O senador estadunidense Marco Rubio gerou polêmica ao falar que o casamento é a maior ferramenta para tirar crianças e famílias da pobreza.

A Girls Not Brides é uma organização governamental internacional sem fins lucrativos cuja missão é acabar com o casamento infantil&nbsp;em todo o mundo. Em um relatório publicado em março de 2023, ela apontou que cerca de 23% das meninas na Tailândia se casam antes dos 18 anos e 4% antes de completar 15 anos. No caso dos meninos, 10% se casam antes dos 18 anos. Atualmente, o país possui a 11ª maior taxa de casamentos infantis entre meninos em todo o mundo.Entre 2015 e 2016, a UNICEF divulgou suas "Pesquisas por agrupamento de indicadores múltiplos" (estudos domiciliares que fornecem dados estatísticos rigorosos sobre crianças e mulheres), que mostraram que 30% das mulheres nas famílias mais pobres da Tailândia se casaram antes dos 18 anos, em comparação com 10% das famílias mais ricas. Nessa mesma época, a organização humanitária Plan International estimou que cerca de 800 milhões de mulheres no mundo poderiam enfrentar as repercussões dos casamentos infantis até 2020.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18131325887183.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Cerca de 800 milhões de mulheres no mundo poderiam enfrentar as repercussões dos casamentos infantis até 2020. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os números evidenciam apenas um problema milenar da estrutura da sociedade: muitas meninas são empurradas para casamentos para que suas famílias possam cobrar seu preço, conhecido como "dote da noiva", e aliviar a percepção de um fardo financeiro. Muitos pais acabam pressionando seus filhos para se casarem cedo para protegê-los de um futuro miserável.Com as eleições presidenciais norte-americanas se aproximando, alguns jornais lembraram que em 2014 os republicanos alimentaram a ideia que o&nbsp;casamento é a solução para a pobreza.<h2>Dinheiro: a base de um esquema</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18131515231190.jpg" alt="(Fonte:GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Famílias cobram o "dote da noiva". (Fonte:GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em janeiro de 2014, o senador republicano estadunidense Marco Rubio repercutiu no mundo todo ao dizer que, quando a Guerra à Pobreza começou, em 1964, 93% das crianças nascidas nos EUA eram de pais casados, chamando o casamento de “a maior ferramenta para tirar crianças e famílias da pobreza".Essa fala aconteceu bem no aniversário de 50 anos da campanha lançada pelo presidente americano Lyndon B. Johson, na década de 1960, cujo intuito era combater a pobreza e a falta de oportunidades no país por meio da criação de uma sociedade mais justa e equitativa, fornecendo assistência econômica aos estadunidenses em situação de vulnerabilidade.Só que, ao contrário do que Rubio disse, o casamento não resolve a pobreza e, no caso dos conservadores de direita do Congresso americano, não passa de uma ferramenta para manutenção de uma estrutura/cultura que naturalmente enfrenta seu declínio, além de gerar gastos absurdos em algo que nada deveria ser do assunto político.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18131656380191.jpg" alt="(Fonte:GettyImages/Reprodução)"><figcaption>(Fonte:GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A Era Bush também foi conhecida por aplicar milhões de dólares em uma iniciativa federal para promover o casamento como cura para a pobreza por meio de programas que, como descreveu uma pesquisa do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), "não tiveram impacto ou efeito negativo nos relacionamentos dos casais que participaram".Em meados de 2006, a mando de ativistas evangélicos, legisladores republicanos famosos lançaram a "Iniciativa Federal de Casamento Saudável", elaborada para ajudar casais de baixa renda a "colocar os ovos para cozer" e pais solteiros pobres a não gerarem filhos, na esperança que o casamento melhorasse suas finanças e os tirasse do Banco Federal.O dinheiro foi para empresas como a Laugh Your Way to America, um programa dirigido por um ministro de Wisconsin que não falava espanhol, mas dava seminários a latinos, desviado do programa de assistência social para ser injetado em grupos religiosos que foram trabalhar tentando combater a taxa de divórcio em suas comunidades. Eles patrocinaram as denominadas "noites de namoro" e "oficinas de romance" para tentar formar casais. Alguns até pagaram atletas profissionais famosos para encabeçar anúncios de serviço público divulgando os benefícios do casamento.Por isso faz sentido que os políticos tenham se empenhado tanto em canalizar dinheiro para programas fracassados de promoção do casamento, chegando até a incentivar os políticos a restringirem os direitos reprodutivos para forçar as pessoas a se casarem.<h2>A questão do matrimônio moderno</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18131753555192.jpg" alt="(Fonte:GettyImages/Reprodução)"><figcaption>(Fonte:GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>E não se engane: 40 anos depois da Era Bush, os EUA ainda mantêm estas iniciativas por meio de programas como "Casamento Saudável e Paternidade Responsável", subsidiados pelo governo federal, apesar de professores de direito especializados em família e pobreza terem comprovado que não há provas de que esses programas federais tenham feito a diferença no incentivo às famílias com dois pais.Em um artigo de 2008 para o Journal of Policy Analysis and Management, os autores Deborah Roempke Graefe e Daniel T. Lichter salientaram: "É improvável que as políticas que promovam o casamento forneçam uma solução política de longo prazo para a pobreza e a dependência do bem-estar”.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18131839593193.jpg" alt="(Fonte:GettyImages/Reprodução)"><figcaption>(Fonte:GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Eles ainda reforçaram que diante de uma economia que oferece pouca promessa para quem está na base, o casamento se tornou cada vez menos um caminho para a mobilidade financeira ascendente.&nbsp;Ou seja, fazer um planejamento familiar em nome disso simplesmente não faz sentido. Do ponto de vista macroeconômico, para que o casamento fosse salvo, seria necessário acabar com a pobreza. Os jovens casais podem ser incentivados a se casarem diante da criação de bons empregos com salários crescentes na base da escala de renda, ainda que seja uma tarefa praticamente ilusória.“A menos que melhoremos a sorte dos trabalhadores pobres, não veremos o casamento voltar”, disse W. Bradford Wilcox, diretor do National Marriage Project, ao The New York Times.

large_GettyImages-610858956.jpg

medium_GettyImages-610858956.jpg

small_GettyImages-610858956.jpg

thumbnail_GettyImages-610858956.jpg

GettyImages-610858956.jpg

O casamento é a solução para a pobreza?

Sendo o líder nacionalista negro mais conhecido do Movimento dos Direitos Civis, Malcolm X é até hoje reconhecido pelo seu vigor e política que definiram sua forma de ativismo

Ativista dos direitos civis e ministro que defendeu o poder negro através de um grupo chamado Nação do Islã, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/105810-10-casos-de-semelhancas-marcantes-entre-atores-e-personagens.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Malcolm X</a> é uma figura histórica totalmente notável. Seu nome, além de altamente conhecido nos Estados Unidos, ajudou a mostrar outro lado do Movimento dos Direitos Civis nas décadas de 1950 e 1960 que muitos não conheciam.Não sendo exatamente um pacifista, ele acabou sendo confrontado <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120958-como-henry-d-thoreau-influenciou-martin-luther-king-jr.htm">por outros ativistas como Martin Luther King Jr</a>. — mas deixou seu nome marcado para sempre. Porém, o que Malcolm X defendia era diferente de outros ativistas da época, lutando pelo nacionalismo negro de todas as formas possíveis.<h2>A infância de Malcolm X</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/01/01021720027007.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Fonte: Getty Images</figcaption></figure></figure>Nascido em Malcolm Little no dia 19 de maio de 1925, Malcolm X era o quarto de oito filhos de sua família. Sua mãe, Louise, era dona de casa, e seu pai Earl era um pregador batista e líder local da Marcus Garvey’s Universal Negro Improvement Association. Os primeiros encontros de X com o racismo começaram antes mesmo dele nascer, com grupos de ódio atormentando sua família sempre que possível.Quando Louise Little descobriu que estava grávida de Malcolm, membros da Ku Klux Klan (KKK) invadiram sua casa armados com rifles e exigiram que Earl Little saísse da região. Por conta disso, a família mudou-se de Nebraska para Wisconsin em 1926 e depois para o Michigan em 1928. A esperança das constantes viagens era escapar da violência da KKK e de seus grupos ramificados, mas o terror sempre os seguiu.<ul><li>Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119543-como-os-carros-contribuiram-para-o-fim-da-segregacao-racial-nos-eua.htm">Como os carros contribuíram para o fim da segregação racial nos EUA?</a></li></ul>Em 1931, uma multidão de racistas incendiou sua casa e Earl foi encontrado morto nos trilhos do bonde local. Em 1938, Louise sofreu um colapso mental e foi internada no Hospital Estadual de Kalamazoo, onde permaneceu por quase 25 anos. Assim, seus filhos foram enviados para lares adotivos.<h2>Entrada na Nação do Islã</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/01/01021811123008.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Fonte: Getty Images</figcaption></figure></figure>Malcolm X morou em vários lares adotivos antes de começar o ensino médio em Michigan. Ele era considerado um aluno querido em uma turma com poucos negros e se destacava pela sua inteligência.&nbsp;No entanto, depois que um professor lhe disse que seu objetivo de se tornar um advogado não era realista, ele acabou abandonando a escola aos 15 anos, em 1941. Foi então que se mudou para Boston e passou <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128345-qual-a-diferenca-entre-jogos-de-azar-e-apostas.htm">a se envolver com jogos de azar</a>, extorsão e tráfico de drogas.Em 1946, acabou sendo preso por roubo — supostamente focando famílias brancas ricas — e foi condenado a 8 a 10 anos pelo crime. Após sair da cadeia em 1952, Malcolm substitui o sobrenome Little pelo apelido X e se tornou ministro da Nação do Islã (NOI), uma organização fundada na década de 1930 visando recuperar a identidade islâmica original dos afro-americanos, condenando o cristianismo como uma ferramenta de supremacia branca.Nos EUA, a NOI pretendia atrair afro-americanos desprivilegiados de bairros pobres e penitenciárias, assim como alunos de universidades. A posição oficial de Malcolm X como Representante Nacional da NOI fez dele o número dois no comando da organização. Durante seu tempo, o número de membros aumentou de cerca de 400 membros para entre 25 a 50 mil membros.<h2>Exercendo o ativismo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/01/01021829364011.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Fonte: Getty Images</figcaption></figure></figure>Malcolm X era um rosto público carismático, imponente e apaixonado pela NOI. Sendo um ser humano extremamente articulado, bonito e com seus mais de 1,80 de altura, ele tornou-se o membro da organização mais famoso na mídia, fazendo diversos discursos por grandes universidades, como Harvard e Oxford.&nbsp;Porém, X também foi um contraponto ao resto do Movimento dos Direitos Civis em curso. Ele discordava das opiniões dominantes do movimento, nomeadamente aquelas relativas à integração e a não violência, que tanto eram promovidas por Martin Luther King Jr. Ele repreendeu a ideia de que os direitos civis deveriam centrar-se na capacidade de sentar-se para conversar na mesma mesa de seus agressores.<h2>Assassinato e legado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/01/01021856517013.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Fonte: Getty Images</figcaption></figure></figure>Apesar da sua profunda ligação à NOI, Malcolm X rompeu com a organização em 1964 devido a várias diferenças ideológicas. Depois disso, acabou criando sua própria organização nacionalista negra chamada Muslim Mosque Inc., onde expressou o desejo de trabalhar com outros líderes dos direitos civis. Durante esse tempo, ele também se converteu ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/107725-estas-fotos-mostram-como-os-islamicos-celebram-o-ramadan-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">islamismo</a> sunita durante uma peregrinação a Meca.&nbsp;A ruptura de X com a NOI aumentou significativamente as tensões entre o líder e o grupo. Ameaças de violência, incluindo morte, eram comuns. Além disso, a sua conversão ao islã ortodoxo, bem como sua defesa dos direitos civis que rompeu com a organização, contribuíram para um cenário crescente de hostilidade.&nbsp;Em fevereiro de 1965, Malcolm X foi assassinado enquanto fazia um discurso em Nova York. Sua autópsia revelou que ele sofreu 21 ferimentos de bala e três homens armados foram presos pelo crime.Todos os três assassinos eram membros da Nação do Islã. De todo modo, X ainda é considerado um dos afro-americanos mais influentes da história, influenciando o Movimento dos Direitos Civis de uma forma que outros ativistas nunca conseguiram.&nbsp;Ele também é creditado por criar um ar de autoestima para os negros americanos e reconectá-los à sua herança histórica. “No início da minha vida aprendi que se você quer alguma coisa, é melhor fazer barulho” é a frase que mais marca seu legado. &nbsp;

large_GettyImages-73995481.jpg

medium_GettyImages-73995481.jpg

small_GettyImages-73995481.jpg

thumbnail_GettyImages-73995481.jpg

GettyImages-73995481.jpg

Malcolm X: a vida do homem que moldou os movimentos pelo poder negro

Esquema de roubo de bebês do general Francisco Franco permaneceu por mais de 50 anos após o fim do fascismo 

Mais de 300 mil bebês foram roubados de suas mães durante o fascismo do ditador e general Francisco Franco, mais conhecido como “Generalíssimo”, que ascendeu ao poder assim que se esfacelou o regime monárquico de José Calvo Sotelo, após o período turbulento que o país atravessou entre fevereiro e julho de 1936.Franco ganhou prestígio entre a população quando assumiu a liderança das tropas sublevadas e venceu a Guerra Civil após 3 anos lavando de sangue a Espanha, ganhando apoio de Adolf Hitler e Benito Mussolini ao longo dos 4 anos que se manteve no poder.&nbsp;<ul><li>Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109748-mas-afinal-o-que-e-o-fascismo.htm">Mas, afinal, o que é o fascismo?</a></li></ul>Nesse período, ele fechou a Espanha para o mundo exterior, atrasando o progresso econômico e industrial enquanto punia os milhares de civis e políticos que lutaram ao lado dos "perdedores da guerra", ou seja, os partidários de esquerda.Com isso, a ideologia franquista, associada a maternidades, conventos, igrejas, hospitais e outras instituições, incitou o roubo de bebês nascidos em famílias consideradas "traidoras" ou "indesejáveis". A ideia era promover o domínio da direita pura sobre as famílias inferiores que faziam parte da "esquerda perdedora", considerados moral e economicamente deficientes para criarem os próprios filhos.Mesmo após o fim do fascismo, o roubo e tráfico de bebês cresceu na Espanha e durou quase 50 anos.<h2>A estrutura diabólica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06104540389109.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>A a ideologia franquista incitou o roubo de bebês, após o fim do fascismo na Espanha. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para que o Estado pudesse fazer isso de uma forma "menos criminosa", pelo menos aparentemente, era preciso que os pais adotivos seguissem uma série de obrigações, como fingir uma gravidez, encomendando toda a papelada necessária com médicos comprados pelo governo.O esquema foi tão bem articulado que alguns pais acreditaram que estavam apenas passando por um canal de adoção mais rápido e menos burocrático, sem nem imaginar que os bebês estavam sendo roubados deliberadamente. Essa ideia foi reforçada, pois, até 1987, as adoções na Espanha eram feitas em hospitais e <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121451-6-fatos-curiosos-sobre-a-igreja-catolica.htm">possuíam grande influência da Igreja Católica</a>.Entre o período de 1939 e 1976, cerca de 261 famílias tiveram seus bebês roubados pelo sistema de tráfico do governo espanhol. Poucas pessoas tiveram sucesso em reencontrá-los, apesar dos esforços.Isso em muito se deu devido ao Pacto do Esquecimento de 1977, uma lei de anistia que a Espanha aprovou logo após a morte de Franco e o fim do fascismo no país. A lei visava deixar para trás toda a história e os espólios do tempo sombrio do general, inclusive tudo o que foi mantido em sigilo pelo governo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06105031579112.jpg" alt="(Fonte: CNN/Reprodução)"><figcaption>Por quase quatro décadas, famílias tiveram seus bebês roubados no país europeu. (Fonte: CNN/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Desde então, a Organização das Nações Unidas (ONU) questiona a Lei de Anistia por não investigar uma série de casos de pessoas desaparecidas, tanto as que foram submetidas pela rede criminosa de tráfico humano quanto aquelas consideradas indesejáveis ao regime, que acabaram em valas comuns ou desapareceram.Em 2002, o livro-documentário The Lost Children of Francoism, escrito por Montserrat Armengou e Ricard Belis, destacou uma série de casos individuais de sequestro de crianças durante o franquismo da Espanha. Tanto que demorou até 2011 para que várias famílias se apresentassem em uma ação coletiva na Suprema Corte espanhola na esperança de que seus casos fossem ouvidos.Em junho de 2018, Inés Madrigal, de 49 anos, acusou o ginecologista aposentado Eduardo Vela, de 85 anos, de sequestrá-la quando criança e falsificar documentos para fazer com que sua mãe adotiva parecesse sua mãe biológica. Ela se tornou o primeiro caso público da rede do franquismo, mas apenas um dos mais de 3 mil processos de adoção clandestina movidos na Espanha só naquele ano. Alguns levaram a investigações, mas muitos foram arquivados.<h2>O roubo sistêmico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06104730553110.jpg" alt="(Fonte: The Arts Desk/Reprodução)"><figcaption>&nbsp;Maternidades, conventos, igrejas, hospitais e outras instituições, também faziam parte do esquema. (Fonte: The Arts Desk/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A questão é: o que aconteceu durante a era de Franco permaneceu por mais 50 anos, desde a Guerra Civil até o início dos anos 1990. Segundo a Anistia, o governo nunca se interessou ou teve o cuidado de acabar com a indústria de roubo de bebês perpetrada por médicos, padres e freiras.&nbsp;Com isso, é impossível determinar até que ponto o governo estava envolvido ou não na operação, visto que ela apenas floresceu como uma maneira clandestina de geração de dinheiro.Uma luz só foi lançada sobre esse problema em 2011, depois que Antonio Barroso e Juan Luis Moreno vieram a público revelar que foram comprados por seus respectivos pais de um padre em Zaragoza, no leste da Espanha.&nbsp;<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117309-a-perturbadora-descoberta-da-familia-martinez-chocou-a-espanha.htm">A perturbadora descoberta da família Martínez chocou a Espanha</a></li></ul>Demorou até 2018, após a eleição de um governo de esquerda no país, para que algo fosse feito. Foi aprovada no mesmo ano uma comissão parlamentar para ajudar famílias que acreditam que seus entes queridos foram roubados.Uma investigação feita pelo Ministério Público estadual apontou que, entre 2011 e 2021, cerca de 2.138 denúncias de crianças roubadas foram feitas, das quais apenas 526 foram processadas (e arquivadas em seguida), dos 51.266 casos de sequestro de bebês.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06105140098113.jpg" alt="(Fonte: CNN/Reprodução)"><figcaption>Foi criado um projeto de lei para investigar irregularidades da era fascista no governo espanhol. (Fonte: CNN/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 2021, foi lançada uma busca internacional por essas milhares de crianças desaparecidas espalhadas pelo mundo. Os promotores reabriram milhares de processos criminais arquivados devido ao prazo de prescrição expirado ou por falta de provas. Um projeto de lei chamado Lei de Bebês Roubados foi criado para encontrar justiça aos parentes daqueles que foram roubados quando crianças.<ul><li>Descubra: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116850-como-um-dono-de-motel-na-espanha-ajudou-a-derrotar-o-nazismo.htm">Como um dono de motel na Espanha ajudou a derrotar o Nazismo</a></li></ul>No ano seguinte, a denominada “lei da memória democrática” foi aprovada, dando às autoridades nova permissão para investigar irregularidades da era fascista, usada especificamente para investigar melhor o caso de sequestro de bebês. Também foi criado <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/242778-informacoes-voce-descobrir-teste-dna.htm">um banco de DNA para facilitar o rastreamento de familiares por parentes</a>.E, apesar de todos os esforços do atual governo de Pedro Sánchez, o Partido Popular da Espanha, de direita, permanece lutando para reverter legislações que possam expor os crimes do governo fascista de Francisco Franco – ou até mesmo desmantelar um esquema milionário. Mantenha-se atualizado sobre a história mundial aqui no Mega Curioso. Até a próxima!

large_GettyImages-81774648-min.jpg

medium_GettyImages-81774648-min.jpg

small_GettyImages-81774648-min.jpg

thumbnail_GettyImages-81774648-min.jpg

GettyImages-81774648-min.jpg

O roubo e tráfico de bebês na Espanha cresceu mesmo após o fim do fascismo

Nem todos os países na história conseguiram manter sua independência por muito tempo; conheça alguns exemplos ao longo dos séculos!

Os países mais antigos do mundo tendem a se orgulhar bastante do fato de serem nações, estados-nação ou repúblicas de sucesso há muito tempo. Veja só a Grécia ou a Roma Antiga como exemplos. Até hoje existe um forte orgulho, compreensível e com razão, na Grécia e na Itália pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128551-os-6-passaportes-mais-influentes-do-mundo-em-2024.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">impacto dessas culturas</a> e pelo legado que deixaram para a humanidade.Porém, o que acontece quando um país existe apenas por alguns anos ou até menos que isso? Nem todas as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123445-os-6-paises-mais-visitados-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nações independentes</a> foram feitas para durar e existem diversos exemplos na história desse tipo de acontecimento. Alguns foram anexados, absorvidos, invadidos ou destruídos em um curto período após declararem independência. E para você entender sobre o que estamos falando, trouxemos alguns exemplos disso nessa lista!<h2>1. Comuna de Paris</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04163522654268.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)</figure>A Comuna de Paris foi um governo socialista independente estabelecido de forma abrupta e violenta durante a primavera e o início do verão de 1871 em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106564-antes-e-depois-veja-como-paris-mudou-nos-ultimos-100-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Paris</a>, na França. Tudo isso começou durante a Guerra Franco-Prussiana de 1870. No início de 1871, a Guarda Nacional Francesa defendeu Paris com sucesso, mas havia um grande descontentamento entre os seus soldados.Então, em setembro de 1870, os líderes franceses estabeleceram a Terceira República. Porém, em março de 1871, soldados franceses da Guarda Nacional tomaram o controle de Paris, mataram dois generais do exército e recusaram a submeter-se à autoridade da Terceira República, instaurando o governo independente da Comuna de Paris. Essa forma de domínio durou apenas dois meses e três dias, até que líderes nacionais do exército francês suprimiram e destruíram de uma vez por todas o governo rebelde.<h2>2. Katanga</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04163628371269.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)</figure>No dia 11 de julho de 1960, um homem chamado Moise Tshombe e seu partido político muito influente no sul do Congo declararam que estavam começando uma nova nação independente chamada Katanga. Essa nação separatista não queria ter nenhuma parte do Congo depois da partida do governo colonial belga e dos problemas no processo de independência.Contudo, ninguém mais no mundo inteiro queria que Katanga existisse. Estados Unidos, União Soviética e diversas outras jovens nações africanas estavam preocupados com os elementos separatistas — principalmente por essa ser uma área rica em minérios. Sendo assim, com menos de um ano de existência da nação, Tshombe foi levado ao exílio na Espanha e seu plano inicial ruiu.<h2>3. República de Formosa</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04163819856271.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">&nbsp; (Fonte: Wikimedia Commons)</figure>A República de Formosa foi uma nação de vida muito curta que existiu apenas por um curto período antes de ser engolida pelos japoneses. Em 1895, o imperador da dinastia Qing, da China, cedeu formalmente a ilha de Taiwan ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123903-conheca-o-imperio-japones-um-dos-mais-genocidas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império do Japão</a>. Embora os japoneses estivessem interessados na área, os habitantes locais não queriam ser parte do país.Assim, em 23 de maio de 1895, eles proclamaram o início de sua nova nação, conhecida como República de Formosa. Um governo eleito democraticamente foi instalado no mesmo período, mas não teve nenhum poder de permanência. Apenas 151 dias depois, os japoneses desembarcaram com tropas na ilha e assumiram o controle da capital, não dando chances para qualquer tipo de movimento separatista.<h2>4. Timor-Leste</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04163919332273.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"> (Fonte: Wikimedia Commons)</figure>Timor-Leste era uma região separatista dentro da Indonésia que declarou sua independência da nação insular vizinha no final de 1975. No entanto, os indonésios agiram rapidamente. No dia 7 de dezembro do mesmo ano, as tropas indonésias ocuparam a região e desmantelaram completamente o governo já impotente que Timor-Leste havia instalado às pressas.No início de 1976, Timor-Leste deixou completamente de ser uma nação independente e foi totalmente engolido pela Indonésia.<h2>5. República da Estíria Eslovena</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04164012726274.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)</figure>A Segunda Guerra Mundial causou transformações em toda a Europa, com grandes convulsões políticas em todo o continente. Assim aconteceu com a Estíria Eslovena, que na época fazia parte da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118646-viaje-no-tempo-com-o-trem-de-luxo-do-ditador-da-iugoslavia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Iugoslávia</a>. A região acabou sendo tomada pelos nazistas entre 1941 e 1942, que proibiram o uso da língua eslovena, exigindo que todos falassem alemão e apoiassem Hitler.Durante o ano seguinte, eles se declararam um estado soberano e formaram batalhões para lutar ferozmente contra os nazistas, instaurando a República da Estíria Eslovena. Após a guerra, no entanto, os eslovenos contentaram-se em ser reorganizados dentro da Iugoslávia, onde prosperaram economicamente. Atualmente, a área é novamente uma nação conhecida apenas pelo nome de Eslovênia.

small_5-paises-que-existiram-por-pouquissimo-tempo-thumb.png

thumbnail_5-paises-que-existiram-por-pouquissimo-tempo-thumb.png

5-paises-que-existiram-por-pouquissimo-tempo-thumb.png

5 países que existiram por pouquíssimo tempo

Imagem de 'No Callem': conheça o protocolo espanhol contra violência sexual que virou inspiração no mundo no megacurioso

Protocolo revolucionário de Barcelona foi aplicado contra Daniel Alves e promete mudar cenário de assistência a vítimas de violência sexual

A condena&ccedil;&atilde;o do ex-jogador da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123653-selecao-brasileira-por-que-tem-uma-cruz-no-simbolo-da-cbf.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sele&ccedil;&atilde;o brasileira</a>, Daniel Alves, por agress&atilde;o sexual em uma boate espanhola revisitou n&atilde;o apenas o caso em si, mas tamb&eacute;m o protocolo "No Callem", que garante o suporte imediato &agrave;s v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia sexual em bares e casas noturnas.
O caso inspirou mudan&ccedil;as na legisla&ccedil;&atilde;o brasileira, resultando na cria&ccedil;&atilde;o do protocolo "N&atilde;o &eacute; N&atilde;o" para combater a viol&ecirc;ncia sexual em bares e boates.
<h2>Como funciona o protocolo 'No Callem'</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/22/22235414750002.png" alt="(Fonte: Ajuntament de Barcelona/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ajuntament de Barcelona/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O No Callem &eacute; uma iniciativa do governo de Barcelona implementado em 2018 que visa combater <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118144-patricia-douglas-como-hollywood-tratou-sua-denuncia-de-abuso-sexual.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">agress&otilde;es sexuais</a> e viol&ecirc;ncia contra mulheres em locais noturnos, como discotecas e bares.
Seu princ&iacute;pio &eacute; priorizar o suporte imediato &agrave; v&iacute;tima, respeitar as decis&otilde;es da pessoa agredida, enfatizar o acolhimento em detrimento do processo criminal, rejeitar inequivocamente o agressor, e promover a dissemina&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es precisas sobre a preven&ccedil;&atilde;o de agress&otilde;es sexuais.
O protocolo inova ao envolver ativamente o setor privado na luta contra a viol&ecirc;ncia de g&ecirc;nero, estabelecendo parcerias entre o governo e os locais de entretenimento para criar ambientes mais seguros. Al&eacute;m disso, oferece apoio psicol&oacute;gico e recursos &agrave;s v&iacute;timas, promove campanhas de conscientiza&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica e estabelece um sistema de monitoramento para avaliar continuamente a efic&aacute;cia, garantindo melhorias cont&iacute;nuas e um enfoque centrado na v&iacute;tima e na preven&ccedil;&atilde;o.
Nos &uacute;ltimos anos, a Espanha consolidou-se como refer&ecirc;ncia no enfrentamento &agrave; viol&ecirc;ncia sexual, aprovando em agosto de 2022 a Lei da Liberdade Sexual, conhecida como "Solo s&iacute; es s&iacute;" ("S&oacute; sim &eacute; sim", em tradu&ccedil;&atilde;o livre). A legisla&ccedil;&atilde;o estabelece que o consentimento s&oacute; &eacute; v&aacute;lido quando expresso livremente por meio de atos que, considerando as circunst&acirc;ncias, manifestam claramente a vontade da pessoa.
<h2>Protocolo brasileiro 'N&atilde;o &eacute; N&atilde;o'</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23000104072003.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
No Brasil, o caso Daniel Alves inspirou a cria&ccedil;&atilde;o da Lei n.&ordm; 14.786/23, que institui o protocolo N&atilde;o &eacute; N&atilde;o. Diretamente inspirado pelo sucesso do No Callem, a legisla&ccedil;&atilde;o estabelece diretrizes espec&iacute;ficas para esses locais, como foco no acolhimento &agrave; v&iacute;tima, suporte imediato para garantir um ambiente seguro e acolhedor, e autonomia da pessoa agredida, respeitando suas decis&otilde;es quanto aos passos seguintes.
O protocolo N&atilde;o &eacute; N&atilde;o estabelece a necessidade de treinamento espec&iacute;fico para os funcion&aacute;rios dos estabelecimentos, capacitando-os a lidar eficazmente com situa&ccedil;&otilde;es de viol&ecirc;ncia. Al&eacute;m disso, ele define penalidades legais para os locais que n&atilde;o aderirem ou descumprirem as diretrizes estabelecidas, refor&ccedil;ando compromisso com a seguran&ccedil;a e o respeito nos ambientes de entretenimento noturno.
A lei brasileira foi sancionada no fim de 2023 e entra em vigor no segundo semestre de 2024, refletindo um avan&ccedil;o significativo na preven&ccedil;&atilde;o da viol&ecirc;ncia sexual em locais de lazer. A regulamenta&ccedil;&atilde;o da legisla&ccedil;&atilde;o est&aacute; prevista para os pr&oacute;ximos meses, promovendo campanhas educativas e forma&ccedil;&atilde;o peri&oacute;dica para conscientiza&ccedil;&atilde;o e implementa&ccedil;&atilde;o do protocolo.
O No Callem, aplicado no caso Daniel Alves, serviu como refer&ecirc;ncia para a implementa&ccedil;&atilde;o de medidas eficazes na preven&ccedil;&atilde;o e combate &agrave; viol&ecirc;ncia sexual em todo mundo. A resposta &aacute;gil da justi&ccedil;a espanhola e as mudan&ccedil;as na legisla&ccedil;&atilde;o brasileira demonstram um movimento global em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; prote&ccedil;&atilde;o das mulheres e &agrave; responsabiliza&ccedil;&atilde;o dos agressores. &Eacute; crucial que o foco continue no acolhimento &agrave;s v&iacute;timas, promovendo uma cultura de respeito e seguran&ccedil;a em ambientes de divers&atilde;o, contribuindo para a constru&ccedil;&atilde;o de sociedades mais igualit&aacute;rias e livres de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119822-maria-da-penha-a-historia-do-combate-a-violencia-contra-a-mulher.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">viol&ecirc;ncia de g&ecirc;nero</a>.

thumb-image-2024-02-29T14:07:28.524Z

'No Callem': conheça o protocolo espanhol contra violência sexual que virou inspiração no mundo

Imagem de Por que a Argentina foi destino de tantos nazistas após a Segunda Guerra Mundial? no megacurioso

Com um governo aberto aos países que adotaram a extrema-direita, a Argentina se tornou refúgio dos nazistas que fugiram da Europa após a derrota na Segunda Guerra Mundial

Antes que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm" target="_blank" rel="sponsored">Segunda Guerra Mundial</a> iniciasse, em 1939, os ideais nacionalistas da extrema-direita ganharam espa&ccedil;o; ora se aproveitando do cen&aacute;rio econ&ocirc;mico delicado, ora por meio de discursos que estimulavam o revanchismo. Isso ocorreu at&eacute; que assumissem o controle de diversos Estados &mdash; o que foi observado na Alemanha e It&aacute;lia, por exemplo, onde o nazismo e o fascismo se espalharam gradualmente.
Fato &eacute; que, ap&oacute;s terminado o conflito, em 1945, os mais de 70 milh&otilde;es de mortos n&atilde;o foram a &uacute;nica perda. Para os que sobreviveram em &aacute;reas que se tornaram campo de batalha, era necess&aacute;rio reconstruir n&atilde;o s&oacute; a pr&oacute;pria vida, como o pr&oacute;prio pa&iacute;s. J&aacute; para aqueles que apoiaram o massacre e a persegui&ccedil;&atilde;o &agrave;s minorias, o objetivo era buscar ref&uacute;gio para n&atilde;o responder pelos crimes cometidos e n&atilde;o acabar nas m&atilde;os dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Aliados</a>.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/09/09111106566110.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Dentre os destinos mais considerados entre os nazistas, a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127074-por-que-a-argentina-usa-6-tipos-de-dolares-diferentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Argentina</a> era um deles &mdash; o que se confirmou ao longo dos anos seguintes ao t&eacute;rmino da guerra. Quais motivos estariam por tr&aacute;s disso?
<h2>Posicionamento do governo argentino em meio ao conflito</h2>
Juan Domingo Per&oacute;n foi presidente da Argentina entre 1946 a 1952, de 1952 a 1955 e tamb&eacute;m de 1973 a 1974. Em seu governo, os nazistas encontraram n&atilde;o s&oacute; um pol&iacute;tico simp&aacute;tico ao regime, mas tamb&eacute;m um aliado disposto a receber alem&atilde;es em seu territ&oacute;rio.
Vale lembrar, no entanto, que as rela&ccedil;&otilde;es entre os pa&iacute;ses eram anteriores ao governo de Per&oacute;n, dado que a Argentina j&aacute; tinha sido o destino escolhido por muitos imigrantes alem&atilde;es ap&oacute;s a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>. Com a chegada do Terceiro Reich, Hitler buscou fortalecer rela&ccedil;&otilde;es com as comunidades alem&atilde;s espalhadas fora dos seus dom&iacute;nios.
Isso se refletiu em escolas e associa&ccedil;&otilde;es religiosas, entre outras organiza&ccedil;&otilde;es alem&atilde;s presentes em solo argentino. Um dos exemplos mais sombrios desse alinhamento se mostra por meio de uma determina&ccedil;&atilde;o, criada em 1938, que vedava a emiss&atilde;o de vistos a judeus que desejassem entrar na Argentina. Por&eacute;m, ao unir-se com os Aliados, em 1945, ficou mais evidente a dualidade do posicionamento argentino.
Nesse per&iacute;odo, Per&oacute;n ainda lutava para conquistar o poder em meio a instabilidades pol&iacute;ticas, assumindo o governo apenas no ano seguinte. Mas sua influ&ecirc;ncia j&aacute; era exercida anos antes da posse, uma vez que ele participou do golpe de estado que ocorrera em 1943 no pa&iacute;s.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/09/09111709000118.jpg" alt="&nbsp;Juan Domingo Per&oacute;n, que aparece &agrave; direita, permitiu a entrada de nazistas na Argentina. (Fonte: Getty Images)" />&nbsp;Juan Domingo Per&oacute;n, que aparece &agrave; direita, permitiu a entrada de nazistas na Argentina. (Fonte: Getty Images)
<h2>A Argentina como ref&uacute;gio dos nazistas</h2>
A partir das rotas de fugas que ficaram conhecidas como "ratlines", estima-se que 5 mil nazistas tenham fugido para a Argentina. Inclusive, essa migra&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m foi aceita por outros pa&iacute;ses desenvolvidos. Considerando ainda que muitos nazistas partiam da It&aacute;lia para a Am&eacute;rica do Sul, o aux&iacute;lio dado por membros da Igreja Cat&oacute;lica &eacute; lembrado como um dos motivos para o sucesso desse plano.
Adolf Eichmann, um dos principais nomes do holocausto, tamb&eacute;m estava entre os fugitivos. Preso na Argentina em 1960 por membros do servi&ccedil;o secreto israelense, ele foi condenado e executado dois anos depois. Mas a maioria dos criminosos n&atilde;o pagou pelas suas atrocidades.
Dentre eles, o m&eacute;dico <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120653-josef-mengele-a-morte-do-medico-nazista-em-uma-praia-brasileira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Josef Mengele</a>, que viveu em solo argentino e morreu no Brasil, escapando da justi&ccedil;a. Acusado de estar diretamente envolvido no genoc&iacute;dio e nos mais cru&eacute;is experimentos humanos, ele teria fugido da Alemanha em 1945, chegando na Argentina em 1949. Ap&oacute;s outras fugas, em 1961, ele se mudou para o Brasil.
Chile, Paraguai e Uruguai tamb&eacute;m foram outros destinos procurados pelos nazistas, que chegaram na Am&eacute;rica do Sul com nomes falsos e dinheiro roubado dos judeus perseguidos. As marcas deixadas pelas decis&otilde;es tomadas nesse per&iacute;odo da hist&oacute;ria argentina foram significativas. Passadas d&eacute;cadas depois, hoje o pa&iacute;s abriga uma das maiores comunidades judaicas fora de Israel.

thumb-image-2024-02-29T14:07:28.375Z

Por que a Argentina foi destino de tantos nazistas após a Segunda Guerra Mundial?

Imagem de Margaret Thatcher: 5 razões pelas quais ela é odiada no Reino Unido (e no mundo) no megacurioso

Conhecida por ser uma das figuras que mais causa divisão na história política britânica, Thatcher acumulou polêmicas ao longo de sua vida

Trabalhando na fun&ccedil;&atilde;o de primeira-ministra do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128406-pela-primeira-vez-cristaos-sao-menos-da-metade-na-inglaterra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Reino Unido</a> de 1979 a 1990, Margaret Thatcher tornou-se uma das figuras mais divisoras da hist&oacute;ria da pol&iacute;tica brit&acirc;nica. Inclusive, foi por conta de sua trajet&oacute;ria pol&ecirc;mica que ela&nbsp;tamb&eacute;m&nbsp;acabou ficando conhecida por ser a "pol&iacute;tica mais odiada" de toda a regi&atilde;o.
Mas qual &eacute; o motivo para que algumas pessoas a odeiem tanto e outras a amem sem precedentes? Inevitavelmente, ela conquistou amor e &oacute;dio em medidas quase iguais, embora alguns digam que Thatcher apenas destacou as divis&otilde;es presentes na sociedade da &eacute;poca. Veja alguns dos motivos pelos quais ela &eacute; uma personalidade t&atilde;o controversa!
<h2>1. Desemprego em massa</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/30/30170614669248.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: Getty Images)
As pol&iacute;ticas de Thatcher n&atilde;o visavam causar desemprego em massa, mas isso tornou-se uma consequ&ecirc;ncia de seus atos como primeira-ministra ao tentar controlar a infla&ccedil;&atilde;o &mdash; que em certa altura atingiu os 18%. A sua chamada "Estrat&eacute;gia Deflacion&aacute;ria" incluiu v&aacute;rias medidas, como o aumento das taxas de juro de 8% a 15%.
Essas medidas, juntamente com as receitas do petr&oacute;leo do Mar do Norte, levaram a um fortalecimento da libra esterlina e atingiram&nbsp;a ind&uacute;stria de exporta&ccedil;&atilde;o&nbsp;de forma incrivelmente dura. Contudo, isso n&atilde;o aconteceu antes de mais de 2 milh&otilde;es de empregos industriais terem sido perdidos entre 1979 e 1981.
<h2>2. Pol&iacute;tica contr&aacute;ria a flexibiliza&ccedil;&atilde;o do div&oacute;rcio</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/30/30170637495250.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
Antes da Lei de Reforma do Div&oacute;rcio de 1969,&nbsp;no Reino Unido,&nbsp;era imposs&iacute;vel que uma parte "culpada" se divorciasse da parte inocente em um relacionamento. De qualquer forma, Margaret Thatcher votou contra a flexibiliza&ccedil;&atilde;o dessas leis, mesmo que o projeto tenha sido aprovado de qualquer maneira.
Contanto que o c&ocirc;njuge inocente tomasse cuidado para n&atilde;o ser pego em adult&eacute;rio, ele ou ela poderia efetivamente impedir o div&oacute;rcio e um novo casamento do outro, algo que Thatcher parecia estar de acordo.
<h2>3. "Ladra de leite"</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/30/30170648902252.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: Getty Images)
Outra opini&atilde;o pol&ecirc;mica de Margaret Thatcher &eacute; que ela aboliu o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121850-banir-o-leite-gratuito-das-escolas-quase-arruinou-margaret-thatcher.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">leite gr&aacute;tis</a> para crian&ccedil;as em idade escolar. Na d&eacute;cada de 1970, houve uma press&atilde;o significativa no Governo Wilson para fazer cortes nas despesas, a fim de pagar a poupan&ccedil;a fiscal.&nbsp;Para isso, a ent&atilde;o nova Secret&aacute;ria de Estado da Educa&ccedil;&atilde;o recebeu ordens para fazer cortes em quatro &aacute;reas: taxas de educa&ccedil;&atilde;o adicional, empr&eacute;stimo de livros da biblioteca, alimenta&ccedil;&atilde;o escolar e leite escolar gr&aacute;tis.
Thatcher, por sua vez, prop&ocirc;s eliminar o fornecimento de leite &agrave;s crian&ccedil;as com idades entre os 7 e 11 anos, mas mant&ecirc;-lo para alunos do ensino prim&aacute;rio. Apesar disso, ela ainda foi rotulada como "Ladra de leite".&nbsp;
<h2>4. Encargo Comunit&aacute;rio</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/30/30170711269255.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: Getty Images)
Um dos desastres mais not&aacute;veis de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117238-3-fatos-fascinantes-sobre-margaret-thatcher-a-dama-de-ferro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Margaret Thatcher</a> foi o chamado "Poll Tax", ou "Encargo Comunit&aacute;rio", que substituiu a tributa&ccedil;&atilde;o sobre o valor da propriedade por uma taxa &uacute;nica a ser cobrada por adultos residentes na cidade. Por&eacute;m, isso apenas transferiu a carga tribut&aacute;ria dos ricos para os pobres.&nbsp;
Essa lei atingiu desproporcionalmente fam&iacute;lias numerosas que viviam em alojamentos pequenos. O Encargo Comunit&aacute;rio causou intensa desconfian&ccedil;a e feridas profundas entre milh&otilde;es de eleitores, muitos dos quais nunca perdoaram Thatcher.
<h2>5. Homofobia "velada"</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/30/30170730800257.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
Uma das raz&otilde;es aparentemente &oacute;bvias do porqu&ecirc; as pessoas odeiam Margaret Thatcher foi a declara&ccedil;&atilde;o da Se&ccedil;&atilde;o 28 da Lei do Governo Local de 1998, em que autoridades n&atilde;o deveriam "promover intencionalmente a homossexualidade ou publicar material com a inten&ccedil;&atilde;o de promover a homossexualidade".
H&aacute; poucas evid&ecirc;ncias de que ela esteve diretamente envolvida na cria&ccedil;&atilde;o da lei, mas tal legisla&ccedil;&atilde;o reflete as cren&ccedil;as generalizadas dos tradicionalistas conservadores que estavam em torno de seu governo. Sendo assim, Thatcher conquistou uma antipatia compreensiva por parte da Comunidade LGBTQIA+.

thumb-image-2024-02-29T14:07:27.114Z

Margaret Thatcher: 5 razões pelas quais ela é odiada no Reino Unido (e no mundo)

Imagem de Como a indústria da carne cultivada em laboratório está sendo boicotada no megacurioso

Desde que surgiu, a indústria da carne cultivada sofre perseguições e é alvo de fake news, mas por qual motivo?

<head></head><body>Os humanos foram feitos para comer o quê? Pensando em comportamento, nós somos onívoros, visto que comemos uma grande variedade de alimentos de origem tanto animal como vegetal. Por outro lado, biologicamente, falando em fisiologia e anatomia, temos características de herbívoros.Em nenhum momento os humanos se assemelham aos carnívoros. Não possuímos a mesma abertura de mandíbula, posição dos dentes, extensão do trato intestinal, resfriamento de corpo, forma de deglutição ou volume e pH estomacal.Apesar disso, humanos consomem uma média de 346 milhões de toneladas de carne por ano, sendo que há projeções de um aumento de 44% até 2030, alcançando 453 milhões anuais. Segundo uma pesquisa feita pelo Statista, cerca de 86% das pessoas entrevistadas em 39 países disseram que mantêm uma dieta com a presença de carne, apesar de fazer a substituição por outros tipos de fontes de proteína.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/31/31173733790316.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Os países mais carnívoros do mundo são os Estados Unidos, em primeiro lugar, com 120 kg de carne em consumo per capita por ano, seguidos pela Austrália, Uruguai, Argentina e Hong Kong. Atualmente, o setor da pecuária está estimado em US$ 838,3 bilhões, conforme as estatísticas de 2020 mostraram, com previsão de aumento para US$ 1,157 trilhão até 2025. Em 2018, o centro de estudos Faunalytcs estimou que mais de 70 bilhões de animais terrestres são abatidos para a indústria da carne anualmente. A organização Global Agriculture aponta que 60% das terras agrícolas do mundo são utilizadas para essa finalidade.Pelos números, é possível entender o valor inestimado da pecuária para a economia, então a mera perspectiva desse ciclo de capital ser diminuído ou interrompido é coibida rapidamente por um lobismo muito bem estruturado. É por esse motivo que existe uma forte&nbsp;campanha para boicotar a carne cultivada em laboratório.<h2>O hambúrguer de Mark Post</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093349087015.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A indústria da carne e sua rápida aceleração ao longo do tempo, desde a segunda metade do século XX, é um problema que saiu de controle. Ainda que a carne signifique 2% das calorias diárias da dieta base do ser humano, sua produção é maior do que sua demanda e muitos especialistas a definem como um verdadeiro vício. Não é para menos que o nível de produção não só fez das fazendas industriais fábricas de incubação de patógenos que alcançam estados de hipervirulência, criando surtos que evoluem para epidemias e pandemias, como também afeta o planeta com seus níveis de emissões de gases de efeito estufa.E isso não é tudo. Um relatório de 2019 emitido pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos diz que 40% da terra do planeta é coberta por fazendas. Enquanto isso, é estimado que 60% da população mundial esteja vivendo em centros urbanos até 2050, o que significa que é preciso encontrar moradia para cerca de 2,5 bilhões de pessoas até lá, sendo que a área urbana se torna um recurso cada vez mais limitado, refém da própria densidade demográfica. Ou seja, não temos mais espaço.Foi pensando nesses aspectos insidiosos e no bem-estar dos animais que, em 2013, Mark Post, da Universidade de Maastricht, criou o primeiro hambúrguer de carne bovina cultivada em laboratório. O pedaço de carne foi feito a partir de células-tronco de uma vaca e composto por 20 mil fios musculares.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093609617020.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)O primeiro hambúrguer feito em laboratório custou cerca de US$ 325 mil (aproximadamente R$ 1,6 milhão), mas o aperfeiçoamento da tecnologia diminuiu seu preço. A startup holandesa Mosa Meat estimou que o preço da carne pode ser de US$ 80 por quilo (quase R$ 400) se conseguirem atingir a produção em larga escala. Isso significa que um hambúrguer de 140 gramas de carne custaria pouco mais que US$ 11, cerca de R$ 55.A carne cultivada se lançou como uma alternativa mais consciente do que a carne bovina convencional porque requer 45% menos uso de energia e 99% menos uso da terra.<h2>A campanha de boicote</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093712557021.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Bilhões de dólares foram investidos no setor de carne cultivada na esperança de que o produto seja mais ecológico que a carne bovina. Muito embora seja verdade que a carne de laboratório elimina os requisitos de terra, água e antibióticos da criação de gado, os pesquisadores acreditam que muito do interesse nesse segmento foi impulsionado por análises imprecisas de emissões de carbono.É bom ressaltar, no entanto, que não há registros precisos de qual será o impacto da carne artificial no meio ambiente ou na saúde humana a longo prazo, nem das startups estadunidenses, como Good Meat e Upside Foods, tampouco dos especialistas em geral, muito menos da oposição.&nbsp;Até o momento, os únicos países que aprovaram a comercialização da carne artificial foram os Estados Unidos e Cingapura, e isso já foi o suficiente para que fosse criado um lobby altamente financiado para boicotar o produto, espalhar pânico e informações falsas por meio de anúncios de TV e na internet.<ul><li style="font-weight: bold;">Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128129-italia-proibe-carnes-cultivadas-em-laboratorio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Itália proíbe carnes "cultivadas" em laboratório</a></li></ul><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093858192025.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em 2023, o Centro para o Meio Ambiente e Bem-Estar (Center for the Environment &amp; Welfare, ou CEW), cujo diretor-executivo é Jack Hubbard, sócio da empresa de relações públicas Berman and Company, que tem um longo histórico de apoio organizações sem fins lucrativos que defendem os interesses da indústria alimentícia –, lançou uma campanha de informação pública com o suposto intuito de educar sobre a carne cultivada. A peça de propaganda faz uso de dados e análises inverídicas ou sem fundo científico para desacreditar essa nova indústria.Hubbard alegou que a Bernman and Company ajuda a fornecer serviços para o CEW visando educar e informar os consumidores. Jessica Almy, vice-presidente sênior de relações públicas do Good Food Institute, uma organização sem fins lucrativos que trabalha para acelerar a adoção de alternativas à proteína animal, disse à Wired que o CEW é uma fonte de desinformação. “Acho que eles estão alimentando o medo sobre uma escolha clara e segura que está presente em alguns cardápios de restaurantes nos EUA e em Cingapura”, afirma ela.<h2>Horizonte de incertezas</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093814918024.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A Fox News veiculou um anúncio do CEW apresentando uma carne cultivada em uma feira de ciências escolar fictícia, em que era dito que as células da carne crescem como um tumor e são banhadas com produtos químicos. O CEW também se baseou em um artigo publicado pela Bloomberg Businessweek, em fevereiro de 2023, que levantou temores sobre células imortalizadas, para criar um site que compara as células usadas para cultivar carne de laboratório a células tumorais.&nbsp;Células imortalizadas são um tipo de célula valorizada pela indústria da carne cultivada porque se duplicam indefinidamente, tornando muito mais fácil o cultivo em abundância de carne a partir de pequenas amostras de células. Essa capacidade ilimitada de crescimento também é marca registrada das células cancerígenas, mas, fora isso, ambas não possuem relação.Já ficou mais do que claro que as campanhas do CEW são montadas a fim de explorar os receios que as pessoas têm sobre novos alimentos. Não é para menos que em seu site existe uma seção com uma lista enumerando todos os tipos de produtos químicos que, segundo o CEW, podem ser usados na produção de carne cultivada. É bom ressaltar que nem o governo possui acesso à lista de componentes ou corantes usados pela indústria alimentícia na fabricação de alimentos ultraprocessados.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093946815026.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A campanha mais recente do CEW criticou as credenciais ambientais da carne cultivada, citando um suposto estudo feito pela Universidade da Califórnia sobre o quão poluente essa indústria será, caso implementada. Amplamente divulgado na imprensa, o estudo apontou que seriam liberados 25 vezes mais emissões de gases de efeito estufa do que é necessário para processar a carne bovina tradicional. Isso porque os componentes da carne artificial só são possíveis de serem produzidos por meio de um processo misturando nutrientes de grau farmacêutico em um reator nuclear, purificados a um nível muito mais alto do que o comum.O Good Food Institute rebateu que esses métodos de produção citados são improváveis. Outros estudos descobriram que a carne cultivada poderia ter emissões de carbono muito mais baixas do que a carne convencional, embora, até que os fabricantes aumentem a produção, seja difícil saber exatamente até que ponto a produção poderá ser intensiva em emissões.A guerra entre carne cultivada e carne convencional está tão longe de acabar tanto quanto nós de saber se ela é benéfica, quase milagrosa, como diz ser, ou maligna como a oposição afirma. “Só podemos saber que não sabemos de nada”, já diria Tolstoy em seu Guerra e Paz.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:27.735Z

Como a indústria da carne cultivada em laboratório está sendo boicotada

Imagem de Por que ninguém aparece bebendo nos comerciais de bebida alcoólica? no megacurioso

Por determinação do Conar, propagandas não devem incluir pessoas consumindo bebidas alcoólicas para não incentivar o vício

<head></head><body>No auge da pandemia de covid-19, onde o isolamento social se tornou uma medida para evitar o aumento do contágio do vírus SARS-CoV-2, as famosas lives de músicos tocando no quintal de suas casas com geladeiras cheias de cerveja ganharam grande repercussão no Brasil inteiro.Contudo, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) decidiu notificar artistas como Gusttavo Lima e a dupla Bruno e Marrone pelo excesso de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118847-5-das-bebidas-alcoolicas-mais-fortes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bebida alcoólica</a> em suas transmissões. Tal notificação segue a diretriz que impede que propagandas de bebida alcoólica mostrem o consumo do líquido em suas peças publicitárias. Mas qual o motivo por trás disso tudo?<h2>Mudanças na legislação</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/24/24010730689007.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Por conta da Lei 9.294, sancionada em 1996 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, certas restrições às <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121801-5-casos-de-propagandas-enganosas-na-industria-alimenticia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">propagandas</a> de álcool foram aplicadas. Isso inclui a determinação de restringir que esse tipo de publicidade seja veiculada na televisão somente das 21h às 6h, por exemplo, visando ter menor probabilidade de ser vista por telespectadores mais jovens.Contudo, o texto afirmava que "bebidas alcoólicas, para efeitos desta Lei, só são consideradas aquelas com teor alcoólico superior a 13%". Como boa parte das cervejas disponíveis no mercado brasileiro chegam sequer aos 5% de teor alcoólico, muitas delas ficaram excluídas das restrições.Em 2008, no entanto, novas regras do Conar passaram a valer para a propaganda de bebidas alcoólicas, que a partir desse momento não poderiam ser mais imperativas e deveriam resguardar o princípio de proteção para crianças e adolescentes. Segundo o Conar, peças publicitárias desse tipo não poderiam mais ter apelo sensual em cenas, ilustrações, áudios ou até mesmo vídeos que sugerissem a ingestão do produto.&nbsp;Desde então, nenhuma propaganda de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127359-estudo-diz-que-a-cerveja-foi-a-grande-responsavel-pelo-desenvolvimento-da-civilizacao-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cerveja</a> no Brasil pode ser explícita a respeito do consumo do líquido, embora copos cheios, rótulos e diversos outros apetrechos do meio publicitário ainda possam aparecer nessas peças — desde que sejam acompanhados da inserção de advertências sobre o consumo do produto.<h2>Coibindo o vício</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/24/24010814510008.jpg" alt="(Fonte: YouTube/Reprodução)">(Fonte: YouTube/Reprodução)Quando as primeiras restrições a respeito das propagandas de bebida alcoólicas foram adotadas, o então procurador da República, Maurício Pressutto, citou a Lei Seca do trânsito e questões de "saúde pública" como os principais motivadores da ação. "Essa publicidade irrestrita alimenta o consumo, principalmente entre jovens e adolescentes e esses são as maiores vítimas do consumo deliberado, em acidentes de trânsito e outras ocorrências", afirmou em comunicado a imprensa.A Justiça Federal determinou a fixação de multa diária no valor de R$ 50 mil a ser revertida para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos no caso de descumprimento da determinação judicial. Com isso, todas as restrições publicitárias que já existiam para tabaco e para bebidas com teor alcoólico acima de 13% passaram também a ser aplicadas às bebidas com graduação alcoólica a partir de 0,5%.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:26.904Z

Por que ninguém aparece bebendo nos comerciais de bebida alcoólica?

Imagem de Exônimos: porque Grécia, Índia e outros países têm nomes diferentes no megacurioso

Você talvez não sabia, mas países como Grécia e Índia não são chamados assim nos idiomas locais, já que esses são nomes exônimos

<head></head><body>Recentemente, uma proposta para mudar o nome da Índia para Bharat gerou curiosidade no mundo inteiro. Mas a verdade é que isso faz muito sentido, já que maioria dos idiomas locais utiliza alguma forma de Bharat para designar o país. Índia, na realidade, é um exônimo. Ou seja, um nome que outro povo utiliza para designar uma região ou país, diferente do nome que o próprio povo usa nos idiomas locais.O nome "Índia" vem do sânscrito Sindhu, que é o nome do Rio Indo nessa língua. E quando os persas conquistaram a região, foi esse o nome que eles deram. Desde então, os colonizadores de diferentes origens chamaram a região por alguma forma derivada de Sindhu. Porém, para o povo que vive ali, sempre foi Bharat.&nbsp;<ul><li style="font-weight: bold;">Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122146-6-paises-que-mudaram-de-nome-ao-longo-dos-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 países que mudaram de nome ao longo dos anos</a></li></ul>Bharat, no caso, é um endônimo: o nome que o próprio povo usa, na língua local. Só que esse exemplo não é o único caso interessante de endônimos e exônimos pelo mundo. A seguir, nós trazemos vários exemplos.&nbsp;<h2>Brasil ou Brazil</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01163201084317.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Para começar, é natural que as pessoas que falam outros idiomas queiram traduzir os nomes para algo que faça mais sentido para elas. É por isso que o nosso Brasil vira <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120897-por-que-brasil-se-escreve-com-z-em-ingles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Brazil com Z</a> em inglês, ou Brésil, em francês.&nbsp;A maioria dos exônimos é criada com base na palavra original. Londres, nome usado para a capital do Reino Unido, é diferente de London, no original em inglês. França é um pouquinho diferente de France, para fazer mais sentido no nosso idioma.Mas alguns exônimos, por mais semelhantes que sejam ao idioma original, podem gerar uma polêmica. Há algum tempo, o presidente Recep Tayyip Erdogan pediu que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124901-a-complexa-cidade-subterranea-encontrada-em-um-porao-na-turquia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Turquia</a> não fosse mais chamada de Turkey nos países de língua inglesa — mas sim de Turkiye, o original turco. Acredita-se que um dos intuitos desse pedido seja diminuir a confusão com a ave peru, que também é chamada de "turkey" em inglês.Algo semelhante acontece com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119258-10-paises-que-mudaram-suas-capitais-ao-longo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Costa do Marfim</a> — ou melhor, Côte d'Ivoire, no original em francês. Eles pediram para que os outros países parassem de traduzir seu nome.&nbsp;Contudo, outros exônimos tem origens completamente diferentes do vocábulo original. Esses talvez sejam os casos mais interessantes, que vamos apresentar a seguir.&nbsp;<h2>Mesopotâmia ou Iraque, Pérsia ou Irã</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01163335684318.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Faz menos de um século que o Iraque e o Irã são conhecidos no ocidente por esses nomes. O Iraque era chamado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127924-comunidade-recria-pratos-mesopotamicos-de-5-mil-anos-atras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mesopotâmia</a> até os anos 1920, e o Irã ainda era Pérsia até 1935 — sendo esses os nomes das regiões históricas que deram origem a esses países, na antiguidade.Os europeus mantiveram esses nomes antigos até que os povos dos dois países pediram a mudança para os nomes que eles já usavam há muito tempo.<h2>Geórgia, Albânia e o Monte Negro</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01164041617325.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)No leste europeu, há mais dois exemplos interessantes. Na Geórgia, o povo chama seu país de Sak'art'velo, ou a "terra do povo de Kartli". Kartli é uma região histórica do país — que, na Idade Média, começou a ser utilizado para todo o país. Já Geórgia vem do nome persa para a região: Górgan, que vem de vrkan, ou "terra dos lobos".&nbsp;Próximo dali, temos a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116462-conheca-tirana-de-capital-sombria-a-mais-colorida-da-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Albânia</a>, conhecida no idioma local como Shqipëria, ou "terra das águias". O nome que utilizamos vem do latim medieval, possivelmente como referência à tribo Albani.&nbsp;Ainda no leste europeu, há o curioso caso de Montenegro, um nome em italiano que foi levado para várias outras línguas, incluindo a inglesa. Dentro do país, o nome usado é Crna Gora, que tem o mesmo significado, mas no idioma local.<h2>Alemanha, Germânia ou Deutschland</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01164639245329.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)É interessante observar que um mesmo país pode ter vários exônimos, com origens distintas — e o país que chamamos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124707-na-alemanha-pais-estressados-tem-direito-a-3-semanas-de-ferias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alemanha</a> é um dos melhores exemplos disso.Quem vive lá chama seu país de Deutschland, ou "terra do povo", em germânico antigo. Mas o nome Alemanha deriva do francês Allemagne, ou "terra dos alamanos", que eram uma tribo do povo germânico mais próxima à França.&nbsp;Em outras línguas, o nome do país é derivado de Germânia — Germany (inglês) ou Guermaniya (russo e búlgaro). Esse termo vem do latim, derivado do nome dado pelo imperador Júlio César para o povo que vivia a leste do Rio Reno.&nbsp;<h2>Grécia, Al-Yunan ou Elláda</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01165847620344.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Outro caso interessante de país com vários exônimos é a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121173-porque-que-existiram-tantos-filosofos-gregos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grécia</a> — quer dizer, Elláda. O nome oficial do país é República Helênica, que provavelmente é derivado de Heleno, o pai fundador das tribos gregas na mitologia.&nbsp;Já Grécia, assim como Greece (inglês), Grèce (francês) ou Griechenland (alemão), vem do nome romano para essa região: Graecia. Contudo, nos idiomas surgidos na Ásia, os nomes para esse país vem das Ilhas Jônicas — região que era mais próxima de lá. Por isso, a República Helênica é chamada de Al-Yunan em árabe, ou Yunanistan em turco e armeno.&nbsp;Entre os poucos idiomas que seguem o nome original, estão o norueguês (Hellas) e o búlgaro (Elada). Em português, nós até temos o termo Hélade, mas ele é pouco utilizado.&nbsp;<h2>Exônimos pelo mundo inteiro</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01171256337353.jpeg" alt="(Fonte: Christian Lue/Unsplash)">(Fonte: Christian Lue/Unsplash)Esse fenômeno acontece com muito mais países do que podemos imaginar em um primeiro momento. Abaixo, temos mais alguns exemplos de forma resumida:<ul><li>Marrocos e al-Magrib: o exônimo vem da cidade de Marrakesh, que era capital da região antigamente, enquanto o endônimo significa "local onde o sol se põe".</li><li>Finlândia e Suomi: o exônimo vem de Finn, uma tribo da lapônia, enquanto o nome original é um mistério — pode vir de suomaa (pântano), zema (terra) ou Sámi, outro povo nativo da Escandinávia.</li><li>Japão e Nippon/Nihon: o endônimo significa "<a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/41972-por-que-o-japao-e-chamado-de-terra-do-sol-nascente-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terra do sol nascente</a>" e pode ser falado das duas formas, Nippon e Nihon. Já o exônimo surgiu quando o explorador Marco Polo voltou de lá chamando a região de Zipang.&nbsp;</li><li>China e Zhong guó: o exônimo, provavelmente, vem da dinastia Qin (pronuncia-se Chin). De fato, o país mudava de nome conforme as dinastias mudavam, na época, mas seu povo chama atualmente o país de Zhong guó, que significa "reino central".</li><li>Egito e Misr: o exônimo vem do grego antigo, Aegyptos, mas o nome original vem de Mizraim, um dos netos de Noé.</li></ul>Por fim, podemos citar também a Nova Zelândia. Em inglês, que é um dos idiomas oficiais do país, realmente se usa New Zealand — nome dado pelos colonizadores, inspirado na província neerlandesa da Zelândia. Mas no idioma <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119102-navegadores-maoris-chegaram-na-antartica-antes-de-europeus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maori</a>, nativo da região, se usa Aotearoa, que significa "Terra da Grande Nuvem Branca". Existiram projetos para mudar o nome internacional do país, mas eles ainda não surtiram efeito.</body>

Política

Novidades