa hist&oacute;ria de "moeda de US$ 1 trilh&atilde;o" surgiu, &eacute; preciso dar alguns passos para tr&aacute;s e explicar o problema do teto da d&iacute;vida do governo dos EUA.&nbsp;
Como em diversos pa&iacute;ses, o governo dos EUA "empresta" dinheiro gerando t&iacute;tulos de d&iacute;vida p&uacute;blica, recebendo US$ 1 de investidores, e promete pagar US$ 1,10 quando esse t&iacute;tulo vencer, por exemplo. Quando n&atilde;o h&aacute; grana no caixa, &eacute; s&oacute; emitir mais t&iacute;tulos com validade maior, pagando juros maiores. Simples, n&eacute;?
O problema &eacute; que n&atilde;o d&aacute; para emitir t&iacute;tulos para sempre, pelo menos n&atilde;o nos Estados Unidos (EUA). L&aacute;, uma lei de 1959 criou um teto para a d&iacute;vida p&uacute;blica, que atualmente &eacute; de US$ 28,4 trilh&otilde;es.&nbsp;
O governo est&aacute; quase chegando nesse limite &mdash; e corre o risco de ficar sem dinheiro a partir de 18 de outubro. Isso seria uma cat&aacute;strofe para os cidad&atilde;os, que ficariam sem diversos servi&ccedil;os at&eacute; as contas do governo assentarem. Segundo a revista Fortune, as &uacute;ltimas tr&ecirc;s paralisa&ccedil;&otilde;es do governo dos EUA geraram preju&iacute;zos de, pelo menos, US$ 4 bilh&otilde;es.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15022157977003.jpeg" alt="O problema envolve pol&iacute;tica &mdash; e o Capit&oacute;lio dos EUA. (Imagem: Wikimedia Commons)" />O problema envolve pol&iacute;tica&nbsp; e o Capit&oacute;lio dos EUA. (Imagem: Wikimedia Commons)
<h2>Onde a moeda de 1 trilh&atilde;o entra na hist&oacute;ria?</h2>
Se o governo n&atilde;o pode emitir mais t&iacute;tulos para emprestar dinheiro, ent&atilde;o onde v&atilde;o arranjar mais dinheiro?
Aumentando o teto da d&iacute;vida, &eacute; claro. Segundo a Funda&ccedil;&atilde;o Peter G. Peterson, isso j&aacute; foi feito 87 vezes desde que a lei foi criada, em 1959, sendo 3 s&oacute; no mandato de Donald Trump. S&oacute; que esse aumento do teto da d&iacute;vida precisa ser aprovado pelo Congresso &mdash; e &eacute; a&iacute; que mora o problema. Por mais que os Democratas (partido do atual presidente Biden) sejam a maioria nos votos, os Republicanos (partido de Trump) est&atilde;o dificultando o aumento.
Mas se a oposi&ccedil;&atilde;o n&atilde;o aprova o aumento e a alternativa &eacute; o caos, ser&aacute; que n&atilde;o d&aacute; para imprimir um pouco mais de dinheiro? Nos EUA, n&atilde;o. Cada c&eacute;dula impressa conta como d&iacute;vida para o governo. A n&atilde;o ser que seja uma moeda especial de platina. Isso porque a lei americana permite que o governo cunhe moedas de platina de qualquer valor, sem que esse dinheiro conte como d&iacute;vida. A lei existe para permitir a cria&ccedil;&atilde;o de moedas comemorativas, mas j&aacute; que ela diz "qualquer valor", o governo pode aproveitar essa brecha para botar mais US$ 1 trilh&atilde;o na conta.&nbsp;
"Diz a lenda" que seria fac&iacute;limo fazer a tal moeda de US$ 1 trilh&atilde;o. Em poucas horas, ela estaria pronta, mas ningu&eacute;m quer fazer isso. A manobra, embora dentro da lei, &eacute; apenas um grande truque para tapear um problema real do governo. &Eacute; melhor os republicanos aceitarem subir o teto da d&iacute;vida para que o dinheiro possa ser levantado do jeito certo. At&eacute; porque imprimir dinheiro&nbsp;ou cunhar moedas do nada geralmente &eacute; bem ruim para a economia, sendo um dos principais combust&iacute;veis para a temida infla&ccedil;&atilde;o, <a href="http://v" rel="noopener noreferrer" target="_blank">velha conhecida nossa aqui no Brasil</a>.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15021945384000.png" alt="Exemplo de moeda comemorativa de platina. (Imagem: Wikimedia Commons)" />Exemplo de moeda comemorativa de platina. (Imagem: Wikimedia Commons)
<h2>A impress&atilde;o de dinheiro e a infla&ccedil;&atilde;o</h2>
O problema &eacute; o seguinte: dinheiro s&oacute; vale algo porque as pessoas acham isso e porque pode ser trocado por produtos de que realmente precisamos.&nbsp;Se h&aacute; mais dinheiro circulando sem haver mais itens para comprar, a procura fica maior, e todas as empresas aumentam os pre&ccedil;os dos produtos. Aumenta daqui ou de l&aacute;, e a infla&ccedil;&atilde;o foge do controle.&nbsp;
<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108970-qual-foi-o-pior-caso-de-hiperinflacao-da-historia-dica-nao-e-a-venezuela.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A pior crise de hiperinfla&ccedil;&atilde;o j&aacute; registrada no mundo</a>&nbsp;foi na Hungria, p&oacute;s-Segunda Guerra, e aconteceu justamente porque o governo imprimiu dinheiro descontroladamente. Tinha muito dinheiro "na rua", e cada nota comprava menos produtos. Ent&atilde;o, o governo foi criando c&eacute;dulas de 1 bilh&atilde;o e 1 trilh&atilde;o, que, de um dia para o outro, n&atilde;o valiam mais nada. Chegou ao ponto de a Hungria nem ter mais papel para imprimir dinheiro.
Nesse sentido, por&eacute;m, combinar de n&atilde;o aumentar o pre&ccedil;o de artigos para consumo n&atilde;o adianta, e o Brasil at&eacute; tentou fazer isso com os "Fiscais do Sarney" na d&eacute;cada de 1980, mas n&atilde;o deu nada certo, at&eacute; porque n&atilde;o &eacute; assim que a economia funciona. As crises inflacion&aacute;rias s&oacute; foram superadas com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/economia/44766-20-anos-do-plano-real-veja-10-curiosidades-sobre-a-moeda-nacional.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Plano Real</a>, 14 anos depois.&nbsp;
Al&eacute;m disso, a infla&ccedil;&atilde;o prejudica os pr&oacute;prios t&iacute;tulos da d&iacute;vida p&uacute;blica &mdash; o que nos faz voltar ao problema dos Estados Unidos. Se h&aacute; muita infla&ccedil;&atilde;o, o dinheiro perde valor r&aacute;pido e n&atilde;o vale a pena manter t&iacute;tulos que v&atilde;o pagar uma mixaria daqui a 3 ou 4 anos. Logo, os t&iacute;tulos ficam mais dif&iacute;ceis de vender, at&eacute; porque os investidores perdem confian&ccedil;a no governo. Ent&atilde;o, imprimir dinheiro acaba sendo um "tiro no p&eacute;" em todos os sentidos.
Por esses e outros motivos, a secret&aacute;ria do tesouro dos EUA, Janet Yellen, j&aacute; disse que n&atilde;o quer recorrer &agrave; moeda de US$ 1 trilh&atilde;o para pagar as d&iacute;vidas do governo. Essa solu&ccedil;&atilde;o s&oacute; seria adotada porque a outra alternativa &mdash; "dar um calote" e fechar o governo &mdash; &eacute; ainda pior.&nbsp;

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O curioso caso da moeda de US$ 1 trilhão e o problema de imprimir dinheiro

Imagem de As 7 cidades mais seguras do mundo em 2021 no megacurioso

Conheça as cidades que oferecem as melhores condições de segurança para seus moradores em todas as áreas fundamentais da vida

Com certeza, a seguran&ccedil;a &eacute; uma das partes mais fundamentais para aproveitar a cidade em que se mora ou aquelas para visitar. Pensando nisso, o The Economist classificou as cidades mais seguras do planeta utilizando conceitos de seguran&ccedil;a pessoal, seguran&ccedil;a digital, turismo, sa&uacute;de, meio ambiente e infraestrutura com base em 60 localidades e 76 m&eacute;tricas.
Conhe&ccedil;a as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120086-como-os-ataques-de-11-de-setembro-impactaram-uma-cidadezinha-no-canada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cidades</a> que est&atilde;o no topo do &Iacute;ndice de Cidades Seguras para 2021 e descubra quais s&atilde;o os destinos internacionais com as melhores condi&ccedil;&otilde;es de qualidade de vida para moradores e viajantes.
<h2>7. Wellington, Nova Zel&acirc;ndia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06172214796409.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Wellington, capital da Nova Zel&acirc;ndia, foi a primeira colocada no &iacute;ndice de seguran&ccedil;a ambiental, que avalia as principais rela&ccedil;&otilde;es entre a sociedade e o meio ambiente. Esse crit&eacute;rio refor&ccedil;a a preocupa&ccedil;&atilde;o da cidade em rela&ccedil;&atilde;o a preserva&ccedil;&atilde;o ambiental, gera&ccedil;&atilde;o de res&iacute;duos, fontes de energia renov&aacute;veis e qualidade do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120026-alem-da-respiracao-outras-formas-como-a-poluicao-nos-afeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ar respir&aacute;vel</a>, al&eacute;m de incluir crit&eacute;rios sobre proje&ccedil;&otilde;es futuras envolvendo sustentabilidade.
<h2>6. Amsterd&atilde;, Holanda</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06171842640406.jpg" alt="(Fonte: iStock / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: iStock/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Amsterd&atilde;, na Holanda, destaca-se por estar entre as melhores cidades nos conceitos de seguran&ccedil;a digital, pessoal e tur&iacute;stica. A regi&atilde;o, que hoje abriga pouco mais de 820 mil habitantes, &eacute; um dos grandes centros portu&aacute;rios da Europa, perdendo apenas para Copenhague, na Dinamarca. No quesito seguran&ccedil;a pessoal, refor&ccedil;a a import&acirc;ncia de apresentar &Iacute;ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) positivo, de 0,89, como resultado de for&ccedil;as de seguran&ccedil;a bem treinadas e qualidade e transpar&ecirc;ncia do sistema judici&aacute;rio.
<h2>5. T&oacute;quio, Jap&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06171621858405.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Shutterstock/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
T&oacute;quio &eacute; refer&ecirc;ncia internacional na &aacute;rea de sa&uacute;de e provou, principalmente durante a pandemia de covid-19, que sua equipe de m&eacute;dicos e especialistas est&aacute; pronta para contornar crises sanit&aacute;rias com excel&ecirc;ncia. Em rela&ccedil;&atilde;o a acesso, infraestrutura e outros aspectos relevantes na sa&uacute;de, a cidade ocupa o topo do ranking, tamb&eacute;m sendo citada entre as melhores em desenvolvimento urbano e seguran&ccedil;a tur&iacute;stica para interc&acirc;mbio.
<h2>4. Sydney, Austr&aacute;lia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06171354093402.jpg" alt="(Fonte: Kensington Tours / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Kensington Tours/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Sydney, na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118984-diabo-da-tasmania-filhotes-nascem-na-australia-apos-3-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Austr&aacute;lia</a>, &eacute; um dos destinos mais procurados por viajantes de todo o planeta. N&atilde;o &agrave; toa a cidade atinge os melhores &iacute;ndices positivos em quase todos os quesitos de seguran&ccedil;a. &Eacute; tamb&eacute;m refer&ecirc;ncia em sa&uacute;de, infraestrutura, turismo e, principalmente, seguran&ccedil;a digital, categoria em que ocupa o primeiro lugar ao garantir acesso a internet, seguran&ccedil;a cibern&eacute;tica para os usu&aacute;rios e respeito &agrave; privacidade de dados.
<h2>3. Cingapura</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06171059452400.jpg" alt="(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A cidade-pa&iacute;s Cingapura &eacute; a terceira cidade mais segura do mundo e est&aacute; entre as tr&ecirc;s maiores em interc&acirc;mbio, seguran&ccedil;a digital, futurismo, infraestrutura e sa&uacute;de. Isso se deve a uma s&eacute;rie de investimentos importantes que v&ecirc;m sendo realizados na regi&atilde;o nos &uacute;ltimos anos, algo que a colocou na segunda posi&ccedil;&atilde;o no ranking dos lugares mais f&aacute;ceis para se fazer neg&oacute;cios do Banco Mundial. Cingapura tamb&eacute;m tem o quarto maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do planeta, atr&aacute;s apenas de Catar, Luxemburgo e Macau.
<h2>2. Toronto, Canad&aacute;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06170644780396.jpg" alt="(Fonte: Adobe Stock / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Adobe Stock/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Al&eacute;m de estar nos destaques de sa&uacute;de, infraestrutura, seguran&ccedil;a pessoal, seguran&ccedil;a ambiental e interc&acirc;mbio, Toronto, no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106590-8-fatos-que-descrevem-com-perfeicao-como-e-viver-no-canada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Canad&aacute;</a>, &eacute; o destino americano preferido de alunos e professores, segundo os membros da operadora de turismo da Associa&ccedil;&atilde;o Estudantil e de Viagens para Jovens. De acordo com o relat&oacute;rio de 2018, os &iacute;ndices de seguran&ccedil;a tornam a cidade o melhor local da Am&eacute;rica do Norte para sediar congressos e eventos, batendo recordes anuais nos &iacute;ndices de visitantes.
<h2>1. Copenhague, Dinamarca</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06170441764395.jpg" alt="(Fonte: Azamara / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Azamara/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com notas altas em seguran&ccedil;a digital, seguran&ccedil;a pessoal e infraestrutura, a capital dinamarquesa, Copenhague, foi anunciada como a cidade mais segura do mundo, sendo destaque pelo sistema de leis e pela qualidade do trabalho dos &oacute;rg&atilde;os de seguran&ccedil;a. O topo do p&oacute;dio foi motivado pelo baixo &iacute;ndice de criminalidade, que atingiu os menores valores da &uacute;ltima d&eacute;cada, pela grande coes&atilde;o social e pelas lacunas financeiras relativamente estreitas.

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As 7 cidades mais seguras do mundo em 2021

Imagem de Por que mulheres ricas furtavam roupas na Era Vitoriana? no megacurioso

Com o aumento da cultura do consumismo e busca por imposição social, mulheres britânicas tinham o hábito de roubar lojas

Durante o s&eacute;culo XVIII, uma epidemia tomou conta das ruas no Reino Unido. Com o crescimento das ind&uacute;strias, a produ&ccedil;&atilde;o em massa e a expans&atilde;o das lojas e com&eacute;rcios, o n&uacute;mero de furtos cresceu vertiginosamente por todas as pra&ccedil;as. O problema, por&eacute;m, &eacute; que boa parte dos respons&aacute;veis n&atilde;o eram pessoas necessitadas.
Nessa &eacute;poca da sociedade, o consumismo se estabelecia cada vez mais como uma tend&ecirc;ncia entre aqueles com maior poder aquisitivo e ostentar era mais uma forma de mostrar seu lugar social. Por conta disso, n&atilde;o eram raros os casos de mulheres de fam&iacute;lias ricas furtando <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115045-vitimas-da-moda-as-roupas-assassinas-da-era-vitoriana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">roupas</a> durante a Era Vitoriana.
<h2>Apari&ccedil;&atilde;o de grandes lojas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/11/11115740465091.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Em meados do s&eacute;culo XIX, lojas de departamentos come&ccedil;aram a pipocar por v&aacute;rios cantos da Gr&atilde;-Bretanha. O que antes necessitava de uma pesquisa pelo bairro para adquirir, agora poderia ser feito no mesmo lugar. A ideia era o preceito do que hoje conhecemos como&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/lugares-surpreendentes/43302-conheca-os-13-shoppings-mais-incriveis-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">shopping centers</a>.&nbsp;
Portanto, pela primeira vez na hist&oacute;ria as pessoas poderiam ir para um pr&eacute;dio de cinco andares para comprar um &uacute;nico item e serem for&ccedil;adas a passar por diversos outros produtos no meio do caminho. N&atilde;o demorou muito para que consumir se tornasse um sin&ocirc;nimo de poder aquisitivo e a necessidade deixasse de ser regra.
Por esse motivo, parte dos furtos durante a Era Vitoriana ocorriam principalmente entre mulheres por volta dos 30 anos e casadas, conforme descreve o livro Shoplifting&nbsp;(2018), de Shelley Tickell. Mesmo assim, era mais comum que as pequenas lojas fossem alvo de crimes do que os luxuosos novos com&eacute;rcios.
O principal motivo para isso era porque esses locais despertavam menos aten&ccedil;&atilde;o de terceiros e a familiaridade com os vendedores permitia aos &ldquo;clientes&rdquo; roubarem pe&ccedil;as sem serem notados enquanto isso.
<h2>Moda feminina</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/11/11120155371093.jpg" alt="(Fonte: Lewis Walpole Library)" />(Fonte: Lewis Walpole Library)
Mas se boa parte das <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/108310-8-caracteristicas-que-ladroes-nao-gostam-em-carros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ladras</a> vinha de fam&iacute;lias ricas, por que esses crimes aconteciam? Nesse per&iacute;odo da hist&oacute;ria, a disparidade entre classes era menos brutal do que acontece atualmente. Portanto, mulheres mais abastadas financeiramente ainda tinham obriga&ccedil;&otilde;es com a fam&iacute;lia para cumprir e os sal&aacute;rios ainda eram relativamente baixos &mdash; especialmente para aquelas classificadas como classe m&eacute;dia.
Roubar algo que voc&ecirc; poderia comprar se tornou algo t&atilde;o comum nessa regi&atilde;o que pela primeira vez na hist&oacute;ria essas mulheres foram chamadas de &ldquo;cleptoman&iacute;acas&rdquo; &mdash; v&iacute;timas de uma condi&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica e da sociedade consumista em vez de criminosas convictas.
A <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/98013-deu-tilt-mulher-vira-cleptomaniaca-depois-de-complicacoes-durante-plastica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cleptomania</a> foi rapidamente entendida como uma condi&ccedil;&atilde;o inerentemente feminina, prova de instabilidade e inferioridade. Entretanto, esse era um r&oacute;tulo utilizado somente entre as classes mais altas para que essas mulheres com status social n&atilde;o fossem simplesmente chamadas de ladras, enquanto a parcela da popula&ccedil;&atilde;o mais pobre continuaria sendo marginalizada.
<h2>Feminilidade no crime</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/11/11120424387095.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Em geral, a origem do termo cleptomania tornou-se um amuleto para o machismo e para o classicismo. Homens tamb&eacute;m eram vistos furtando lojas, mas s&oacute; eram descritos como cleptoman&iacute;acos quando sofriam um trauma na cabe&ccedil;a ou de algum tipo de doen&ccedil;a, enquanto isso era algo inerente as mulheres.
Entretanto, a participa&ccedil;&atilde;o de mulheres no roubo de lojas pode ser explicada por dois fatores importantes. Em primeiro lugar, o aparato de vestimenta feminino tornava muito mais f&aacute;cil esconder coisas de dentro de um com&eacute;rcio do que as simples cal&ccedil;as usadas pelo p&uacute;blico feminino. Por esse motivo, elas apresentavam maior taxa de sucesso.
Al&eacute;m disso, a maioria das lojas de departamento e espa&ccedil;os de moda eram vistos pela sociedade como ambientes exclusivamente femininos, o que permitia com que as ladras se misturassem com facilidade. Isso fez com que uma pequena parcela da popula&ccedil;&atilde;o feminina na Era Vitoriana at&eacute; mesmo se especializasse na arte do crime e repetissem esses atos com o incentivo de sentirem adrenalina pela possibilidade de serem pegas.
Conclus&atilde;o: furtar n&atilde;o era uma quest&atilde;o &uacute;nica de necessidade, mas tamb&eacute;m de afirma&ccedil;&atilde;o social, imposi&ccedil;&atilde;o de valores, desejo de autoafirma&ccedil;&atilde;o e vontade de correr riscos.

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Por que mulheres ricas furtavam roupas na Era Vitoriana?

Imagem de Por que é tão difícil inserir o "plus size" na moda? no megacurioso

Criar uma moda plus size é mais caro e exige mais tempo

O site de com&eacute;rcio eletr&ocirc;nico Wish.com tem sido alvo de muitas cr&iacute;ticas ap&oacute;s anunciar alguns produtos voltados para a moda <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116741-e-se-as-princesas-disney-fossem-mulheres-plus-size.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plus size</a>, mas usando modelos magras. Nas imagens do an&uacute;ncio, as modelos aparecem esticando at&eacute; o rosto uma meia-cal&ccedil;a grande, o que parece uma tentativa de evidenciar o tamanho da pe&ccedil;a.
<blockquote class="twitter-tweet">
same energy <a href="https://t.co/VEVkXp42YY">pic.twitter.com/VEVkXp42YY</a>
&mdash; giovanna ?? (@giparisan) <a href="https://twitter.com/giparisan/status/1444819280927858688?ref_src=twsrc%5Etfw">October 4, 2021</a></blockquote>
Em outra foto da Wish.com &mdash; que comercializa produtos de baixo custo de fabricantes chineses diretamente para consumidores &mdash;, a modelo surge vestida com uma calcinha de tamanho superior e utiliza os bra&ccedil;os para mostrar qu&atilde;o larga ela pode ser.
<blockquote class="twitter-tweet">
o an&uacute;ncio fala que a modelo est&aacute; vestindo a calcinha plus size e as fotos s&atilde;o assim????????????????????????????????????????????????????????????????????////////// <a href="https://t.co/ZNX850591j">pic.twitter.com/ZNX850591j</a>
&mdash; obrigada pelo &aacute;lbum kanye west (@itsmekarmarin) <a href="https://twitter.com/itsmekarmarin/status/1444485913212596224?ref_src=twsrc%5Etfw">October 3, 2021</a></blockquote>
No Twitter, usu&aacute;rios repreendem a atitude do site e criticam a empresa. Apesar de ser um exemplo &agrave; parte, n&atilde;o &eacute; a primeira vez que a moda &eacute; alvo de julgamento por isso. Em pleno s&eacute;culo XXI, mulheres com manequim acima de 46 t&ecirc;m dificuldades em encontrar modelos que as representem e roupas que as vistam bem.
<script src="https://platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script>

<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/05/05110650532158.jpg" alt="A demanda por modelos plus size fica cada vez maior. (Fonte: RF._.studio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />A demanda por modelos plus size fica cada vez maior. (Fonte: RF_studio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Mais caro e mais tempo</h2>
Situa&ccedil;&otilde;es como essas nos fazem questionar por que o mercado da moda &eacute; t&atilde;o resistente &agrave; moda plus size. A resposta que o mercado d&aacute; &eacute; com rela&ccedil;&atilde;o aos custos elevados e o consumo do tempo para desenvolver roupas de medidas t&atilde;o diferentes com as quais est&aacute; acostumado.&nbsp;
Os modelos &ldquo;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106617-relembre-os-padroes-de-beleza-feminina-e-masculina-de-cada-decada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">padr&otilde;es</a>&rdquo; &mdash; do 36 ao 44 &mdash; j&aacute; t&ecirc;m uma modelagem de corte pronta que pode ser usada para fazer v&aacute;rios tamanhos, mas existem dimens&otilde;es que n&atilde;o s&atilde;o poss&iacute;veis de serem contempladas nesse modelo, como &eacute; o caso dos n&uacute;meros considerados plus size.
A mudan&ccedil;a da prototipagem precisaria ser significativa para atender esse p&uacute;blico, o que para o mercado n&atilde;o vale a pena.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/05/05105503750145.jpg" alt="A moda ainda &eacute; pouco inclusiva quando se trata sobre plus size. (Fonte: Shvets Production/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />A moda ainda &eacute; pouco inclusiva quando se trata de plus size. (Fonte: Shvets Production/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Uma luta contra o mercado</h2>
H&aacute; poucos modelistas no mercado que est&atilde;o dispostos e sabem cortar roupas plus size. Isso porque o processo de desenvolvimento de um novo modelo e da pr&oacute;pria produ&ccedil;&atilde;o da pe&ccedil;a &eacute; trabalhoso.&nbsp;
N&atilde;o basta aumentar a numera&ccedil;&atilde;o da vestimenta para que a pe&ccedil;a fique bem no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119762-6-mitos-e-verdades-sobre-o-efeito-do-salto-alto-no-corpo-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corpo</a>, &eacute; preciso investir em costura dupla e maior prote&ccedil;&atilde;o entre as coxas e embaixo do bra&ccedil;o, por exemplo. Isso significa investimento e poucas s&atilde;o as confec&ccedil;&otilde;es que aceitam sair de um mercado j&aacute; consolidado e criar&nbsp; modelagens.
Apesar de existirem confec&ccedil;&otilde;es que disponibilizam op&ccedil;&otilde;es plus size, elas tamb&eacute;m t&ecirc;m um n&uacute;mero finito de tamanhos. Geralmente, optam por desenvolver tamanhos maiores para atender os diversos tamanhos grandes.
Ao fazer isso, as marcas podem oferecer uma variedade maior de tamanho de roupas que contemple tipos de corpos diferentes, de v&aacute;rios aspectos e tamanhos grandes. Mesmo assim, ainda existe uma grande limita&ccedil;&atilde;o nesse mercado.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/05/05110053188153.jpg" alt="As confec&ccedil;&otilde;es n&atilde;o querem arriscar entrar em um novo mercado. (Fonte: Shvets Production: Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />As confec&ccedil;&otilde;es n&atilde;o querem arriscar entrar em um novo mercado. (Fonte: Shvets Production/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>O mercado est&aacute; mudando</h2>
Apesar de ainda existirem exemplos como o da Wish.com, o mercado &mdash; mesmo que em passos lentos &mdash; vem mudando. Atualmente, marcas internacionais, como Torrid, Girlfriend Collective, Wray NYC e Universal Standard, t&ecirc;m usado modelos que representam toda a gama de tamanhos grandes. Elas tamb&eacute;m est&atilde;o mais preocupadas em desenvolver roupas que se adaptam melhor a esse p&uacute;blico.
Isso acontece porque a ind&uacute;stria da <a href="https://www.megacurioso.com.br/moda/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">moda</a> tem visto grandes oportunidades nesse meio. H&aacute; cada vez mais demanda do p&uacute;blico plus size e poucas empresas que oferecem roupas que atendam numera&ccedil;&otilde;es acima de 46.
S&oacute; nos Estados Unidos as roupas de tamanhos grandes representam hoje um mercado de US$ 17,5 bilh&otilde;es. No Brasil, de acordo com informa&ccedil;&otilde;es da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira do Vestu&aacute;rio (Abravest), esse mercado registra um movimento de mais de R$ 7 bilh&otilde;es. E a tend&ecirc;ncia &eacute; que esse n&uacute;mero aumente nos pr&oacute;ximos anos.

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Por que é tão difícil inserir o 'plus size' na moda?

Imagem de 'Povo Toupeira': as pessoas que moram nos esgotos de Las Vegas no megacurioso

Marginalizados pela sociedade, o 'Povo Toupeira' consiste em mais de mil cidadãos que sofrem com o escuro, falta de segurança e miséria no subsolo

H&aacute; quase 20 anos, mais de mil norte-americanos se abrigam nas instala&ccedil;&otilde;es de uma rede de esgoto fundada na d&eacute;cada de 1990 na cidade de Las Vegas. Conhecido como &ldquo;Povo Toupeira&rdquo;, as pessoas que perderam seu caminho enquanto viviam na superf&iacute;cie ocupam o subsolo em busca de um lar, &agrave; medida que enfrentam problemas como escurid&atilde;o, falta de seguran&ccedil;a e medo constante do despejo.
Constru&iacute;da pela empresa Hydro Conduit Corporation, a rede de esgotos consiste em um t&uacute;nel de drenagem projetado para proteger o destino tur&iacute;stico das mais violentas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119765-populacao-atingida-por-enchentes-aumenta-24-desde-o-final-de-2020.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">enchentes</a>. O plano da companhia era fabricar uma se&ccedil;&atilde;o de 1,6 mil quil&ocirc;metros de extens&atilde;o para ser conclu&iacute;da em at&eacute; 25 anos. Mas o que era apenas um artif&iacute;cio de infraestrutura social se tornou a &uacute;nica esperan&ccedil;a para ex-presidi&aacute;rios, dependentes qu&iacute;micos e pessoas marginalizadas.
Os t&uacute;neis de concreto onde o &ldquo;Povo Toupeira&rdquo; mora sofrem efeitos clim&aacute;ticos e, enquanto fornecem condi&ccedil;&otilde;es relativamente positivas para os moradores durante a &eacute;poca mais seca do ano, tamb&eacute;m geram enchentes assustadoras em esta&ccedil;&otilde;es chuvosas que chegam a varrer todos os pertences dos habitantes pela grande e escura extens&atilde;o subterr&acirc;nea.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06074219697001.jpg" alt="(Fonte: Vice / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Vice/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Sem qualquer tipo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118531-camera-em-alimentador-animal-e-registra-fotos-dos-visitantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">c&acirc;mera</a> de vigil&acirc;ncia ou sistema social que forne&ccedil;a seguran&ccedil;a adequada, os residentes relatam rumores sobre assassinatos, viol&ecirc;ncia e pr&aacute;tica de atividades ilegais, sendo uma esp&eacute;cie de &ldquo;Terra de Ningu&eacute;m&rdquo; que at&eacute; mesmo as autoridades e policiamento buscam manter dist&acirc;ncia. Apesar disso, s&atilde;o constantemente realizados check-ups de despejo, e muitos s&atilde;o for&ccedil;ados a sacrificar o &uacute;nico local que os mant&ecirc;m confort&aacute;veis.
<h2>O conforto na claustrofobia</h2>
A realidade dificultou a vida no subsolo, e muitas vezes o pouco material que alguns moradores possuem deve ser suficiente para ter o m&iacute;nimo de conforto em meio &agrave;s amea&ccedil;as. Sem banheiro, cozinha, instala&ccedil;&otilde;es seguras ou qualquer tipo de garantia, o &ldquo;Povo Toupeira&rdquo; improvisa na constru&ccedil;&atilde;o de coisas b&aacute;sicas como tapetes, aquecedores e fog&otilde;es, enquanto lida f&iacute;sica e mentalmente com trag&eacute;dias do passado.
&ldquo;N&atilde;o d&aacute; para saber se &eacute; dia ou noite&rdquo;, diz Shay (53), uma das moradoras dos t&uacute;neis, em entrevista &agrave; Insider. &ldquo;&Agrave;s vezes, quando nosso rel&oacute;gio marca seis horas, voc&ecirc; n&atilde;o sabe se s&atilde;o seis horas da manh&atilde; ou da noite. Se alguma luz entra no fim do t&uacute;nel, sabemos: &eacute; dia.&rdquo;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06074345181002.jpeg" alt="(Fonte: Jacob Kepler - Business Insider / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Jacob Kepler &mdash; Business Insider/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Parte dos objetos das barracas s&atilde;o coletados em expedi&ccedil;&otilde;es a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119862-monte-testacio-a-colina-de-2-mil-anos-formada-por-lixo-romano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lix&otilde;es</a> e aterros na superf&iacute;cie, e cada vez que h&aacute; uma nova enchente os habitantes s&atilde;o obrigados a come&ccedil;ar suas vidas novamente. Com o tempo seco, o &ldquo;Povo Toupeira&rdquo; enfrenta fortes ondas de calor, riscos de insola&ccedil;&atilde;o e chances de perder o pouco alimento devido &agrave;s m&aacute;s condi&ccedil;&otilde;es de armazenamento.&nbsp;
&ldquo;&Eacute; assim que a sociedade nos trata: eles querem que sejamos invis&iacute;veis &mdash; mas n&oacute;s estamos aqui, queremos ser vistos. Nossa hist&oacute;ria deve ser ouvida&rdquo;, diz Anthony (43), tamb&eacute;m &agrave; Insider.
Os sem-teto seguem com pouca ajuda externa e a maior parte das contribui&ccedil;&otilde;es ocorre internamente, com moradores se ajudando em tudo que for poss&iacute;vel e revezando coletas fora das instala&ccedil;&otilde;es. Felizmente, grupos como o HELP &mdash; que auxilia pessoas e fam&iacute;lias em condi&ccedil;&otilde;es de rua &mdash; e outras organiza&ccedil;&otilde;es n&atilde;o-lucrativas contribuem para a sobreviv&ecirc;ncia dos desabrigados e surgem, literalmente, como uma luz no fim do t&uacute;nel para um povo com poucas &mdash; ou quase nenhuma &mdash; oportunidade.

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'Povo Toupeira': as pessoas que moram nos esgotos de Las Vegas

Imagem de Botsuana: como um líder criou um oásis de prosperidade na África no megacurioso

Seretse Khama foi o primeiro presidente do país e conduziu sua nação a um desenvolvimento rápido nos anos 1960 e 1970

Um dos maiores <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100440-leopoldo-ii-da-belgica-um-dos-reis-mais-sanguinarios-de-todos-os-tempos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">problemas do imperialismo europeu</a> na &Aacute;frica foi a bagun&ccedil;a que as pot&ecirc;ncias deixaram quando foram embora. Os pa&iacute;ses rec&eacute;m-independentes tinham pouca estrutura para se governarem sozinhos, al&eacute;m de serem delimitados por fronteiras que os europeus criaram de qualquer jeito,&nbsp; conforme seus pr&oacute;prios interesses.&nbsp;
Por isso, diversos pa&iacute;ses africanos sofreram com <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/110200-100-dias-de-morte-o-genocidio-de-ruanda-ignorado-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">guerras civis</a>, ditaduras e s&atilde;o pobres at&eacute; hoje. Mas h&aacute; uma exce&ccedil;&atilde;o nesse contexto: a independ&ecirc;ncia e os primeiros anos de Botsuana, sob a lideran&ccedil;a de Seretse Khama.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Unisa/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://www.unisa.ac.za/sites/corporate/default/Unisa-History-and-Memory-Project/Personalities/All-personalities/Seretse-Khama"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06040608400004.jpeg" alt="Sir Seretse Khama, primeiro presidente de Botsuana (Imagem: Unisa/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Sir Seretse Khama, primeiro presidente de Botsuana. (Imagem: Unisa/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Um in&iacute;cio desafiador</h2>
Seretse Khama era um dos poucos homens educados do pa&iacute;s, com estudos no Reino Unido, e foi um dos l&iacute;deres da independ&ecirc;ncia de Botsuana, aprovada pelo governo brit&acirc;nico em 1966. As primeiras elei&ccedil;&otilde;es j&aacute; tiveram voto universal e ele foi eleito presidente.
Mas a situa&ccedil;&atilde;o que ele pegou em suas m&atilde;os n&atilde;o foi f&aacute;cil: o pa&iacute;s era o terceiro mais pobre do mundo, apenas 22 pessoas com curso superior e 100 com ensino m&eacute;dio em uma popula&ccedil;&atilde;o de 500 mil pessoas. Para lidar com isso, Khama fez tr&ecirc;s escolhas muito inteligentes:&nbsp;
<ol>
<li>aproveitou os recursos naturais do pa&iacute;s;</li>
<li>fez escolhas pr&aacute;ticas na economia e pol&iacute;tica, n&atilde;o ideol&oacute;gicas;</li>
<li>manteve a democracia e os direitos civis.</li>
</ol>
Come&ccedil;ando pela primeira escolha, uma das poucas riquezas de Botsuana s&atilde;o suas minas de metais preciosos. Sem ferramentas para extra&iacute;-los, o governo Khama pegou empr&eacute;stimos do FMI, pagos com a exporta&ccedil;&atilde;o das pedras. Foi criado um acordo de livre com&eacute;rcio com a Europa e um modelo de parcerias p&uacute;blico-privadas para as minas.&nbsp;
Isso injetou muito dinheiro em Botsuana &mdash; que tinha a economia de maior crescimento do mundo, na &eacute;poca. Com 50% da receita vindo das minas, o governo manteve impostos baixos, estimulando investimentos externos. O dinheiro da minera&ccedil;&atilde;o ia para sa&uacute;de e educa&ccedil;&atilde;o, dois grandes problemas do pa&iacute;s.&nbsp;
Isso se relaciona com a segunda estrat&eacute;gia de Seretse Khama. Por mais que ele tenha sofrido press&atilde;o para colocar botsuanenses no governo, ele sabia que seu povo n&atilde;o tinha educa&ccedil;&atilde;o o suficiente para governar um pa&iacute;s. Ent&atilde;o, ele manteve os funcion&aacute;rios brit&acirc;nicos da col&ocirc;nia, at&eacute; ter pessoas capacitadas para substitu&iacute;-las.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06035946414001.jpeg" alt="Grace Dambe, uma mulher negra, foi eleita prefeita da capital j&aacute; em 1969 (Imagem: Twitter/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Grace Dambe, uma mulher negra, foi eleita prefeita da capital j&aacute; em 1969. (Imagem: Twitter/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Aclama&ccedil;&atilde;o popular e inimigos externos</h2>
Sendo um l&iacute;der t&atilde;o s&oacute;lido a frente do pa&iacute;s, Seretse Khama poderia ter tomado o caminho de outros governantes e n&atilde;o largar a cadeira presidencial. Mas Botsuana manteve suas elei&ccedil;&otilde;es e, em 1969, Khama foi reeleito com quase 70% dos votos. Ele ganharia mais dois pleitos com vota&ccedil;&otilde;es ainda maiores: 75% em 1974 e 75% em 1979.&nbsp;
Manter a democracia foi a terceira escolha inteligente do l&iacute;der, j&aacute; que Botsuana tem uma das situa&ccedil;&otilde;es mais est&aacute;veis da &Aacute;frica na pol&iacute;tica. O partido de Khama ganhou todas as elei&ccedil;&otilde;es desde ent&atilde;o e at&eacute; seu filho foi presidente de 2008 a 2018. Contudo, existe oposi&ccedil;&atilde;o e esta concorre &agrave;s elei&ccedil;&otilde;es, sempre garantindo algumas cadeiras no parlamento. Botsuana &eacute; visto como o pa&iacute;s menos corrupto da &Aacute;frica pela Anistia Internacional.&nbsp;
Mesmo com esse legado, nem todo mundo gostava de Khama &mdash; em especial, governantes racistas da Rod&eacute;sia e da &Aacute;frica do Sul, na &eacute;poca do Apartheid. Grupos dos dois pa&iacute;ses vizinhos come&ccedil;aram a atacar Botsuana, obrigando Khama a criar as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118206-qual-o-papel-das-forcas-armadas-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">For&ccedil;as Armadas</a>, em 1977. Al&eacute;m de ser um governante negro em meio a dois pa&iacute;ses com pol&iacute;ticas racistas, ele tamb&eacute;m era casado com uma mulher branca, Ruth Williams.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06035649273000.jpg" alt="Gaborone, a capital de Botsuana (Imagem: Wikimedia Commons)" />Gaborone, a capital de Botsuana. (Imagem: Wikimedia Commons)
<h2>Um casamento de cinema</h2>
Na verdade, o casamento com uma branca n&atilde;o foi bem aceito nem pela fam&iacute;lia dele. Khama era descendente de uma fam&iacute;lia real do antigo trono da Bechuanal&acirc;ndia &mdash; e seus parentes esperavam que ele se casasse com uma mo&ccedil;a de seu povo. No final, todos tiveram que aceitar Ruth como a primeira-dama de Botsuana e m&atilde;e de outro futuro presidente.
A hist&oacute;ria dos dois &eacute; retratada no filme Um Reino Unido,&nbsp;com David Oyelowo e Rosamund Pike nos pap&eacute;is principais. Por mais que o pa&iacute;s tenha seus problemas &mdash; a AIDS e a depend&ecirc;ncia da minera&ccedil;&atilde;o, por exemplo &mdash; Khama &eacute; lembrado como um dos melhores l&iacute;deres africanos.
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Botsuana: como um líder criou um oásis de prosperidade na África

Imagem de Banheiro sul-coreano transforma seu cocô em moeda digital  no megacurioso

Apesar de estranha, a ideia de transformar algo aparentemente inútil em uma coisa de valor foi bem aceita

Alunos de uma universidade da Coreia do Sul est&atilde;o ganhando moedas digitais para fazer coc&ocirc;. Em um primeiro momento voc&ecirc; at&eacute; pode achar isso um tanto bizarro, mas ap&oacute;s entender como funciona &eacute; bem prov&aacute;vel que tenha outra perspectiva da situa&ccedil;&atilde;o, afinal o &ldquo;lixo do corpo humano&rdquo; n&atilde;o &eacute; t&atilde;o in&uacute;til assim.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/20/20101107939065.png" alt="Cho Jae-weon&nbsp; e sua inven&ccedil;&atilde;o. (Fonte: azcoinnews/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Cho Jae-Weon&nbsp; e sua inven&ccedil;&atilde;o. (Fonte: azcoinnews/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>O poder do coc&ocirc;</h2>
Cho Jae-Weon, professor de Engenharia Ambiental e Urbana do Instituto Nacional de Ci&ecirc;ncia e Tecnologia de Ulsan, &eacute; a mente por tr&aacute;s do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/105391-como-a-inovacao-pode-ajudar-a-salvar-o-planeta-a-microsoft-tem-uma-ideia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">projeto do banheiro ecologicamente correto</a> no qual os dejetos humanos s&atilde;o transformados em energia renov&aacute;vel usada para alimentar equipamentos como o fog&atilde;o a g&aacute;s e a caldeira do pr&eacute;dio da universidade.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: stunninglifestyle/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.stunninglifestyle.com/innovation/beevi-toilet-turns-your-poop-into-cryptocurrency/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/20/20101316111069.jpg" alt="Funcionamento do BeeVi (Fonte: stunninglifestyle/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Funcionamento do BeeVi. (Fonte: stunninglifestyle/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Chamado de BeeVi, o vaso sanit&aacute;rio n&atilde;o usa &aacute;gua, e sim uma bomba de v&aacute;cuo que manda as fezes diretamente para um tanque subterr&acirc;neo no qual microrganismos desintegram os res&iacute;duos expelindo metano no processo. E &eacute; esse g&aacute;s natural que se torna a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119710-qual-a-diferenca-entre-energia-renovavel-sustentavel-e-limpa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fonte de energia</a>&nbsp;usada nas instala&ccedil;&otilde;es adjacentes. J&aacute; o que sobra dos res&iacute;duos humanos &eacute; transformado em estrume.
Em entrevista &agrave; Reuters, Cho disse que, quando pensamos um pouco "fora da caixa", as fezes humanas acabam tendo um valor muito interessante em termos de produ&ccedil;&atilde;o energ&eacute;tica e esterco, que &eacute; muito eficiente como adubo org&acirc;nico.
<h2>Ent&atilde;o, quanto vale "aquela" ida ao banheiro?</h2>
N&atilde;o importa com que frequ&ecirc;ncia o aluno v&aacute; ao banheiro ecol&oacute;gico ou qual seja a quantidade da contribui&ccedil;&atilde;o de mat&eacute;ria fecal, ele receber&aacute; 10 Ggool por dia. Essa moeda digital, cujo nome significa mel em coreano, tem muita utilidade no &ldquo;mercado econ&ocirc;mico&rdquo; da universidade. Por exemplo, &eacute; poss&iacute;vel us&aacute;-la para comprar de macarr&atilde;o instant&acirc;neo a bens de uso di&aacute;rio. E &eacute; tudo feito de forma simples com o uso de c&oacute;digo QR.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Reuters/ Inside Edition/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.insideedition.com/college-students-in-south-korea-are-compensated-in-crypto-currency-for-eco-friendly-toilet-use"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/20/20101524705076.jpg" alt="(Fonte: Reuters/ Inside Edition/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Reuters/Inside Edition/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para Heo Hui-Jin, um estudante de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o do instituto, a proposta do&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104420-sustentavel-novo-campus-da-google-vai-usar-bombas-geotermicas-de-calor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">banheiro ecol&oacute;gico</a> &eacute; excelente. Al&eacute;m de j&aacute; ter ganhado e usado o Ggool, o jovem afirma que mudou sua mentalidade com rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s pr&oacute;prias fezes, pois o que considerava sujo e in&uacute;til passou a ter muito valor em seu dia a dia, principalmente na aquisi&ccedil;&atilde;o de livros para seus estudos.
&Eacute; claro que para afastar os espertinhos e impedir qualquer tipo de &ldquo;corrida das fezes&rdquo; por parte de gente interessada em especular com a moeda virtual, o Ggool &eacute; utilizado para troca e aquisi&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os exclusivamente dentro da universidade.
A ideia &eacute; boa, mas ainda &eacute; um pouco dif&iacute;cil dizer algo sobre o futuro, especialmente porque a instala&ccedil;&atilde;o de projetos semelhantes demandaria investimentos e mudan&ccedil;as estruturais em pr&eacute;dios e resid&ecirc;ncias.

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Banheiro sul-coreano transforma seu cocô em moeda digital 

Imagem de Gasolina ficou 29% mais cara no Brasil em seis meses no megacurioso

Estudo mostra que brasileiro está pagando cada vez mais para se deslocar de carro

Um estudo divulgado pelo <a href="https://www.cuponation.com.br/insights/gasolina-seg2021" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cuponation</a> revelou que, entre o in&iacute;cio do primeiro semestre e o in&iacute;cio da segunda metade deste ano, o pre&ccedil;o da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118883-quais-sao-os-paises-com-a-gasolina-mais-cara-do-mundo-em-2021.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gasolina</a> subiu cerca de 29% no Brasil, passando de R$ 4,45 para R$ 5,72 por cada listro do <a href="https://www.tecmundo.com.br/mercado/223617-alta-combustiveis-expulsa-motoristas-uber-99.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">combust&iacute;vel</a>.
O mesmo site ressalta que, em um estudo divulgado no in&iacute;cio do ano, nosso pa&iacute;s ocupava a 71&ordf; posi&ccedil;&atilde;o de um ranking com mais de 100 na&ccedil;&otilde;es no comparativo entre as gasolinas <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119834-por-que-tudo-esta-mais-caro-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mais caras</a> do mundo. Agora, o Brasil subiu 17 posi&ccedil;&otilde;es e est&aacute; ocupando o 54&ordm; lugar.
Quando observamos os pa&iacute;ses com o pre&ccedil;o mais alto pelo litro do combust&iacute;vel, temos Hong Kong, Holanda e Palestina no topo, com suas popula&ccedil;&otilde;es desembolsando R$ 12,27, R$ 10,24 e R$10,18, respectivamente (os dez mais caros aparecem no gr&aacute;fico em print a seguir). Em contrapartida, os que pagam mais barato s&atilde;o Mal&aacute;sia, Catar e Ir&atilde;, com R$ 2,61, R$ 2,63 e R$2,84, na sequ&ecirc;ncia.
Veja a seguir os dez pa&iacute;ses que pagam mais caro pela gasolina ao redor do globo:
<ul>
<li>Hong Kong &ndash; R$ 12,27</li>
<li>Holanda &ndash; R$ 10,24</li>
<li>Palestina &ndash; R$ 10,18</li>
<li>Israel &ndash; R$ 10,01</li>
<li>Gr&eacute;cia &ndash; R$ 9,82</li>
<li>Noruega &ndash; R$ 9,70</li>
<li>Finl&acirc;ndia &ndash; R$ 9,63</li>
<li>Portugal &ndash; R$ 9,52</li>
<li>It&aacute;lia &ndash; R$9,44</li>
<li>Su&eacute;cia &ndash; R$ 9,39</li>
</ul>
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