Imagem de O drama vivido pelas famílias que buscam comida no lixo no megacurioso

Cena de pessoas catando comida em caminhão de lixo reforça um dos cenários de miséria mais preocupantes já vistos no Brasil

Nos &uacute;ltimos dias, cenas apavorantes ambientadas no estado do Cear&aacute; evidenciaram o desespero de fam&iacute;lias para conseguir comida. Nas imagens, &eacute; poss&iacute;vel observar pessoas atacando caminh&otilde;es de lixo atr&aacute;s de qualquer item comest&iacute;vel descartado: consequ&ecirc;ncia do aumento da pobreza, da alta no pre&ccedil;o dos produtos de cesta b&aacute;sica e das condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias de vida &agrave;s quais muitas pessoas s&atilde;o submetidas na regi&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/09/09121851931245.jpg" alt="(Fonte: Jonas Rio &mdash; BBC / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Jonas Rio/BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De acordo com dados do Cadastro &Uacute;nico, ferramenta do governo que re&uacute;ne informa&ccedil;&otilde;es de pessoas em condi&ccedil;&atilde;o de pobreza em um banco de dados, aproximadamente 33% da popula&ccedil;&atilde;o brasileira encontravam-se na faixa de baixa renda e mis&eacute;ria at&eacute; janeiro de 2021. Em nota, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE) informou que, desses grupos, mais da metade sobrevive com uma renda mensal de R$ 89, e v&aacute;rios s&atilde;o incapazes de aderir a programas sociais de amparo.
No fim de 2020, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120290-o-que-e-inseguranca-alimentar-e-por-que-isso-e-um-problema.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inseguran&ccedil;a alimentar</a> j&aacute; afetava 19 milh&otilde;es de brasileiros, que passaram a viver uma situa&ccedil;&atilde;o parcialmente in&eacute;dita ap&oacute;s o surgimento da pandemia. Sem condi&ccedil;&otilde;es de sustentarem suas fam&iacute;lias e pagarem contas consideradas b&aacute;sicas para uma vida digna, muitos sofrem com o medo de perder o pouco que t&ecirc;m e tomam medidas desesperadas, como as vistas em imagens gravadas no bairro Coc&oacute;, em Fortaleza (CE).
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V&iacute;deo mostra moradores procurando comida em caminh&atilde;o de lixo em Fortaleza. De acordo com funcion&aacute;rio do supermercado, cena se tornou corriqueira em meio &agrave; pandemia do novo coronav&iacute;rus.<a href="https://t.co/nhr6WlY2ky">https://t.co/nhr6WlY2ky</a> <a href="https://t.co/Rdt9EiE0ih">pic.twitter.com/Rdt9EiE0ih</a>
&mdash; Correio Braziliense (@correio) <a href="https://twitter.com/correio/status/1450172749968781314?ref_src=twsrc%5Etfw">October 18, 2021</a></blockquote>
"Meus p&eacute;s ardem como pimenta. Os calos inflamam, eu raspo com uma l&acirc;mina e sigo a vida. Acordo &agrave;s 4 horas da manh&atilde; todos os dias, pego meu carrinho de m&atilde;o e venho esperar o caminh&atilde;o do lixo neste mesmo ponto, perto da Comunidade dos Trilhos, onde moro. Agora, n&atilde;o tem mais hor&aacute;rio certo para passar. &Agrave;s vezes, passa de madrugada. Outras vezes, l&aacute; pelo meio-dia. Vivo essa incerteza. H&aacute; dias em que eu chego e j&aacute; passou", comentou a lavadeira Sandra Maria de Freitas (57 anos) em entrevista &agrave; BBC.
<h2>A vida no esquecimento</h2>
As condi&ccedil;&otilde;es de abandono vivenciadas por muitas pessoas inclu&iacute;das na pobreza surgem como consequ&ecirc;ncia do desemprego e das dificuldades econ&ocirc;micas, que j&aacute; atingem 14,1 milh&otilde;es de brasileiros, segundo relat&oacute;rios de setembro deste ano. Com aux&iacute;lio insuficiente para cobrir as despesas b&aacute;sicas, o foco desses grupos &eacute; garantir as refei&ccedil;&otilde;es di&aacute;rias, mesmo que para isso sejam obrigados a recorrer ao que coloca sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119688-sistema-de-saude-dos-eua-como-funciona-e-quais-os-custos-dos-cidadaos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sa&uacute;de</a> em risco.
"No dia 28 de setembro, depois de subir no caminh&atilde;o do lixo para pegar umas verdurinhas e encher meu carrinho, come&ccedil;ou a me dar uma agonia nas costas e no peito. Quase desmaiei, sa&iacute; daqui de ambul&acirc;ncia do SAMU e passei uns dias internada depois de um cateterismo. Hoje, eu me vejo tendo que comprar muitos rem&eacute;dios enquanto me falta o b&aacute;sico para comer", detalha Anice Monteiro (64 anos) &agrave; BBC.
<h2>A&ccedil;&otilde;es sociais de combate &agrave; pobreza</h2>
O v&iacute;deo publicado no fim de setembro estimulou institui&ccedil;&otilde;es e pessoas f&iacute;sicas a lan&ccedil;arem trabalhos sociais com medidas que sejam eficientes no combate &agrave; pobreza, na tentativa de auxiliar e direcionar moradores de rua e outros habitantes de Fortaleza a apelar por seus direitos de acesso a pol&iacute;ticas p&uacute;blicas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/04/04094408516055.jpg" alt="(Fonte: Jonas Rio &mdash; BBC / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Jonas Rio/BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
"Estamos coletando os nomes, os telefones e as qualifica&ccedil;&otilde;es dessas pessoas. Queremos realizar um cadastro para tentar auxili&aacute;-las na busca por emprego, averiguar se elas est&atilde;o vacinadas contra a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119623-como-recuperar-o-paladar-depois-da-covid-19.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">covid-19</a> e orient&aacute;-las em rela&ccedil;&atilde;o aos &oacute;rg&atilde;os de prote&ccedil;&atilde;o social", esclareceu a volunt&aacute;ria Renata Eulet&eacute;rio &agrave; BBC. "At&eacute; agora, fizemos a entrega de cestas b&aacute;sicas a 13 fam&iacute;lias, estamos lutando para entender a demanda de cada uma delas para que tenham autonomia diante de programas j&aacute; existentes na cidade, como aux&iacute;lios, atendimentos m&eacute;dicos e tantas outras esferas".
Em comunicado, a Prefeitura de Fortaleza j&aacute; anunciou medidas protetivas para grupos em vulnerabilidade social e prometeu que as pessoas que coletaram comida reciclada ser&atilde;o acompanhadas pela Secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, que dever&aacute; distribuir lanches e &aacute;gua regularmente nas comunidades.

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O drama vivido pelas famílias que buscam comida no lixo

Imagem de Grupo antivacina é imunizado mesmo após pagar propina na Grécia no megacurioso

Manifestantes ofereceram dinheiro para que médicos aplicassem água no lugar da vacina, mas acabaram recebendo doses verdadeiras

Um grupo de protestantes antivacina foi pego de surpresa ao acabarem sendo vacinados contra a covid-19 na <a href="https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/43368-proxima-parada-grecia-viaje-pela-historia-desse-pais-unico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Gr&eacute;cia</a>. Depois de terem subornado m&eacute;dicos para receberem &aacute;gua no lugar do imunizante, os profissionais da sa&uacute;de acabaram embolsando o dinheiro e aplicando as doses verdadeiras no lugar.
Assim como ocorre nos Estados Unidos, onde os movimentos <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120221-5-pessoas-que-foram-antivacina-ao-longo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antivacina</a> t&ecirc;m tomado grandes propor&ccedil;&otilde;es, a Gr&eacute;cia &eacute; um dos pa&iacute;ses europeus enfrentando o mesmo tipo de problema. Em algumas partes da Europa, sobretudo no Mediterr&acirc;neo, pr&aacute;ticas como a &ldquo;vacina&ccedil;&atilde;o falsa&rdquo; passaram a ganhar muita for&ccedil;a entre os protestantes.
<h2>Passaporte vacinal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/10/10144829557364.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Atualmente, a Gr&eacute;cia adotou o passaporte de vacinas em seus espa&ccedil;os de trabalho, o que garante algumas regalias para indiv&iacute;duos que j&aacute; receberam as duas doses/dose &uacute;nica da vacina contra <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118728-covid-19-posso-ingerir-bebidas-alcoolicas-depois-de-tomar-a-vacina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">covid-19</a>, enquanto aplica certas penalidades e restri&ccedil;&otilde;es para aqueles que recusam se imunizar.
Por esse motivo, muitos manifestantes antivacina andam buscando formas de burlar as restri&ccedil;&otilde;es sem ter que &ldquo;ignorar suas convic&ccedil;&otilde;es&rdquo;, como pedir para que os m&eacute;dicos apliquem &aacute;gua no lugar das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119742-6-vacinas-que-salvam-vidas-e-quem-sao-seus-inventores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacinas</a>. De acordo com os dados locais, estima-se que de 100 a 200 centros de vacina&ccedil;&atilde;o gregos tenham participado do esquema.
Para isso, seria cobrado de cada paciente 400 euros (R$ 2,5 mil, aproximadamente) para que as doses reais fossem substitu&iacute;das na seringa. Por&eacute;m, a fraude acabou dando errado para algumas pessoas, que posteriormente descobriram ter recebido a vacina de verdade ap&oacute;s pagarem a propina. Como a pr&aacute;tica &eacute; ilegal no pa&iacute;s, n&atilde;o existe forma de reaver a quantia monet&aacute;ria.
<h2>Medo de retalia&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/10/10145046888365.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Para quem pensa que os m&eacute;dicos agiram eticamente durante todo o processo, n&atilde;o foi bem assim que as coisas aconteceram. Desde setembro de 2021, a Gr&eacute;cia estabeleceu uma s&eacute;rie de puni&ccedil;&otilde;es para os locais que distribu&iacute;ssem certificados falsos de vacina&ccedil;&atilde;o para os pacientes.&nbsp;
Desde o in&iacute;cio da campanha de vacina&ccedil;&atilde;o, acredita-se que pelo menos 100 mil gregos tentaram adquirir o passaporte vacinal de maneira ilegal. Segundo informa&ccedil;&otilde;es divulgadas pela televis&atilde;o grega Mega,&nbsp;os m&eacute;dicos que se recusaram a participar do esquema e embolsaram o dinheiro fraudulento fizeram mais por medo de uma poss&iacute;vel retalia&ccedil;&atilde;o do que por convic&ccedil;&atilde;o pessoal.
<h2>Risco de fraudes</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/10/10145422671368.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
A vacina&ccedil;&atilde;o falsa n&atilde;o tem sido o &uacute;nico m&eacute;todo usado pelos antivacina para fugir da vacina&ccedil;&atilde;o, o que inclui algumas ideias totalmente mirabolantes. H&aacute; algumas semanas, um indiv&iacute;duo foi pego em Melbourne, na Austr&aacute;lia, tentando vender uma pr&oacute;tese completa de um bra&ccedil;o para que as pessoas utilizassem na hora de receber a vacina da covid-19.
O bra&ccedil;o, que supostamente custaria cerca de US$ 1,5 mil, foi encontrado online com a seguinte descri&ccedil;&atilde;o: &ldquo;Bra&ccedil;o prot&eacute;tico (esquerdo ou direito). Use-o para a vacina&ccedil;&atilde;o. Melhor usado sob uma jaqueta de inverno para disfar&ccedil;ar as diferen&ccedil;as. Dispon&iacute;vel em v&aacute;rias cores de pele. Entrega expressa&rdquo;.&nbsp;
No entanto, n&atilde;o houve at&eacute; agora qualquer registro de vendas do produto ou de que esse tipo de pr&aacute;tica tenha funcionado em algum ponto de vacina&ccedil;&atilde;o ao redor do mundo.&nbsp;

thumb-image-2024-02-29T14:05:51.486Z

Grupo antivacina é imunizado mesmo após pagar propina na Grécia

Imagem de O que aconteceria se toda a internet parasse de funcionar de uma vez? no megacurioso

Se a queda do Facebook já deixou muita gente nervosa, um colapso total da internet seria muito pior

Este conte&uacute;do foi lan&ccedil;ado em primeira m&atilde;o para os assinantes do clube de benef&iacute;cios do TecMundo, o <a href="https://tecme.tecmundo.com.br/?utm_source=tecmundo-o-que-aconteceria-se-a-internet-acabasse&amp;utm_medium=editorial&amp;utm_campaign=lp-compra" target="_blank">TecMe</a>. Se voc&ecirc; tamb&eacute;m quer acessar conte&uacute;do exclusivo e antecipado, assine tamb&eacute;m clicando&nbsp;<a href="https://tecme.tecmundo.com.br/?utm_source=tecmundo-o-que-aconteceria-se-a-internet-acabasse&amp;utm_medium=editorial&amp;utm_campaign=lp-compra" target="_blank">aqui</a>.
O principal assunto do come&ccedil;o de outubro foi a queda do Facebook &mdash; que levou junto outros produtos da empresa de Mark Zuckerberg, como o WhatsApp, o Instagram e fun&ccedil;&otilde;es de login em diversos outros apps. Muita gente ficou desesperada e sem saber como se comunicar enquanto contava os segundos para tudo voltar ao normal. A gente j&aacute; vai falar sobre isso.
Claro que muitos de n&oacute;s simplesmente buscamos outros meios de comunica&ccedil;&atilde;o, comentamos a situa&ccedil;&atilde;o no Twitter (<a href="https://www.tecmundo.com.br/internet/226218-queda-whatsapp-instagram-gera-onda-memes-twitter.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">veja os melhores memes em nosso parceiro, o TecMundo</a>) e tentamos seguir a vida. Afinal, Facebook, WhatsApp e Instagram estavam fora do ar, por&eacute;m o resto da internet estava a&iacute; para encontrarmos alternativas &mdash; mesmo que todo o imp&eacute;rio de Mark Zuckerberg sumisse do mapa para nunca mais voltar, provavelmente a gente conseguiria se acostumar dentro de alguns dias.&nbsp;
A&iacute; que est&aacute; a quest&atilde;o: se um colapso do Facebook, que &eacute; "apenas uma empresa", j&aacute; assustou tanta gente, o que aconteceria se toda a <a href="https://www.megacurioso.com.br/internet/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">internet</a> simplesmente parasse de funcionar? Imagine um dia em que tentamos abrir o WhatsApp, mas ele n&atilde;o funciona; depois, o Telegram,&nbsp; e este tamb&eacute;m n&atilde;o; e, assim, toda a internet simplesmente "falece e descansa em paz".&nbsp;
O Mega Curioso fez uma baita pesquisa em todos os outros artigos que j&aacute; propuseram essa pergunta e conversou com alguns especialistas para entender esse cen&aacute;rio hipot&eacute;tico. A conclus&atilde;o disso, em resumo, seria: o caos. A queda do Facebook "&eacute; caf&eacute; pequeno!".
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08135204145229.jpg" alt="Perto de um hipot&eacute;tico colapso da internet, a queda do Facebook na segunda &eacute; fichina... (Imagem: Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Perto de um hipot&eacute;tico colapso da internet, a queda do Facebook na segunda-feira &eacute; fichinha. (Imagem: Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>O primeiro colapso seria nas comunica&ccedil;&otilde;es...</h2>
"Quando um colapso da internet global acontece, interromper as comunica&ccedil;&otilde;es digitais seria apenas uma pequena parte do problema", afirmou Francesca Musiani, pesquisadora do Instituto de Ci&ecirc;ncias da Comunica&ccedil;&atilde;o da Fran&ccedil;a (ISCC-CNRS), para o portal Gizmodo, ou seja, voc&ecirc; n&atilde;o conseguir mandar <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais-fofos/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">v&iacute;deos de gatinhos</a> no WhatsApp seria o menor dos problemas.
Dentro desse suposto contexto, vamos come&ccedil;ar pelo aspecto das comunica&ccedil;&otilde;es &mdash; que, afinal de contas, seria o primeiro que sentir&iacute;amos. Se voc&ecirc; correu para o Telegram, Twitter ou Snapchat para falar com amigos que moram longe quando o WhatsApp caiu, essa alternativa n&atilde;o seria poss&iacute;vel se ocorresse um colapso na internet, &eacute; claro. Contudo, o SMS tamb&eacute;m poderia parar de funcionar e at&eacute; as <a href="https://www.megacurioso.com.br/celular/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">torres de celular</a>&nbsp;&mdash; isso porque a infraestrutura das operadoras depende da internet para existir.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08135359225230.jpg" alt="Sem internet, seu celular serviria apenas como calculadora, videogame e poucas outras fun&ccedil;&otilde;es (Imagem: Pexels)" />Sem internet, seu celular serviria apenas como calculadora, videogame e poucas outras fun&ccedil;&otilde;es (Imagem: Pexels)
Basicamente, o aparelhinho que voc&ecirc; tem a&iacute; e talvez esteja usando para ler esse post no Mega viraria apenas uma calculadora bem avan&ccedil;ada; talvez um <a href="https://www.megacurioso.com.br/lego/20653-game-boy-feito-de-lego-realiza-o-sonho-de-quem-foi-crianca-nos-anos-80.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Game Boy</a>&nbsp;se voc&ecirc; tiver jogos instalados que funcionem offline.
Talvez os telefones fixos continuassem funcionando por um tempo, para quem ainda os t&ecirc;m em casa, mas as linhas provavelmente ficariam congestionadas rapidamente. Tentar&iacute;amos ver as not&iacute;cias sobre o problema na TV, por&eacute;m s&oacute; seria poss&iacute;vel fazer isso se tivesse uma antena daquelas antigas, j&aacute; que os servi&ccedil;os de <a href="https://www.tecmundo.com.br/mercado/220765-servicos-tv-paga-perdem-1-2-milhao-assinantes-ano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">TV por assinatura</a> tamb&eacute;m dependem da internet para sua infraestrutura.&nbsp;
Na real, &eacute; prov&aacute;vel que mesmo os jornalistas de televis&atilde;o tivessem dificuldade de transmitir alguma not&iacute;cia, j&aacute; que a maioria das reda&ccedil;&otilde;es utiliza a internet e sat&eacute;lites para receber as informa&ccedil;&otilde;es que v&ecirc;m de fora. Isso demonstra que, al&eacute;m das suas comunica&ccedil;&otilde;es pessoais, o seu trabalho tamb&eacute;m seria severamente afetado, portanto: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118950-5-maneiras-de-lidar-com-a-volta-ao-escritorio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nada de home office</a> e de conversar com os colegas por algum sistema. O m&aacute;ximo que voc&ecirc; conseguiria fazer no seu computador &eacute; usar o Word ou Excel &mdash; e teria que passar os arquivos para colegas por um pendrive.&nbsp;
<h3>.... e o das pessoas!</h3>
Se voc&ecirc; ficou passando mal durante o colapso do WhatsApp e do Instagram, abrindo os apps para ver se eles j&aacute; tinham retornado, imagine s&oacute; n&atilde;o conseguir fazer nada na internet! Deu at&eacute; uma palpita&ccedil;&atilde;o, n&eacute;? Muito bem: esse pode ser um sintoma de nomofobia, segundo o psic&oacute;logo e neurocientista&nbsp;Fabiano de Abreu, que &eacute;&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/autor/1202-fabiano-de-abreu-colunista/" target="_blank">colunista do Mega Curioso</a>.
Ele conta que pessoas que usam as redes sociais para trabalhar at&eacute; se sentiriam aliviadas com o colapso, aproveitando o tempo livre para fazer outras coisas, mas muita gente ficou ansiosa: checou o celular de tempos em tempos, buscou alternativas com pressa e at&eacute; sentiu altera&ccedil;&atilde;o no humor. Se a depend&ecirc;ncia da internet &eacute; mais s&eacute;ria, podem surgir at&eacute; sintomas f&iacute;sicos, como suor excessivo e n&aacute;useas.
Isso acontece porque cada novo like ou mensagem recebida libera dopamina, que nos deixa "felizes", mas tamb&eacute;m ansiosos por mais est&iacute;mulos. Se a internet parasse de funcionar e esses est&iacute;mulos sumissem, muita gente come&ccedil;aria a passar mal de verdade. N&atilde;o seria exagero dizer que consult&oacute;rios de psic&oacute;logos e hospitais teriam uma procura bem maior.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08135640163231.jpg" alt="" o="" colapso="" da="" internet="" foi="" motivo="" do="" meu="" doutor="" imagem:="" unsplash="" />"O colapso da internet foi o motivo do meu colapso, doutor." (Imagem: Unsplash)
<h2>O colapso da economia, muito al&eacute;m do Facebook</h2>
Como dissemos, a comunica&ccedil;&atilde;o seria o menor dos problemas: tudo come&ccedil;aria a ficar realmente s&eacute;rio quando a gente fosse contabilizar os preju&iacute;zos financeiros de um colapso da internet.&nbsp;Com o apag&atilde;o de segunda-feira, 4 de outubro, que durou 6 horas, <a href="https://www.tecmundo.com.br/mercado/226279-facebook-apagao-denuncias-zuckerberg-perder-r-38-bilhoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Zuckerberg e o Facebook perderam US$ 38 bilh&otilde;es</a> &mdash; o que j&aacute; &eacute; uma grana e tanto, n&eacute;?&nbsp;&Eacute; s&oacute; pensar que a empresa simplesmente se tornaria in&uacute;til em um mundo sem internet. Al&eacute;m dela, a Google, a Amazon e 99% das startups que voc&ecirc; conhece n&atilde;o teriam mais neg&oacute;cios para fazer, pois todos trabalham na internet.
Por&eacute;m, o colapso na economia iria muito al&eacute;m dos neg&oacute;cios digitais. Voc&ecirc; talvez nem pudesse fazer compras no supermercado, porque o sistema do caixa &eacute; online. Aquele mercadinho onde o pr&oacute;prio dono soma os pre&ccedil;os de cabe&ccedil;a ficaria vazio de produtos em um piscar de olhos, mas isso se voc&ecirc; tiver dinheiro de papel para pagar as contas, n&eacute;? Porque cart&atilde;o de cr&eacute;dito, Pix, Pic Pay e qualquer outro meio de pagamento digital ficaria fora do ar se a internet parasse de funcionar.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08135733210234.jpg" alt="Se sua carteira vive vazia, voc&ecirc; teria muitos problemas num hipot&eacute;tico colapso da internet (Imagem: Freepik)" />Se sua carteira vive vazia, voc&ecirc; teria muitos problemas em um hipot&eacute;tico colapso da internet. (Imagem: Freepik)
Dependendo da hora que isso acontecesse, as pessoas correriam para os bancos para fazer saques. Esse setor &eacute; um que sofreria muito, j&aacute; que, atualmente, a maioria das opera&ccedil;&otilde;es financeiras &eacute; digital. Com pessoas sem dinheiro e, dentro de pouco tempo, sem comida, a desordem tomaria conta das cidades &mdash; o que &eacute; assunto para o pr&oacute;ximo item...
Voltando &agrave; economia, o seu dinheiro n&atilde;o iria necessariamente "sumir" dos bancos, j&aacute; que eles t&ecirc;m servidores privados e redes locais, mas dentro de algum tempo eles voltariam a operar como nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118584-20-coisas-que-foram-uma-verdadeira-febre-nos-anos-80-e-90.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">anos 1980</a>. Entretanto, muita gente perderia seus empregos, n&atilde;o somente em empresas de tecnologia, mas no mundo todo e em todos os setores.
Isso porque mesmo setores mais tradicionais &mdash; como a ind&uacute;stria sider&uacute;rgica ou a agricultura, para citar apenas alguns &mdash; est&atilde;o em uma economia globalizada, com clientes em v&aacute;rias partes do mundo. Portanto, dependem da internet para negociar e receber pagamentos. Claro que, como com os bancos, outras formas de fazer neg&oacute;cios surgiriam com o tempo se a internet parasse de funcionar, mas, a curto prazo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/113957-saude-e-economia-impactos-da-quarentena-no-brasil-segundo-especialistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a crise econ&ocirc;mica</a> seria devastadora.&nbsp;
<h2>O colapso da sociedade...</h2>
Muita gente acharia que a internet &eacute; s&oacute; uma ferramenta de comunica&ccedil;&atilde;o e, quando a not&iacute;cia do colapso se espalhasse, pensaria que ficar sem WhatsApp n&atilde;o mudaria nada em sua vida, mas conforme mais pessoas percebessem que ficar sem internet tamb&eacute;m significaria ficar sem seu trabalho, bancos e at&eacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/culinaria/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comidas</a>&nbsp;ou rem&eacute;dios, o desespero tomaria conta. Na verdade, se a internet parasse funcionar, ficar&iacute;amos at&eacute; sem os servi&ccedil;os mais b&aacute;sicos.
A rede de energia el&eacute;trica usa a internet para balancear a distribui&ccedil;&atilde;o. Ent&atilde;o, seria quest&atilde;o de tempo para que o fornecimento ficasse comprometido e alguns lugares come&ccedil;assem a ter apag&otilde;es. A&iacute;, tudo que depende da eletricidade tamb&eacute;m pararia de funcionar: distribui&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua, gasolina e g&aacute;s natural, por exemplo. Sem combust&iacute;vel, as entregas de comida, rem&eacute;dios e outros itens para os com&eacute;rcios parariam. Ent&atilde;o, ainda que todo mundo conseguisse pagar no dinheiro, n&atilde;o haveria o que comprar se o colapso da internet durasse 1 m&ecirc;s ou mais.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08135923273235.jpg" alt="Sem internet, pode acabar a energia e outros servi&ccedil;os b&aacute;sicos (Imagem: Wikimedia Commons)" />Sem internet, pode acabar a energia e outros servi&ccedil;os b&aacute;sicos. (Imagem: Wikimedia Commons)
<h3>...e tamb&eacute;m uma crise pol&iacute;tica</h3>
Em meio a tanto caos, os l&iacute;deres mundiais teriam que se posicionar de forma veemente para diminuir a cat&aacute;strofe; al&eacute;m disso, todos estariam procurando culpados. &Eacute; poss&iacute;vel que trocas de acusa&ccedil;&otilde;es surgissem e algum conflito estourasse. Sistemas do governo e For&ccedil;as Armadas at&eacute; poderiam continuar funcionando, j&aacute; que eles costumam ter redes internas, separadas da internet. Pelo menos enquanto ainda houvesse energia ou combust&iacute;vel.&nbsp;
Tamb&eacute;m haveria grande cobran&ccedil;a para criar novas solu&ccedil;&otilde;es que permitissem&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118950-5-maneiras-de-lidar-com-a-volta-ao-escritorio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"voltar ao normal"</a>. Em pa&iacute;ses desenvolvidos, acredita-se que a sociedade poderia ser retomada em cerca de 1 ano, com a reconstru&ccedil;&atilde;o de uma rede essencial. Contudo, outros pa&iacute;ses pobres voltariam &agrave; agricultura de subsist&ecirc;ncia. A BBC estima que, dentro de 1 ano, cerca de 1 bilh&atilde;o de pessoas poderiam morrer de fome, frio ou em meio ao caos social.&nbsp;
"Sem a internet, a sociedade como a gente conhece simplesmente n&atilde;o pode funcionar", afirmou o professor John D. Villasenor, da Universidade da California em Los Angeles.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08140103696236.jpg" alt="" eita="" joe="" ainda="" bem="" que="" voc="" o="" presida="" agora="" disse="" obama="" imagem:="" wikimedia="" commons="" />"Eita, Joe... Ainda bem que voc&ecirc; &eacute; o presidente agora!", disse Obama. (Imagem: Wikimedia Commons)
<h2>&Eacute; poss&iacute;vel acontecer um colapso da internet?</h2>
Agora que n&oacute;s j&aacute; deixamos voc&ecirc;, caro leitor, desesperado em saber o que aconteceria se a internet parasse de funcionar, vem a boa not&iacute;cia: &eacute; muito dif&iacute;cil isso acontecer.&nbsp;
Isso porque n&atilde;o h&aacute; um bot&atilde;o que liga e desliga a internet inteira, como existe no seu modem. N&atilde;o &eacute; uma quest&atilde;o de algu&eacute;m trope&ccedil;ar em um fio e, "ops!", acabou a internet do mundo todo. Segundo Renan Hamann, Head de Brand Publishing da NZN e ex-editor-chefe do TecMundo, um colapso da internet global dependeria de uma "tempestade perfeita".&nbsp;
Isso porque a internet n&atilde;o &eacute; uma rede s&oacute;, mas um sistema com infinitas redes conectadas: se uma parte para de funcionar, os dados v&atilde;o por outro caminho. &Eacute; a chamada redund&acirc;ncia, e &eacute; algo que acontece o tempo todo, na verdade.
"O 'apocalipse' mesmo s&oacute; aconteceria com uma a&ccedil;&atilde;o coordenada de terrorismo ou ciberterrorismo (e aqui falando de uma maneira bem simplista). Isso porque, para isso, seria necess&aacute;rio que houvesse uma desativa&ccedil;&atilde;o generalizada de cabos submarinos ou grandes centrais de DNS e backbones, por exemplo. Ou, ent&atilde;o, uma interven&ccedil;&atilde;o global em servidores de roteamento e distribuidores de conte&uacute;do", explicou Hamann.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08140408774238.jpeg" alt="" meu="" plano="" acabar="" com="" a="" internet="" e="" dominar="" o="" mundo="" sr="" bond="" imagem:="" cinema="" em="" s="" rie="" reprodu="" />"Meu plano &eacute; acabar com a internet e dominar o mundo, Sr. Bond." (Imagem: Cinema em S&eacute;rie/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em resumo, essa hist&oacute;ria de colapso da internet global s&oacute; aconteceria com um plano maligno <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116734-do-pior-ao-melhor-o-ranking-dos-24-filmes-da-franquia-007.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">digno de vil&atilde;o de 007</a>. Fazendo outra analogia cinematogr&aacute;fica para terminar, Hamann explica que, mesmo que o arqui-inimigo de James Bond conseguisse destruir a internet, a gente n&atilde;o ficaria no mundo de Mad Max. "Boa parte das comunica&ccedil;&otilde;es mais importantes dos Estados &eacute; feita via sat&eacute;lite. Isso permite uma estabilidade de comunica&ccedil;&atilde;o militar ou governamental de alto escal&atilde;o sem grandes problemas", ele disse.

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O que aconteceria se toda a internet parasse de funcionar de uma vez?

Imagem de Coreia do Norte: o país planejado para que ninguém consiga escapar no megacurioso

Anualmente, centenas de desertores tentam escapar do regime norte-coreano, mas são raros os que conseguem esse feito e sobrevivem para contar a história

Devido &agrave; rigidez social e ao regime fechado implantado no pa&iacute;s, a Coreia do Norte formou, ao longo das &uacute;ltimas d&eacute;cadas, uma verdadeira muralha f&iacute;sica e ideol&oacute;gica ao seu redor, com muitas autoridades e cidad&atilde;os mundiais nem sequer sabendo o que ocorre dentro dos limites do pa&iacute;s. Por&eacute;m, em meio a relatos de sobreviventes e desertores, sabe-se que o governo local vem operando com uma forte inflexibilidade que impossibilita a melhor qualidade de vida para os nativos, for&ccedil;ando as fugas como &uacute;nica solu&ccedil;&atilde;o de uma exist&ecirc;ncia digna.
Infelizmente, mesmo a solu&ccedil;&atilde;o mais l&oacute;gica &eacute; feita com uma certa relut&acirc;ncia, j&aacute; que o pa&iacute;s foi projetado para n&atilde;o deixar os norte-coreanos fugirem. Desde os limites geogr&aacute;ficos da regi&atilde;o at&eacute; a estrat&eacute;gia militar de forte repress&atilde;o adotada pelo ex&eacute;rcito, tudo visa dificultar a vida do cidad&atilde;o para fora do territ&oacute;rio, e muitos acabam adotando medidas desesperadas e suicidas para encontrar um pouco de felicidade e condi&ccedil;&otilde;es apropriadas em outras regi&otilde;es.
<h2>O sul sitiado</h2>
Conflitos hist&oacute;ricos entre as <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/116302-vila-da-paz-a-cidade-fantasma-entre-as-coreias-do-norte-e-do-sul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Coreias</a> resultaram na constru&ccedil;&atilde;o de uma faixa de terra de 4 quil&ocirc;metros de largura e 250 quil&ocirc;metros que circunda a fronteira dos pa&iacute;ses. A regi&atilde;o, conhecida como Zona Desmilitarizada, foi assinada em acordo conjunto em 1953 e evidencia uma guerra que dura mais de 60 anos, apesar de os termos b&eacute;licos de paz terem sido afirmados no mesmo ano de funda&ccedil;&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21101627143081.jpg" alt="(Fonte: Wired / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wired/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Um cidad&atilde;o norte-coreano que queira fugir de seu pa&iacute;s para o sul deve enfrentar uma das maiores resist&ecirc;ncias do planeta, visto que ningu&eacute;m pode cruzar as fronteiras entre os pa&iacute;ses. A Zona Desmilitarizada, respons&aacute;vel por garantir que n&atilde;o haja invasores, tem centenas de milhares de minas terrestres espalhadas pela sua extens&atilde;o, al&eacute;m de mais de 2 milh&otilde;es de soldados fortemente armados que vigiam constantemente qualquer movimento no local.
Entre o final da d&eacute;cada de 1990 e 2020, a Coreia do Sul recebeu uma m&eacute;dia de mil refugiados anuais como causa da Marcha &Aacute;rdua, per&iacute;odo de fome e crise social causadas pela dissolu&ccedil;&atilde;o da antiga Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica. A fuga dessas pessoas para o pa&iacute;s rival se deu pelo simples fato de os sulistas reconhecerem imediatamente a cidadania de moradores da na&ccedil;&atilde;o vizinha, responsabilizando-se por dar abrigo, condi&ccedil;&otilde;es de vida e inseri-los na democracia liberal.
Casos curiosos ocorreram de cidad&atilde;os desesperados para fugir da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117644-coreia-do-norte-a-mente-do-ditador-estreia-na-natgeo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Coreia do Norte</a> para a do Sul. Em 2017, um norte-coreano dirigiu seu carro em dire&ccedil;&atilde;o ao muro que separa ambos os pa&iacute;ses. Ao colidir, ele logrou &ecirc;xito ao fugir do ve&iacute;culo em chamas, saltar a grade de seguran&ccedil;a e ultrapassar os limites de sua na&ccedil;&atilde;o, mas foi resgatado por tropas sul-coreanas com cinco tiros no corpo, perdendo metade de seu sangue. Enquanto isso, em novembro de 2020, um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116993-ex-ginasta-norte-coreano-salta-fronteira-para-fugir-de-seu-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ex-ginasta norte-coreano fugiu ao pular aproximadamente 3 metros de altura</a>, conseguindo asilo na Coreia do Sul.
<h2>A seguran&ccedil;a no norte</h2>
Outra alternativa para quem desejar escapar da Coreia do Norte &eacute; buscar entrar em pa&iacute;ses do norte. Por&eacute;m, diferentemente da Coreia do Sul, na&ccedil;&otilde;es como China e R&uacute;ssia t&ecirc;m pol&iacute;ticas rigorosas em rela&ccedil;&atilde;o aos refugiados, deportando-os imediatamente para suas origens caso sejam identificados. Al&eacute;m disso, o consulado da Coreia do Sul nesses pa&iacute;ses est&aacute; posicionado taticamente para que raras pessoas consigam alcan&ccedil;ar, sendo instalado em pontos distantes das fronteiras e vigiados por policiais locais.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21101844362088.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Uma das cidades da China conhecida por abrigar cidad&atilde;os coreanos &eacute; a prov&iacute;ncia de Yanbian, com cerca de 2,3 milh&otilde;es de habitantes. L&aacute;, milhares de pessoas oriundas das Coreias conseguiram se naturalizar chinesas, mas muitos fugitivos nem sequer encontram essa oportunidade, tanto pela dificuldade em passar muito tempo an&ocirc;nimo na regi&atilde;o aut&ocirc;noma quanto pelo alto valor cobrado por servi&ccedil;os de "cust&oacute;dia", j&aacute; que desconhecidos exigem at&eacute; US$ 18 mil (cerca de R$ 101 mil, em convers&atilde;o direta) para ajud&aacute;-los a se manter escondidos.
<h2>E o mar?</h2>
Fugir pelo mar &eacute; uma op&ccedil;&atilde;o vi&aacute;vel, mas apenas para quem tem condi&ccedil;&otilde;es de arcar com altos custos para comprar botes ou embarca&ccedil;&otilde;es. Como os norte-coreanos recebem, em m&eacute;dia, um sal&aacute;rio anual equivalente a US$ 1,3 mil (cerca de R$ 7,3 mil, em convers&atilde;o direta), a &uacute;nica solu&ccedil;&atilde;o seria atravessar quase mil quil&ocirc;metros de extens&atilde;o mar&iacute;tima para o Jap&atilde;o em t&aacute;buas de madeira ou de forma bra&ccedil;al, contando com a sorte para evitar imprevistos.
Al&eacute;m de ter &aacute;guas relativamente quentes, o Mar do Jap&atilde;o, a oeste do Pac&iacute;fico, est&aacute; sujeito a diversos fen&ocirc;menos naturais, como o surgimento de fortes concentra&ccedil;&otilde;es de vapor d'&aacute;gua, tuf&otilde;es e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120090-os-6-maiores-tsunamis-ja-registrados-na-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tsunamis</a>. As ilhas espalhadas pelo territ&oacute;rio tamb&eacute;m s&atilde;o espa&ccedil;adas, remotas e com recursos limitados, dificultando a sobreviv&ecirc;ncia de quem quer que as alcance.
<h2>Puni&ccedil;&atilde;o para fugitivos</h2>
Vale lembrar que a Coreia do Norte tamb&eacute;m aplica severas puni&ccedil;&otilde;es para fugitivos capturados, transportando-os para <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116259-hoeryong-e-os-bizarros-campos-de-concentracao-da-coreia-do-norte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos de concentra&ccedil;&atilde;o</a> onde devem trabalhar for&ccedil;adamente pelo resto de suas vidas ou condenando os prisioneiros &agrave; morte. E caso o cidad&atilde;o escape com sucesso, mas deixe sua fam&iacute;lia no pa&iacute;s, os integrantes pagam pelo crime e tornam-se as v&iacute;timas do regime local, sofrendo castigos que podem ser at&eacute; mais severos como forma de retalia&ccedil;&atilde;o.

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Coreia do Norte: o país planejado para que ninguém consiga escapar

Imagem de O que é insegurança alimentar e por que isso é um problema? no megacurioso

A insegurança alimentar também é chamada de 'fome oculta', nela a pessoa não consegue consumir todos os nutrientes de que precisa

A fome &eacute; um triste retrato da pobreza no Brasil. Por&eacute;m, mais do que se alimentar, as pessoas t&ecirc;m direito a uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/118442-10-mitos-e-verdades-sobre-a-alimentacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alimenta&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel</a>. Isso &eacute; a seguran&ccedil;a alimentar, um direito fundamental, segundo a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118868-assembleia-constituinte-o-que-e-e-como-funciona.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">constitui&ccedil;&atilde;o</a> do nosso pa&iacute;s.&nbsp;
Uma alimenta&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel depende de uma certa quantidade de alimentos, como tamb&eacute;m de qualidade e variedade, incluindo todos os nutrientes necess&aacute;rios para a sa&uacute;de. A alimenta&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m precisa ser regular, com comida suficiente para tr&ecirc;s refei&ccedil;&otilde;es ao dia, pelo menos. Quando isso n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel, temos a inseguran&ccedil;a alimentar, tema cada vez mais em pauta no Brasil.&nbsp;
A inseguran&ccedil;a alimentar tamb&eacute;m &eacute; chamada de "fome oculta". Isso porque a pessoa n&atilde;o est&aacute;, necessariamente, passando fome, porque at&eacute; tem o que comer. Por&eacute;m, deixa de comprar v&aacute;rios alimentos, diminui a qualidade da comida ou faz refei&ccedil;&otilde;es mais espa&ccedil;adas, porque n&atilde;o pode comprar tudo como deveria.&nbsp;
"Voc&ecirc; deixa de comer carne, por exemplo, e passa a comer miojo, superprocessados e ultraprocessados, para dar um pouco de energia", explicou Jos&eacute; Graziano, ex-diretor da Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Alimenta&ccedil;&atilde;o e a Agricultura (FAO). Em outras palavras, a pessoa at&eacute; consegue "encher a barriga", mas a sua sa&uacute;de continua sendo prejudicada.&nbsp;
Os especialistas classificam a inseguran&ccedil;a alimentar em tr&ecirc;s n&iacute;veis:
<ul class="uk-text-justify">
<li>leve &mdash; quando a pessoa diminui a qualidade da comida para n&atilde;o faltar quantidade;</li>
<li>moderada &mdash; quando as fam&iacute;lias reduzem a quantidade ou os padr&otilde;es de alimenta&ccedil;&atilde;o, principalmente dos adultos;</li>
<li>grave &mdash; quando a redu&ccedil;&atilde;o chega &agrave;s crian&ccedil;as, &eacute; nisso que pensamos quando falamos em "passar fome".</li>
</ul>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/27/27180132214438.jpg" alt="Muitas pessoas deixaram de comer carne, por exemplo, por causa dos pre&ccedil;os (Imagem: Freepik)" />Muitas pessoas deixaram de comer carne, por exemplo, por causa dos pre&ccedil;os muito elevados. (Imagem: Freepik)
<h2 class="uk-text-justify">A inseguran&ccedil;a alimentar no Brasil</h2>
N&uacute;meros divulgados pela FAO em 2021 dizem que 84,9 milh&otilde;es de brasileiros est&atilde;o em algum dos 3 n&iacute;veis de inseguran&ccedil;a alimentar &mdash; lembrando que todos s&atilde;o prejudiciais para a sa&uacute;de e para o pa&iacute;s em geral. Isso corresponde a 41% da popula&ccedil;&atilde;o brasileira, ultrapassando at&eacute; os &iacute;ndices da Venezuela, onde 33% das pessoas est&atilde;o nessa situa&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
Mas esses dados s&atilde;o referentes a 2017 e 2018, ou seja, de antes da pandemia e da escalada da infla&ccedil;&atilde;o que todos percebemos nos &uacute;ltimos meses. N&uacute;meros da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Seguran&ccedil;a Alimentar e Nutricional (Penssan) mostram que mais da metade dos brasileiros j&aacute; est&aacute; passando por algum tipo de fome &mdash; 116,8 milh&otilde;es, em 2020. Estima-se que o Brasil voltou aos n&iacute;veis de inseguran&ccedil;a alimentar de 2004.
Como isso &eacute; poss&iacute;vel, se o Brasil &eacute; um dos pa&iacute;ses que mais produz e exporta alimentos? Isso &eacute; uma parte do problema: a produ&ccedil;&atilde;o brasileira &eacute; voltada &agrave; exporta&ccedil;&atilde;o de commodities (como o milho e a soja), que se tornou ainda mais vantajosa com a desvaloriza&ccedil;&atilde;o do real durante a pandemia. Os produtores preferem estocar <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119870-qual-pais-tem-a-carne-bovina-mais-cara-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">carne</a> em cont&ecirc;ineres, por causa do embargo da China, do que vender no mercado interno. Faz sentido: &eacute; melhor para eles.
<h2 class="uk-text-justify">Planejamento pode diminuir a inseguran&ccedil;a</h2>
Para evitar essas distor&ccedil;&otilde;es, o governo mantinha estoques reguladores na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esses alimentos ficavam no Brasil e eram vendidos no mercado interno por pre&ccedil;os mais baixos quando necess&aacute;rio. Por&eacute;m, desde o governo de Michel Temer, esses estoques foram esvaziados. Agora, a atual administra&ccedil;&atilde;o quer privatizar a Conab, e seus armaz&eacute;ns continuam vazios. A FAO recomenda manter alimentos para tr&ecirc;s meses neles.
Mesmo que o agroneg&oacute;cio queira exportar tudo (ou quase tudo, com estoques reguladores), a agricultura familiar costumava fornecer alimentos para o mercado brasileiro: 70% de tudo que a gente come aqui v&ecirc;m de pequenos produtores, mas v&aacute;rias pol&iacute;ticas que fortaleciam esse setor tamb&eacute;m foram enfraquecidas nos &uacute;ltimos anos. A&iacute;, muita gente que plantava feij&atilde;o e arroz n&atilde;o teve op&ccedil;&atilde;o, ent&atilde;o come&ccedil;ou a plantar milho e soja para exportar, com o objetivo de conseguir pagar as contas.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/27/27180251293439.jpg" alt="Desigualdade social &eacute; uma das causas da inseguran&ccedil;a alimentar (Imagem: Unsplash)" />Desigualdade social &eacute; uma das causas da inseguran&ccedil;a alimentar. (Imagem: Unsplash)
Essa escassez de alimentos no mercado interno fez do Brasil um dos pa&iacute;ses onde os pre&ccedil;os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119194-as-mudancas-de-precos-que-ocorreram-no-brasil-nas-ultimas-decadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">subiram mais r&aacute;pido na pandemia</a>, segundo um estudo da Universidade de Oxford. O quilo do arroz ficou quase 70% mais caro, o do feij&atilde;o-preto subiu 47% e o da carne aumentou cerca de 30%, s&oacute; para citar alguns exemplos. Fora os aumentos que a gente v&ecirc; todo dia no mercado.
Enquanto isso, o sal&aacute;rio n&atilde;o subiu. Pelo contr&aacute;rio: a renda m&eacute;dia do trabalhador diminuiu 10,2% no &uacute;ltimo trimestre, em compara&ccedil;&atilde;o com o mesmo per&iacute;odo do ano passado. Com isso, muitas fam&iacute;lias deixam de comprar carne e outros itens essenciais para a alimenta&ccedil;&atilde;o para comprar o que "enche a barriga" dentro do or&ccedil;amento.
Como afirmou Jos&eacute; Graziano: "No Brasil n&atilde;o falta comida, falta dinheiro para comprar alimentos". O governo pode diminuir a inseguran&ccedil;a alimentar com programas de transfer&ecirc;ncia de renda, o incentivo ao emprego, mas tamb&eacute;m com estoques reguladores e aux&iacute;lios para a produ&ccedil;&atilde;o de alimentos &mdash; al&eacute;m de milho, soja e carne para a China.

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O que é insegurança alimentar e por que isso é um problema?

Imagem de Entenda porque a Princesa do Japão abdicou de seu títul no megacurioso

A relação da Princesa Mako com Kei Komuro, vindo de uma família humilde, foi tão criticada que ela desenvolveu estresse pós-traumático

Est&aacute; sabendo da &uacute;ltima? A Princesa Mako do Jap&atilde;o, sobrinha do imperador Naruhito, vai se casar! Mas se voc&ecirc; pensa que isso &eacute; assunto apenas para sites de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119717-como-os-homens-inventaram-que-fofoca-era-coisa-de-mulher.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fofoca</a>, n&atilde;o poderia estar mais enganado: a coisa ficou t&atilde;o s&eacute;ria que come&ccedil;aram debates sobre o futuro da fam&iacute;lia imperial japonesa, o machismo e v&aacute;rios outros temas.
A Princesa Mako at&eacute; desenvolveu transtorno de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/99250-sindrome-do-estresse-pos-traumatico-por-que-acontece-e-como-superar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estresse p&oacute;s-traum&aacute;tico</a>. Tudo isso porque ela se apaixonou por um plebeu. O rapaz, Kei Komuro, fez faculdade de Direito com ela, mas &eacute; considerado inadequado pela imprensa e por setores mais conservadores da popula&ccedil;&atilde;o japonesa. Houve at&eacute; protestos quando os dois se casaram, nesta semana.
Os pombinhos est&atilde;o juntos h&aacute; 10 anos, mas as cr&iacute;ticas come&ccedil;aram a pesar mesmo a partir de 2017, quando eles anunciaram os planos de casamento. A ideia era juntar as escovas de dentes j&aacute; no ano seguinte mesmo, mas a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/polemica/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pol&ecirc;mica </a>foi tanta que o cas&oacute;rio s&oacute; aconteceu agora, no fim de 2021. Al&eacute;m disso, Mako abdicou de seu t&iacute;tulo. 
Dizem que ela tamb&eacute;m quer recusar o dote de 152,5 milh&otilde;es de ienes (cerca de 7,2 milh&otilde;es de reais) dado a mulheres da fam&iacute;lia real que resolvem fazer justamente o que Mako fez. Ap&oacute;s seu pol&ecirc;mico casamento, a ex-princesa vai morar em Nova York, onde o marido &eacute; advogado.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Shizuo Kambayashi (AP)&nbsp;" data-fonte-url="https://brasil.elpais.com/internacional/2021-09-04/princesa-japonesa-mako-recusa-dote-equivalente-a-72-milhoes-de-reais-e-abre-mao-de-casamento-tradicional.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/29/29013324891007.jpg" alt="Voc&ecirc; abriria m&atilde;o da realeza por esse homem? (Imagem: Shizuo Kambayashi (AP)" />Voc&ecirc; abriria m&atilde;o da realeza por este homem? (Fonte: Shizuo Kambayashi (AP))
<h2>S&oacute; pode se casar com sangue azul!</h2>
Veja voc&ecirc; que n&atilde;o se trata de qualquer plebeu. Kei Komuro estudou Direito nos Estados Unidos e vai dar uma vida de princesa (no sentido figurado, claro) para Mako em Nova York. Imagine o esc&acirc;ndalo se a mo&ccedil;a resolvesse se casar com um&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/autor/1022-evandro-voltolini/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">redator de site de curiosidades</a> que n&atilde;o tem uma moeda para esfregar na outra!
Mas a tradi&ccedil;&atilde;o &eacute; que os nobres se casem com "sangue azul", que tamb&eacute;m pertencem &agrave; nobreza. A&iacute;, tudo ficava naquele "clubinho", e muitos nobres acabavam se casando com quem era primo &mdash; mesmo distante, havia um parentesco. &Eacute; por isso que tantos nobres europeus eram hemof&iacute;licos e os&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112926-incestos-foram-responsaveis-por-deformidades-em-maxilares-de-reis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Habsburgo tinham aquela queixada enorme</a>. Casaram-se todos entre parentes.
Foi apenas h&aacute; algumas d&eacute;cadas que as monarquias come&ccedil;aram a ser um pouquinho mais "liberais", nesse sentido. N&atilde;o precisa ir muito longe: Charles se casou com Diana, que era nobre, em vez de Camilla, que n&atilde;o era. J&aacute; em 2005, ele p&ocirc;de se casar com ela. Depois seu filho, William, se casou com Kate, tamb&eacute;m plebeia, sem problemas.
&Eacute; claro que a m&iacute;dia mant&eacute;m o foco, e os coment&aacute;rios do p&uacute;blico podem ser maldosos. Se n&atilde;o, uma plebeia como&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117901-racismo-e-outras-5-revelacoes-bombasticas-de-meghan-e-harry.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Meghan Markle</a> n&atilde;o teria gerado tanta pol&ecirc;mica. Agora, veja s&oacute;: Mako e Kei est&atilde;o sendo chamados de Harry e Meghan do Jap&atilde;o!
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/29/29013158406006.jpg" alt="Casamento entre " sangue="" azul="" causou="" problemas="" como="" o="" queixo="" habsburgo="" imagem:="" fapesp="" reprodu="" />Casamento entre "sangue azul" causou problemas como o queixo Habsburgo. (Fonte: Fapesp/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Homem pode, mulher n&atilde;o</h2>
Mesmo no Jap&atilde;o, alguns imperadores (ou futuros imperadores) se casaram com plebeias. A av&oacute; de Mako &eacute; uma, assim como a esposa de Naruhito, atual imperador. O detalhe &eacute; que homem pode, mas mulher n&atilde;o. Mulher n&atilde;o pode nem subir ao Trono do Cris&acirc;ntemo.
Sim, o imperador do Jap&atilde;o ocupa o Trono do Cris&acirc;ntemo.
A <a href="https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/59909-proxima-parada-suecia-um-belo-e-encantador-pais-no-norte-da-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Su&eacute;cia</a> tinha essa regra tamb&eacute;m, mas mudou. Agora, a primeira na linha de sucess&atilde;o &eacute; a princesa Victoria, filha mais velha do rei Carl Gustav. Curiosidade: os dois s&atilde;o casados com plebeus, e a rainha da Su&eacute;cia tem la&ccedil;os com o Brasil. Mas essa &eacute; outra hist&oacute;ria.
No Jap&atilde;o, isso est&aacute; se tornando um grande problema, pois o imperador Naruhito s&oacute; tem uma filha mulher (Aiko), que n&atilde;o pode subir ao trono (e sua m&atilde;e, Masako, foi bastante criticada por n&atilde;o dar um herdeiro homem a Naruhito). Assim, o pr&oacute;ximo na linha de sucess&atilde;o &eacute; o irm&atilde;o mais novo dele, Fumihito.
A ex-princesa pol&ecirc;mica, Mako, &eacute; filha de Fumihito, que tem mais uma filha mulher. O &uacute;nico que pode dar um futuro ao Trono do Cris&acirc;ntemo &eacute; Hisahito, irm&atilde;o mais novo de Mako, o qual s&oacute; tem 14 anos. O futuro da fam&iacute;lia imperial, com mais de 2 mil anos, est&aacute; nas costas dele.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/29/29013546172011.jpg" alt="O imperador Naruhito s&oacute; tem uma filha, Aiko (Imagem: Coisas do Jap&atilde;o/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />O imperador Naruhito s&oacute; tem uma filha, Aiko. (Fonte: Coisas do Jap&atilde;o/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Rabo de cavalo n&atilde;o pode</h2>
Voltando ao caso da princesa Mako, ela j&aacute; est&aacute; com Kei Komuro h&aacute; 10 anos, e as cr&iacute;ticas mais pesadas come&ccedil;aram em 2017. Dizem que o casal n&atilde;o se viu pessoalmente at&eacute; que ele voltasse ao Jap&atilde;o para oficializar seu casamento com a princesa. Foi nessa &eacute;poca que ela desenvolveu o transtorno de estresse p&oacute;s-traum&aacute;tico.
Kei recebeu muitas cr&iacute;ticas porque sua m&atilde;e teria d&iacute;vidas &mdash; uma situa&ccedil;&atilde;o envolvendo um ex-marido, que foi explorada at&eacute; n&atilde;o poder mais pela m&iacute;dia japonesa. Quando ele voltou ao Jap&atilde;o, foi criticado por usar rabo de cavalo &mdash; que foi cortado depois dos epis&oacute;dios. Mesmo bem-sucedido, Kei &eacute; de fam&iacute;lia humilde. Ent&atilde;o, mais um motivo para critic&aacute;-lo.
Mesmo com muita gente contra eles, Kei e Mako continuaram firmes em seu romance. O rapaz deu diversas declara&ccedil;&otilde;es dizendo que ama mesmo a ex-princesa e quer passar a vida ao lado dela. J&aacute; Mako pediu desculpas por quem possa ter ofendido, por&eacute;m reafirmou que gosta mesmo de Kei e deseja viver com ele.

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Entenda por que a Princesa do Japão abdicou de seu título

Imagem de Por que o aumento da gasolina mexe com o preço dos alimentos? no megacurioso

Quando o combustível aumenta, a alimentação é um dos setores mais impactados

N&atilde;o &eacute; not&iacute;cia velha e muito menos brincadeira: na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (26), a Petrobras anunciou mais um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119194-as-mudancas-de-precos-que-ocorreram-no-brasil-nas-ultimas-decadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aumento sobre o pre&ccedil;o&nbsp;</a>do litro da gasolina e do diesel nas refinarias. Apenas em 2021, o valor da gasolina aumentou mais de 70%. O diesel chega perto, com uma alta de 65,3%.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28104452357107.jpeg" alt="(Fonte: Michael Burrows/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Michael Burrows/Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A situa&ccedil;&atilde;o fica ainda mais complicada quando percebemos que setores fundamentais da sociedade, a exemplo do aliment&iacute;cio, sofrem muito com esses cen&aacute;rios &mdash; e os consumidores mais ainda.
<h2>O efeito domin&oacute; da gasolina</h2>
Em rar&iacute;ssimos casos o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118883-quais-sao-os-paises-com-a-gasolina-mais-cara-do-mundo-em-2021.htm" target="_blank">aumento no pre&ccedil;o dos combust&iacute;veis</a> fica limitado ao que as pessoas pagam a mais na hora de abastecer o ve&iacute;culo. No entanto, em geral, uma s&eacute;rie de outros servi&ccedil;os e produtos &eacute; afetada devido aos reajustes, por menor que ele seja.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Laura James/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-de-casaco-marrom-e-branco-com-lenco-marrom-6097881/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28103940716097.jpg" alt="(Fonte: Laura James/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Laura James/Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Se o combust&iacute;vel aumenta, o frete fica mais caro. Para equilibrar as coisas, os produtores repassam o valor para os produtos comercializados. No que diz respeito &agrave; cadeia de transporte de itens do agroneg&oacute;cio, o diesel &eacute; o que mais preocupa.
Contudo, mesmo sem estar relacionada diretamente com esse processo operacional, a gasolina tamb&eacute;m pode impactar a alta dos pre&ccedil;os dos alimentos.
Um dos motivos &eacute; que o pre&ccedil;o dos combust&iacute;veis aumenta quando h&aacute; uma valoriza&ccedil;&atilde;o internacional no mercado do petr&oacute;leo que, por sua vez, &eacute; a mat&eacute;ria-prima utilizada para a produ&ccedil;&atilde;o de um composto chamado de ureia, o fertilizante agr&iacute;cola mais utilizado no mundo.
Claro, o aumento do pre&ccedil;o dos alimentos n&atilde;o est&aacute; sendo impactado apenas devido ao combust&iacute;vel que influencia o transporte e a produ&ccedil;&atilde;o agr&iacute;cola, afetando o bolso do cidad&atilde;o que vai ao supermercado.
A atual crise h&iacute;drica, uma das piores j&aacute; sofridas pelo Brasil nos &uacute;ltimos cem anos, tem feito muitos produtores se preocuparem com a diminui&ccedil;&atilde;o das colheitas de algumas culturas, problemas no desenvolvimento dos frutos e com a qualidade das pastagens.
Nessa conta, ainda podemos adicionar os movimentos do mercado financeiro, visto que as commodities do petr&oacute;leo e do setor agr&iacute;cola s&atilde;o ativos negociados na bolsa de valores e, como tal, podem ser afetadas pelas especula&ccedil;&otilde;es pr&oacute;prias do mercado.
O transporte p&uacute;blico &eacute; outro setor afetado. Para compensar o aumento do diesel, sindicatos e empresas que controlam linhas nos centros urbanos repassam o gasto extra aumentando o valor da tarifa para o usu&aacute;rio.
<h2>Futuro incerto</h2>
O aumento do pre&ccedil;o dos combust&iacute;veis, especialmente a gasolina, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119834-por-que-tudo-esta-mais-caro-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">depende de mais fatores</a>. Os reajustes s&atilde;o inevit&aacute;veis devido &agrave; sua rela&ccedil;&atilde;o com a cota&ccedil;&atilde;o do d&oacute;lar.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28104649419109.jpeg" alt="(Fonte: Mike/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Mike/Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Brasil pode trabalhar para que ela fique mais barata, investindo pesado em solu&ccedil;&otilde;es que reduzam a sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118883-quais-sao-os-paises-com-a-gasolina-mais-cara-do-mundo-em-2021.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">depend&ecirc;ncia do petr&oacute;leo</a> e na otimiza&ccedil;&atilde;o de modais para o transporte de cargas/produtos. Investimentos em matrizes energ&eacute;ticas tamb&eacute;m s&atilde;o essenciais a longo prazo.
Tecnologias como a dos carros el&eacute;tricos que funcionam com c&eacute;lula de combust&iacute;vel ou &agrave; bateria ficariam mais atrativas e vi&aacute;veis para o brasileiro. Ent&atilde;o, seria poss&iacute;vel observar uma redu&ccedil;&atilde;o no consumo de petr&oacute;leo, o que diminuiria a necessidade de importar combust&iacute;veis e, assim, a varia&ccedil;&atilde;o da moeda norte-americana deixaria de ser mais um dos fatores de grande impacto.
Por enquanto, para a tristeza dos brasileiros, s&oacute; resta torcer para que o Brasil passe r&aacute;pido pela atual crise econ&ocirc;mica e volte a crescer de forma s&oacute;lida. Quando isso ocorrer, espera-se que a cota&ccedil;&atilde;o do d&oacute;lar volte a baixar, assim como o pre&ccedil;o da gasolina.

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Por que o aumento da gasolina mexe com o preço dos alimentos?

Imagem de Agripina: quem foi a imperatriz assassina do Império Romano? no megacurioso

Agripina pavimentou o caminho rumo ao poder com assassinatos e uma frieza implacável

Quando o assunto &eacute; a Antiguidade, costumamos nos lembrar mais dos nomes e feitos dos imperadores. No entanto, muitas mulheres tiveram um papel fundamental para que esses homens chegassem ao poder.
Nesse cen&aacute;rio, Agripina, a Jovem, ocupa o topo da lista das mulheres mais importantes da Roma Antiga; n&atilde;o apenas por sua liga&ccedil;&atilde;o com alguns l&iacute;deres, mas tamb&eacute;m pelo poder e pela influ&ecirc;ncia que conquistou ao longo da vida.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Inaburra Senior Library/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="http://inaburraseniorlibrary.weebly.com/year-12-ancient-history-agrippina-the-younger.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26103204034062.png" alt="Moeda com rosto de Agripina e seu filho, Nero. (Fonte: Inaburra Senior Library/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Moeda com rosto de Agripina e seu filho, Nero. (Fonte: Inaburra Senior Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Rumo ao topo</h2>
Agripina viveu entre 15 e 59 d.C. e era irm&atilde; de Gaio, tamb&eacute;m conhecido como Cal&iacute;gula. Em 39 d.C., foi condenada ao ex&iacute;lio ap&oacute;s ter conspirado contra ele, mas em 41 d.C. recebeu permiss&atilde;o para retornar ao centro do Imp&eacute;rio romano.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Wikimedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/cc/Agrippina_younger_pushkin_profile.jpg/1200px-Agrippina_younger_pushkin_profile.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26103501581064.jpg" alt="Agripina. (Fonte: Wikimedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Agripina. (Fonte: Wikimedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O primeiro marido de Agripina foi Cneu Dom&iacute;cio Ahenobarbo &mdash; pai de Nero, o imperador que mais tarde decidiu colocar fogo em Roma. J&aacute; no segundo casamento, ela se tornou a principal suspeita da morte do c&ocirc;njuge.
Depois, casou-se com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115714-11-imperadores-romanos-com-os-rostos-reconstruidos-por-ia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imperador Cl&aacute;udio</a> &mdash; que tamb&eacute;m era seu tio e liderou Roma de 41 a 54 d.C. &mdash; e conseguiu convenc&ecirc;-lo a adotar Nero como herdeiro do trono romano no lugar do filho de seu pr&oacute;prio sangue.
<h2>A influ&ecirc;ncia da imperatriz</h2>
Por 5 anos, Agripina aproveitou bastante a vida como imperatriz de Cl&aacute;udio. Roma estava bem e com pouca viol&ecirc;ncia, e os ex&eacute;rcitos haviam deixado de tentar golpes de Estado. At&eacute; os famosos assassinatos dos senadores quase n&atilde;o ocorreram durante esses anos: apenas 4 foram executados por seu marido.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Inaburra Senior Library/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="http://inaburraseniorlibrary.weebly.com/year-12-ancient-history-agrippina-the-younger.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26103003440061.jpg" alt="Agripina e Nero. (Fonte: Inaburra Senior Library/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Agripina e Nero. (Fonte: Inaburra Senior Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Parecia que Agripina e Cl&aacute;udio teriam um reinado pac&iacute;fico e muito promissor; at&eacute; estavam preparando Nero para herdar o poder. Contudo, em outubro de 54 d.C. a imperatriz assassinou seu marido e declarou Nero imperador, que na &eacute;poca tinha 16 anos. Os motivos por tr&aacute;s do assassinato at&eacute; hoje s&atilde;o obscuros, pois nada apontava para conspira&ccedil;&otilde;es e trai&ccedil;&otilde;es.
Muitas fontes hist&oacute;ricas descrevem Agripina como uma verdadeira tirana de sangue frio, uma mulher que fazia de tudo para manter sua influ&ecirc;ncia no reinado.
A vida da imperatriz, durante o casamento e ap&oacute;s o assassinato de Cl&aacute;udio, parece ter tido como objetivo principal garantir que seu filho ficasse vivo para poder governar. Em suma, que ela e sua prole mantivessem o trono imperial.
Os atos extremos de Agripina garantiram que Nero chegasse ao poder. Uma vez regente do filho, sua influ&ecirc;ncia foi igualada &agrave; do imperador, o que fica evidente nas moedas e em frisos arquitet&ocirc;nicos da &eacute;poca, bem como em suas participa&ccedil;&otilde;es em decis&otilde;es importantes.
<h2>A queda</h2>
A partir de 59 d.C., Nero come&ccedil;ou a perder a paci&ecirc;ncia com a m&atilde;e. Apaixonado por uma mulher chamada Poppaea, o imperador queria se casar, mas Agripina n&atilde;o gostou.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26103928612068.jpg" alt="Agripina em seu navio. (Fonte: Parterre/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Agripina em seu navio. (Fonte: Parterre/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Tendo herdado a tend&ecirc;ncia assassina da m&atilde;e, Nero tramou um acidente. Como Agripina era muito popular, o imperador mandou construir um barco especial que afundaria com ela para esconder o plano. No entanto, o plano falhou. Desesperado ao saber que a m&atilde;e ainda estava viva, Nero ordenou que tr&ecirc;s homens a matassem.
Agripina morreu encarando seus assassinos com sua cl&aacute;ssica frieza. Classificada como traidora, foi enterrada em uma sepultura sem identifica&ccedil;&atilde;o. Depois disso, Nero perdeu a popularidade, e seu reinado nunca se recuperou.
Al&eacute;m de uma assassina fria, Agripina era uma excelente governante. Por 1 d&eacute;cada supervisionou o dom&iacute;nio de Roma, chegando a participar de muitas decis&otilde;es, sem medo de conspirar contra os imperadores. Ap&oacute;s aprender a ter sucesso, conseguiu abrir as portas para uma nova dinastia e garantiu que Nero fosse implac&aacute;vel. N&atilde;o por acaso, &eacute; tida como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112659-3-mulheres-que-fizeram-historia-na-roma-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulher mais poderosa da hist&oacute;ria romana</a>.

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Agripina: quem foi a imperatriz assassina do Império Romano?

Imagem de O que é gentrificação e por que esse processo é tão danoso? no megacurioso

O processo transforma uma área urbana específica de uma cidade e expulsa os moradores de classes sociais inferiores

Falar sobre gentrifica&ccedil;&atilde;o &eacute; "pisar em um campo minado" de pura controv&eacute;rsia. Etimologicamente, o termo &eacute; um neologismo de gentry, que significa "de origem nobre" ou "bem-nascido"&nbsp;em tradu&ccedil;&atilde;o livre.
O processo transforma uma &aacute;rea urbana perif&eacute;rica espec&iacute;fica de uma cidade, que n&atilde;o recebe mais nenhum investimento p&uacute;blico, por meio de especula&ccedil;&atilde;o imobili&aacute;ria, aumentando o turismo e as obras governamentais.
A gentrifica&ccedil;&atilde;o acontece quando h&aacute; a descentraliza&ccedil;&atilde;o de uma cidade, ou seja, as &aacute;reas centrais e bairros desenvolvidos &mdash; geralmente em metr&oacute;poles &mdash; se expandem para outras regi&otilde;es ocupadas por pessoas de baixa renda h&aacute; anos por meio de invas&otilde;es ou ocupa&ccedil;&otilde;es irregulares.
<h2>Como o processo afeta a popula&ccedil;&atilde;o?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20192719860028.jpg" alt="(Fonte: WRI Brasil/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: WRI Brasil/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Desse modo, acontece um processo de moderniza&ccedil;&atilde;o desses espa&ccedil;os, como abrir uma nova esta&ccedil;&atilde;o de metr&ocirc; ou instalar um est&aacute;dio de futebol, desvalorizando essas regi&otilde;es tempo o suficiente para atrair moradores e comerciantes com mais renda.
A gentrifica&ccedil;&atilde;o causa o aumento do custo de vida e tem o poder de alterar a cultura de uma comunidade inteira, at&eacute; dificultando o ajuste dos residentes de longa data, bem como expulsando os neg&oacute;cios pertencentes a minorias.
Os vieses sociais da gentrifica&ccedil;&atilde;o s&atilde;o diversos, pois o processo tamb&eacute;m &eacute; visto como uma oportunidade de investimento necess&aacute;rio para &aacute;reas h&aacute; muito negligenciadas, ao passo que pode apagar e expulsar as pessoas que n&atilde;o pertencem &agrave; mesma realidade. Estas tendem a ir morar em locais ainda mais afastados e piores do que onde estavam.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Guardian&nbsp;" data-fonte-url="https://i.guim.co.uk/img/media/c7e844c914c5726c32e8da6e97b6e12028256ff8/0_0_3000_1800/master/3000.jpg?width=465&amp;quality=45&amp;auto=format&amp;fit=max&amp;dpr=2&amp;s=1321f82800a2b5ef49253f5864b131bc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20192928954029.jpg" alt="(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando o assunto surge em um debate, muitas pessoas tendem a confundir gentrifica&ccedil;&atilde;o com revitaliza&ccedil;&atilde;o, esta visa a melhoria da qualidade de vida de uma popula&ccedil;&atilde;o local, com o princ&iacute;pio de mant&ecirc;-los ali, e n&atilde;o os expulsar.
Via de regra, a revitaliza&ccedil;&atilde;o pode acabar gerando a gentrifica&ccedil;&atilde;o devido &agrave; moderniza&ccedil;&atilde;o de uma &aacute;rea, culminando no fator-chave para mudar toda a situa&ccedil;&atilde;o socioecon&ocirc;mica e cultural de um local: a especula&ccedil;&atilde;o imobili&aacute;ria.
<h2>Gentrifica&ccedil;&atilde;o n&atilde;o descriminaliza uma regi&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20193056516030.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Engana-se quem acredita que a gentrifica&ccedil;&atilde;o &eacute; a respons&aacute;vel por reduzir as taxas de criminalidade urbana. Afinal, essas pessoas pensam por esta l&oacute;gica simples: o influxo de residentes mais ricos que precisam ser &ldquo;escoltados&rdquo; gera mais patrulhamento do governo, afastando criminosos das cercanias.
Por&eacute;m, na verdade, &eacute; o contr&aacute;rio. A gentrifica&ccedil;&atilde;o leva ao aumento do crime, visto que estudos apontam que roubos e furtos crescem em bairros onde existem pessoas mais nobres. A primeira explica&ccedil;&atilde;o para isso pode ser pelos novos residentes serem alvos mais interessantes para os ladr&otilde;es, induzindo-os a se envolverem em atos ainda mais ilegais ou que o crime prospera com base na instabilidade, no anonimato e nos la&ccedil;os sociais mais fracos, tornando mais f&aacute;cil para os criminosos se misturarem aos demais e sendo menos prov&aacute;vel que os vizinhos protejam uns aos outros.
<h2>O &oacute;dio pela gentrifica&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20193224063031.jpg" alt="(Fonte: ArchDaily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: ArchDaily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nem todo mundo que mora em uma regi&atilde;o sabe o que est&aacute; acontecendo quando uma gentrifica&ccedil;&atilde;o est&aacute; em andamento. A maioria acredita que aquelas mudan&ccedil;as e os investimentos &ldquo;repentinos&rdquo; transformar&atilde;o sua vida apenas para melhor &mdash; embora, em muitos aspectos, isso acontece mesmo.
A moderniza&ccedil;&atilde;o do local onde vivem pode aumentar o valor de seu im&oacute;vel no mercado, e eles tamb&eacute;m podem se beneficiar das atividades de varejo que trazem mais servi&ccedil;os para &aacute;reas abandonadas, permitindo que essas pessoas n&atilde;o tenham mais que ir para muito longe para desfrutar de um simples fast-food, por exemplo.
Boa parte da popula&ccedil;&atilde;o endere&ccedil;a &agrave; infla&ccedil;&atilde;o e &agrave; inconsist&ecirc;ncia econ&ocirc;mica do pa&iacute;s quando aumenta o aluguel da regi&atilde;o onde moram ou quando n&atilde;o conseguem mais bancar o novo estilo de vida implantado pelas reformas.
<h2>Nada acontece por acaso</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20193420579032.jpg" alt="(Fonte: Crosscut/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Crosscut/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Eacute; essa a ideia que a soci&oacute;loga Sylvie Tissot discute sobre esse processo social. A gentrifica&ccedil;&atilde;o atua por meio de um efeito domin&oacute; quando come&ccedil;a. Os gentrificadores n&atilde;o dependem apenas do mercado para fazer as mudan&ccedil;as, eles mesmos acabam trabalhando para mudar a &aacute;rea mais a seu gosto &mdash; e isso pode significar denunciar com&eacute;rcios locais para as autoridades.
Muitas pessoas acabam preferindo que caia um bar decadente de um dono que nem sequer renova, para que uma vitrine do Starbucks ganhe espa&ccedil;o na rua. Isso, por exemplo, acontece no Harlem desde a d&eacute;cada de 1970, com moradores tentando estabilizar a pr&oacute;pria comunidade para atrair propriet&aacute;rios e varejistas de classe m&eacute;dia para a regi&atilde;o.
Ainda que seja um processo "cutucado" por legisladores e &oacute;rg&atilde;os governamentais, as pessoas, consequentemente, acabam empurrando uma comunidade inteira em dire&ccedil;&atilde;o a essa mudan&ccedil;a &mdash; ainda que de maneira involunt&aacute;ria.

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O que é gentrificação e por que isso é tão danoso?

Imagem de Onde estão as prisões mais superlotadas da América Latina? no megacurioso

Com recente massacre de presos no Equador, superlotações de presídios volta a ser discutida ao redor do continente

Um confronto entre fac&ccedil;&otilde;es rivais dentro de uma pris&atilde;o na cidade de Guayaquil, no Equador, deixou 118 mortos e 80 feridos no final de setembro de 2021. Entre as v&iacute;timas, todos eram detentos. O n&uacute;mero de mortos ultrapassou inclusive o maior <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117161-massacre-do-congo-um-dos-episodios-mais-doentios-da-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">massacre</a> j&aacute; visto em uma penitenci&aacute;ria brasileira, quando 111 pessoas morreram no Carandiru (SP) em 1992.
Problemas como esse evidenciam apenas um dos grandes problemas que as popula&ccedil;&otilde;es carcer&aacute;rias enfrentam diariamente: a superlota&ccedil;&atilde;o. No caso do Equador, entretanto, o pa&iacute;s n&atilde;o est&aacute; nem no &ldquo;Top 10" de pa&iacute;ses latino-americanos com pris&otilde;es mais cheias. Ent&atilde;o, onde est&aacute; o &aacute;pice da crise?
<h2>Cadeias cheias em toda parte</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15174325396480.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
A superlota&ccedil;&atilde;o de pris&otilde;es &eacute; um problema extremamente recorrente em toda a Am&eacute;rica Latina. Para se ter ideia, somente um pa&iacute;s da Am&eacute;rica do Sul n&atilde;o tem o &iacute;ndice de ocupa&ccedil;&atilde;o das cadeias acima da capacidade: o Suriname, pa&iacute;s menos populoso da regi&atilde;o e com 75,2% de ocupa&ccedil;&atilde;o penitenci&aacute;ria.
Em segundo lugar nesta lista, aparece o Chile com uma taxa de 100,4% de ocupa&ccedil;&atilde;o. Na Am&eacute;rica Central, a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; bem parecida: apenas Belize n&atilde;o tem superlota&ccedil;&atilde;o, com taxa de apenas 49,8%, enquanto o M&eacute;xico, por exemplo, est&aacute; atualmente com 101,8%.
Exceto por esses pa&iacute;ses citados anteriormente, a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; completamente calamitosa. De acordo com o ranking de popula&ccedil;&atilde;o carcer&aacute;ria, a maioria dos pa&iacute;ses latino-americanos n&atilde;o s&oacute; ultrapassa a ocupa&ccedil;&atilde;o m&aacute;xima, como a m&eacute;dia de ocupa&ccedil;&atilde;o da regi&atilde;o chega aos 160%.
<h2>Piores pa&iacute;ses</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15174407412484.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Em seis pa&iacute;ses da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119372-as-5-cidades-mais-antigas-da-america-latina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Am&eacute;rica Latina</a>, o cen&aacute;rio &eacute; t&atilde;o ca&oacute;tico que o n&uacute;mero de prisioneiros chega a ser duas, tr&ecirc;s ou at&eacute; quatro vezes maior que o n&uacute;mero de vagas dispon&iacute;vel. S&atilde;o eles: dois da Am&eacute;rica do Sul, dois da Am&eacute;rica Central e dois do Caribe. Com a pior situa&ccedil;&atilde;o disparado est&aacute; o Haiti, pa&iacute;s mais pobre do continente americano e que atualmente conta com 454,4% de ocupa&ccedil;&atilde;o carcer&aacute;ria.
Em segundo lugar aparece a Guatemala, com seus 367,2% de ocupa&ccedil;&atilde;o, e em seguida surge a Bol&iacute;via, com 269,9%. Essas tr&ecirc;s na&ccedil;&otilde;es tamb&eacute;m aparecem entre as 10 piores popula&ccedil;&otilde;es carcer&aacute;rias do mundo todo. Para completar a tabela dos pa&iacute;ses da Am&eacute;rica Latina est&atilde;o: Granada (233,8%), Peru (223,6%) e Honduras (204,5%).
Nesse mesmo ranking, o Brasil ocupa o 12&ordm; lugar e tem 146,8% de taxa de ocupa&ccedil;&atilde;o. Em n&uacute;meros gerais, o pa&iacute;s tem a terceira maior popula&ccedil;&atilde;o carcer&aacute;ria do mundo com 773 mil pessoas presas, de acordo com os dados do governo. Com isso, permaneceria atr&aacute;s somente de Estados Unidos e R&uacute;ssia.&nbsp;
<h2>Lidando com o problema</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15174501443489.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
E o que deveria ser feito para que os pa&iacute;ses da Am&eacute;rica Latina diminu&iacute;ssem os &iacute;ndices de ocupa&ccedil;&atilde;o? Seria mais f&aacute;cil construir novos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/108254-descubra-como-sao-as-celas-de-13-presidios-de-varias-partes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pres&iacute;dios</a>? Para especialistas, essa est&aacute; longe de ser a solu&ccedil;&atilde;o. Em geral, o maior problema da regi&atilde;o est&aacute; no n&uacute;mero de presos e n&atilde;o na falta de cadeias.
Embora os EUA tenham a maior popula&ccedil;&atilde;o carcer&aacute;ria tanto em n&uacute;meros totais (2 milh&otilde;es de pessoas) quanto em taxa de presos por grupo de 100 mil habitantes (629 presos por 100 mil habitantes), o pa&iacute;s se encontra no mesmo patamar h&aacute; mais de duas d&eacute;cadas e parece ter controlado sua situa&ccedil;&atilde;o.
Enquanto isso, pa&iacute;ses da Am&eacute;rica Latina veem seus n&uacute;meros de detentos crescer anualmente e de forma muito r&aacute;pida. Em entrevista &agrave; BBC, Sacha Darke, professor-adjunto em Criminologia da Universidade de Westminster e especialista em sistemas prisionais da Am&eacute;rica Latina, alegou que um dos maiores problemas da regi&atilde;o s&atilde;o as pol&iacute;ticas contra as drogas.&nbsp;
&ldquo;A maioria das pessoas presas n&atilde;o s&atilde;o grandes traficantes de drogas, mas jovens que fazem a media&ccedil;&atilde;o entre quem vende e quem compra&rdquo;, diz ele. De acordo com Darke, todas as pessoas que vendem drogas na Am&eacute;rica Latina s&atilde;o chamadas de traficantes e pouco se &eacute; feito a respeito da &ldquo;hierarquia do crime&rdquo;. Sendo assim, essa pol&iacute;tica n&atilde;o s&oacute; seria eficaz, como provocaria efeito contr&aacute;rio.

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