Artes/cultura
29/10/2021 às 06:30•2 min de leitura
Não é notícia velha e muito menos brincadeira: na última terça-feira (26), a Petrobras anunciou mais um aumento sobre o preço do litro da gasolina e do diesel nas refinarias. Apenas em 2021, o valor da gasolina aumentou mais de 70%. O diesel chega perto, com uma alta de 65,3%.
(Fonte: Michael Burrows/Pexels/Reprodução)
A situação fica ainda mais complicada quando percebemos que setores fundamentais da sociedade, a exemplo do alimentício, sofrem muito com esses cenários — e os consumidores mais ainda.
Em raríssimos casos o aumento no preço dos combustíveis fica limitado ao que as pessoas pagam a mais na hora de abastecer o veículo. No entanto, em geral, uma série de outros serviços e produtos é afetada devido aos reajustes, por menor que ele seja.
(Fonte: Laura James/Pexels/Reprodução)
Se o combustível aumenta, o frete fica mais caro. Para equilibrar as coisas, os produtores repassam o valor para os produtos comercializados. No que diz respeito à cadeia de transporte de itens do agronegócio, o diesel é o que mais preocupa.
Contudo, mesmo sem estar relacionada diretamente com esse processo operacional, a gasolina também pode impactar a alta dos preços dos alimentos.
Um dos motivos é que o preço dos combustíveis aumenta quando há uma valorização internacional no mercado do petróleo que, por sua vez, é a matéria-prima utilizada para a produção de um composto chamado de ureia, o fertilizante agrícola mais utilizado no mundo.
Claro, o aumento do preço dos alimentos não está sendo impactado apenas devido ao combustível que influencia o transporte e a produção agrícola, afetando o bolso do cidadão que vai ao supermercado.
A atual crise hídrica, uma das piores já sofridas pelo Brasil nos últimos cem anos, tem feito muitos produtores se preocuparem com a diminuição das colheitas de algumas culturas, problemas no desenvolvimento dos frutos e com a qualidade das pastagens.
Nessa conta, ainda podemos adicionar os movimentos do mercado financeiro, visto que as commodities do petróleo e do setor agrícola são ativos negociados na bolsa de valores e, como tal, podem ser afetadas pelas especulações próprias do mercado.
O transporte público é outro setor afetado. Para compensar o aumento do diesel, sindicatos e empresas que controlam linhas nos centros urbanos repassam o gasto extra aumentando o valor da tarifa para o usuário.
O aumento do preço dos combustíveis, especialmente a gasolina, depende de mais fatores. Os reajustes são inevitáveis devido à sua relação com a cotação do dólar.
(Fonte: Mike/Pexels/Reprodução)
O Brasil pode trabalhar para que ela fique mais barata, investindo pesado em soluções que reduzam a sua dependência do petróleo e na otimização de modais para o transporte de cargas/produtos. Investimentos em matrizes energéticas também são essenciais a longo prazo.
Tecnologias como a dos carros elétricos que funcionam com célula de combustível ou à bateria ficariam mais atrativas e viáveis para o brasileiro. Então, seria possível observar uma redução no consumo de petróleo, o que diminuiria a necessidade de importar combustíveis e, assim, a variação da moeda norte-americana deixaria de ser mais um dos fatores de grande impacto.
Por enquanto, para a tristeza dos brasileiros, só resta torcer para que o Brasil passe rápido pela atual crise econômica e volte a crescer de forma sólida. Quando isso ocorrer, espera-se que a cotação do dólar volte a baixar, assim como o preço da gasolina.