Imagem de A Rainha Elizabeth era descendente de Drácula? no megacurioso

Conheça a ligação entre a família real britânica com o príncipe sanguinário que inspirou a criação do vampiro Conde Drácula

A hist&oacute;ria do&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120516-dracula-qual-e-a-verdadeira-historia-do-famoso-vampiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conde Dr&aacute;cula</a>&nbsp;foi respons&aacute;vel por popularizar a figura do&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119304-panico-vampiro-o-fenomeno-do-seculo-xviii.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vampiro</a>&nbsp;em todo o mundo. Seu autor, o irland&ecirc;s Bram Stoker, foi atr&aacute;s de um personagem hist&oacute;rico e misturou elementos reais com fantasia g&oacute;tica para criar um dos personagens mais populares de todos os tempos. Mas, teria Stoker deixado passar uma liga&ccedil;&atilde;o sangu&iacute;nea de Vlad III com a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122912-4-grandes-escandalos-da-familia-real-britanica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fam&iacute;lia real brit&acirc;nica</a>?
<h2>Vlad III &mdash; ou Vlad, o Empalador?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/14/fonte-wikimedia-commons-14145546814113.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />
A hist&oacute;ria nem sempre &eacute; t&atilde;o impactante ou empolgante quanto a fic&ccedil;&atilde;o. No livro de Bram Stoker, Dr&aacute;cula vai at&eacute; a Inglaterra onde ataca diversas mulheres inglesas at&eacute; ser descoberto por Van Helsing, que o persegue de volta at&eacute; sua terra natal, na Rom&ecirc;nia, onde o vampiro &eacute; morto.
Na vida real, Vlad III foi o pr&iacute;ncipe da Val&aacute;quia, atual Rom&ecirc;nia, e ficou conhecido como Vlad, o Empalador, por ter utilizado o empalamento como principal m&eacute;todo de tortura e execu&ccedil;&atilde;o de seus inimigos. Por&eacute;m, se ele de fato foi t&atilde;o sanguin&aacute;rio quanto o romance de Bram Stoker sugere, n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel afirmar.&nbsp;
Pesquisadores discutem sobre a quantidade de pessoas que ele mandou empalar e se o n&uacute;mero foi realmente muito maior que o de outros l&iacute;deres. H&aacute; ainda o fato de Bram Stoker ter se baseado essencialmente em leituras de relatos que ele encontrou na biblioteca do Museu Brit&acirc;nico &mdash; muitos destes relatos que vieram de nobres sax&otilde;es, rivais de Vlad. O que realmente importa &eacute; que ele levou a m&aacute; fama.
<h2>E onde entra a fam&iacute;lia real inglesa?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/14/a-14145755729117.jpg" alt="a" />(Fonte: Wikimedia Commons)
A fam&iacute;lia real brit&acirc;nica possui linhagens de diversas regi&otilde;es do mundo. Durante muitos anos, para manter e ampliar o poder, reis e rainhas se casaram com nobres de fam&iacute;lias influentes dos mais variados pa&iacute;ses. George V, que governou o Reino Unido de 1910 a 1936, foi casado com Maria de Teck. Embora ela pr&oacute;pria tenha nascido na Inglaterra, seu pai tinha origem na atual Cro&aacute;cia, enquanto sua m&atilde;e era germ&acirc;nica.
De acordo com o Rei Charles III, Bisneto de Maria de Teck, ela seria uma descendente de Vlad II. Por&eacute;m, isso n&atilde;o faz dela &mdash; e, consequentemente, dele &mdash; descendente do pr&oacute;prio Vlad, o Empalador. Isso porque &eacute; poss&iacute;vel que seja de seu meio-irm&atilde;o, Vlad IV, o Monge, que Maria de Teck seja descendente.
Independente disso, o atual rei nunca escondeu seu interesse por seu poss&iacute;vel antepassado. Em 1998 ele visitou a Transilv&acirc;nia &mdash; regi&atilde;o que fazia fronteira com a Val&aacute;quia e onde se passa o romance de Bram Stoker &mdash; e se encantou com o local. Desde ent&atilde;o o atual rei passou a visitar a Rom&ecirc;nia anualmente e chegou a comprar uma propriedade no pa&iacute;s. Foi a partir desse contato com a regi&atilde;o que ele decidiu conhecer mais sobre a hist&oacute;ria do local e descobriu sua poss&iacute;vel conex&atilde;o com Vlad III.

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A Rainha Elizabeth era descendente de Drácula?

Imagem de Cachaça: a história da amada bebida brasileira no megacurioso

Conheça a história da cachaça, bebida que esteve no Brasil desde o tempo colonial e foi confirmada como patrimônio do país.

A cacha&ccedil;a &mdash; bebida alco&oacute;lica gerada a partir da fermenta&ccedil;&atilde;o da cana de a&ccedil;&uacute;car &mdash; &eacute; provavelmente a mais tradicional bebida brasileira. Mas saiba que este orgulho nacional tem uma hist&oacute;ria complexa, com partes ainda n&atilde;o totalmente esclarecidas. &Eacute; esta hist&oacute;ria que contamos agora.
<h2>A origem da cacha&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/14/a-14125650147086.jpg" alt="a" />(Fonte: EBC)
Ao contr&aacute;rio de outras bebidas, a cacha&ccedil;a j&aacute; nasceu marginalizada: ela foi inventada no Brasil por pessoas escravizadas nos engenhos de a&ccedil;&uacute;car durante o s&eacute;culo XVI. Seria, portanto, uma bebida sem status, consumida apenas por pobres - a elite preferia tomar vinhos e a bagaceira (aguardente produzida com o baga&ccedil;o da uva).
H&aacute; tr&ecirc;s poss&iacute;veis origens da produ&ccedil;&atilde;o da bebida no pa&iacute;s: ela pode ter surgido em Pernambuco, entre 1516 e 1526; em Porto Seguro, na Bahia, em 1520; ou no litoral de S&atilde;o Paulo, entre 1532 e 1534, no Engenho do Governador.
Quando a produ&ccedil;&atilde;o da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119734-a-cachaca-causou-uma-grande-revolta-no-brasil-colonia-de-1660.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cacha&ccedil;a</a> foi se espalhando, tornando-se a bebida alco&oacute;lica mais consumida no Brasil colonial, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122889-200-anos-da-independencia-do-brasil-toda-a-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Corte Portuguesa</a> resolveu proibir sua venda e consumo. A alega&ccedil;&atilde;o era que a bebida causava amea&ccedil;as &agrave; seguran&ccedil;a e &agrave; ordem, fazendo os trabalhadores renderem menos. Em S&atilde;o Paulo, no ano de 1847, a C&acirc;mara Municipal criou uma lei que mandava prender quem vendesse cacha&ccedil;a.
Mas os historiadores contam que o motivo da "desordem" era apenas aparente. O que a metr&oacute;pole n&atilde;o queria &eacute; que se aumentasse o consumo de cacha&ccedil;a entre a classe m&eacute;dia, o que amea&ccedil;aria o com&eacute;rcio da bagaceira, que vinha de Portugal.
Mas as proibi&ccedil;&otilde;es jamais conseguiram acabar com o consumo da bebida. A sa&iacute;da da Corte Portuguesa foi tentar taxar a venda da cacha&ccedil;a, para poder lucrar em cima. Mas tamb&eacute;m n&atilde;o tiveram sucesso, uma vez que havia muita sonega&ccedil;&atilde;o.
Um fato importante &eacute; que as medidas de taxa&ccedil;&atilde;o da cacha&ccedil;a contribu&iacute;ram imensamente com o descontentamento da col&ocirc;nia contra o poderio de Portugal, motivando os ideais independentes que dariam impulso &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121162-conjuracao-mineira-a-revolta-colonial-brasileira-contra-portugal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conjura&ccedil;&atilde;o Mineira</a>. Como era vista como s&iacute;mbolo de resist&ecirc;ncia e de luta por independ&ecirc;ncia, a cacha&ccedil;a era servida nas reuni&otilde;es dos inconfidentes.
<h2>As vantagens da bebida e a rela&ccedil;&atilde;o com o tr&aacute;fico escravagista</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/14/as-14125926046087.jpg" alt="as" />(Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)
O sucesso comercial da cacha&ccedil;a se relacionou &agrave; expans&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&uacute;car no Brasil e na possibilidade de exportar a bebida. Isto porque, diferente da cerveja e do vinho, que estragava em viagens longas para outros continentes, o transporte de destilados, com alto teor de &aacute;lcool, era mais propenso &agrave;s exporta&ccedil;&otilde;es.
No fim do s&eacute;culo XVII, o Brasil perde a exclusividade na produ&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&uacute;car, que come&ccedil;a a ser produzido tamb&eacute;m na Am&eacute;rica Central. Quem controlava esta ind&uacute;stria eram os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122453-como-portugal-comprou-o-nordeste-dos-holandeses-por-r-3-bilhoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">holandeses</a> que haviam sido expulsos do litoral de Pernambuco. S&oacute; que o a&ccedil;&uacute;car produzido l&aacute; tinha menos qualidade, o que contribuiu para o desenvolvimento de uma nova bebida: o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118847-5-das-bebidas-alcoolicas-mais-fortes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rum</a>.
Esta crise no a&ccedil;&uacute;car brasileiro fez com que as usinas fossem adequadas para produzir cacha&ccedil;a para exporta&ccedil;&atilde;o. Estima-se que entre 1710 e 1830, cerca de 310 mil litros de cacha&ccedil;a foram enviados para Luanda, capital de Angola. 25% deste volume serviu como moeda de troca por pessoas escravizadas.
<h2>A marginaliza&ccedil;&atilde;o e a populariza&ccedil;&atilde;o da cacha&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/14/a-14130001235088.jpg" alt="a" />(Fonte: Cacha&ccedil;aria dos Amigos)
Ainda assim, a cacha&ccedil;a continuou sendo enquadrada como uma bebida de baixa qualidade, e que se associava aos brasileiros (considerados inferiores) e n&atilde;o aos europeus.
A revaloriza&ccedil;&atilde;o da cacha&ccedil;a esteve diretamente ligada &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121025-os-100-anos-da-semana-de-arte-moderna-de-1922.htm#:~:text=Uma%20exposi%C3%A7%C3%A3o%20de%20pinturas%20e,com%20o%20gosto%20p%C3%BAblico%20brasileiro." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Semana de Arte de 1922</a>, movimento que buscou fazer um retorno &agrave;s ra&iacute;zes brasileiras. A bebida passou ent&atilde;o a ser enaltecida como um s&iacute;mbolo da cultura nacional. <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121078-os-7-principais-artistas-da-semana-de-arte-moderna-de-22.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mario de Andrade</a>, inclusive, publicou um estudo chamado Os Eufemismos da Cacha&ccedil;a.
O caminho da bebida seria, gradativamente, ganhar uma maior legitimidade como elemento fundamental da cultura brasileira. Um marco desta hist&oacute;ria &eacute; o decreto promulgado em 1996 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso que define "caipirinha" como a bebida t&iacute;pica brasileira, exclusivamente elaborada com cacha&ccedil;a, lim&atilde;o e a&ccedil;&uacute;car, e delimita cacha&ccedil;a como "denomina&ccedil;&atilde;o t&iacute;pica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com gradua&ccedil;&atilde;o alco&oacute;lica de trinta e oito a quarenta e oito por cento em volume". O decreto ajuda a estabelecer crit&eacute;rios para fabrica&ccedil;&atilde;o e comercializa&ccedil;&atilde;o da bebida, al&eacute;m de confirm&aacute;-la oficialmente como produto brasileiro.

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Cachaça: a história da amada bebida brasileira

Imagem de Falo gigante: escultura romana pode ser a maior já encontrada no megacurioso

Utilização de símbolos fálicos é comum em diversas civilizações, principalmente na romana

<head></head><body>Parecia mais um dia tranquilo nas escavações em El Higuerón, região próxima à pequena cidade de Nueva Carteya, província espanhola de Córdoba, quando arqueólogos que trabalhavam na área se depararam com uma escultura peculiar: um falo enorme, que mede cerca de 46 cm de comprimento. &nbsp;O falo, feito diretamente na pedra de uma ruína romana, surpreendeu a todos pelo seu tamanho incomum, já que o mais normal é encontrar símbolos fálicos com representações menores.<h2 style="text-align: justify;">As escavações</h2>As <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122599-as-5-mais-impressionantes-restauracoes-da-arqueologia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escavações</a> iniciais em El Higuerón começaram na década de 1960, revelando construções do século IV a.C., período em que habitava na região o povo ibérico. Em 206 a.C., os romanos conquistaram o local e destruíram a edificação de um assentamento desse grupo, deixando apenas a base da construção e erguendo no lugar sua arquitetura com torres, piso e, logicamente, o falo gigante.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/09/09183637911389.jpg" alt="Escavações ocorrem em local de assentamento ibérico. (Fonte: Museu Histórico de Nueva Carteya/ Reprodução)">Escavações ocorrem em local de assentamento ibérico. (Fonte: Museu Histórico de Nueva Carteya/ Reprodução)Para os especialistas, há uma boa chance de que o falo tenha sido esculpido como uma forma de trazer boa sorte e afastar qualquer possibilidade maléfica ao lugar.&nbsp;De acordo com o jornal Diário de Córdoba, a escavação no local é realizada pelo Museu Histórico Local de Nueva Carteya em conjunto com a Universidade de Granada e o Centro de Estudos de Arqueologia Bastetana. A intenção das escavações é limpar a edificação para ser possível aos turistas fazerem visitas no local.&nbsp;<h2 style="text-align: justify;">O pênis na cultura romana</h2>O pênis é um símbolo recorrente em algumas culturas, com grande incidência na civilização romana, que utilizava representações fálicas em itens como esculturas e afrescos (como pode ser encontrado na cidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121881-por-que-a-arte-erotica-era-tao-popular-na-antiga-pompeia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pompeia</a>) e até em pingentes (recentemente encontrados no Reino Unido).&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/09/09183850216394.jpg" alt="Falo gigante encontrado em Nueva Carteya tem quase 46 cm de comprimento. (Fonte: Museu Histórico de Nueva Carteya/ Reprodução)">Falo gigante encontrado em Nueva Carteya tem quase 46 cm de comprimento. (Fonte: Museu Histórico de Nueva Carteya/ Reprodução)Os sentidos simbólicos da utilização do falo pelos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122527-conheca-as-esquisitices-da-vida-cotidiana-dos-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">romanos</a> são os mais variados, indo desde a crença de que tal figura garantia proteção e boa sorte até a noção de que o objeto era uma forma de invocar o deus romano da fertilidade masculina — o deus Fascinius —&nbsp;e assim ajudar na reprodução.</body>

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Falo gigante: escultura romana pode ser a maior já encontrada

Imagem de Como os bebês sobreviviam no passado? no megacurioso

Saiba como os nossos antepassados faziam para cuidar de recém-nascidos apesar das maiores taxas de mortalidade infantil

<head></head><body>Se ser mãe já não é um processo nem um pouco fácil no século XXI, você já parou para pensar como essa missão podia ser incrivelmente mais difícil para os nossos antepassados? Afinal, nem sempre a humanidade contou com os mesmos recursos de saúde e as taxas de mortalidade infantil já foram infinitamente maiores do que são hoje.Antigamente, a expectativa de vida de um ser humano também não chegava perto da de uma pessoa nascida na última década. Então, como é que as mamães de recém-nascidos faziam para que os seus bebês sobrevivessem no passado? Ao longo dos próximos parágrafos, nós falaremos um pouco sobre os desafios dos cuidados maternos em diferentes épocas da história!<h2>Pré-história</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/12/12162747773103.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Há 12 mil anos, quando os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122831-6-fatos-sobre-os-denisovanos-hominideos-parentes-dos-neandertais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neandertais</a> perdiam espaço para os Homo sapiens socialmente organizados, os pais precisavam lidar com taxas de mortalidade incríveis e o constante medo de serem atacados por algum grande predador. Afinal, a pré-história era dividida entre o dia da caça e o do caçador.Os bebês eram amarrados nas costas ou no peito de suas mães quando elas precisavam se locomover de um canto para outro. De acordo com uma vertente de psicólogos, isso inclusive era uma medida que tornava esses jovens mais empáticos, uma vez que o contato pele com pele é crucial para o desenvolvimento do cérebro infantil.Em tribos maiores de humanos, qualquer pessoa poderia servir como "pai substituto" para um casal necessitado. Afinal, uma pessoa cansada não poderia contribuir para o dia a dia da aldeia e não seria de grande ajuda. Logo, foi assim que as responsabilidades da comunidade passaram a ser divididas por gênero.<h2>Idade Média</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b4/Illustration_from_The_Little_Lame_Prince_and_His_Travelling_Cloak_by_Dinah_Maria_Mulock_illustrated_by_Hope_Dunlap_1909_3_-_Copy.jpg/640px-Illustration_from_The_Little_Lame_Prince_and_His_Travelling_Cloak_by_Dinah_Maria_Mulock_illustrated_by_Hope_Dunlap_1909_3_-_Copy.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/12/12162957079106.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122169-como-era-o-sexo-na-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Era Medieval</a>, os bebês passaram a ser cuidados de outra forma. Ao contrário do que acontecia na pré-história, agora era mais comum que essas crianças passassem mais tempo no berço do que com as mães — exceto quando era necessário que as mulheres realizassem alguma tarefa fora de casa.Foi nesse período que a humanidade desenvolveu a técnica de "embrulhá-los" em panos e cobertores para que as crianças ficassem longe do perigo e protegidas do frio. A mãe do bebê era normalmente sua principal cuidadora, principalmente em famílias mais pobres. Em famílias mais abastadas, outros membros da família ou cuidadores poderiam ajudar.Caso uma mãe morresse ou tivesse muito doente para cuidar do seu filho, era comum que uma ama de leite fosse contratada para ajudar na situação. Como não era nem um pouco anormal que enfermeiras fossem usadas em diversos lares de famílias ricas, é possível supor que muitos jovens cresceram longe do afeto de suas mães nesse período histórico.&nbsp;<h2>Era Vitoriana</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/12/12163140267108.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)A Era Vitoriana foi uma época de grande revolução para os cuidados infantis. A partir da década de 1830, os vitorianos aprovaram uma variedade de leis destinadas a proteger o bem-estar das <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122779-limpador-de-chamine-o-trabalho-infantil-que-explorava-e-matava.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crianças no trabalho</a>, na escola e em suas casas. Esse ativismo foi motivado pela ideia crescente de que os jovens são criaturas inocentes que devem ser protegidas do mundo adulto — podendo desfrutar a infância livremente.A Inglaterra de Vitória era uma sociedade dominada por crianças e um a cada três de seus súditos tinha menos de 15 anos. Logo, era comum que famílias grandes pipocassem por todos os lados, embora mais informações sobre contracepção se tornaram disponíveis.&nbsp;Ao mesmo tempo em que novas medidas visavam proteger os mais jovens, essas leis não pareciam valer para os mais pobres. Esses crianças eram colocadas para trabalhar desde cedo em fábricas têxteis e minas de carvão, onde a condição de trabalho era precária e até mesmo mortal. Pode-se até mesmo dizer que a alta quantidade de exploração infantil naquele período foi o que provocou a revolução que impactaria nossa sociedade até hoje.&nbsp; </body>

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Como os bebês sobreviviam no passado?

Imagem de Libéria: o país criado para receber a população negra dos EUA no megacurioso

Dentro de seu território, a Libéria é um dos únicos países da África Subsaariana sem ter nenhum tipo de raízes na colonização europeia

<head></head><body>No fim do século XIX, quando ainda faltavam décadas para a Guerra Civil norte-americana acontecer, muitas pessoas nos Estados Unidos já debatiam o que deveria acontecer no país caso a população negra se tornasse livre e a escravidão fosse abolida. Então, um grupo de homens brancos decidiu criar a Sociedade Americana de Colonização (ACS).&nbsp;A ACS surgiu meio século antes da abolição da escravidão realmente acontecer em território americano, mas já contava com nomes ilustres na época. Entre eles estavam o então presidente dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122352-em-1876-aconteceu-a-eleicao-mais-estranha-e-corrupta-dos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">EUA</a>, James Madison (1809-1817), o ex-presidente Thomas Jefferson (1801-1809) e os futuros presidentes James Monroe (1817-1825) e Andrew Jackson (1829-1837). O que esse grupo não sabia, no entanto, é que seriam responsáveis pela criação de um novo país na África.<h2>Polarização sobre a escravidão</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:American_Colonization_Society#/media/File:(1896)_Departure_of_colored_emigrants_for_Liberia_-_The_Illustrated_American,_March_21,_1896.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/12/12173408587135.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Dentro da ACS, os integrantes possuíam opiniões divergentes a respeito da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121638-salvador-escravista-as-descobertas-do-mapa-da-escravidao-baiano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravidão</a>. Embora alguns deles fossem abolicionistas e desejavam que a população negra pudesse construir uma vida melhor na África, outros simplesmente não acreditavam na abolição e pensavam que pessoas negras livres não deveriam continuar vivendo nos Estados Unidos.Na visão dos proprietários de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122573-onesimus-o-escravo-que-contribuiu-para-vacinacao-contra-a-variola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravos</a> da época, o crescente número de negros libertos poderia fomentar rebeliões entre os ainda escravizados. Portanto, uma das opções era até mesmo oferecer alforria com a condição de que os recém-libertos aceitassem se mudar para a África.&nbsp;Por isso, a ACS chegou a um acordo sobre um projeto de colonização na África, que estabeleceria naquele local um lar para os libertos e diminuiria o número de pessoas negras livres nos EUA. A ideia ganhou popularidade e até mesmo grande parcela da população negra parecida apoiar um retorno à África.<h2>Surgimento da Libéria</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://en.wikipedia.org/wiki/Liberia#/media/File:T._WILLIAMS_(c1850)_Residence_of_Joseph_Roberts,_President_of_the_Republic_of_Liberia.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/12/12173133029133.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Ao mesmo tempo do surgimento da ACS, a Coroa Britânica já havia criado uma colônia na Costa Oeste da África, Serra Leoa, para receber ex-escravizados — inclusive muitos que fugiram dos EUA para o Canadá. Com isso, o projeto da ACS ganhou grande popularidade em 1818 e representantes foram enviados à África com a missão de encontrar terras para uma nova colônia.A primeira missão, executada em 1820, teve grande fracasso — muitos dos enviados morreram de malária em uma região na costa de Serra Leoa. Em 1821, no entanto, uma faixa de terra de 58 km de comprimento por 5 km de largura foi comprara de líderes locais na região costeira de Cabo Mensurado. A operação total custou cerca de US$ 300.Os primeiros moradores vindos dos EUA chegaram em abril de 1822. Apesar de ser uma colônia criada para abrigar americanos negros, quem administrava tudo no começo eram representantes brancos da ACS. Em 1824, o local recebeu o nome de Libéria, e sua capital foi batizada de Monróvia — uma homenagem ao presidente americano James Monroe.&nbsp;Novas aquisições de terras ampliaram o território da colônia no futuro, fazendo com que mais de 13 mil norte-americanos fossem transferidos para a região nas décadas seguintes. A colônia declarou independência da ACS em 1847, tornando-se a segunda república negra do mundo, depois do Haiti. Por fim, as relações diplomáticas com os EUA só foram estabelecidas em 1862, em meio à Guerra Civil.</body>

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Libéria: o país criado para receber a população negra dos EUA

Imagem de Livro dos Mortos: o "guia" egípcio deixado para as múmias no megacurioso

Papiros com instruções para os mortos eram deixados nos túmulos do Antigo Egito para auxiliar na transição para o Além

<head></head><body>Você provavelmente já ouviu falar no Livro dos Mortos, mas o que você talvez não saiba é que, na realidade, não se tratava realmente de um livro. A verdadeira história por trás das instruções deixadas para os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122734-ghost-weddings-a-pratica-chinesa-de-se-casar-com-mortos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">falecidos</a> pode ser um pouco diferente do que você esperava.A coisa toda teve origem nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122581-diarios-de-merer-os-registros-da-construcao-das-piramides-do-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rolos de papiros</a>&nbsp;depositados nas tumbas egípcias, sobre a cabeça das múmias ou ao lado delas. Em alguns casos, eram até mesmo entalhadas no túmulo. A ideia era deixar ali algum tipo de instrução, ou até mesmo orações e feitiços, com a intenção de auxiliar os mortos em sua passagem para o Além.<h2>Livro dos Mortos: feitiços e instruções para os finados</h2>No Antigo Egito, ao entrar em um túmulo, você jamais encontraria um livro propriamente dito. Cada tumba tinha seu próprio conjunto de instruções, e a este apanhado de papiros de diferentes autores e origens, com diversos tipos de textos diferentes, foi dado título de Livro dos Mortos.Esses manuscritos tinham por finalidade dar uma mãozinha no julgamento da pessoa morta lá do outro lado, no pós-vida. Os egípcios acreditavam que, ao morrer, o ser humano ia parar em outro plano onde era devidamente julgado por seus atos na Terra. Por isso, relatos sobre a vida do parente ou amigo morto eram escritos em rolos de papiro e deixados para as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122068-arqueologos-descobrem-250-mumias-em-antiga-necropole-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">múmias</a>, assim glorificando e, de certa forma, guiando o julgamento de seus espíritos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/09/09180820210368.jpg" alt="&nbsp;Wikimedia Commons/Reprodução">&nbsp;Wikimedia Commons/ReproduçãoSegundo Barry Kemp, professor emérito de Egiptologia na Universidade de Cambridge, esses textos "preparavam os egípcios para a vida após a morte e tinham o poder de conjurar todas as partes do corpo de alguém para sua jornada espiritual". A ideia, segundo o professor, era a de que os feitiços e instruções depositados nas tumbas podiam conceder ao espírito do morto "o poder de navegar com sucesso — e pela eternidade — pelos vários reinos", sendo um guia para o além-vida.<h3>Semipadronização</h3>Embora não houvesse mesmo um único Livro dos Mortos, alguns feitiços deixados para os mortos eram bastante populares e frequentemente utilizados na hora de preparar o papiro para o finado. Considerados como praticamente essenciais, alguns textos, como o Feitiço 17, que falava sobre a importância do deus Rá, eram quase que usados por padrão.Também eram comuns algumas dicas deixadas para o espírito da pessoa morta. Por exemplo, ainda de acordo com o professor Kemp, em muitos casos os papiros continham instruções sobre o que fazer e como navegar pelos reinos dos deuses e demônios e "seus potenciais obstáculos".<h3>Livro dos... vivos?</h3>Curiosamente, diversos dos feitiços escritos nos papiros eram voltados para a pessoa enquanto ainda viva. Segundo Foy Scalf, diretor do arquivo de pesquisas da Universidade de Chicago, muitos desses textos visavam auxiliar na experiência transcendental do humano no mundo dos vivos, podendo em seguida ser reutilizado no além para continuar o processo de elevação do espírito.</body>

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Livro dos Mortos: o 'guia' egípcio deixado para as múmias

Imagem de Quais foram os outros reis Carlos da Inglaterra? no megacurioso

Conheça um pouco mais sobre os membros da realeza que adotaram o título 'Carlos' e marcaram a história com feitos e polêmicas 

Com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122903-rainha-elizabeth-ii-do-reino-unido-morre-aos-96-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">falecimento da rainha Elizabeth</a> anunciado na &uacute;ltima semana, seu herdeiro, Charles, foi oficializado como o pr&oacute;ximo l&iacute;der da monarquia. Sob o t&iacute;tulo de rei Carlos III, o membro da realeza dar&aacute; sequ&ecirc;ncia a uma longa era de sucess&otilde;es, pol&ecirc;micas e feitos not&aacute;veis, a fim de preservar o maior legado do trono brit&acirc;nico. Conhe&ccedil;a abaixo um pouco mais das figuras reais por tr&aacute;s do t&iacute;tulo e descubra como essa hist&oacute;ria secular foi constru&iacute;da com o passar do tempo.
<h2>Carlos I: o rebelde executado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/12/a-12152505159064.jpg" alt="a" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Sucessor de Jaime VI como rei da Inglaterra e rei da Esc&oacute;cia em 1625, Carlos I foi o piv&ocirc; da Guerra Civil Inglesa ap&oacute;s uma s&eacute;rie de decis&otilde;es ruins envolvendo a manuten&ccedil;&atilde;o do Parlamento. Em seu reinado, o nobre tornou-se conhecido em todos os setores sociais por "trair" as convic&ccedil;&otilde;es de seu povo, ofendendo camadas influentes e com um grande poder para alterar significativamente a opini&atilde;o das massas.
No primeiro ano de seu reinado, Carlos I casou-se com a cat&oacute;lica Henrietta Maria e foi acusado de importunar grupos de protestantes, especialmente ap&oacute;s exigir defer&ecirc;ncia aos l&iacute;deres da igreja. Isolado politicamente, ele chegou a confrontar membros do Parlamento e a dissolver a institui&ccedil;&atilde;o tr&ecirc;s vezes, gerando instabilidade no poder decis&oacute;rio da na&ccedil;&atilde;o e utilizando a consulta das autoridades apenas para quest&otilde;es sobre gastos com guerra.
O rei acreditou estar acima de Deus e rapidamente perdeu o apoio dos poucos que ainda restavam. Acusado de "tirano, traidor, assassino e inimigo p&uacute;blico", o filho de Jaime VI foi preso e condenado &agrave; morte. Na manh&atilde; de 30 de janeiro de 1649, em uma &ldquo;rua aberta diante de Whitehall&rdquo;, ele foi decapitado e teve sua cabe&ccedil;a erguida diante de muitos espectadores. Uma semana depois, a monarquia foi oficialmente abolida.
<h2>Carlos II: um sedutor em tempos sombrios</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/12/a-12152542476065.jpg" alt="a" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Com a inf&acirc;ncia destru&iacute;da por conta da Guerra Civil, <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/101579-5-esquisitices-da-realeza-europeia-registradas-ao-longo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Carlos II</a> estava entregue &agrave;s d&iacute;vidas e aos favores, at&eacute; que retornou a Londres triunfante como rei, em uma &eacute;poca repleta de festividades e alegria devido ao fim do republicanismo de Cromwell e da Commonwealth. Aclamado publicamente, o novo monarca tornou-se uma figura conhecida por seu charme e ast&uacute;cia, mas crises com sua esposa, Catarina de Bragan&ccedil;a, e com a amante, Barbara Villiers, movimentaria frequentemente os &acirc;nimos na corte.
Os protestantes puritanos ainda possu&iacute;am grande influ&ecirc;ncia na Europa e geraram in&uacute;meras crises contra grupos de cat&oacute;licos, arruinando a igreja inglesa por meio de tens&otilde;es semelhantes. Permanecendo em cima do muro e sem afirmar apoio dedicado a algum dos lados, o rei conseguiu relativizar a paz, mas sempre mantendo uma certa desconfian&ccedil;a, especialmente pela poss&iacute;vel posse de seu irm&atilde;o cat&oacute;lico como sucessor do trono.
Na &eacute;poca, a Inglaterra presenciou avan&ccedil;os em seus setores econ&ocirc;micos, cient&iacute;ficos e comerciais, mas viu a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122440-a-peste-bubonica-criou-a-maior-disputa-cientifica-da-historia.htm#:~:text=Curtiu%3F,devastadoras%20de%20todos%20os%20tempos." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grande Peste</a>, o Grande Inc&ecirc;ndio de Londres e a Segunda Guerra Anglo-Holandesa afetarem significativamente o moral das pessoas. Carlos II conseguiu escapar ileso de todas as trag&eacute;dias e at&eacute; fechou um acordo de alian&ccedil;a formal com a Holanda e Su&eacute;cia, fundando tamb&eacute;m o <a href="https://www.megacurioso.com.br/lugares-surpreendentes/26817-5-observatorios-abandonados-e-destruidos-pelo-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Observat&oacute;rio Real</a> ao lado do astr&ocirc;nomo franc&ecirc;s Sieur de St. Pierre.
James, irm&atilde;o de Carlos II, afirmou seu catolicismo e for&ccedil;ou o rei a apoi&aacute;-lo. Com isso, deu-se in&iacute;cio a uma conspira&ccedil;&atilde;o "papista", onde o Parlamento iniciou uma campanha para cortar James da sucess&atilde;o, j&aacute; que o monarca n&atilde;o possu&iacute;a filhos. Carlos II decidiu dissolver a institui&ccedil;&atilde;o e passou os &uacute;ltimos anos de seu reinado acertando contas. Em seu leito de morte, ele cedeu &agrave; f&eacute; cat&oacute;lica e faleceu, em 6 de fevereiro de 1685.
<h2>Carlos III: o falso-rei</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/12/a-12152902333068.jpg" alt="a" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Charles Edward Stuart foi um infame nobre que juntou um ex&eacute;rcito de 6 mil escoceses ap&oacute;s estabelecer um tribunal em sua terra natal. Decidido a partir em dire&ccedil;&atilde;o a Inglaterra e tomar o trono, seus homens sucumbiram em uma das batalhas mais importantes do Reino Unido: Culloden. Reprimido por sua derrota durante as d&eacute;cadas seguintes e longe de seu pa&iacute;s, o "predestinado" se disfar&ccedil;ou de empregada dom&eacute;stica e conseguiu fugir de volta para a Esc&oacute;cia, mas a mancha em sua imagem nunca foi removida.
Ele passou anos exilado na Fran&ccedil;a e na It&aacute;lia e se autonomeou rei Carlos III ap&oacute;s a morte de seu pai, filho leg&iacute;timo de Carlos I. Por&eacute;m, para sua infelicidade, ningu&eacute;m o reconheceu como monarca &mdash; tanto o Papa quanto os reis europeus &mdash; e acabou morrendo em 1788 como um fingido detentor do trono. Agora, s&eacute;culos depois, o pr&iacute;ncipe Charles assume o t&iacute;tulo do pol&ecirc;mico l&iacute;der escoc&ecirc;s para dar sequ&ecirc;ncia &agrave; longa ancestralidade, iniciando uma nova hist&oacute;ria para apagar o tr&aacute;gico passado referente ao nome "Carlos".

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Quais foram os outros reis Carlos da Inglaterra?

Imagem de A expedição na Amazônia que quase matou o presidente Roosevelt no megacurioso

A jornada caótica de como o perigoso Rio da Dúvida foi alterado para Rio Roosevelt após a passagem do ex-presidente

<head></head><body>Ao longo da história norte-americana, pelo menos 8 presidentes quase morreram em algum tipo de acidente, entre eles Theodore Roosevelt, que ocupou a Casa Branca de 14 de setembro de 1901 a 4 de março de 1909, certamente foi um dos que mais se encontrou com a morte até então.Uma delas foi pouco depois de iniciar seu mandato presidencial, em 3 de setembro de 1902, quando um bonde em alta velocidade atingiu a carruagem onde ele estava, matando seu guarda-costas – o primeiro membro do Serviço Secreto a morrer cumprindo seu dever – e o motorista. Roosevelt se esparramou pelo asfalto da rua, ganhando ferimentos tão graves que precisou de cirurgia e ficou em cadeira de rodas por quase um mês.Contudo, foi durante a&nbsp;Rondon-Roosevelt Scientific Expedition, uma viagem expedicionária na Amazônia, que Theodore Roosevelt teve seu pior encontro com a morte.<h2>Um fã de viagens</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01160709499325.jpg" alt="Theodore Roosevelt jovem. (Fonte: PBS/Reprodução)">Theodore Roosevelt jovem. (Fonte: PBS/Reprodução)Era outono de 1913, quando chegou um convite do governo argentino para que Roosevelt discursasse em várias cidades do continente sul-americano. A oportunidade apareceu em boa hora, porque ele esperava começar seu terceiro mandato naquele ano, mas seu partido havia perdido para o democrata <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119778-lei-seca-nos-eua-quando-o-alcool-foi-banido-por-13-anos-do-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Woodrow Wilson</a>, e tudo o que restou foi passar semanas deprimido em sua casa em Nova York.O convite o tirou daquele lugar obscuro e também despertou sua “última chance de ser menino” novamente, pois o homem decidiu complementar sua turnê com um longo cruzeiro fluvial por dois afluentes do Amazonas. Ele entrou em contato com o Museu Americano de História Natural e recrutou uma dupla de naturalistas que seriam responsáveis por coletar espécimes de animais durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119759-a-terrivel-e-escusa-expedicao-langsdorff-ao-interior-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">expedição</a>.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01160807596327.jpg" alt="(Fonte: Frag Machiavelli/Reprodução)">(Fonte: Frag Machiavelli/Reprodução)Roosevelt sempre foi fã de férias mais agitadas, não feitas para relaxar, por isso preferia a aventura de um safári na África, por exemplo, do que caçar patos em Dakota do Sul. Mas o que ele estava prestes a experimentar aqui no Brasil não chegaria perto de nenhuma dificuldade e risco que teve que enfrentar ao longo de qualquer outra viagem que fizera, sobretudo na selva e no auge de seus 55 anos.Ao chegar na Bahia, em 18 de outubro de 1913, a viagem naturalista do ex-presidente dos EUA se tornou uma verdadeira expedição ao se encontrar com o coronel brasileiro Cândido Rondon, grande admirador de Roosevelt, que lhe propôs um novo desafio: liderar uma expedição com 22 pessoas para exploração do Rio Aripuanã, mais conhecido como Rio da Dúvida.<h2>A determinação de Roosevelt</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01160909982330.jpg" alt="(Fonte: History Channel/Reprodução)">(Fonte: History Channel/Reprodução)A épica jornada de Roosevelt partiu em dezembro daquele ano de Cáceres, no Mato Grosso, chegando ao rio em 27 de fevereiro de 1914. A essa altura, vários homens já haviam sucumbido às doenças tropicais e mais da metade dos animais de carga morreram de exaustão atravessando as acidentadas terras altas brasileiras. O início não era nada promissor, e o pior ainda estava por vir.O grupo de 15 carregadores, Rondon, o ex-presidente e seu filho Kermit, abandonaram muito mantimento e objetos nesse momento para conseguir fazer a dura caminhada para chegar à cabeceira do rio.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01161111613332.jpg" alt="(Fonte: Library of Congress/Reprodução)">(Fonte: Library of Congress/Reprodução)A situação engrossou logo em seguida. Eles tiveram que sobreviver em um ambiente inóspito, com pouca caça animal, menos da metade de suas rações, e ainda cercados por todo o tipo de praga de insetos mordedores. As corredeiras causaram inúmeros acidentes virando as canoas, até que conseguiram matar 3 brasileiros, um deles por afogamento.&nbsp;Antes de embarcar naquela loucura, Roosevelt ouviu conselhos do chefe do Museu de História Natural, mas estava muito determinado a enfrentar qualquer um dos perigos – provavelmente porque não imaginava o quão perigoso poderiam ser – apesar de ter dito: “Se qualquer coisa acontecer comigo, deixe meus ossos na América do Sul. Eu estou pronto para isso”.<h2>A odisseia catastrófica</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01161212325334.jpg" alt="(Fonte: History/Reprodução)">(Fonte: History/Reprodução)Em seu livro Through the Brazilian Wilderness, Roosevelt detalhou que a morte acompanhava a expedição pela água a cada avanço das canoas, cercadas por densos cardumes de piranhas extremamente assassinas e imensos jacarés.Quando encontravam algum trecho de terra, a ameaça era de tribos nativas hostis que, quando não estavam por perto, deixavam para que os mosquitos e moscas fizessem o trabalho de acabar com eles. Por pouco ele não morreu ao ser atacado por uma cobra-coral, que se envolveu em sua perna e mordeu profundamente sua bota de couro.O início da expedição foi marcado por águas calmas, mas depois apenas quilômetros de corredeiras tortuosas seguiram, obrigando que eles carregassem tudo nos braços, diminuindo o progresso da viagem em 11 quilômetros por dia, sendo que eles tiveram que parar por muitas vezes para construir ou remendar as embarcações.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;National Geographic&nbsp;" data-fonte-url="https://www.nationalgeographicbrasil.com/photography/2020/05/fotos-antigas-mostram-historica-expedicao-roosevelt-rondon-na-amazonia"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01161302001336.jpg" alt="(Fonte: National Geographic/Reprodução)">(Fonte: National Geographic/Reprodução)O que deveria ser uma expedição naturalista se tornou uma luta pela sobrevivência. As roupas dos homens foram reduzidas a trapos sujos, e a maioria deles delirou de febre devido infecções, inclusive Roosevelt, que implorou para ser deixado para morrer na selva.Ele, que começou como o mais forte da viagem, acabou perdendo um quarto de seu peso corporal, alcançando um estado de desnutrição severa, e ainda teve que ser submetido a uma cirurgia de emergência na perna às margens do rio para que conseguisse chegar com vida no fim da viagem.A odisseia pelas águas brasileiras remotas da Amazônia terminou em 26 de abril de 1914, quando Rondon avistou o grupo de socorro. Apesar do pesadelo que a jornada de Roosevelt foi, ele ainda informou ao governo brasileiro que ela havia sido bem-sucedida.A história da passagem do ex-presidente americano pelas águas brasileiras ficou tão famosa que o Rio da Dúvida foi renomeado Rio Roosevelt.</body>

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A expedição na Amazônia que quase matou o presidente Roosevelt

Imagem de A bizarra e complicada Maratona Olímpica de 1904 no megacurioso

Com corredores desidratados, no meio de carros, um cão selvagem perseguindo um dos competidores, a edição de 1904 da prova foi a mais estranha de todas

Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/119540-8-acontecimentos-bizarros-na-historia-das-olimpiadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jogos Ol&iacute;mpicos</a> de 1904, em St. Louis, marcaram a primeira vez que o evento foi realizado fora da Europa. Apesar disso, a edi&ccedil;&atilde;o mais ficou conhecida pela quantidade de incidentes durante a competi&ccedil;&atilde;o.
Um dos lutadores de boxe foi pego usando um nome falso. A prova de 400 metros foi disputada por treze atletas em uma pista sem raias. As competi&ccedil;&otilde;es de nata&ccedil;&atilde;o foram realizadas em um lago assim&eacute;trico. Mas, de todos os problemas, talvez os piores aconteceram durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122493-bobbi-gibb-a-primeira-mulher-a-participar-da-maratona-de-boston.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maratona</a>.
<h2>Uma completa bagun&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/02/02102332202149.jpg" alt="Atletas disputando espa&ccedil;o nas ruas com carros. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Atletas disputando espa&ccedil;o nas ruas com carros. (Fonte: Wikimedia Commons)
Tudo come&ccedil;a pelos competidores da prova. Dos 32 participantes, oito n&atilde;o eram atletas profissionais e conquistaram a vaga ao participarem de uma corrida de 11 quil&ocirc;metros. Felix Carvajal, um carteiro cubano, foi um deles. Ele imaginava que sua rotina de entrega j&aacute; lhe servia como treino, e quase ficou fora da prova ap&oacute;s perder o dinheiro do patroc&iacute;nio em um jogo de dados.
Os Jogos Ol&iacute;mpicos de 1904 marcaram tamb&eacute;m a primeira participa&ccedil;&atilde;o de negros na competi&ccedil;&atilde;o, mas isso n&atilde;o &eacute; um motivo de orgulho. Len Taunyane e Jan Mashiari eram dois zulus da tribo Tswana, da &Aacute;frica do Sul. Eles estavam na cidade para participar da exposi&ccedil;&atilde;o da Feira Mundial &mdash; que ocorria paralelamente &agrave; competi&ccedil;&atilde;o. Sem qualquer preparo, eles foram colocados descal&ccedil;os e com chap&eacute;us de palha para correr, provocando risos entre o p&uacute;blico.
A corrida teve in&iacute;cio &agrave;s 15 horas, em uma tarde ensolarada de agosto que registrou temperaturas de mais de 55?&deg;C. Para piorar a situa&ccedil;&atilde;o, a corrida contou com apenas dois postos com &aacute;gua, porque James Sullivan, o organizador dos Jogos de St. Louis, estava interessado em observar os efeitos da desidrata&ccedil;&atilde;o nos atletas.
E entre esses dois pontos de hidrata&ccedil;&atilde;o, os competidores precisaram dividir espa&ccedil;o com o tr&aacute;fego das ruas e da ferrovia e at&eacute; mesmo com pessoas passeando porque a rota da maratona n&atilde;o estava isolada.
<h2>Uma corrida muito louca&nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/02/02105847984173.jpg" alt="Hicks sendo carregado durante a prova. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Hicks sendo carregado durante a prova. (Fonte: Wikimedia Commons)
N&atilde;o demorou para que a prova fugisse completamente do controle. Um dos sul-africanos foi perseguido por c&atilde;es selvagens por cerca de um quil&ocirc;metro e meio fora do trajeto da corrida. J&aacute; o carteiro cubano conseguiu contornar as restri&ccedil;&otilde;es de hidrata&ccedil;&atilde;o comendo frutas que encontrava pelo caminho. Ele s&oacute; n&atilde;o contava com as c&oacute;licas estomacais das ma&ccedil;&atilde;s que ele comeu, e que fizeram ele tamb&eacute;m ter que abandonar a prova.
A corrida ainda teve um pedreiro, Fred Lorz, que para n&atilde;o deixar que as c&atilde;ibras o parassem, pegou uma carona de carro e chegou a acenar para os rivais enquanto passava por eles. Nem Thomas Hicks, o vencedor da prova, teve uma corrida f&aacute;cil. No quil&ocirc;metro 10 ele estava t&atilde;o desidratado que uma equipe de treinamento de dois homens correu para ajud&aacute;-lo.
A dupla preparou uma mistura de gemas de ovos com <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/36605-saiba-um-pouco-mais-sobre-7-das-substancias-mais-letais-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estricnina</a> (que se acreditava ser um estimulante) e uma dose de conhaque para reanim&aacute;-lo. No quil&ocirc;metro final ele desabou no ch&atilde;o e precisou ser reerguido e levado pelos dois homens at&eacute; a linha de chegada. Lorz havia terminado a prova antes, mas ao ser revelado que ele roubou, foi desclassificado e a vit&oacute;ria foi dada oficialmente a Hicks.&nbsp;

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A bizarra e complicada Maratona Olímpica de 1904

Imagem de Vala de Perus: o cemitério clandestino com ossadas da ditadura militar no megacurioso

Descoberto em 1990, a vala contava com mais de mil ossadas escondidas durante a ditadura militar brasileira

Em 1988, Caco Barcellos come&ccedil;ou a investigar homic&iacute;dios praticados pela Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (ROTA). O resultado da pesquisa foi o livro Rota 66: a Hist&oacute;ria da Pol&iacute;cia que Mata, onde o jornalista buscou identificar os mortos pela Pol&iacute;cia Militar de S&atilde;o Paulo.
Durante o levantamento, Barcellos encontrou alguns laudos com a letra &ldquo;T&rdquo; escrita em vermelho. Ao questionar funcion&aacute;rios do IML sobre o significado disso, ele descobriu que era uma marca&ccedil;&atilde;o feita pelo Departamento de Ordem Pol&iacute;tica e Social (DOPS) para se referir a terroristas. Foi seguindo essa pista que o jornalista descobriu uma vala clandestina no cemit&eacute;rio Dom Bosco, no bairro de Perus, na zona norte de S&atilde;o Paulo.
<h2>A vala</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="Itamar Miranda/Estad&atilde;o Conte&uacute;do" data-fonte-url="https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/quase-30-anos-depois-da-vala-de-perus-ser-aberta-laboratorio-da-bosnia-analisara-dna-de-ossadas.ghtml"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/06/06113352914632.jpg" alt="(Fonte: Itamar Miranda/Estad&atilde;o Conte&uacute;do/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Itamar Miranda/Estad&atilde;o Conte&uacute;do/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No dia 4 de setembro de 1990, a imprensa e a ent&atilde;o prefeita de S&atilde;o Paulo, Luiza Erundina, ficaram sabendo da descoberta de Barcellos. Uma vala clandestina que havia sido usada pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118211-ditadura-militar-como-e-por-que-aconteceu-o-golpe-de-1964.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ditadura militar</a> para enterrar os corpos de presos pol&iacute;ticos assassinados durante o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119063-ditadura-militar-no-brasil-6-mentiras-contadas-sobre-o-regime.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">per&iacute;odo de repress&atilde;o</a>. Erundina determinou que fosse aberta uma Comiss&atilde;o Parlamentar de Inqu&eacute;rito (CPI) na C&acirc;mara Municipal de S&atilde;o Paulo para descobrir a origem da vala e os seus respons&aacute;veis.
Na ocasi&atilde;o, a prefeita tamb&eacute;m decidiu que a responsabilidade de identifica&ccedil;&atilde;o das ossadas era do Departamento de Medicina Legal da Universidade de Campinas (Unicamp). Pol&iacute;cia Civil e IML tentaram reivindicar essa tarefa, mas Erundina n&atilde;o permitiu que isso acontecesse, temendo irregularidades em uma investiga&ccedil;&atilde;o feita por &oacute;rg&atilde;os da pol&iacute;cia do Estado.
<h2>Os mortos</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="Arquivo EBC" data-fonte-url="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2022/03/comissao-arns-visita-centro-de-identificacao-de-desaparecidos-ameacado-de-despejo.shtml"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/06/06113458930635.jpg" alt="Memorial aos mortos encontrados na Vala de Perus. (Fonte: Arquivo EBC)" />Memorial aos mortos encontrados na Vala de Perus. (Fonte: Arquivo EBC)
Ao ser aberta, 1.049 ossadas foram encontradas na vala e encaminhadas &agrave; Unicamp. At&eacute; 2022, a investiga&ccedil;&atilde;o conseguiu identificar 40 poss&iacute;veis mortos pela ditadura militar, sendo 35 homens e 5 mulheres. Destes, apenas cinco tiveram a identidade confirmada. Entre as ossadas n&atilde;o identificadas, haviam algumas de crian&ccedil;as e adolescentes, al&eacute;m de outros indigentes, possivelmente mortos &mdash; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119809-paul-aussaresses-o-torturador-convidado-pela-ditadura-militar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alguns com sinais de tortura</a> &mdash; pelos "esquadr&otilde;es da morte", grupos paramilitares com atua&ccedil;&atilde;o semelhante &agrave;s atuais mil&iacute;cias.
No dia 26 de agosto de 1993, Erundina solicitou que fosse feito um monumento aos mortos encontrados no local. Foi levantado um muro com a frase "Aqui os ditadores tentaram esconder os desaparecidos pol&iacute;ticos, as v&iacute;timas da fome, da viol&ecirc;ncia do estado policial, dos esquadr&otilde;es da morte e, sobretudo, os direitos dos cidad&atilde;os pobres da cidade de S&atilde;o Paulo. Fica registrado que os crimes contra a liberdade ser&atilde;o sempre descobertos".&nbsp;
A partir de 2014, foi criado o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF), uma parceria entre a Unifesp, a Secretaria de Direitos Humanos da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Atualmente, o CAAF segue como o &uacute;nico &oacute;rg&atilde;o com essas atribui&ccedil;&otilde;es no pa&iacute;s. As investiga&ccedil;&otilde;es chegaram ao fim em 2022, mesmo com v&aacute;rias ossadas n&atilde;o identificadas. Atualmente o local recebe o nome de Colina dos M&aacute;rtires.

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